quinta-feira, 26 de maio de 2016

Depressão: Um Inimigo Silencioso

  1. O que é a Depressão?
A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. É imprescindível o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.
A depressão, nos dias atuais, é considerada a “doença do século” que aflige em torno de 10% de encarnados e desencarnados. Atinge a todos indistintamente, afetando tanto a crianças e adolescentes, como a seres maduros e idosos.
A Ciência Materialista acredita que a depressão nem sempre está ligada aos acontecimentos concretos (depressão exógena), e, sim, às razões bioquímicas e biológicas do corpo material (depressão endógena). A Ciência se sedimenta aos efeitos e não às causas, que são indubitavelmente espirituais. Em verdade, a gênese da depressão encontra-se no Espírito imortal.
A depressão é uma doença. Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos.
Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V Bem Aventurados os Aflitos, item 3, 1º parágrafo)
A depressão perdura por semanas, meses ou até anos, se não tratada convenientemente. Podendo dessa forma, perdurar por toda a encarnação e acompanhar o espírito desencarnado no seu retorno ao mundo espiritual, sendo possível, ainda, que o espírito desencarnado e com depressão retorne para uma nova experiência na Terra, trazendo consigo a enfermidade.
Nota-se, pois, que a depressão é um estado emocional que pode acompanhar o ser onde quer que ele se encontre, no corpo ou fora dele, podendo-se reencarnar com depressão após ter desencarnado neste estado.
As frequentes utilizações de drogas lícitas ou ilícitas podem contribuir de forma expressiva para o surgimento de um possível quadro depressivo, tais como:
  • Uso de substâncias Entorpecentes (maconha, cocaína, crack, etc.).
  • Uso de Bebidas Alcóolicas em demasia.
  • Uso contínuo do cigarro.
  1. Perfil Comportamental do Depressivo:
Alguns dos primeiros sinais de um quadro depressivo são:
  • Aparência triste e abatida.
  • Os movimentos se tornam mais lentos, diminui a gesticulação que acompanha a fala e o andar.
  • Preocupação constante com doenças físicas.
  • Perda ou ganho significativo de peso, fora de períodos de dieta. Ou ainda, aumento ou diminuição de apetite, quase todos os dias. Frise-se, porém, que portadores de graves enfermidades poderão perder peso sem que estejam com depressão, o mesmo podendo ocorrer com as crianças que, em determinados períodos, apresentam alguma incapacidade de aumentar o peso.
  • O deprimido não reconhece que está deprimido.
  • A pessoa não tem capacidade de recuperar sozinha as atividades normais, daí a importância do apoio e da compreensão da família, dos amigos, do apoio do profissional especializado, do Centro Espírita e de outras Instituições mais.
  • Insônia ou hipersônia; dificuldade grande para dormir, ou o oposto: excesso de sono, quase todos os dias.
  • Sensações de desvalorização ou culpa excessiva ou inadequada, exagerada. A pessoa se sente sem valia alguma, e passa a nutrir este tipo de sentimento.
  • Vontade de morrer (pensamento de morte). Ou , ainda, pensamento em torno do suicídio, idéias suicidas recorrentes (que surgem, que desaparecem e que ressurgem na mente da pessoa).
  • Tentativa de suicídio também serve para identificar o depressivo.
  • Produz perturbações do comportamento.
  • Leva o ser a reações impertinentes.
  • Causa insucessos afetivos, financeiros e sociais.
  • Compromete de forma severa a auto-estima, com o que a criatura se sente desvalorizada e se autodestrói pela conduta mórbida.
  • Arrasta a criatura à auto-obsessão, esta, a seu turno, pode dar causa à obsessão.   Espíritos perturbados, vingativos ou necessitados de variada procedência, podem se homiziar nos campos psíquicos do ser, abalado pelas próprias descargas mentais perniciosas.
  • Pode produzir loucura; loucura esta que muitas vezes principia na aflição mal suportada, quando a pessoa se deixa consumir pela queixa, pela rebeldia sistemática, culminando por desgastar-se no comportamento psíquico.
  1. Sintomas da Depressão
Sintomas Emocionais: Tristeza, perda de interesse, ansiedade, angústia, desesperança, estresse, culpa, ideação suicida.
Sintomas Físicos: Baixa energia, alterações no sono, dores inexplicáveis pelo corpo (sem causa clínica definida), dor de cabeça, dor no estômago, alterações no apetite, alterações gastrointestinais, alterações psicomotoras, entre outras.
A depressão, muitas vezes, se manifesta emocionalmente e fisicamente no paciente, causando diversas dores e incômodos. Para estes quadros, existem tratamentos que combatem ao mesmo tempo essas duas classes de sintomas, com perfil de tolerabilidade, aspecto importante para uma medicação que geralmente necessita ser utilizada por períodos longos.
  1. Principais Causas
A depressão está frequentemente associada a dois sentimentos básicos: a tristeza e a culpa degenerada em remorso.
Outro fator que está determinando esta incidência alarmante de depressão nos nossos dias é o isolamento, a insegurança e o medo que estão acometendo as pessoas na sociedade contemporânea.
Absorvido pelos valores imperantes como o consumismo, a busca do prazer imediato, a competitividade, a necessidade de não perder, de ser o melhor, de não falhar, o homem está de afastando de si e de sua natureza. Adota então uma “máscara”, que utiliza para representar um “papel” na sociedade. E, nesta vivência neurotizante, ele deixa de desenvolver sua potencialidades, não se abre, nem expõe suas emoções, pois estas demonstram que de fato ele é. Enclausurado, fechado nesta carapaça de orgulho e egoísmo, ele se isola e se sente sozinho. Solidão, não no sentido de estar só, mas de se sentir só. Mais do que se sentir só é a insatisfação da pessoa com a vida e consigo mesma.
Um indivíduo quando perde a capacidade de se amar, quando a autoestima está debilitada, passa a ter dificuldade de amar o semelhante, pois o sentimento de amor, de generosidade para com o próximo, é um sentir de dentro para fora. Este sentimento de amor ao próximo, nada mais é do que uma extensão do nosso amor, da nossa sintonia com o Deus interior que nós temos em nós. A pessoa que tem dificuldade nesta composição de amar a si e, por consequência, amar o próximo, deixa de receber o amor e a simpatia do outro, e não consegue entra em sintonia com a fonte sublime inesgotável do Amor Divino. Nós limitamos aquilo que recebemos de Deus, na medida do quanto doamos ao próximo. Quem ama muito, muito recebe. Quem pouco ama, pouco recebe. Esse afastamento de si, e por conseguinte de Deus, gera a tristeza, o vazio, a depressão e a doença.
  1. Surgimento de Outras Doenças
Quando o organismo é continuamente sobrecarregado por tensões, a reação de estresse será seguida por depressão na esfera psíquica e na física por queda da resistência imunológica, dando origem à invasão microbiana, virótica, ou mesmo, ao acometimento de doenças auto-imunes, onde o organismo passa a atacar a si próprio.
Isso nos torna diretamente responsáveis pelo nosso próprio bem-estar. Alimentação inadequada (provocando azia, gastrite, diarréia, prisão de ventre, etc), atividades físicas desequilibradas, repouso insuficiente, cigarro e bebida, são todos estressores potenciais, segundo dados de pesquisas recentes, que também relacionam o binômio estresse-obesidade. O estudo do perispírito colabora para explicar como a inadequada atuação sobre a matéria biológica afeta a saúde da mente e do espírito e vice-versa.
A Psicologia, o Espiritismo e a ciência, como um todo, mostram que a solução se encontra na transformação de nós mesmos, em todos os níveis, inclusive no ético-moral. Há a necessidade de determinação vital para a modificação de hábitos, acrescentando vida aos nossos dias. A chamada Reforma Íntima deve se fazer acompanhar por um processo contínuo de Autoconhecimento (ver questão 919, em O Livro dos Espíritos). Quando uma pessoa não conseguir isso sozinha, ela não deve deixar de procurar a ajuda de amigos e parentes, de um terapeuta especialista, e de Deus.
  1. Contribuição do Espiritismo no Combate da Depressão:
O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. E procura mostrar através da sua vasta literatura, o que somos, de onde viemos, para onde iremos, destinação da Terra e características de um mundo de provas e expiações.
A depressão é uma doença tão antiga quanto o homem. Se percorrermos as páginas da história encontraremos, em todas as épocas, irmãos nossos apresentando um comportamento típico dos depressivos.
À luz da reencarnação, nós poderemos ser os depressivos da história, ora mergulhados em um novo corpo, para uma nova experiência, em busca da libertação definitiva, como, aliás, consta expressamente da questão 132 de O Livro dos Espíritos.
Através da Doutrina Espírita tem-se a certeza de que as Leis de Justiça e de Causa e Efeito acompanham a criatura no corpo e fora dele, nesta e nas próximas encarnações; que a morte não elimina de imediato os problemas não superados enquanto no corpo, e que é a alma – muito especialmente – quem se apresentará depressiva ou não.

Os Espíritos, aqueles que verdadeira e sabiamente nos amam e se devotam a nosso favor (portanto, os Bons), acompanham-nos, assistem-nos e nos fortalecem para o êxito imprescindível.
  1. Tratamento:
A depressão é um sintoma que nos diz que não estamos nos amando como deveríamos.
O tratamento médico na área da Psiquiatria, Psicologia e outras Especialidades Médicas, de acordo com o grau e intensidade da própria doença, são de extrema importância para o reequilíbrio do corpo humano.
A Depressão poderá ser combatida através de pequenos e ao mesmo tempo, importante gestos e atitudes, tais como:
  • Relacionar mentalmente as nossas conquistas e os nossos momentos de felicidade.
  • Ocupar-se com atividade física.
  • Substituir a autocomiseração por vibrações pelos que sofrem
  • Criar idéias novas.
  • Orações e Leituras edificantes e consoladoras.
  • Não ficar só. Procurar pessoas equilibradas e amigas, para trocar idéias ou obter conselhos.
  • Procurar um templo religioso para receber esclarecimentos.
  • Ter em mente que ‘isto também passa’.
  • Ter em mente que todos temos um anjo guardião que vela por nós, desde que nascemos e que Deus nunca nos abandona.
  • Procurar psicólogo ou médico de boa formação para tratamento psicológico ou medicamentoso, sem descuidar da parte espiritual.
A própria Doutrina Espírita, procura nos mostrar que o caminho para sairmos da Depressão é preencher este vazio com a recuperação da autoestima e do amor em todos os sentidos. Primeiro, procurando nos conhecer e nos analisar, com o intuito de nos descobrirmos, sem nos julgarmos, sem nos punirmos ou nos culparmos. E depois, nos aceitarmos como somos, com todas as nossas limitações, mas sabendo que temos toda potencialidade divina dentro de nós, esperando para desabrochar como sementes de luz. Isto nada mais é do que desenvolver a fé em si e no criador, sentimento este que transforma e que nos liga diretamente a Deus.
Centro Espírita João Batista – Itaboraí – RJ
Expositora: Rosane Merat

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