sábado, 28 de fevereiro de 2015

A PRECE

O Espiritismo fala sobre a utilidade da prece, não por espírito de sistema, mas porque a observação permitiu constatar a sua eficácia e o seu modo de ação.

A prece é uma necessidade universal, independente das seitas e das nacionalidades. Pela prece o homem sente-se mais forte, em estando triste, sente-se consolado. Tirar a prece é privar o homem de seu mais poderoso sustento moral na adversidade. Pela prece ele eleva sua alma, entra em comunhão com Deus, identifica-se com o mundo espiritual, desmaterializa-se, condição essencial de sua felicidade futura. Sem a prece, seus pensamentos permanecem sobre a Terra e, se prendem unicamente, às coisas materiais, não promovendo assim, o seu adiantamento espiritual.

A prece é um pensamento, um laço que nos liga Deus ou com os Espíritos. Pode ser um apelo, uma invocação (1) ou uma verdadeira evocação (2). Para que a prece seja útil tem que ser sempre um pensamento benevolente, só assim, ela será agradável para aqueles que lhe é dirigida.

Com relação à Deus, a prece é um ato de adoração, de humildade e de submissão ao qual não se pode recusar sem desconhecer o poder e a bondade do Criador, sendo assim, orar a Deus

·        É pensar NELE
·        É aproximar-se DELE,
·        É pôr-se em comunicação com ELE.

Pela prece dirigida à Deus podemos fazer três coisas: louvar, pedir e agradecer.

A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração,

A intenção é tudo. A sinceridade e a humildade são as chaves. 

Pela prece podemos elevar a alma, entrar em comunhão com Deus, nos identificar com o mundo espiritual, e sair pelo pensamento (3) do mundo material agitado, emancipando nossa alma para buscar ânimo e disposição para prosseguir adiante na vida, cujo compromissos assumidos, temos que cumprir.

A prece nos torna melhores quando oramos com disposição e confiança, fazendo-nos mais forte contra as tentações que poderão nos trazer situações desagradáveis ou diante das dificuldades da vida onde a prece pode nos oferecer a calma e a serenidade necessárias para as enfrentarmos.

Muita vezes costumamos orar como se fosse um ritual, mas o rito é uma forma, enquanto a prece espontânea, aquela que sai naturalmente do fundo do coração não tem rito, é um diálogo sincero, que flui de forma natural, com Deus ou com aquele a quem desejamos nos dirigir.

Quando oramos a Deus com disposição e confiança, com boa intenção e sinceridade Ele nos envia bons Espíritos para nos assistir. É um socorro jamais recusado, quando Lhe pedimos com sinceridade.

O essencial não é orar muito, mas orar bem,  pois não é pela multiplicidade das palavras que seremos ouvido, mas pela sinceridade com que fazemos a prece.

A prece não oculta nossas faltas. Quando pedimos a Deus o perdão de nossas faltas só o obteremos se mudarmos nossa conduta para melhor. Para isso, é necessário o estudo de nós mesmos (autoconhecimento), precisamos nos conhecer para melhorarmos naqueles pontos em que estamos errando (4). Só assim poderemos fazer jus ao perdão divino.

Com relação aos Espíritos, que não são outros senão as almas daqueles que passaram para o outro lado da vida, pode ser de um ente querido, seja um familiar ou um amigo, de alguém necessitado, não importa para quem desejamos orar, a prece é uma identificação de pensamentos, um testemunho de simpatia; repeli-la, é repelir a lembrança dos seres que nos são caros, porque essa lembrança simpática e benevolente é em si mesma uma prece.  Aliás, sabe-se que aqueles que sofrem a reclamam com instância como um alívio, recusá-la é como recusar o copo d'água a alguém que tem sede.

Vale dizer, que as boas ações são as melhores preces, elas valem muito mais do que palavras. Sendo assim, é muito útil orar pelos outros agindo com vontade (5) de fazer o bem. Com isso, pela prece, atraímos bons Espíritos que se associam ao bem que desejamos fazer.

Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea (6). A prece por outros é um ato dessa vontade. Se for ardente e sincera, pode chamar os bons Espíritos em auxílio daquele por quem pedimos, a fim de lhe sugerirem bons pensamentos e lhe darem a força necessária para o corpo e a alma. Mas ainda nesse caso a prece do coração é tudo e a dos lábios não é nada.

Além da ação puramente moral, o Espiritismo nos mostra, na prece, um efeito salutar, resultante da transmissão fluídica (7), seja nos sofrimentos morais ou nas doenças físicas, a eficácia, pode ser constatada pela experiência. Rejeitar a prece é, pois, privar-se de um poderoso auxiliar para o alívio dos males corpóreos.

As preces que fazemos por nós mesmos, para aliviar nossas provas, é uma necessidade e na maioria das vezes um impulso natural, mas temos que ter consciência que Deus não modifica a natureza das nossas provas e nem desvia-lhes o curso, pois essas provas são necessárias para o progresso do espírito e devem ser suportadas até o fim, mas Deus leva sempre em conta a resignação. A prece atrai os bons Espíritos, que nos darão a força de as suportar com coragem. Então receberemos a força para que as administremos com resignação (8) e mais disposição. Vale dizer que a prece nunca é inútil, quando bem feita, porque nos oferece a força, o que é um grande resultado.

Deus, não muda a ordem da Natureza ao sabor de cada um, porque aquilo que é um grande mal, do nosso ponto de vista mesquinho, para a nossa vida efêmera, muitas vezes é um grande bem na ordem geral do Universo (9). Além disso, de quantos males não fomos o próprio autor, por nossa imprevidência cometemos essas faltas! Somos afetados pelo que cometemos de errado em relação a Lei Universal. Ajuda-te a ti mesmo e o céu te ajudará (10), é o que aprendemos um dia. Solicitando à Deus, pela prece, remissão de nossas faltas, sob promessa de empregarmos os esforços necessários em não contrair outras. Com que direito poderemos, pela prece, reclamar a indulgência se não aplicarmos esforços para dominar nossas más tendências.

Nossos pedidos, quando justos, geralmente são ouvidos, mais do que podemos imaginar. Pensamos que Deus não nos ouviu, porque não fez um milagre espetaculoso em nosso favor, entretanto, Ele nos assiste por meios tão naturais que nos parecem o efeito do acaso ou da força das coisas. Muito freqüentemente, Ele, através de seus mensageiros, nos suscita o pensamento necessário para sairmos por nós mesmos do embaraço em que nos colocamos.

Não é inútil orar pelos mortos e pelos Espíritos sofredores, pois se a prece não pode ter o efeito de mudar os desígnios de Deus, mas a alma pela qual se ora experimenta alívio, porque é um testemunho de interesse que se lhe dá e porque o infeliz é sempre consolado, quando encontra almas caridosas que compartilham as suas dores. De outro lado, pela prece provoca-se o arrependimento, desperta-se o desejo de fazer o necessário para se tornar feliz. É nesse sentido que se pode abreviar o seu sofrimento, se do seu lado ele contribui e aceita a prece de boa vontade. Esse desejo de melhora, excitado pela prece, atrai para o Espírito sofredor, Espíritos melhores, que vêm esclarecê-lo, consolá-lo e dar-lhe esperanças. Jesus orava pelas ovelhas transviadas. Com isso nos mostrava que seremos responsabilizados se nada fizermos pelos que mais necessitam.

O Cristo disse aos homens: amai-vos uns aos outros. Essa recomendação implica também a de empregar todos os meios possíveis de testemunhar afeição aos outros, sem entrar, entretanto, em nenhum detalhe sobre a maneira de atingir o objetivo. Se é verdade que nada pode desviar o Criador de aplicar a justiça, que é inerente a Ele mesmo, a todas as ações do Espírito, não é menos verdade que a prece que dirigimos em favor daquele que nos inspira afeição, é para este um testemunho de recordação que não pode deixar de contribuir para aliviar os seus sofrimentos e o consolar. Desde que ele revele o mais leve arrependimento, e somente então, será socorrido: mas isso não o deixará jamais esquecer que uma alma simpática se ocupou dele e lhe dará a doce crença de que essa intercessão lhe foi útil. Resultando de sua parte, um sentimento de afeição por aquele que lhe deu essa prova de interesse e de piedade.

Podemos orar aos bons Espíritos, como sendo os mensageiros de Deus e os executores de seus desígnios, mas o seu poder está na razão da sua superioridade e decorre sempre do Senhor de todas as coisas, sem cuja permissão nada se faz; eis porque as preces que lhes dirigimos só são eficazes se forem agradáveis a Deus.

* * *

(1) Invocação (do lat.  in, em, e vocare, chamar) Invocar é chamar a si ou em seu socorro um poder superior ou sobrenatural. Invoca-se Deus pela prece. Toda prece é uma invocação. A invocação está no pensamento. Na invocação o ser ao qual nos dirigimos nos ouve. Geralmente, a invocação é dirigida aos seres que supomos bastante elevados para nos assistir.

A prece é uma invocação e, em certos casos, uma evocação, pela qual chamamos a nós tal ou tal Espírito.  Quando é dirigida a Deus, ele nos envia seus mensageiros, os Bons Espíritos. A prece não pode revogar os decretos da Providência; mas por ela os bons Espíritos podem vir em nosso auxílio, quer para dar-nos a força moral que nos falta, quer para sugerir-nos os pensamentos necessários; daí vem o alívio que experimentamos quando oramos com fervor.  Daí vem também o alívio que experimentam os Espíritos sofredores quando oramos por eles; eles mesmos pedem essas preces sob a forma que lhes é familiar e que está mais em relação com as idéias que conservaram de sua existência corporal; mas a razão, de acordo nisto com os Espíritos, nos diz que a prece dos lábios é uma fórmula vã quando dela o coração não toma parte. (Allan Kardec no vocabulário da obra Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas.)

(2) Evocação (do lat.  vocare e e ou ex, de, fora de) – Evocar é chamar, fazer vir a si, fazer aparecer por cerimônias mágicas, por encantamentos. Evocar almas, Espíritos, sombras. A evocação é um ato. Na evocação o ser ao qual nos dirigimos sai do lugar em que estava para vir a nós e manifestar sua presença. Os necromantes pretendiam evocar as almas dos mortos (acad.). Entre os antigos, evocar era fazer saírem as almas dos infernos para fazê-las vir aos viso. Evocam-se tanto os Espíritos inferiores como os superiores. Outrora a evocação era acompanhada de práticas místicas, ou porque os evocadores as julgassem necessárias ou, o que é mais provável, para se atribuírem o prestígio de um poder superior. “Moisés proibiu, sob pena de morte, evocar as almas dos mortos, prática sacrílega em uso entre os cananeus. O 22º capítulo do II Livro dos Reis fala da evocação da sombra de Samuel pela pitonisa”. Segundo os povos antigos, todas as almas evocadas ou eram errantes ou vinham dos infernos, que compreendiam, como se sabe, tanto os Campos Elíseos como o Tártaro; a essa idéia não se ligava nenhuma interpretação má. A arte das evocações, como se vê, remonta à mais alta antigüidade.  É encontrada em todas as épocas e em todos os povos. Hoje se sabe que o poder de evocar não é um privilégio, que ele pertence a toda gente e que as cerimônias mágicas, em geral, não passavam de um vão aparato. Essa crença cai à medida que se adquire um conhecimento mais aprofundado dos fatos; também é ela a menos espalhada entre todos os que crêem na realidade das manifestações espíritas: ela não poderia prevalecer diante da experiência e de um raciocínio isento de preconceitos. (Allan Kardec no vocabulário da obra Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas.)

(3) O pensamento é o atributo característico do ser espiritual; é ele que distingue o espírito da matéria: sem o pensamento, o espírito não seria espírito. (Allan Kardec - Revista Espírita, dezembro de 1868, Sessão Anual Comemorativa dos Mortos)

(4) Reconhece-se o verdadeiro espírita (ou homem de bem) pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. Allan Kardec in O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 4).

(5) A vontade não é atributo especial do espírito: é o pensamento chegado a um certo grau de energia; é o pensamento tornado força motriz. (Allan Kardec - Revista Espírita, dezembro de 1868, Sessão Anual Comemorativa dos Mortos)

(6) “O Espiritismo nos faz compreender a ação da prece, ao explicar a forma de transmissão do pensamento, seja quando o ser a quem oramos atende ao nosso apelo, seja quando o nosso pensamento eleva-se a ele. Para se compreender o que ocorre nesse caso, é necessário imaginar todos os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no fluido universal que preenche o espaço, assim como na terra estamos envolvidos pela atmosfera. Esse fluido é impulsionado pela vontade, pois é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, enquanto as do fluido universal se ampliam ao infinito. Quando, pois, o pensamento se dirige para algum ser, na terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um a outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som.

A energia da corrente guarda proporção com a do pensamento e da vontade. É assim que os Espíritos ouvem a prece que lhes é dirigida, qualquer que seja o lugar onde se encontrem, assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem suas inspirações, e que as relações se estabelecem à distância entre os próprios encarnados”. (Allan Kardec in O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVII, item 10)

(7) O fluido vital é o mesmo que o fluido elétrico animalizado, designado, também, sob os nomes de fluido magnético, fluido nervoso, etc.

A quantidade de fluido vital não é fator absoluto para todos os seres orgânicos; varia segundo as espécies e, não é fator constante, seja no mesmo indivíduo, seja nos indivíduos da mesma espécie. Existem alguns que são, por assim dizer, saturados, enquanto outros dispõem apenas de uma quantidade suficiente; daí, para alguns, a vida é mais ativa, mais vibrante e, de certo modo superabundante.

A quantidade de fluido vital se esgota; pode a vir a ser insuficiente para manter a vida, se não renovado pela absorção e a assimilação das substâncias que o contém.

O fluido vital se transmite de um indivíduo para o outro. Aquele que tem o bastante, pode dá-lo aquele que tem pouco e, em certos casos restabelecer a vida prestes a se apagar. (Allan Kardec na Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita (O Livro dos Espíritos)  e em nota referindo-se as questões de 68 a 70.)

(8) Não devemos ver a resignação como uma atitude passiva em qualquer situação de dificuldade ou sofrimento, e sim como um desafio a resolver, ou seja, não devemos ficar lamentando, reclamando ou revoltar-se com a situação, mas sempre procurar uma solução para resolve-la. Isto nos leva a conclusão que devemos estar sempre lutando, pois assim exige a Lei do Progresso para atingirmos a meta da perfeição. (E. M.)

(9) Espinosa dizia que "Deus age segundo unicamente as leis de sua natureza, sem ser constrangido por ninguém" (Proposição XVII da "Ética), e afirmava a impossibilidade do milagre, por ser uma violação das leis de Deus. Também no tocante aos males individuais, alegava que eles não existiam na ordem geral do Universo. (Nota do J. Herculano Pires.)

(10) Ajuda-te e o céu te ajudará. É o princípio da lei do trabalho, e por conseguinte, da lei do progresso. Porque o progresso é o produto do trabalho, desde que é este que põe em ação as forças da inteligência. (Allan Kardec in O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXV, item 2).

Outras fontes usadas no texto:
Allan Kardec - Revista Espírita, janeiro de 1866, Considerações sobre a Prece no Espiritismo.
Allan Kardec - Revista Espírita, dezembro de 1859, Efeitos da Prece.
Allan Kardec - Revista Espírita, dezembro de 1868, Sessão Anual Comemorativa dos Mortos
Allan Kardec - O Livro dos Espíritos (Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita e em nota referindo-se as questões de 68 a 70.)
Allan Kardec - Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, Vocabulário.
Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 4.
Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVII, item 10.


Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXV, item 2

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS SOBRE OS ACONTECIMENTOS DA VIDA

s Espíritos exercem influência sobre os acontecimentos da vida, uma vez que nos aconselham. Normalmente, eles exercem essa influência pelo pensamento que nos sugerem. Têm também uma ação direta sobre a realização das coisas, mas nunca agem fora das leis da natureza.

Imaginamos erroneamente que a ação dos Espíritos deva manifestar-se somente por fenômenos extraordinários. Desejaríamos que nos viessem ajudar por milagres e nós os representamos sempre armados de uma varinha mágica. Mas não é assim; e porque sua intervenção nos é oculta, o que fazemos, embora com a sua cooperação, nos parece muito natural. Assim, por exemplo, provocarão a reunião de duas pessoas que parecerão se reencontrar por acaso; inspirarão a alguém o pensamento de passar por determinado lugar; chamarão sua atenção sobre certo ponto, com vistas a determinado resultado, de tal modo que o homem, acreditando seguir somente um impulso próprio, conserve sempre seu livre-arbítrio.

É certo que os Espíritos têm uma ação sobre a matéria, mas para o cumprimento das leis naturais, e não para anulá-las. Fazer surgir num certo momento um acontecimento inesperado seria contrário a essas leis. Por exemplo, uma escada se quebra porque estava gasta e fraca ou não era suficientemente forte para suportar o peso do homem. Se por expiação um homem tivesse que morrer através desse tipo de acidente, os Espíritos lhe inspirariam o pensamento de subir nessa escada, que, por ser velha, se quebraria com seu peso, e sua morte teria lugar por efeito natural, sem que fosse necessário fazer um milagre, isto é, anulando uma lei natural de fazer quebrar uma escada boa e forte.

Tomemos um outro exemplo em que o estado natural da matéria não seja importante. Um homem deve morrer fulminado por um raio; ele se refugia sob uma árvore, o raio brilha, explode e o mata. É ainda a mesma coisa. O raio atingiu a árvore nesse momento porque estava nas leis da natureza que fosse assim; não foi dirigido para a árvore porque o homem estava debaixo dela. Ao homem, sim, foi lhe inspirado o pensamento de se refugiar debaixo da árvore em que o raio deveria cair, porém a árvore seria atingida, estivesse o homem debaixo dela ou não.

Ainda um outro exemplo: Um homem mal-intencionado dispara uma arma contra outro, a bala passa de raspão e não o atinge. Um Espírito benevolente pode tê-la desviado? Ora, se o indivíduo não deve ser atingido, o Espírito benevolente lhe inspirará o pensamento de se desviar ou poderá dificultar a pontaria do seu inimigo de modo a fazê-lo enxergar mal. Mas a bala, uma vez disparada, segue a direção que deve percorrer.

Os contos sobre os projéteis de algumas armas encantadas que atingem fatalmente um alvo são pura imaginação; o homem adora o maravilhoso e não se contenta com as maravilhas da Natureza.

Mesmo que os Espíritos que dirigem os acontecimentos da vida possam ser contrariados por outros espíritos que desejam o contrário não há neles nenhuma autoridade para isso, pois o que Deus quer deve acontecer; se há um atraso ou um impedimento, é por Sua vontade.

Os Espíritos levianos e zombeteiros podem desejar criar pequenos embaraços para atrapalhar nossos projetos e confundir nossas previsões, pois eles se satisfazem em causar aborrecimentos - que são provas para exercitar nossa paciência, mas se cansam quando não conseguem nada. Entretanto, não seria justo nem exato acusá-los de todas as nossas decepções, de que somos os primeiros responsáveis, pela nossa leviandade. Portanto, se a nossa baixela de louça se quebra, é antes pela nossa falta de cuidado do que por culpa dos Espíritos.

Os Espíritos que provocam essas inquietações podem agir por conseqüência de uma animosidade pessoal ou podem investir no primeiro que lhes estiver à frente, sem nenhum motivo determinado, unicamente por brincadeira ou malícia. Em ambos os casos, algumas vezes, podem ser inimigos que fizemos durante essa vida ou mesmo em uma outra, e que por isso nos perseguem; mas, outras vezes, não há motivos, a não ser para se divertirem.

As maldades dos que nos prejudicaram na Terra muitas vezes podem se extinguir com a morte, por reconhecerem sua injustiça e o mal que fizeram. No entanto,  continuam a nos perseguir com persistência, se estiver nos desígnios da Providência, para continuar a nos provar. Mas pode-se pôr um fim a isso se orarmos por eles e retribuirmos o mal com o bem, pois acabarão por compreender seus erros. Além disso, se nos colocarmos acima de suas maquinações, eles cessarão, vendo que nada ganham com isso.

A experiência demonstra que alguns Espíritos prosseguem sua vingança de uma existência a outra, e que assim expiam, cedo ou tarde, os males que se pode ter feito a alguém.

Os Espíritos não têm o poder de afastar inteiramente os males sobre nossas vidas e de nos atrair prosperidade, pois há males que estão nos desígnios da Providência, contudo podem amenizar nossas dores ao nos oferecer a paciência e a resignação. 

Devemos prestar atenção porque depende muitas vezes de nós afastar esses males ou pelo menos atenuá-los. Deus nos deu a inteligência para nos servirmos dela, e é principalmente por meio dela que os Espíritos vêm nos ajudar ao sugerir pensamentos benéficos; mas estes apenas assistem àqueles que sabem ajudar-se a si mesmos. É o sentido destas palavras: “Procurai e encontrareis, batei e se vos abrirá”.

Ainda: o que nos parece um mal nem sempre o é. Freqüentemente, do mal que nos aflige sairá um bem muito maior. É o que não compreendemos, enquanto pensarmos somente no momento presente ou em nós mesmos.

Os Espíritos podem nos fazer obter a riqueza, se para isso forem solicitados, mas algumas vezes isto ocorre como prova, pois, freqüentemente, recusam, como se recusa a uma criança a satisfação de um pedido absurdo. E os que atendem esses pedidos podem ser os bons ou os maus, dependendo da intenção. Geralmente são Espíritos que querem nos conduzir ao mal e que encontram um meio fácil de consegui-lo oferecendo-nos os prazeres que a riqueza proporciona, já que sabem das dificuldades de administrar essas posses.

Quando sentimos obstáculos fatais em oposição aos nossos projetos, algumas vezes pode ser influência de um Espírito, contudo, na maioria das vezes, é que escolhemos mal a elaboração e execução do projeto. A posição e o caráter influem muito. Ora, se insistimos num caminho que não é o nosso, não é devido aos Espíritos: é que na verdade somos nosso próprio mau gênio.

Quando alguma coisa feliz nos acontece, devemos agradecer a Deus, sem cuja permissão nada se faz; depois, aos bons Espíritos, que são seus agentes. Se não agradecermos, seremos ingratos.



Há, também, pessoas que não oram nem agradecem e para as quais tudo dá certo, mas é preciso ver o final, pois pagarão bem caro essa felicidade passageira que não merecem, já que, quanto mais tiverem recebido, mais contas deverão prestar.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

EXPIAÇÃO E ARREPENDIMENTO

O arrependimento se dá no estado espiritual, mas, também pode ocorrer no estado corporal, quando bem se compreende a diferença entre o bem e o mal.

A conseqüência do arrependimento no estado espiritual é a do arrependido desejar uma nova encarnação para se purificar. O Espírito compreende as imperfeições que o privam de ser feliz e por isso aspira a uma nova existência em que possa expiar suas faltas. (332-975)

332. O Espírito pode abreviar ou retardar o momento da reencarnação?
R: — Pode abreviá-lo, solicitando-o por suas preces e pode também retardá-lo, se recuar ante a prova. Porque entre os Espíritos há também indiferentes e poltrões; mas não o faz impunemente pois sofre com isso, como aquele que recusa o remédio que o pode curar.

975. Os Espíritos inferiores compreendem a felicidade do justo?
R: — Sim, e é isso o que os tortura, pois compreendem que estão privados dela por sua própria culpa. É por isso que o Espírito liberto da matéria aspira a uma nova existência corpórea, pois poderá abreviar, se for bem empregada, a duração desse suplício. É então que escolhe as provas que poderão expiar suas culpas. Porque, ficai sabendo, o Espírito sofre por todo o mal que fez ou do qual foi causador involuntário, por todo o bem que, tendo podido fazer, não o fez, e por todo o mal que resultar do bem que deixou de fazer. O Espírito errante não está mais envolvido pelo véu da matéria: é como se tivesse saído de um nevoeiro e vê o que o distancia da felicidade; então sofre ainda mais, porque compreende quanto é culpado. Para ele não existe mais a ilusão: vê a realidade das coisas.

O arrependimento no estado corporal produz a conseqüência de fazer que, já na vida atual, o Espírito progrida, se tiver tempo de reparar suas faltas. Quando a consciência o exprobra e lhe mostra uma imperfeição, o homem pode sempre melhorar-se.

Há homens que só têm o instinto do mal e parecem inacessíveis ao arrependimento, porém, todo Espírito tem que progredir incessantemente. Aquele que, nesta vida, só tem o instinto do mal, terá noutra o do bem e é para isso que renasce muitas vezes,  pois preciso é que todos progridam e atinjam a meta. A diferença está somente em que uns gastam mais tempo do que outros, porque assim o querem. Aquele, que só tem o instinto do bem, já se purificou, visto que talvez tenha tido o do mal em anterior existência.” (804)

804. Por que não outorgou Deus as mesmas aptidões a todos os homens?
“Deus criou iguais todos os Espíritos, mas cada um destes vive há mais ou menos tempo, e, conseguintemente, tem feito maior ou menor soma de aquisições. A diferença entre eles está na diversidade dos graus da experiência alcançada e da vontade com que obram, vontade que é o livre-arbítrio. Daí o se aperfeiçoarem uns mais rapidamente do que outros, o que lhes dá aptidões diversas. Necessária é a variedade das aptidões, a fim de que cada um possa concorrer para a execução dos desígnios da Providência, no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais. O que um não faz, fá-lo outro. Assim é que cada qual tem seu papel útil a desempenhar. Demais, sendo solidários entre si todos os mundos, necessário se torna que os habitantes dos mundos superiores, que, na sua maioria, foram criados antes do vosso, venham habitá-lo, para vos dar o exemplo.” (361)

361. Qual a origem das qualidades morais, boas ou más, do homem?
“São as do Espírito nele encarnado. Quanto mais puro é esse Espírito, tanto mais propenso ao bem é o homem.” 

361a. Seguir-se-á daí que o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito e o homem vicioso a de um Espírito mau?
“Sim, mas, dize antes que o homem vicioso é a encarnação de um Espírito imperfeito, pois, do contrário, poderias fazer crer na existência de Espíritos sempre maus, a que chamais demônios.”

O homem perverso, que não reconheceu suas faltas durante a vida, sempre as reconhece depois da morte, então, mais sofre, porque sente em si todo o mal que praticou, ou de que foi voluntariamente causa. Contudo, o arrependimento nem sempre é imediato. Há Espíritos que se obstinam em permanecer no mau caminho, não obstante os sofrimentos por que passam. Porém, cedo ou tarde, reconhecerão errada a senda que tomaram e o arrependimento virá. Para esclarecê-los trabalham os bons Espíritos e também vós podeis trabalhar.

Haverá Espíritos que, sem serem maus, se conservam indiferentes à sua sorte, aliás, há Espíritos que de coisa alguma útil se ocupam. Estão na expectativa. Mas, nesse caso, sofrem proporcionalmente. Devendo em tudo haver progresso, neles o progresso se manifesta pela dor. Esses Espíritos, desejam sem dúvida, abreviar seus sofrimentos, mas falta-lhes energia bastante para quererem o que os pode aliviar. Quantos indivíduos se contam, entre nós, que preferem morrer de miséria a trabalhar?

Os Espíritos vêem o mal que lhes resulta de suas imperfeições, contudo há os que agravam suas situações e prolongam o estado de inferioridade em que se encontram, fazendo o mal como Espíritos, afastando do bom caminho os homens, estes são os de arrependimento tardio e assim procedem, mas,  também,  pode acontecer que, depois de se haver arrependido, o Espírito se deixe arrastar de novo para o caminho do mal, por outros Espíritos ainda mais atrasados. (971)

971. É sempre boa a influência que os Espíritos exercem uns sobre os outros?
“Sempre boa, está claro, da parte dos bons Espíritos. Os Espíritos perversos, esses procuram desviar da senda do bem e do arrependimento os que lhes parecem suscetíveis de se deixarem levar e que são, muitas vezes, os que eles mesmos arrastaram ao mal durante a vida terrena.”

971a.  Assim, a morte não nos livra da tentação?
“Não, mas a ação dos maus Espíritos é sempre menor sobre os outros Espíritos do que sobre os homens, porque lhes falta o auxílio das paixões materiais.”

Vêem-se Espíritos, de notória inferioridade, acessíveis aos bons sentimentos e sensíveis às preces que por eles se fazem. Contudo existem outros Espíritos, que os supomos mais esclarecidos, revelarem um endurecimento e um cinismo, dos quais coisa alguma consegue triunfar, mas a prece só tem efeito sobre o Espírito que se arrepende. Com relação aos que, impelidos pelo orgulho, se revoltam contra Deus e persistem nos seus desvarios, chegando mesmo a exagerá-los, como o fazem alguns desgraçados Espíritos, a prece nada pode e nada poderá, senão no dia em que um clarão de arrependimento se produza neles.” (664)

664. Será útil que oremos pelos mortos e pelos Espíritos sofredores? E, neste caso, como lhes podem as nossas preces proporcionar alívio e abreviar os sofrimentos? Têm elas o poder de abrandar a justiça de Deus?
“A prece não pode ter por efeito mudar os desígnios de Deus, mas a alma por quem se ora experimenta alívio, porque recebe assim um testemunho do interesse que inspira àquele que por ela pede e também porque o desgraçado sente sempre um refrigério, quando encontra almas caridosas que se compadecem de suas dores. Por outro lado, mediante a prece, aquele que ora concita o desgraçado ao arrependimento e ao desejo de fazer o que é necessário para ser feliz. Neste sentido é que se lhe pode abreviar a pena, se, por sua parte, ele secunda a prece com a boa-vontade. O desejo de melhorar-se, despertado pela prece, atrai para junto do Espírito sofredor Espíritos melhores, que o vão esclarecer, consolar e dar-lhe esperanças. Jesus orava pelas ovelhas desgarradas, mostrando-vos, desse modo, que culpados vos tornaríeis, se não fizésseis o mesmo pelos que mais necessitam das vossas preces.”

Nota de Allan Kardec: Não se deve perder de vista que o Espírito não se transforma subitamente, após a morte do corpo. Se viveu vida condenável, é porque era imperfeito. Ora, a morte não o torna imediatamente perfeito. Pode, pois, persistir em seus erros, em suas falsas opiniões, em seus preconceitos, até que se haja esclarecido pelo estudo, pela reflexão e pelo sofrimento.

A expiação se cumpre durante a existência corporal, mediante as provas a que o Espírito se acha submetido e, na vida espiritual, pelos sofrimentos morais, inerentes ao estado de inferioridade do Espírito.

Não basta o arrependimento durante a vida para que as faltas do Espírito se apaguem e ele ache graça diante de Deus, o arrependimento concorre para a melhoria do Espírito, mas ele tem que expiar o seu passado.

Se, diante disto, um criminoso disser que, cumprindo-lhe, em todo caso, expiar o seu passado, nenhuma necessidade tem de se arrepender, resulta tornar-se mais longa e mais penosa a sua expiação, desde que ele esteja obstinado no mal.

Já desde esta vida poderemos ir resgatando as nossas faltas, reparando-as. Mas, não creiamos que as resgatemos mediante algumas privações pueris, ou distribuindo em esmolas o que possuirmos, depois que morrermos, quando de nada mais precisamos. Deus não dá valor a um arrependimento estéril, sempre fácil e que apenas custa o esforço de bater no peito. A perda de um dedo mínimo, quando se esteja prestando um serviço, apaga mais faltas do que o suplício da carne suportado durante anos, com objetivo exclusivamente pessoal. (726)

726. Visto que os sofrimentos deste mundo nos elevam, se os suportarmos devidamente, dar-se-á que também nos elevam os que nós mesmos nos criamos?
“Os sofrimentos naturais são os únicos que elevam, porque vêm de Deus. Os sofrimentos voluntários de nada servem, quando não concorrem para o bem de outrem. Supões que se adiantam no caminho do progresso os que abreviam a vida, mediante rigores sobre-humanos, como o fazem os bonzos, os faquires e alguns fanáticos de muitas seitas? Por que de preferência não trabalham pelo bem de seus semelhantes? Vistam o indigente; consolem o que chora; trabalhem pelo que está enfermo; sofram privações para alívio dos infelizes e então suas vidas serão úteis e, portanto, agradáveis a Deus. Sofrer alguém voluntariamente, apenas por seu próprio bem, é egoísmo; sofrer pelos outros é caridade: tais os preceitos do Cristo.”

Só por meio do bem se repara o mal e a reparação nenhum mérito apresenta, se não atinge o homem nem no seu orgulho, nem no seus interesses materiais.

De que serve, para sua justificação, que restitua, depois de morrer, os bens mal adquiridos, quando se lhe tornaram inúteis e deles tirou todo o proveito?

De que lhe serve privar-se de alguns gozos fúteis, de algumas superfluidades, se permanece integral o dano que causou a outrem?

De que lhe serve, finalmente, humilhar-se diante de Deus, se, perante os homens, conserva o seu orgulho? (720-721)

720. São meritórias aos olhos de Deus as privações voluntárias, com o objetivo de uma expiação igualmente voluntária?
“Fazei o bem aos vossos semelhantes e mais mérito tereis.”

720a. Haverá privações voluntárias que sejam meritórias?
“Há: a privação dos gozos inúteis, porque desprende da matéria o homem e lhe eleva a alma. Meritório é resistir à tentação que arrasta ao excesso ou ao gozo das coisas inúteis; é o homem tirar do que lhe é necessário para dar aos que carecem do bastante. Se a privação não passar de simulacro, será uma irrisão.”

721. É meritória, de qualquer ponto de vista, a vida de mortificações ascéticas que desde a mais remota antigüidade teve praticantes no seio de diversos povos?
“Procurai saber a quem ela aproveita e tereis a resposta. Se somente serve para quem a pratica e o impede de fazer o bem, é egoísmo, seja qual for o pretexto com que entendam de colori-la. Privar-se a si mesmo e trabalhar para os outros, tal a verdadeira mortificação, segundo a caridade cristã.”

Nenhum mérito, não é bem o termo, haverá em assegurarmos, para depois de nossa morte, emprego útil aos bens que possuímos, mas isso sempre é melhor do que nada. A desgraça, porém, é que aquele, que só depois de morto dá, é quase sempre mais egoísta do que generoso. Quer ter o fruto do bem, sem o trabalho de praticá-lo. Duplo proveito tira aquele que, em vida se priva de alguma coisa; o mérito do sacrifício e o prazer de ver felizes os que lhe devem a felicidade. Mas, lá está o egoísmo a dizer-lhe: O que dás tiras aos teus gozos; e, como o egoísmo fala mais alto do que o desinteresse e a caridade, o homem guarda o que possui, pretextando suas necessidades pessoais e as exigências da sua posição! Ah! Lastimai aquele que desconhece o prazer de dar; acha-se verdadeiramente privado de um dos mais puros e suaves gozos. Submetendo-o à prova da riqueza, tão escorregadia e perigosa para o seu futuro, houve Deus por bem conceder-lhe, como compensação, a ventura da generosidade, de já neste mundo pode gozar. (814)

814. Por que Deus a uns concedeu as riquezas e o poder, e a outros, a miséria?
“Para experimentá-los de modos diferentes. Além disso, como sabeis, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com freqüência.”

Aquele que, em artigo de morte, reconhece suas faltas, quando já não tem tempo de as reparar, o arrependimento lhe apressa a reabilitação, mas não o absolve. Diante dele se desdobra o futuro que jamais lhe é trancado para reparar as suas faltas.

171 - Em que se funda o dogma da reencarnação?
R. — Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento. Não te diz a razão que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não dependeu o melhorarem-se? Não são filhos de Deus todos os homens? Somente entre os homens egoístas é que se encontram a iniquidade, o ódio implacável e os castigos sem perdão.

Nota de Allan Kardec: Todos os Espíritos tendem à perfeição, e Deus lhes proporciona os meios de consegui-la com as provas da vida corpórea. Mas, na sua justiça, permiti-lhes realizar em novas existências, aquilo que não puderam fazer ou acabar numa primeira prova.

Não estaria de acordo com a eqüidade, nem segundo a bondade de Deus, castigar para sempre aqueles que encontraram obstáculos ao seu melhoramento, independentemente de sua vontade, no próprio meio em que foram colocados. Se a sorte do homem fosse irrevogavelmente fixada após a sua morte, Deus não os teria tratado com imparcialidade.

A doutrina da reencarnação, que consiste em admitir para o homem muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à idéia da justiça de Deus com respeito aos homens de condição moral inferior; a única que pode explicar o nosso futuro e fundamentar as nossas esperanças, pois oferece-nos o meio de resgatarmos os nossos erros através de novas provas. A razão assim nos diz, e é o que os espíritos nos ensinam.

homem que tem a consciência da sua inferioridade encontra na doutrina da reencarnação uma consoladora esperança. Se crê na justiça de Deus, não pode esperar que, por toda a eternidade, haja de ser igual aos que agiram melhor do que ele. O pensamento de que essa inferioridade não o deserdará para sempre do bem supremo, e de que ele poderá conquistá-lo através de novos esforços, o ampara e lhe reanima a coragem. Qual é aquele que, no fim da sua carreira, não lamenta ter adquirido demasiado tarde uma experiência que já não pode aproveitar? Pois esta experiência tardia não estará perdida: ele a aproveitará numa nova existência.

* * *


O “bom ladrão”

Um dos malfeitores suspensos à cruz o insultava, dizendo: “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós”. Mas o outro, tomando a palavra, o repreendia: “Nem sequer temes a Deus, estando na mesma condenação? Quanto a nós, é de justiça: estamos pagando por nossos atos; mas ele não fez nenhum mal”. E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu reino”. Ele respondeu: “Em verdade, eu te digo, hoje estará comigo no Paraíso”.
Lucas 23:39-43



ARREPENDIMENTO

Sentimento de pesar causado por violação de uma lei ou da conduta moral: resulta na livre aceitação do castigo e na disposição de evitar futuras violações. Essa é a definição da ética, e refere-se mais particularmente à lei e à moral humanas. Segundo a religião (sobretudo segundo o Cristianismo) é o sentimento de pesar que se apossa em virtude de falta cometida por atos, palavras ou pensamentos, os quais ela preferiria não ter praticado, dito ou concebido, e que a conduz ao propósito de mudar de atitude ou de comportamento e ao desejo de penitenciar-se. Na verdade, a simples disposição de evitar futuras violações, ou de penitenciar-se, cheio de unção e contrição, é de valor relativo. Válido sob todos os aspectos é o arrependimento que leva à reparação da falta cometida. Sentir-se pesaroso, bater o “mea culpa” e entregar-se a penitências pode ter, de fato tem um valor meramente subjetivo: ameniza a angústia do que errou. Mas o que realmente se espera é que este repare seu erro de modo objetivo: se por palavras ofendeu, busque o perdão do ofendido; se por atos causou dano ou destruiu, indenize o prejudicado, reconstrua o destruído ; se por pensamentos desejou o mal ou prevaricou, conscientize-se disso fundamente, reeduque-se, conheça-se a si mesmo e moralmente se transforme para viver em paz com a própria consciência.
Moderna Enciclopédia Brasileira



182 - O remorso é uma punição?
R: — O remorso é a força que prepara o arrependimento, como este é a energia que precede o esforço regenerador. Choque espiritual nas suas características profundas, o remorso é o interstício para a luz, através do qual recebe o homem a cooperação indireta de seus amigos do Invisível, a fim de retificar seus desvios e renovar seus valores morais, na jornada para Deus.

Emmanuel no livro “O Consolador”

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O Amor a Si Mesmo

Deus necessita transmitir a Sua força para continuar criando, mostrar o Seu Amor através de cada um de nós, mas não poderá fazê-lo se estivermos desanimados. A alegria e o amor próprio são indispensáveis.

Emmanuel, no livro "O Consolador", questão 119, respondendo a esta pergunta: Como devemos proceder para dilatar nossa capacidade espiritual?, disse: Ainda não encontramos uma fórmula mais elevada e mais bela que a do esforço próprio, dentro da humildade e do amor, no ambiente de trabalho e de lições da Terra, onde Jesus houve por bem instalar a nossa oficina de perfectibilidade para a futura elevação dos nossos destinos de espíritos imortais. 

Na questão 781 de "O Livro dos Espíritos" Allan Kardec pergunta aos Espíritos superiores se é permitido ao homem deter a marcha do progresso, e os Espíritos respondem que não, mas que podem entravá-la algumas vezes. Em LE na questão 888.a encontramos estas palavras ditadas por São Vicente de Paulo a Allan Kardec: "- Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, divina lei pela qual Deus governa os mundos". Em outro trecho desta mesma resposta: “... o Espírito, qualquer que seja o seu grau de adiantamento, sua situação de reencarnado ou na espiritualidade, está sempre colocado entre um superior que o guia e aperfeiçoa e um inferior perante o qual tem deveres iguais a cumprir".

No dicionário encontramos que o Amor é o sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa, ou que o Amor é o sentimento de dedicação absoluta de um ser ao outro.

A lei de Deus é sempre o amor. O amor é a luz e a força que envolve todo o Universo. O amor é o fluido que dá movimento a tudo, que dá ânimo, que dá vontade de viver, que dá ação a tudo o que existe, que dá alegria. E é esse o Amor de Deus, que caminha através dos Espíritos mais evoluídos até o ser mais rudimentar. (ver resposta à questão 540 de LE) Para que esse amor floresça em cada um de nós em sua essência plena, há que se trabalhar persistentemente, sem esmorecer.

André Luiz diz, ou melhor, o instrutor Alexandre é que diz no livro "Missionários da Luz", cap. 8 pág. 82, que: Toda elevação representa uma subida e toda subida pede esforço de ascensão.  Neste mesmo livro na página 156, cap. 12, vamos encontrar este outro dizer de Alexandre, "... um dos mais importantes problemas da felicidade humana é o da aproximação fraternal, do perdão recíproco, da semeadura do amor, através da lei reencarcionista".

Os Espíritos, através de "O Livro dos Espíritos", obra codificada por Allan Kardec, na questão 913 nos dizem que, dentre os vícios, aquele que podemos considerar como sendo o mais radical é o egoísmo. Dizem eles que do egoísmo deriva todo o mal. E afirmam de forma categórica que se nos estudarmos, e verificarmos em todos os vícios que porventura possamos ter, no fundo de todos existe o egoísmo.

Jesus nos disse: "Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste." (Mateus 5:48). Vamos encontrar algo semelhante no Antigo Testamento, em Deuteronômio 18:13: "Perfeito serás para com o Senhor teu Deus." Difícil para nós, seres humanos, é atingir a perfeição absoluta, alias, seria até muita pretensão, só que todos nós somos seres em evolução, ou seja, todos devemos caminhar na direção da perfeição, esse é o significado das palavras do Cristo, assim sendo, todo o esforço deve ser feito nesse sentido.

Como dissemos acima que o egoísmo é o vício mais radical, então, o esforço está em transformar este defeito em qualidade, ou seja, trabalhar para que ele se transforme em amor, pois todas as substâncias se transformam na evolução para mais alto.

Quando falamos em transformação, falamos em transformação moral, e quando falamos em transformação moral dizemos que se reconhece o homem de valor pela sua contínua renovação moral e pelos esforços que faz no sentido de anular suas inclinações negativas. Semelhante em "O Evangelho segundo o Espiritismo", cap. XVII, item 4, obra codificada por Allan Kardec - Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral. E pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações. - Não se trata de esforço físico, mas de firme contenção de espírito, de um empenho que não sofra excessiva solução de continuidade. "Excessiva", porque, na verdade, também não podemos estar "continuamente" empenhados na transformação de nós mesmos. Deve haver, isto sim, uma persistência de propósito, e a esta persistência chamamos esforço. Em outras palavras, não é bom sintoma abandonar uma atividade ou desviar a energia para um curso mais fácil de ação, ao primeiro sinal de dificuldade. A referência do esforço é nesse sentido: continuidade, persistência em face das dificuldades.

Em tudo há que se ter vontade, persistência, paciência e discernimento, pois a evolução requer usemos estas ferramentas. A sensatez é capaz de nos fazer reconhecer as próprias fraquezas e limitações, podendo assim nos auto-melhorarmos.

Na questão 919 de "O Livro dos Espíritos" vamos encontrar esta pergunta que fez o Espírito de Sto. Agostinho, respondida por ele mesmo: "Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, ao entrar no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, teria eu a temer o olhar de alguém?" Ao que nós vamos mostrar apenas um trecho da resposta de Sto. Agostinho: "Devemos examinar o que temos feito contra Deus, depois contra o próximo e por fim o que fizemos a nós mesmos. As respostas poderão ser tranqüilizadoras para a nossa consciência se estivermos agindo sensatamente, porém, poderão indicar um mal que deve ser reparado, deve ser transformado para melhor." Diz ele ainda que: "o conhecimento de si mesmo é a chave do progresso individual".

Imaginemos um indivíduo tentando atravessar o Canal da Mancha a nado sem considerar sua capacidade física. Cobrir uma distância tão extensa para um nadador profissional é algo quase normal. Entretanto, um indivíduo de bom senso vai analisar as condições da correnteza antes de pular na água. Depois de avaliar bem, e perceber que não se trata de um simples rio, tentará verificar se suas forças serão suficientes para vencer a força das águas que por ali passam, para chegar à outra margem. Se não tiver conhecimento da própria força, avaliar mal e tentar a travessia, poderá fracassar ou até mesmo morrer, como já aconteceu com muitos. Um homem poderá realizar tarefas inimagináveis se tiver vontade e determinação. Mas antes de empreender uma tarefa qualquer, deverá preparar-se adequadamente, como alguém que conhece as próprias limitações e tenta superá-las. O preparo físico, moral ou espiritual, para fazer frente aos obstáculos e desafios resulta de um profundo conhecimento de si mesmo. Assim, todos os dias ao deitar - conselho de Sto. Agostinho na questão 919 de "O Livro dos Espíritos" - "passe em revista todos os acontecimentos do dia, se descobrir falhas nesse inventário, ore a Deus para que lhe dê forças para se aperfeiçoar e, no dia seguinte faça de tudo para corrigir as falhas".

Reconhecer as próprias fraquezas é portanto uma qualidade fundamental para o homem sensato. É necessário conhecer os pontos fracos para fortalecê-los. Perceber onde se deve melhorar, avaliar os desafios concretamente e lutar para enfrentá-los adequadamente preparado. Por que muitos alunos fracassaram durante a vida escolar? Provavelmente estes alunos não se conheciam bem. Não tinham uma visão autêntica das próprias capacidades ou avaliaram-se erroneamente. Superestimar os próprios conhecimentos ou subestimar as dificuldades são erros que levam infalivelmente ao fracasso. O homem sensato não comete tal erro, pois, conhecendo a si mesmo, procura melhorar-se a tal ponto que os desafios e obstáculos são minimizados. Um halterofilista que deseje superar a marca dos 600 quilos acima dos ombros deverá ser capaz de levantar 610 quilos. O russo Vasili Alexeiev, em 1972, bateu o recorde erguendo halteres com 640 quilos. Ë assim que o homem sensato, no esporte, na política, nos negócios, ou seja, aonde for que se situe, faz. Prepara-se para os desafios da vida.

Qualquer teoria, se confirmada através de estudos teológicos, provará que Cristo se preparou para a missão. Ele buscou o auto-aperfeiçoamento para ter o que dizer, mostrar e ensinar. Seus exemplos não deixavam dúvidas sobre seu poder. Sua missão provou o quanto o Mestre conhecia bem a si mesmo e do que era capaz. 

Ao decidir melhorar-se, o homem sensato busca o auto-aperfeiçoamento constante visando superar-se nos pontos fracos, nas prováveis deficiências.

Diz Emmanuel no livro "Justiça Divina", pág. 49, na mensagem intitulada "Exames": "Cada provação pode ser comparada a um banho de substâncias químicas, testando-te idéias e sentimentos, para definir-lhes a sanidade. A vida, expressando a Sabedoria Divina, observa cada um de nós, diariamente, examinando-nos o possível valor, a fim de valorizar-nos. Cultura nobre granjeia tarefas enobrecidas. Virtude alcança merecimento. Quem aprende pode ensinar. Quem semeia o melhor adquire o melhor. Quem ajuda sem recompensa colhe apoio espontâneo. Em todas as tempestades e provações, adversidades e sombras da vida, permanece fiel ao bem, no serviço incansável, para que o bem te revele através dos outros.

Não consultes a palavra "impossível" no dicionário da experiência. Todos temos a vontade por alavanca de luz e toda criatura, sem exceção, demonstrará a quantidade e o teor da luz que entesoura em si própria, toda vez que chamada a exame, na hora da crise."

Esse ajuste é indispensável em todas as realizações de profundidade, sobretudo naquelas que visam a imortalidade, dependendo sempre de decisão que se origina de uma só consciência para depois contagiar outros destinos. Favoreça encontros dessa natureza em seu mundo interior.

Ânimo e trabalho, harmonize corpo e alma. Predisponha-se à construção do melhor. 

É necessário buscar conhecimentos profundos acerca das atividades escolhidas. Os homens sensatos são peritos naquilo que fazem. Foram indiscutíveis as habilidades de Ayrton Senna, Nelson Piquet, Alain Prost como pilotos de Fórmula Um, pelo conhecimento profundo que adquiriram sobre as pistas, carros, manobras e tudo o que se relaciona com corridas automobilísticas. Dedicaram suas vidas no aperfeiçoamento dos pontos fracos, e assim possuíram um real conhecimento de si mesmos, qualidade essencial dos homens sensatos.

 O Espírito Neio Lúcio no livro "Jesus no Lar" nos narra está história:

" (...) - Existiu no tempo de Davi um grande artista que se especializara na harpa com tamanha perfeição, que várias pessoas importantes vinham de muito longe a fim de ouvi-lo. Grandes senhores com as suas comitivas descansavam,  de quando em quando,  junto à moradia dele, cercada de arvoredo, para escutar-lhe as sublimes improvisações. O admirável mestre fez renome e fortuna, parecendo a todos que ninguém o igualaria na Terra na expressão musical a que se consagrara.

Em seus saraus e exibições, possuía em seu serviço pessoal um escravo aparentemente inábil e atoleimado, que servia água, doce e frutas aos convivas e que jamais conversava, fixando toda a atenção no instrumento divino, como se vivesse fascinado pelas mãos que o tangiam.

Muitos anos correram quando, certa noite, o artista volta, de inesperado, ao domicílio, findo o banquete de um amigo nas vizinhanças e, com indizível espanto, assinala celeste melodia no ar.

Alguém tocava magistralmente em sua casa solitária, qual se fora um anjo exilado no mundo.

Quem seria o estrangeiro que lhe tomara o lugar?

Em lágrimas de emoção por pressentir a existência de alguém com ideal artístico muito superior ao dele, avança devagar para não ser percebido e, sob intraduzível assombro, verificou que o harpista maravilhoso era o seu velho escravo tolo que, usando os minutos que lhe pertenciam por direito e sem incomodar a ninguém, exercitava as lições do senhor, às quais emprestava, desde muito tempo, todo o seu vigilante amor em comovido silêncio.

Foi então que o artista magnânimo e famoso libertou-o e conferiu-lhe a posição que por justiça merecia.

(...) A aquisição de qualidades nobres é a glória infalível do esforço. Todo homem ou mulher que usar as horas de que dispõe na harpa da vida, correspondendo à sabedoria e à beleza com que Nosso Pai se manifesta em todos os quadros do mundo, depressa lhes absorverá a grandeza e as sublimidades, convertendo-se em representantes do Céu para seus irmãos em humanidade. Quando a criatura, porém, somente trabalha na cota de tempo que lhe é paga pelas mordomias da Terra, sem qualquer aproveitamento das largas concessões de horas que a Divina Bondade lhe concede no corpo, nada mais receberá, além da remuneração transitória do mundo."

Todos os homens e mulheres que venceram na vida acreditaram no próprio potencial, ou melhor, acreditaram em si mesmos, tiveram fé. Os homens sensatos são autoconfiantes, amam a si mesmos. Enfrentam o que precisa ser enfrentado, recuando apenas para ganhar forças, preparando novas estratégias para retomar o combate com determinação e coragem.

Todas as lições encontradas no cotidiano servem apenas para reforçar a teoria de que os homens sensatos são todos parecidos, possuem qualidades similares, e neste caso a autoconfiança é uma delas.

No mundo, aqueles que não temem os desafios, e os enfrentam, acabam por vencer.

Ninguém deverá querer apenas vencer, deverá antes de mais nada querer vencer a si mesmo, transformar as qualidades ruins em boas, e se tornar uma criatura sensata. Isso requererá muito do seu potencial. O fato de ainda não possuir a sensatez, entre outras coisas, é que a autoconfiança não foi totalmente desafiada. Provavelmente ainda existem dúvidas sobre as reais capacidades de realização. Falta determinação, acreditar ser capaz de se tornar um humano sensato. É necessário saber, porém, que todos os homens vencedores, mais do que qualquer outra pessoa, acreditavam em si mesmos. É necessário sentir isso também. É fundamental começar imediatamente essa tarefa.

Passe a acreditar em você, suas potencialidades, sua energia para realizar o melhor, porém, sempre respeitando aos seus semelhantes e a si próprio.

O homem sensato é o homem que ama a si próprio, é alegre, de bem com a vida, é autoconfiante, transmite segurança e não é covarde. O homem sensato é a sombra na qual se abrigam os medrosos, os tímidos e aqueles que não possuem confiança em si mesmo.

 O homem que não ama a si mesmo não consegue amar outra pessoa, pois não é seguro de si.

E assim repetindo e confirmando as palavras de Neio Lúcio: “No caminho da vida, o esforço próprio é indispensável.” 

Colaborou com o desenvolvimento ortográfico deste texto Maria Luiza Palhas

BIBLIOGRAFIA:
O Livro dos Espíritos - obra codificada por Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo - CAP XI-11, CAP XVII-2-1º§., obra codificada por Allan Kardec
Obras Póstumas, 1ª P-EGOÍSMO E ORGULHO, Allan Kardec
Alerta - Estímulos Indiretos - Joanna de Angelis - 107/109  
Justiça Divina - Exames - Emmanuel - 49/50  
Bolso e Vontade - Técnica de Viver - 53/55  
Jesus no Lar - A Glória do Esforço - Neio Lúcio - 183/185FEB14a1986
O Consolador - Personalidade - Emmanuel - 130FEB9a1982
Como se tornar um líder - Conhecimento de si mesmo e Autoconfiança - Mathias Gonzalez - 39 à a 42 - Ediouro S/A 1991
O Pai Nosso, Meimei, psfia. F. C. Xavier
Dicionário de Filosofia Espírita de L. Palhano Jr.
Fonte Viva (BOM ÂNIMO), CAP 61, EMMANUEL
Palavras de Vida Eterna, CAP 136, EMMANUEL