terça-feira, 31 de março de 2015

COMUNICAÇÕES PREMATURAS POR MARTINS PERALVA



COMUNICAÇÕES PREMATURAS 

"Hoje, porém, com a mediunidade esclarecida, é fácil aliviá-los e socorrê-los." Emmanuel 

O primeiro desejo de quem perde, no plano material, um ente querido, é, naturalmente, no sentido de ouvir-lhe a palavra amiga, pela via mediúnica. 

Saber onde está, como se encontra. 

Conhecer-lhe as notícias, sentir-lhe as emoções. 

Amenizar a saudade pungente. 

Entendemos justo e compreensível o anseio de quem ficou, imerso em lágrimas, vendo partir para outra dimensão da vida o ser amado. 

A mensagem de quem se foi representa esperança e conforto. 

Os Amigos Esclarecidos conhecem, no entanto, as dificuldades e inconvenientes de uma comunicação prematura, com o desencarnado amparado no processo de refazimento psíquico e de recomposição emocional. 

Em fase de transição, não tem o novo habitante do Espaço, na maioria dos casos, condições de retornar, de pronto, ao convívio dos seus. 

Só a alma renovada pode enfrentar, além da desencarnação, as vibrações e a emocionalidade dos que lhe pranteiam a partida. 

Os Benfeitores conhecem as causas que desaconselham o comunicado com a urgência desejada, às vezes, até pelo próprio desencarnado. 

A intranqüilidade dos familiares, vergastados pela saudade cruciante, projeta dardos mentais de angústia e desespero que atingem, em consecutivo bombardeio, a organização perispiritual do recém-desencarnado, ferindo-lhe as fibras sensíveis do coração. 

É por isso que, geralmente, retardam-se as comunicações dos novatos da Espiritualidade. 

Há grande diferença entre as leis vibratórias do Plano Espiritual e as do Plano Material. 

Em decorrência dessa diversidade, ou distonia, a comunicação prematura, causando no recém-desencarnado choques vibratórios violentos, é sempre protelada pelos Amigos Espirituais. 

Poderia, o encontro precipitado, prejudicar o esforço de recuperação empreendido pelos samaritanos do bem. 

Liberada do corpo físico, torna-se a alma mais sensível às emoções, a pensamentos. A emoção causada pela volta ao convívio familiar, a visão das almas querida poderá perturbar aquele que ainda não adquiriu, ausente da roupagem física, clareza de raciocínio, coordenação perfeita das idéias, segurança íntima. 

Outro detalhe: a posição mental do médium pode transtornar o comunicante ainda não suficientemente adestrado no mister do intercâmbio. 

A instabilidade do medianeiro pode, assim, desajudá-lo, ao invés de ajudá-lo. 

Eles, os Benfeitores Espirituais, sabem o que fazem. 

Retardam, quando preciso, por algum tempo, ou apressam o comparecimento do desencarnado aos trabalhos mediúnicos. 

O médium educado, sereno, de campo psíquico harmonioso, manterá o comunicante, dominado pela emoção, em razoável nível de serenidade e equilíbrio. 

Conscientizados de que nem sempre nossos desejos compatibilizam-se com a programação da Espiritualidade, auxiliemos os entes que partiram com as nossas preces, até que a Sabedoria de Deus os ponha em contacto conosco pela bênção da mediunidade esclarecida. 


Peralva, Martins; "Mediunidade e Evolução", 1ª edição, FEB. 



Fonte:Pingos de Luz

segunda-feira, 30 de março de 2015

Os Espíritos Influenciam os Nossos Pensamentos e Atos?

Por Marta Antunes Moura
 
 
Para admitir a influência dos Espíritos é necessário aceitar a ideia de que há Espíritos e que estes sobrevivem à morte do corpo físico.
 
A dúvida relativa à existência dos Espíritos tem como causa principal a ignorância acerca da sua verdadeira natureza. [...] Seja qual for a ideia que se faça dos Espíritos, a crença neles necessariamente se baseia na existência de um princípio inteligente fora da matéria.[1]
 
Na verdade, os Espíritos exercem grande influência nos acontecimentos da vida. Essa influência pode ser oculta (sutil) ou  claramente percebida. Pode ser boa ou má, fugaz ou duradoura.  Não é nada miraculoso ou sobrenatural.
 
Imaginamos erroneamente que a ação dos Espíritos só se deva manifestar por fenômenos extraordinários. Gostaríamos que nos viessem ajudar por meio de milagres e sempre os representamos armados de uma varinha mágica. Mas não é assim, razão por que nos parece oculta a sua intervenção e muito natural o que se faz com o concurso deles. Assim, por exemplo, eles provocarão o encontro de duas pessoas, que julgarão encontrar-se por acaso; inspirarão a alguém a ideia de passar por tal lugar; chamarão sua atenção para determinado ponto, se isso levar ao resultado que desejam, de tal modo que o homem, acreditando seguir apenas o próprio impulso, conserva sempre o seu livre-arbítrio.[2]
 
A influência dos Espíritos é ocorrência comum, garantida pelos os princípios  da sintonia mental, pois “(…) é no mundo mental que se processa a gênese de todos os trabalhos da comunhão de espírito a espírito”[3], ensina Emmanuel.  Contudo, antes  de ser estabelecida a sintonia entre duas mentes, ocorre os processos de afinidade intelectual ou moral, ou ambas, pois “o  homem permanece envolto em largo oceano de pensamentos, nutrindo-se de substância mental, em grande proporção. Toda criatura absorve, sem perceber, a influência alheia nos recursos imponderáveis que lhe equilibram a existência. [4] E, mais, acrescenta o Benfeitor:
 
A mente, em qualquer plano, emite e recebe, dá e recolhe, renovando-se constantemente para o alto destino que lhe compete atingir. Estamos assimilando correntes mentais, de maneira permanente. De modo imperceptível, “ingerimos pensamentos”, a cada instante, projetando, em torno de nossa individualidade, as forças que acalentamos em nós mesmos. [...] Somos afetados pelas vibrações de paisagens, pessoas e coisas que cercam. Se nos confiamos às impressões alheias de enfermidade e amargura, apressadamente se nos altera o “tônus mental”, inclinando-nos à franca receptividade de moléstias indefiníveis. Se nos devotamos ao convívio com pessoas operosas e dinâmicas, encontramos valioso sustentáculo aos nossos propósitos de trabalho e realização. (…).[1]
 
 
 
[1] Francisco Cândido Xavier. Roteiro. Cap. 26, pág. 112. 
[1] Allan Kardec. O Livro dos Médiuns. Pt. 1, cap. I, it, 1, p. 21-22.
[2]Idem. O Livro dos Espíritos. Q. 525-a-comentário, p. 352-353.
[3] Francisco Cândido Xavier. Roteiro. Cap. 28, pág. 119. 
[4] Ibid. Cap. 26, pág. 111
 
Referências
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2ª ed.1ª reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2009.
XAVIER, Francisco Cândido. Roteiro. 11ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.

domingo, 29 de março de 2015

Não te perturbes - Emmanuel / Chico Xavier




Não te perturbes 

“E o mandamento que era para a vida, achei eu que me era para a morte.” – Paulo. (Romanos, 7:10.) 

Se perguntássemos ao grão de trigo que opinião alimenta acerca do moinho, naturalmente responderia que dentro dele encontra a casa de tortura em que se aflige e sofre; no entanto, é de lá que ele se ausenta aprimorado para a glória do pão na subsistência do mundo. 

Se indagássemos da madeira, com respeito ao serrote, informaria que nele identifica o algoz de todos os momentos, a dilacerar lhe as entranhas; todavia, sob o patrocínio do suposto verdugo, faz-se delicada e útil para servir em atividades sempre mais nobres. 

Se consultarmos a pedra, com alusão ao buril, certo esclarecerá que descobriu nele o detestável perseguidor de sua tranquilidade, a feri-la, desapiedado, dia e noite; entretanto, é dos golpes dele que se eleva aos tesouros terrestres, aperfeiçoada e brilhante. 

Assim, a alma. Assim, a luta. 

Peçamos o parecer do homem, quanto à carne, e pronunciará talvez impropriedades mil. Ouçamo-lo sobre a dor e registraremos velhos disparates verbais. Solicitemos-lhe que se externe com referência à dificuldade, e derramará fel e pranto. 

Contudo, é imperioso reconhecer que do corpo disciplinado, do sofrimento purificador e do obstáculo asfixiante, o Espírito ressurge sempre mais aformoseado, mais robusto e mais esclarecido para a imortal idade. 

Não te perturbes, pois, diante da luta, e observa. 

O que te parece derrota, muita vez é vitória. E o que se te afigura em favor de tua morte, é contribuição para o teu engrandecimento na vida eterna. 



FCX/Emmanuel – Fonte Viva

sábado, 28 de março de 2015

SUA VIDA RELIGIOSA ?


Como tem sido sua vida religiosa?

Tem você mantido as aparências graciosas da fé, enquanto alimenta azedumes, invejas, mágoas e rapina no coração, ou tem se esforçado por ser, intimamente, o que Deus espera de você?

Vida religiosa nada tem a ver com as atitudes artificiais ou piegas por muitos adotadas.

Ela se vai concretizando, em verdade, quando passamos a compreender que a religião verdadeira não passa obrigatoriamente pelas aparências de fora, mas sempre será uma realidade vibrante no íntimo dos seres.

Manter contato mais próximo com Deus, com Cristo ou com os prepostos da Luz Divina, pela capacidade de transformar velhas inclinações perturbadoras em novas posturas de trabalho renovador, por dentro e por fora de nós, isso sim é a base para a realização religiosa.

A sua vida religiosa precisa ter o aroma das reais virtudes, que crescem aos poucos, mas que não estão ausentes da vivência dos religiosos verdadeiros.

Nas lutas e renúncias de Gandhi, vemos sua vida religiosa ativa, laboriosa e útil.

Nas pelejas e renúncias de Lincoln, achamos sua vida religiosa corajosa, desafiadora e útil.

Nos esforços e renúncias de madre Teresa, encontramos os sinais inquestionáveis da sua vida religiosa dedicada, transformadora e útil.

Se, na condição de pessoa religiosa, os seus atos não forem enobrecidos e úteis a ninguém, tenha a certeza de que eles são vazios e sem qualquer valor para a vida interior.

Pense e repense acerca da sua vida religiosa.

Transforme-se para o bem o quanto possa.

Desenvolva-se no amor o quanto puder, porque somente assim a sua atuação na esfera religiosa espalhará a luz do Cristo e o fará realmente feliz.

Em O livro dos Espíritos, Allan Kardec faz um questionamento fundamental, no que diz respeito à diversidade de doutrinas e crenças.

Todas as doutrinas têm a pretensão de ser a única expressão da verdade. Como se pode reconhecer a que tem o direito de se posicionar assim?

A resposta dos Espíritos é bela e profunda:

Será aquela que produza mais homens de bem e menos hipócritas, ou seja, pela prática da lei de amor e de caridade em sua maior pureza e sua aplicação mais abrangente.

Por esse sinal reconhecereis que uma doutrina é boa, pois toda doutrina que semear a desunião e estabelecer uma demarcação entre os filhos de Deus só pode ser falsa e nociva.

Notemos dois detalhes: o primeiro, associando a religiosidade à prática, à transformação moral do indivíduo, senão de nada ela lhe serve.

O segundo, deixando claro que não precisamos de uma que se sobreponha às demais. Basta que ela conduza ao bem, que ligue os homens ao Criador, e ela terá cumprido sua função primordial.

Não há mais porque escolher uma entre várias, ou tentar dizer que esta é melhor do que aquela, senão voltaremos a cair nos problemas que geramos, ao longo dos tempos, segregando pessoas por crença, cor, raça.

Cada doutrina atende a um tipo de necessidade, a um tipo de alma, num determinado estágio evolutivo, e sempre terá seu valor, desde que mantenha seu compromisso com o amor e a caridade.

Não há apenas um caminho. O amor e o bem têm diversas vias, podem estar pintados de cores diferentes, mas sempre serão o amor e o bem. 


por Redação do Momento Espírita, com base no cap. 12, do livro Para uso diário, de Raul Teixeira, pelo Espírito Joanes, ed. Fráter e no item 842, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec,

sexta-feira, 27 de março de 2015

Avalie a Si Mesmo Por Elio Mollo

Colaborou no desenvolvimento ortográfico deste texto Maria Luiza Palhas

UMA OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

O que é reformar? (literal) 

É restituir ou restabelecer à organização primitiva.

O que é transformação? (literal) 

É o ato ou efeito de transformar ou de ser transformado. É uma alteração, modificação ou uma mudança de uma forma em outra. Pode ser uma evolução ou mutação mais ou menos lenta de qualquer coisa. 

O que é modificação? (literal) 

É o ato ou efeito de transformar. É mudança no modo de ser de qualquer coisa. É transformação de uma coisa sem prejuízo da essência.

O que é alteração? (literal) 

É o ato ou efeito de modificar o estado normal de alguma coisa. Pode ser, também, o ato de decompor, ou degenerar alguma coisa.

Assim, adotamos a palavra transformação por achá-la mais adequada ao que se refere às mudanças comportamentais.


TRANSFORMAÇÃO ÍNTIMA

O QUE É TRANSFORMAÇÃO ÍNTIMA? 

É um processo contínuo de auto-análise, de conhecimento de nossa intimidade espiritual, libertando-nos de nossas imperfeições e permitindo-nos atingir o domínio de nós mesmos.

O QUE PODEMOS FAZER PARA NOS TRANSFORMARMOS INTIMAMENTE? 

Podem-se e devem-se substituir nossos defeitos como por exemplo, o Egoísmo ou Personalismo, o Orgulho, a Inveja, o Ciúme, a Agressividade, a Maledicência e a Intolerância por virtudes, tais como Humildade, Caridade, Resignação, Sensatez, Generosidade, Afabilidade, Tolerância, Perdão, etc.

QUANTO TEMPO PODERÁ LEVAR PARA QUE TAIS MUDANÇAS OCORRAM? 

O tempo não importa, o que importa é o esforço contínuo que se faz para atingir a Transformação Íntima. (“Reconhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que emprega para domar as suas más inclinações”. Allan Kardec in O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XVII, Sede Perfeitos). Não se trata de esforço físico, mas de firme contenção de espírito, de um empenho que não sofra excessiva solução de continuidade. "Excessiva", porque, na verdade, também não podemos estar "continuamente" empenhados na transformação de nós mesmos. Deve haver, isto sim, uma persistência de propósito, e a esta persistência chamamos esforço. Em outras palavras, não é bom sintoma abandonar uma atividade ou desviar a energia para um curso mais fácil de ação, ao primeiro sinal de dificuldade. A referência do esforço é nesse sentido: continuidade, persistência em face das dificuldades. Mesmo que no dia a dia dê a impressão de que não houve nenhuma mudança, não se deve desanimar nem abandonar o propósito da transformação. Por isso devemos dizer que este esforço é para a vida toda. Estudar o Evangelho de Jesus, ouvir sugestões de pessoas experientes, assistir conferências, ler artigos e livros referentes a este assunto nos levará a conhecer ainda mais, e assim nos auxiliar na identificação dos defeitos que nos afetam em cada situação da vida e aprender aos poucos a prática das virtudes que irão substituí-los.

COMO FAZER? 

O Conhecer a si mesmo é o primeiro passo para a nossa Transformação Íntima, e Santo Agostinho em resposta à q. 919ª de O Livro dos Espíritos nos oferece uma excelente receita para isto:

“Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não a podereis ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça. Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto estes nenhum interesse têm em mascarar a verdade, e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo. Perscrute, conseguintemente, a sua consciência, aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas; dê balanço no seu dia moral para, a exemplo do comerciante, avaliar suas perdas e seus lucros e eu vos asseguro que a conta destes será mais avultada que a daquelas. Se puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar na outra vida. 

Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na velhice? Não constitui esse repouso o objeto de todos os vossos desejos, o fim que vos faz suportar fadigas e privações temporárias? Pois bem! Que é esse descanso de alguns dias, turbado sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação com o que espera o homem de bem? Não valerá este outro a pena de alguns esforços? Sei haver muitos que dizem ser positivo o presente e incerto o futuro. Ora, esta exatamente a idéia que estamos encarregados de eliminar do vosso íntimo, visto desejarmos fazer que compreendais esse futuro, de modo a não restar nenhuma dúvida em vossa alma.” 

Temos a tendência natural de sempre justificar nossos defeitos com racionalismos. São artimanhas e tramas inconscientes. Portanto, procuremos conhecer a fundo esses defeitos em todas as suas particularidades, e em como eles nos afetam, localizando as ocasiões em que estamos mais vulneráveis à sua manifestação. Procuremos então nos afastar desses procedimentos e buscar ferramentas adequadas para substituí-los em nosso comportamento.

Veja estas sugestões de Benjamin Franklin em sua Autobiografia, tais como escreveu e na ordem que lhes deu:

Temperança – Não coma até o embotamento; não beba até a exaltação. 

Silêncio – Não fale sem proveito para os outros ou para si mesmo; evite a conversação fútil. 

Ordem – Tenha um lugar para cada coisa; que cada parte do trabalho tenha seu tempo certo. 

Resolução – Resolva executar aquilo que deve; execute sem falta o que resolve. 

Frugalidade – Não faça despesa sem proveito para os outros ou para si mesmo; ou seja, nada desperdice. 

Diligência – Não perca tempo; esteja sempre ocupado em algo útil; dispense toda atividade desnecessária. 

Sinceridade – Não use de artifícios enganosos; pense de maneira reta e justa, e, quando falar, fale de acordo. 

Justiça – A ninguém prejudique por mau juízo, ou pela omissão de benefícios que são dever. 

Moderação – Evite extremos; não nutra ressentimentos por injúrias recebidas tanto quanto julga que o merecem os injuriantes. 

Asseio – Não tolere falta de asseio no corpo, no vestuário, ou na habitação. 

Tranqüilidade – Não se perturbe por coisas triviais, acidentes comuns ou inevitáveis. 

Castidade – Evite a prática sexual sem ser para a saúde ou procriação; nunca chegue ao abuso que o enfraqueça, nem prejudique a sua própria saúde, ou a paz de espírito ou reputação de outrem. 

Humildade – Imite Jesus e Sócrates. 


A IMPORTÂNCIA DAS QUEDAS

Um ponto importante é que precisamos contar com as quedas, até que cresçamos espiritualmente, afinal somos como crianças aprendendo a andar, e são as quedas que fortalecem nossa vontade, e nos ensinam a ter persistência. 

Somos aquilo que conseguimos realizar e não aquilo que prometemos. Através das quedas aprendemos mais sobre nós mesmos e podemos aperfeiçoar o modo de evitá-las. Mas se cairmos porque nos falta vontade de acertar estaremos no caminho descendente e, de queda em queda, nos enfraqueceremos. 

A criança aprende a andar porque está determinada a fazê-lo. Então, não desanimemos nunca, levantemo-nos logo e sigamos em frente com tranqüilidade, sem nos martirizarmos, com conhecimento de causa, na firme determinação de não mais errarmos.


CONCLUSÃO 

A cada minuto de nossa vida, antes de iniciar qualquer ação, façamos este exercício de nos perguntarmos sempre:

Isto que estou fazendo agora seria bem aceito por Deus ou pela minha consciência?

Se for, o procedimento é correto; se não for devemos descontinuar imediatamente o que iriamos fazer e não pensar mais nisso.

“Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós, mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?

Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.” - (SANTO AGOSTINHO in O Livro dos Espíritos, q 919a)

A auto-análise permite que alinhemos as nossas ações e pensamentos na direção das correções que necessitamos realizar, para que ajustemos os nossos atos de acordo com os ensinamentos do Mestre, tanto com relação a Deus como em relação ao nosso próximo.

Através do esforço próprio e de exercícios repetidos em direção às boas causas, sedimentaremos em nós o próprio Bem.

Este processo é árduo, assim necessitaremos de muita coragem, perseverança e determinação para o realizarmos. Deus assiste e auxilia sempre, mas precisamos fazer a nossa parte se desejamos verdadeiramente melhorar. 

Invistamos em nosso interior e procuremos melhorar nosso espírito eterno, transformando o que esta sociedade transitória estabeleceu como "normal" para nós. Lutemos o bom combate e não a luta mesquinha dos materialistas. A humanidade continuará ainda por muito séculos como é agora, mas nós, que já estamos disposto às mudanças de atitude, que já sentimos o amor ensinado pela Doutrina Espírita, que já estamos conscientes da realização de nossa evolução espiritual, que já começamos a compreender as palavras de nosso grande Mestre (Jesus), podemos fazer a nossa pequena parte vivendo a solidariedade no mais alto grau que é a caridade e realizar a transformação no íntimo de cada um, fazendo a Alquimia moderna de transformar chumbo em ouro. 


Referências: 

O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
Reforma íntima (artigo) - Paulo Antonio Ferreira - http://home.ism.com.br/~pauloaf/
Manual Prático do Espírita de Ney Prieto Peres, da Editora Pensamento.
Fundamentos da Reforma Íntima - Abel Glaser pelo Espírito Caibar Schutel, da Editora O Clarim.
Reforma Íntima (artigo) - João Batista Armani - 
Artigo recebido do autor com autorização para reproduzí-lo

quinta-feira, 26 de março de 2015

Espíritos na Erraticidade Por Orson Peter Carrara


Espíritos na Erraticidade
Orson Peter Carrara

Perguntamos: o que fazem os espíritos?

A palavra erraticidade, na linguagem espírita, significa o estado de espíritos ainda com necessidade de reencarnação ou retorno à Terra. O Codificador abordou a questão com muita propriedade na Revista Espírita. Está na edição de abril de 1859 (ano II, vol. 4, edição da Editora Edicel, tradução de Júlio Abreu Filho) em Editorial com o título Quadro da Vida Espírita, respondendo possíveis questionamentos sobre atividades no mundo espiritual, que transcrevemos parcialmente:
“(...) São eles mesmos que no-lo respondem, como foram os próprios a dar as explicações que acabamos de transmitir, de vez que nada disto é fruto de nossa imaginação; não se trata de um sistema saído de nosso cérebro: julgamos pelo que vimos e ouvimos. (...) Seria erro pensar que a vida espírita seja uma vida ociosa. Ao contrário, ela é essencialmente ativa e todos nos falam de suas ocupações. (...) Entre os que já atingiram certo grau de desenvolvimento, uns velam pela realização dos desígnios de Deus nos grandes destinos do Universo; dirigem a marcha dos acontecimentos e concorrem ao progresso de cada mundo. Outros tomam os indivíduos sob sua proteção, constituindo-se seus gênios tutelares e anjos de guarda (...). 

Alguns encarnam-se em mundos inferiores, para neles realizarem missões de progresso; (...). Se se considerar o número infinito de mundos que povoam o universo e o número incalculável de seres que os habitam, compreender-se-á que os Espíritos têm muito com que se ocupar. (...) ninguém pensa numa ociosidade eterna, que seria um verdadeiro suplício. (...) Descendo na hierarquia, encontramos Espíritos menos elevados, menos depurados e, conseguintemente, menos esclarecidos; nem por isso são menos bons e, numa esfera de atividade mais restrita, desempenham funções análogas. (...) 

Vem a seguir a multidão de Espíritos vulgares, mais ou menos bons, mais ou menos maus, que pululam em torno de nós. Estes se elevam pouco a pouco acima da humanidade, cujas nuanças representam, e, como que refletem, pois que têm todos os vícios e virtudes dessa humanidade. Em muitos deles encontramos os gostos, idéias e inclinações que possuíam em vida. (...)

Pode, pois, dizer-se que todos aspiram o aperfeiçoamento, porque todos compreendem que é este o único meio de sair da inferioridade. Instruir-se, esclarecer-se – eis a sua grande preocupação e eles se sentem felizes quando podem a isto acrescentar pequenas missões de confiança, que os elevam aos seus próprios olhos. (...) Também eles têm as suas assembléias (...). Falam-nos, vêem e observam aquilo que se passa; participam de nossas reuniões (...), escutam as nossas conversas (...). Vem a seguir a escória do mundo espírita, constituída de todos os Espíritos impuros, cuja preocupação única é o mal. Sofrem e desejariam que todos sofressem como eles. (...) investem contra os homens, atacando aos que lhes parecem mais fracos. Excitar as paixões ruins, insuflar a discórdia, separar os amigos, provocar rixas, pavonear o orgulho dos ambiciosos (...), espalhar o erro e a mentira, numa palavra, desviar do bem, tais são os seus pensamentos dominantes. (...)”. 

Tudo muito natural na seqüência da vida humana. A morte apenas liberta a alma do corpo. Cabe ao espírito promover o próprio progresso. Não há saltos. O esforço deverá partir de si mesmo. 
Sugerimos ao leitor consultar as questões 149 a 165 e 223 a 329 de O Livro dos Espíritos para conhecer mais sobre os espíritos e a vida espiritual. A verdade, porém, é que nunca há interrupção na atividade dos espíritos. Estejam encarnados ou desencarnados, sempre haverá o que fazer, o que aprender... Isto é da Lei Divina, que estabeleceu o trabalho como ferramenta do aperfeiçoamento a que estamos todos destinados.



Matéria originariamente publicada no jornal O Clarim, edição de novembro de 2005, sendo reproduzida com autorização do autor

quarta-feira, 25 de março de 2015

O DOENTE GRAVE




pomba

Uma alma atormentada de Mãe, conduzida ao Céu, nas asas blandiciosas do sono, esbarrou ante as resplandecentes visões do Paraíso. 
Um anjo solícito recebeu-a no pórtico. 
– Anjo amigo – disse ela em voz súplice –, sou mãe na Terra e tenho dois filhos. Rogo para ambos as bênçãos de Deus, generosas e augustas. 
O mensageiro anotou as petições e, observando-lhe o desvelo fraternal, a mulher aflita acrescentou, ansiosamente : 
– Venho até aqui pedir, em particular, por um deles que, desde muito tempo, se encontra gravemente enfermo, entre a morte e a vida. Todo o meu carinho, todos os recursos médicos têm sido ineficazes. Não posso tolerar, por mais tempo, as lágrimas dolorosas que me afligem o coração. Digne-se o Todo-Poderoso, por vosso intermédio, conceder-me a graça de vê-la restituído à saúde. 
O emissário das Esferas Superiores pensou um instante e interrogou: 
– Qual de teus dois filhos se encontra mais unido a Deus? 
– Meu pobre filhinho doente – respondeu a recém-chegada –, pois que medita na grandeza do Pai Celeste, dia e noite. É com o Seu nome que se submete aos remédios amargos e é esperando no Senhor que vê despontar cada aurora. No sofrimento que lhe desintegra as forças, dirige-se ao Céu com tamanho fervor que se lhe pressente, de maneira inequívoca, a ligação com o Pai Amoroso e Invisível. 
– E o outro? – indagou o mensageiro divino. 
– Esse – esclareceu a pedinte, um tanto confundida, qual se lhe fora impossível dissimular –, é um homem feliz nos negócios do mundo. Como é favorecido da sorte, parece não sentir necessidade de procurar o socorro da Providência Divina... 
– Qual deles entende a sublime significação do trabalho? – interpelou o emissário novamente. 
– O enfermo, atirado à imobilidade, guarda profunda compreensão, com respeito às virtudes excelsas do espírito de serviço. Refere-se, constantemente, aos bens do esforço e edifica quantos lhe ouvem a palavra, tocada de dolorosas experiências. 
– E o outro? 
– Talvez pelo gênero de vida a que se consagra deixou de ver as belezas da ação própria. 
Dispondo de muitos servidores, descansa nos trabalhos alheios. Não conhece o radioso convite da manhã, porque se levanta do leito demasiado tarde, nos hotéis de luxo, e permanece estranho às bênçãos da noite, de vez que o corpo, saciado em mesas opíparas e extravagantes, não lhe confere oportunidade de sentir as sugestões santificadoras da Natureza. 
– Qual deles percebe o imperativo de confraternização com os homens, nossos irmãos? – tornou o mensageiro sorrindo, bondoso. 
– O que está preso à enfermidade angustiosa recebe os amigos de qualquer posição social, com indisfarçável reconhecimento. Recolhe as expressões de carinho com lágrimas de alegria a lhe saltarem dos olhos. Emociona-se com a menor gentileza de que é objeto e parece deter, agora, um laço de amor forte e sincero, mesmo para com aqueles que, em outro tempo, lhe foram inimigos ou perseguidores. 
– E o outro? 
– Os favores do mundo – comentou nobremente a palavra maternal – isolam-lhe a personalidade, a distância dos júbilos domésticos, em rodas restritas e fantasiosas ou nas regiões elegantes, onde rolem fortunas iguais à dele. Assediado pelos empenhos do mundo social, cujas idéias se modificam à feição do vento, nunca encontra tempo necessário para sondar os sentimentos afetivos dos companheiros que o Céu lhe enviou à senda comum. 
O anjo atento passou a refletir, com grande interesse, e argüiu, de novo: 
– Para qual deles rogas a bênção de Deus, em particular? 
– Em favor do pobrezinho que agoniza no leito – informou a ternura materna. 
O enviado da Providência fixou-a com extrema bondade e concluiu, com sabedoria :
– Volta à Terra e reconsidera as atitudes do teu carinho! O enfermo do corpo vai muito bem; já entende a necessidade de união com o Divino Pai e o que distingue, em verdade, os homens uns dos outros, é o grau de suas relações com a vida mais alta. Renova, pois, os votos de tuas preces ardentes, porque o doente grave é o outro.



Pelo Espírito Irmão X - Do livro: Pontos e Contos, Médium: Francisco Cândido Xavier


Fonte: Compreender e Evoluir

terça-feira, 24 de março de 2015

Cigarro – 3 perguntas para Emmanuel



Fumante-passivo-tl
A ação negativa do cigarro sobre o perispírito do fumante prossegue após a morte do corpo físico? Até quando?
Emmanuel – O problema da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do perispírito, o que, na maioria das vezes, tem a duração correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência física do fumante. Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida para arredar de si o costume inconveniente, o tratamento dele, no mundo espiritual, ainda exige cotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos dos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência do fumo.

Pesquisas médicas revelam que a dependência física dos fumantes costuma ser mais compulsiva que a dependência orgânica dos viciados em narcóticos. Isto é certo se o enfoque for do plano espiritual para o plano físico?
Emmanuel – Acreditamos que ambos os tipos de dependência se equiparam na feição compulsiva com que se apresenta, cabendo-nos uma observação: é que o fumo prejudica, de modo especial, apenas ao seu consumidor, enquanto os narcóticos de variada natureza são suscetíveis de induzir seus usuários a perigosas alucinações que, por vezes, lhes situam a mente em graves como criar um blog delitos, comprometendo a vida comunitária.

Você teria alcançado condições de desempenho de seu mandato mediúnico, ao longo de décadas de trabalho incessante, se fosse um dependente da nicotina?
Chico Xavier – Creio que não, com referência ao tempo de trabalho, de vez que a ingestão de nicotina agravaria as doenças de que sou portador, mas não quanto a supostas qualidades espirituais para o mandato referido, de vez que considero o “hábito de cultivar pensamentos infelizes” uma condição pior que o uso ou o abuso da nicotina e, sinceramente, do “hábito de cultivar pensamentos infelizes” ainda não me livrei.

FONTE: Entrevista de Fernando Worm, do livro “Janela Para a Vida” (Federação Espírita do Rio Grande do Sul, 1979) e publicada em PLANETA Especial Chico Xavier.

DICA PARA QUEM DESEJA PARAR DE FUMAR: Na literatura e na internet, encontramos indícios que tanto Chico Xavier (Revista Planeta) quanto Divaldo Franco (Congresso no Maranhão) indicam as dinamizações do Calladium para auxiliar na redução da ansiedade de quem deseja parar de fumar. Tem lugar que cita a 5a. dinamização (3 gotas, 5x ao dia) , tem lugar que cita a 30a. dinamização (10 gotas, 2x ao dia). Consulte o seu médico homeopata!


Chico Xavier acrescenta: “este desejo tem que ser firme e valioso, pois na natureza nada se faz com violências e até os vícios tem que ser tratados com respeito e educação, para poderem ser mais facilmente debelados”.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Reunião de Desobsessão

Há de ser cautela na organização de uma tarefa ligada à desobsessão. Para tanto, o grupo necessita estar bem estruturado, com um tempo mais ou menos longo de convivência entre os seus componentes. O estudo sério e metódico deve anteceder toda prática mediúnica.
A reunião de desobsessão tanto pode ser útil ao equilíbrio do grupo quanto nociva à sua harmonização.
Existem casas espíritas que começam a se desarticular a partir da reunião mediúnica mal orientada, onde predomina o personalismo dos médiuns e de seus dirigentes.
Convém lembrarmos que os desencarnados apenas agem quando encontram campo de atuação. Os obsessores não podem ser responsabilizados diretamente pela desorganização que impera num trabalho de natureza mediúnica.
Os integrantes de uma casa espírita não devem ser afoitos na instalação de uma reunião de enfermagem espiritual aos desencarnados. Semelhante atividade, para ser levada a efeito de maneira proveitosa, carece de recolhimento e seriedade.
Quanto mais o médium se apague, mais a luz da mediunidade nele resplandecerá!
Infelizmente, companheiros existem que, mal informados, direcionam as tarefas mediúnicas que promovem no sentido de atender os seus caprichos – digamos,promovem uma sessão de desobsessão particular, com o intuito de abordarem o Mundo Espiritual com os seus questionamentos pessoais.
Na reunião de desobsessão é onde o espírita tem a oportunidade de praticar a mais legítima caridade nada de indagações ao espírito comunicante, exigindo provas de autencidade, nada de perguntar a ele sobre a vida de outros confrades, valendo-se da oportunidade para saber de terceiros mais do que deve…
A tarefa mediúnica necessita de ordem, disciplina, sinceridade de propósitos. Se a intenção dos médiuns não for boa, breve estarão a mercê de espíritos que os fascinem, mostrando-se completamente refratários às orientações que recebam em advertência.
Atividades mediúnicas sérias solicitam especialização, ou seja: em alguns tem os espíritas, a reunião de assistência espiritual aos desencarnados mistura-se às chamadas reuniões de cura ou, ainda, dedica-se, registrando a palavras dos espíritos, a solucionar problemas de ordem interna. A reunião de desobsessão é organizada com o propósito de auxiliar no esclarecimento dos espíritos infelizes, ainda apegados a questões materiais, e não para submeter as entidades comunicantes a injustificável interrogatório.
Quando a reunião não tem bases sólidas, dá margem a inúmeras mistificações, ensejando que medianeiros desavisados tomem este ou aquele partido.
A faculdade mediúnica não pode ser direcionada para o interesse particular de quem quer que seja incluindo o do medianeiro. Quando tal acontece, ela perde o que lhe confere maior credibilidade a espontaneidade.
Somos, pois, de opinião que a casa espírita não deve priorizar atividades mediúnicas, em detrimento das tarefas doutrinárias de esclarecimento público, mesmo porque as reuniões consagradas ao estudo da Doutrina se constituem em genuínas sessões de desobsessão, pois obram com base na evangelização de encarnados e desencarnados.
A obsessão é um envolvimento psíquico – o que o obsidiado escuta, o obsessor registra. Ninguém sai de um processo obsessivo, sem que se decida pela reforma interior. Não adianta afastar o verdugo da vítima, sem que a vítima tome a decisão de romper com o verdugo!
Livro: Conversando com os Médiuns
Pelo Espírito de: Odilon Fernandes.
Psicografado por: Carlos A. Baccelli.
“O Espiritismo é toda uma Ciência, toda uma Filosofia. Quem desejar conhece-lo seriamente deve, pois, como primeira condição, submeter-se a um estudo sério e persuadir-se de que, mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando.” – Allan Kardec