segunda-feira, 30 de junho de 2014

O sexo casual numa visão espírita

Atualmente o sexo casual é aceito por boa parte da sociedade, mesmo por alguns conservadores. O artigo que segue é uma opinião espírita sobre o tema. Quem quiser consultar doutrina, procure as questões 696 e 701 do Livro dos Espíritos. 
Há algum tempo sexo era tabu e quem desafiasse esse tabu era mal visto pela sociedade. Mulheres deviam casar virgens. Muitas desgraças familiares, muitos suicídios foram cometidos por mulheres que se deixaram seduzir e engravidaram. Era tão estupidamente grande a vergonha de ser mãe solteira, condenada ao preconceito e falatório para o resto da vida; era tão assustadora a ideia de encarar um pai ultrajado com isso que era considerada a maior vergonha possível, que muitas preferiam dar fim à própria vida.
Muitos abortos clandestinos e perigosos, muitas mulheres especializadas em tirar a vida que se formava nos ventres jovens de mulheres que não conseguiram superar o desejo. Muitos filhos bastardos, nunca reconhecidos, apartados da vida digna e normal. Muitos casamentos forçados na última hora, para evitar que o escândalo de uma gravidez sujasse o nome da família. Muitos casamentos arranjados apenas por interesse dos pais ou para evitar que as filhas ficassem solteiras além do tempo e perdessem o ensejo de arranjar um marido. E com isso o desgosto, o nojo do sexo, a falta de amor e carinho.
Duvido que a geração de agora saiba o que significava tudo isso. Porque hoje a política sexual vigente é exatamente o contrário; hoje o jovem é pressionado a iniciar sua vida sexual cada vez mais cedo, a experimentar o máximo de relações sexuais, a transitar entre pessoas dos dois sexos. Vivemos uma ditadura sexual. Talvez muitos pais não tenham consciência do que ocorre nas escolas, nas ruas, em suas próprias casas.
Em qualquer contato íntimo entre pessoas há troca de energias. Os adolescentes não imaginam que ficar com alguém não é algo apenas momentâneo. Eles ficam durante minutos ou horas, com ou sem relações sexuais. Mas as energias e as companhias espirituais dos ficantes transitam livremente. O sexo forma uma ligação energética entre os parceiros que se estende por muito tempo. 
O sexo casual é tido como uma atividade adulta, livre, em que o único cuidado, se houver, é na prevenção de doenças. Tratam isso como se fosse um avanço, uma grande conquista da civilização, quando na verdade se trata de uma tirania dos instintos. O sexo pelo sexo é um retorno à animalidade. Sexo sem afeto é instinto animal. Os praticantes do sexo casual não gostam de pensar a respeito. Ninguém gosta de reconhecer suas fraquezas, analisá-las e questioná-las. Acham que quem tem opinião contrária à sua é moralista.
Não conheço nenhuma – nenhuma! – pessoa que se entregue a quantos parceiros se lhe apeteçam, durante a vida, que não sofra a partir de uma determinada idade. Quando o tesão começa a diminuir e a pessoa percebe que não formou afetos, só erotismo, o vazio aperta, o desgosto pela vida, a depressão. Fora a banalização cada vez maior do sexo, a busca por prazeres mais intensos, a experimentação com parceiros do mesmo sexo.
Acho que a homoafetividade deve ser respeitada como manifestação autêntica da personalidade humana. Mas a experiência por curiosidade ou por modismo ou por pressão do grupo é um mergulho no desconhecido. Estão lidando com sentimentos, emoções e sensações energeticamente poderosas, que mais cedo ou mais tarde exigem o reajuste. Aí a dor é inevitável…
Frequentemente sou perguntado pela opinião do Espiritismo a respeito do sexo livre e casual. O Espiritismo não tem como princípio ser um norteador de condutas à maneira dos antigos códices. O Espiritismo deixa claro que temos o livre-arbítrio, que tudo nos é permitido mas nem tudo nos convém, que toda ação gera uma reação.
Mas o mais importante é que sempre estamos acompanhados pelos espíritos que se afinizam conosco. Somos rodeados de espíritos que gostam do que gostamos. Nada que seja estritamente material pode atrair espíritos bem intencionados. O sexo casual, sem afeto, apenas pelo prazer, atrai muitos espíritos que sentem necessidade dessas mesmas energias. Forma-se com eles verdadeira simbiose, trocando energias e influências.
O sexo é uma dádiva de Deus e uma fonte legítima de prazer e rearmonização energética. Mas a vivência do sexo saudável pressupõe afeto. O resto é animalidade.

domingo, 29 de junho de 2014

O Mal é fruto da ignorância

Para o espiritismo, o Mal é fruto da ignorância. É compreensível que muitas pessoas não concordem com isso. Os jornais noticiam todos os dias os crimes mais bárbaros e chocantes. De tempos em tempos, a grande mídia aproveita a repercussão ocasionada por um crime fora do comum para elevar seus níveis de audiência.
O posicionamento do espiritismo sobre o tema já era defendido por Sócrates, quatrocentos e poucos anos antes de Cristo. Para Sócrates, os atos errados são consequência da própria ignorância, e o Mal é a ausência do Bem, é o não-Bem. O fato é que nós evoluímos para a verdade através dos erros.
Inúmeros filósofos e cientistas tentaram desvendar a origem do Mal. Para uns, sua origem está na sociedade, para outros, o Mal se deve a características do cérebro, outros opinam que o Mal advém de nossa ancestralidade animal. A tese de qualquer um desses estudiosos poderia ser aceita. Suas explicações são plausíveis, dignas de credibilidade. Mas falta a eles um ponto fundamental, sem o qual não é possível chegar a nenhuma conclusão definitiva: a reencarnação.
Sem considerar a reencarnação não há como compreender que a origem do Mal é espiritual, pois os espíritos que habitam a Terra são ainda muito imperfeitos. Na questão 120 do Livro dos Espíritos vemos que, para chegar ao Bem, todos passam pela ignorância. Isso deixa claro que o Mal e ignorância estão intimamente ligados. Ignorância das Leis de Deus, ignorância das Leis cósmicas que regem todas as coisas. 
Quem pratica o Mal não mede consequências. Se conhece as consequências e mesmo assim pratica o Mal, não compreende a gravidade dessas consequências. Pensa e age movido pelo mais profundo egoísmo. É muito feio ser egoísta. É horripilante ver alguém que não se importa a mínima com o seu próximo, que ri de situações angustiantes, que não se sensibiliza com nada. Por isso custamos a acreditar, a aceitar, a compreender que o Mal é apenas fruto da ignorância, do desconhecimento.
O espiritismo, antes de mais nada, é esclarecedor. Desde a obra de Allan Kardec, seu papel fundamental é de esclarecimento, orientação e educação. Seu campo de estudo é vasto, suas obras literárias, abundantes. Não falta material de estudo para desenvolver nosso intelecto. O nosso grande desafio é o aprimoramento moral, a reforma íntima.
Você vê todos os dias pessoas que vivem como zumbis. Pessoas que revezam seu tempo entre um trabalho obrigatório em busca do sustento e a procura de prazer. Suas vidas se resumem a isso. A maioria da população vive assim. São, como diz o meu amigo Mauro Pilla, os CBDs: come, bebe e dorme.
Eles tem a desculpa da ignorância, pois ainda não despertaram, ainda não se deram conta de sua condição verdadeira, de sua natureza espiritual. Nós não temos essa desculpa. Nossa cobrança será maior. Nossa consciência nos chama a atenção de acordo com o nosso grau de maturidade moral e espiritual. 
A quem muito foi dado, muito será cobrado.
Diferentemente daqueles que praticam o mal e não sofrem por isso, nós sofremos não só pelo mal que praticamos, como pelo bem que deixamos de praticar.

sábado, 28 de junho de 2014

Criar expectativas acerca das pessoas

Você costuma criar expectativas acerca das pessoas? Espera alguma coisa delas? Tenho certeza (a minha certeza pode não ser a sua) de que devemos partir do princípio de que todas as pessoas são boas. É o que são, em sua essência. Isso não é ingenuidade, nem tentativa de ser bonzinho. As pessoas costumam ser do modo que as vemos. Se nós as vemos boas, elas são boas.
Mas isso não quer dizer que devemos criar qualquer expectativa em relação a quem quer que seja. Você é um universo. Acha que o seu universo continuaria existindo sem você? Claro que não! Sem você, o universo não existiria pra você. O universo como você o vê existe só para você, ele é só seu, é criação sua. Não há duas pessoas iguais, não há dois pensamentos iguais. Então como esperar que alguém pense como você? Ninguém fala exatamente as mesmas coisas, ninguém se expressa de maneira idêntica. Então como esperar que haja plena compreensão de parte a parte?
O que esperar das pessoas, então? Nada. Não podemos contar com nada. Temos que aprender a amar desinteressadamente, nos interessarmos pelas pessoas sem a menor intenção de retorno. Isso parece muito frio? Não é essa a intenção. Pelo contrário. Faz parte da reforma íntima. Quanto menos você espera do próximo, mais você aprende a valorizar pequenos esforços, seus e dos outros. Se você não esperar nada de quem o cerca, das pessoas próximas de você, a possibilidade de se surpreender positivamente aumenta…
Sabemos que a cada reencarnação o espírito imortal promove alguns ajustes com seus semelhantes. Há relações especialmente difíceis por se tratar de processos cármicos às vezes antiquíssimos, buscando reparação através da compreensão mútua. Essas relações, quase sempre, ocorrem dentro da própria família. Como criar expectativas sobre alguém com quem estamos tentando um reajuste?
Quando você se decepcionou com alguém, o que fez com que isso acontecesse? Não foi o fato de você ter criado expectativas acerca da pessoa? Isso é muito comum na vida conjugal. Um dos cônjuges, ou os dois, jogam sobre o outro todos os seus sonhos e fantasias. Toneladas de carência são arremessadas sobre os ombros da pessoa amada. Amada? Será que é realmente amada ou é a vítima escolhida para acabar com as frustrações do outro?
Nenhum relacionamento pode ser sólido se é alicerçado sobre expectativas. Amor é desinteresse. Como esperar dos filhos que eles gostem do que gostamos, façam o que fazemos, se interessem pelo que nos interessamos? Eles são eles, cada qual um universo rico e complexo. Como esperar dos pais o que eles talvez não estivessem preparados para oferecer? Como esperar de um colega, de um vizinho, de um amigo, que ele concorde conosco, que pense, fale, faça qualquer coisa que queiramos que ele faça?
Expectativa é imaginação, é coisa sua, da sua cabeça, ninguém tem nada a ver com isso. Ninguém tem culpa se você idealizou um monte de coisas na sua cabeça. Quando você acha que as pessoas deveriam ser de outro modo, quando você quer que alguém seja de determinado jeito, é certo que você irá se decepcionar, se frustrar, sofrer.
Aprenda a não esperar nada de ninguém. Saiba que as pessoas são boas; o que parece maldade é apenas ignorância da verdade. Mas elas são do jeito delas, não do jeito que você gostaria que elas fossem. Pare de sofrer, pare de depender de suas fantasias a respeito dos outros. Seja você mesmo. Permita que eles sejam eles mesmos.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Desculpe o Transtorno, Estamos em Obras para Atendê-lo Melhor Renato Costa


Numa manhã nublada de verão estava eu descendo movimentada rua da Zona Sul do Rio de Janeiro para levar um de meus filhos à escola quando, não pela primeira vez, passamos por tradicional posto de gasolina da região que se encontrava daquela vez fechado, isolado por faixa com os dizeres que servem de título a este estudo. De outras vezes, a visão da dita faixa nada me tinha evocado, mas, desta feita, uma associação interessante logo me veio à mente.

Por que se isola um posto de gasolina em obras, interditando o acesso aos veículos cujos motoristas procuram os seus serviços? A resposta é fácil, não é mesmo? Faz-se isso porque, em um posto em obras, o piso é quebrado, as construções têm sua tinta velha raspada, mexe-se concreto, carrega-se materiais de um lado para o outro. Mesmo em se supondo que a obra possa ser feita aos poucos, de forma a manter o posto em funcionamento, o atendimento aos clientes fica inevitavelmente prejudicado: mais desgaste para os pneus, a suspensão e o filtro de ar de seus veículos, além de mais sujeira para as roupas do motorista e poluição para seu pulmão. Não é assim que um empresário sensato age. Ao interditar seu posto durante obras, ele quer oferecer seus serviços melhor do que fazia antes, visando agradar os seus clientes antigos e conquistar outros mais, promovendo, desse modo, as suas vendas.

Na vida, muitas vezes, encontramo-nos estressados. São problemas no trabalho, doenças, contratempos, inúmeras agressões que nos afligem e com as quais não sabemos lidar. Em um desses momentos em que nos sentimos com vontade de dar chutes nas paredes, um amigo ou, menos que isso, um simples conhecido, nos dirige a palavra em busca de um conselho, de uma ajuda ou, simplesmente, de um ouvido para desabafar. O que fazemos? Julgando-nos justificados pelo nosso estado estressado, o tratamos com rispidez ou frieza, modos de tratar que nosso entendimento espírita sabe inadequados.

“O que tem um assunto a ver com o outro?”, alguém poderia perguntar. Bem, o que quero dizer é que, quando nos sentimos estressados e nosso estado evolutivo é tal que ainda não sabemos evitar o externar de nosso estresse em atitudes inadequadas frente ao nosso irmão, que, pelo menos, saibamos agir como o dono do posto em obras. 

Tenhamos, em tais casos, a sensatez de nos colocarmos “fechados para obra”, o que podemos fazer nos retirando em silêncio para um canto e entrando em prece restauradora. Uma vez reparados nossos danos emocionais, melhorado o conforto de nossas instalações internas, reformado, enfim, nosso estado de espírito para melhor servir, somente então saiamos do canto ao qual nos havíamos recolhido e abramos novamente nosso coração à caridade cristã, atendendo a todos com alegria e respeito.


Artigo originalmente publicado na Tribuna Espírita, Ano XXIII, No. 125, maio/junho de 2005, João Pessoa, PB.

DEPRESSÃO NA VISÃO ESPÍRITA

Por Richard Simonetti

A variação de humor ocorre em função de: pressões ambientais, problema de saúde, influências espirituais, o peso do passado e saudades do Além.
Vamos explicar cada uma:

1º - Pressões ambientais: é causado por desilusão sentimental, problemas familiares, perda do emprego ou seja, são pessoas plenamente realizadas no terreno afetivo, da saúde, social e profissional que, não obstante, experimenta períodos de angústia. Aqui confunde-se muito tristeza, desilusão, preocupação com depressão.

2º - Problema de saúde: anemia profunda (falta de ferro), causa fraqueza, de apatia; pode ser por problemas de hormonios como da tireoides, por exemplo; a falta da vitamina B12; a TPM (tensão pré menstrual), disturbio hormonal na menopausa, etc.

3º - Influências espirituais: estados depressivos podem originar-se da atuação de Espíritos perturbados e perturbadores, que consciente ou inconscientemente nos assediam. Popularmente emprega-se o termo “encosto” para esse envolvimento. Por outro lado, os estados de euforia, sem motivo aparente, resultam do contato com benfeitores espirituais que imprimem em nosso psiquismo algo de suas vibrações alentadoras.

4º - Peso do passado: a depressão pode ser herança, não de nossos pais, mas de nós mesmos. O que fizemos no passado determina o que somos no presente. O que pesa sobre nossos ombros, favorecendo os estados depressivos, neuroses, fobias, psicoses e demais elementos fragilizadores da consciência é a carga dos desvios cometidos, das tendências inferiores desenvolvidas, dos vícios cultivados, do mal praticado. Há pessoas que, pressionadas por esse peso mergulham tão fundo na angústia que parecem cultivar a volúpia do sofrimento, com o que comprometem a própria estabilidade física, favorecendo a evolução de desajustes intermináveis. O remorso é um dos mais avassaladores sentimentos e o Espírito que reencarna nesta condição carreará para o corpo físico todo esse desequilíbrio. Seu aspecto será o de um obsidiado. No entanto, ele é obsidiado apenas por sua memória profunda, que vinculou sua personalidade humana. Os transtornos mentais e emocionais, conforme assevera Divaldo Franco, tem raízes no Espírito que delinqüiu. A culpa, consciente ou inconsciente, imprimiu-lhe no perispírito o quadro psicológico que se irá refletir na organização física e mental durante o transcurso da reencarnação. Mas, como disse Joanna de Ângelis: "ocorre a possibilidade de interferências no campo mental, produzidos por entidades infelizes. Quando as duas coisas se juntam - PASSADO E OBSESSÃO - os problemas se avolumam, os sintomas são mais severos e a cura, às vezes, é mais demorada."

5º - Saudades do Além: este aspecto é abordado pelo Espírito François de Genève, no cap. V, de “O Evangelho segundo o Espiritismo”: “A melancolia” – “Sabeis por que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos vossos corações e vos leva a considerar amarga a vida? E que vosso Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, se esgota, jungido ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo e, como o corpo lhe sofre a influência, toma-vos a lassidão, o abatimento, uma espécie de apatia, e vos julgais infelizes. Crede-me, resisti com energia a essas impressões que vos enfraquecem a vontade. São inatas no espírito de todos os homens as aspirações por uma vida melhor; mas, não as busqueis neste mundo e, agora, quando Deus vos envia os Espíritos que lhe pertencem, para vos instruírem acerca da felicidade que Ele vos reserva, aguardai pacientemente o anjo da libertação, para vos ajudar a romper os liames que vos mantêm cativo o Espírito. Lembrai-vos de que, durante o vosso degredo na Terra, tendes de desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer dedicando-vos à vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou. Se, no curso desse degredo-provação, exonerando-vos dos vossos encargos, sobre vós desabarem os cuidados, as inquietações e tribulações, sede fortes e corajosos para os suportar. Afrontai-os resolutos. Duram pouco e vos conduzirão à companhia dos amigos por quem chorais e que, jubilosos por ver-vos de novo entre eles, vos estenderão os braços, a fim de guiar-vos a uma região inacessível às aflições da Terra.”
E COMO SUPERAR AS VARIAÇÕES DE HUMOR, MANTENDO A SERENIDADE E A PAZ EM TODAS AS SITUAÇÕES? É evidente que não o faremos da noite para o dia, como quem opera um prodígio, mesmo porque isso envolve uma profunda mudança em nossa maneira de pensar e agir, o que pede o concurso do tempo.
Considerando, entretanto, que influências boas ou más passam necessariamente pelos condutos de nosso pensamento, podemos começar com o esforço por disciplinar nossa mente, não nos permitindo idéias negativas.


Orientação:
Procure ajuda médica, mas:
- Mexa-se. Desenvolva atividades. Ninguém “cai na fossa”; geralmente entramos nela quando renunciamos a uma vida ativa e empreendedora.
- Policie sua casa mental. Estados depressivos começam, com insinuantes idéias infelizes.
- Ainda que não se sinta disposto, cultive a convivência com familiares, amigos, colegas de profissão. O isolamento contraria a natureza sociável do ser humano, favorecendo a instalação de desajustes íntimos.

COMPILAÇÃO DE RUDYMARA


OBSERVAÇÃO: Vincent van Gogh, que sofria de depressão e cometeu suicídio, pintou o quadro desse post em 1890 de um homem que emblematiza o desespero e falta de esperança sentida na depressão. 

quinta-feira, 26 de junho de 2014

CURAS ESPIRITUAIS

André Luiz, conta no livro “Missionários na Luz”, cap. 12, a história de um Espírito que, em sua última encarnação, cometeu revoltante crime, assassinando um pobre homem a facadas na região do estômago. Este ato impensado levou este Espírito a grandes aflições, porque a vítima desencarnada o obsedou dia a dia até sua desencarnação. E após sua desencarnação, além do remorso natural, foi para regiões umbralinas, sofrendo ali grandes aflições também. Depois de muito tempo, quando estava consciente do erro que cometeu, ajudou sua vítima "diminuindo" assim seu débito. Então, para reparar de vez o crime, ele pediu que, na sua nova encarnação, desencadeasse nele, uma úlcera de importância que começaria a incomodá-lo logo que chegasse à maioridade física. Carregaria a própria ferida, conquistando, dia a dia, a necessária renovação. Sofreria e lutaria incessantemente, desde a eclosão da úlcera até sua desencarnação.

Imaginemos então, este Espírito já encarnado. Devido ao esquecimento ao reencarnar, provavelmente, procurará a cura para sua doença na medicina e não encontrará. Então, certamente dirá: “Estes médicos, não sabem nada, porque são todos mercenários!” Ele talvez, procurará fazer promessas na Igreja Católica, e nada . . . Talvez fará oferta no templo protestante, e nada . . . Talvez tomará passes na Casa Espírita, e nada também. Se for adepto da saúde, não fumando, não bebendo, ingerindo alimentos saudáveis, fazendo exercícios físicos, etc., alguém dirá: "Tá vendo! O que adiantou cuidar da saúde? Por isso, fumo, bebo, como de tudo . . ."
Esta atitude é comum, para quem não vê além da matéria.
Muitas vezes, o Centro Espírita mal orientado se dedica quase que inteiramente à tentativa das curas físicas pela ação mediúnica, sem considerar que:
· as enfermidades não acontecem por acaso; elas refletem condições espirituais; guardam relação com o estado evolutivo do ser; revelam carências, lesões, perturbações espirituais com origem nesta ou em existências anteriores; serve de freio ou de prova para evoluir mais rápido e, portanto, nem todos os doentes poderão ser curados. Se não explicarmos estes detalhes aos que procuram a cura nas Casas Espíritas, corremos o risco de sermos chamados de charlatães, por aqueles que não alcançarem o almejado.
· a Casa Espírita existe não para tratar de corpos mas de almas, porque o Espiritismo cura, sobretudo, os males morais.
Quando Joanna de Ângelis diz que "não há doenças, há doentes", ela quis dizer que a doença só aparece porque somos doente da alma. Porque ainda abrigamos ódio, rancor, mágoa, revide, abusamos da alimentação, das bebidas alcoólicas, etc. E estas transgressões, refletem no corpo físico através de doenças.
Divaldo Pereira Franco, no Livro “Diretrizes de Segurança”, recomenda que: “Não devemos trazer para o Espiritismo o que pertence aos outros ramos do conhecimento. A missão de curar é do médico. O espiritismo não veio competir com a ciência médica. Não devemos pretender transformar a casa espírita em nosso consultório médico.”
Mas afinal, porque há Centro Espírita que tem trabalho de cura espiritual e outro não?
Na verdade, todo Centro Espírita possui um trabalho de cura muito bem montada através da FLUIDOTERAPIA, que são os passes e a água fluidificada.
O magnetismo tem poder de cura, o próprio Allan Kardec nos fala na Revista Espírita e nas obras da codificação. Antes de estudar fenômenos espíritas, ele estudou magnetismo por mais de 30 anos. O Espiritismo não faz milagres; unicamente descobriu algumas leis que regem os fluidos e as aplica em benefício da humanidade sofredora.
Os médiuns curadores irradiam fluidos de alto poder magnético, dos quais os espíritos curadores se utilizam para a produção das curas e manipulação dos remédios fluídicos.
Os que estão recebendo o passe deverão ligar seu pensamento ao alto, para ajudar a receptividade. De pensamento elevado, o magnetismo penetra mais facilmente. E de pensamento negativo, dificulta a penetração dos fluidos. Os doentes incuráveis (sabemos que nem todos receberão a cura) encontrarão profundo alívio no passe e na água magnetizada.
Vejamos o que diz Marlene Nobre, médica e presidente da AME-Brasil e do jornal Folha Espírita, dirigente do centro espírita Cairbar Schutel-S.P sobre cirurgias espirituais dentro das casas espíritas: “Nos centros espíritas que verdadeiramente estudam Kardec as pessoas não tem o aparato das cirurgias espirituais, elas tem, com certeza, assistência gratuita de todos os serviços e a mesma cura, quando são “merecedoras” disso. Pelo que se tem visto, é preferível os trabalhos de FLUIDOTERAPIA dos centros espíritas. Quanto às cirurgias espirituais executadas com cortes e introdução de objetos, não são aceitas pela AME (Associação Médica Espírita), acredita-se que a intervenção (a cura) pode se dar sem esses objetos.”
Quanto às terapias alternativas (cromoterapia, cristalterapia, fitoterapia, aromaterapia, florais de Bach e outros), podem ter alguns pontos concordantes com o conhecimento espírita, caberá à ciência definir; não são, porém, atividade própria do centro espírita, porque, além de curar corpos não ser o objetivo primordial do Espiritismo, essas terapias requerem profissionais habilitados e locais apropriados e, no centro espírita, estariam desviando finalidades.
Existiu uma época que houve curas espirituais que tinham a função de atrair e convencer os descrentes da existência de um mundo espiritual. Mas agora o ser humano despertou a consciência para essa vida espiritual.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Compromissos Assumidos Warwick Mota

"O Filho do Homem não veio para ser servido, 
mas para servir."
- Jesus. (Marcos, 10:45.)

Estamos aqui para colaborar na Seara do Mestre, dizia-me um certo amigo, todas as vezes em que eu lhe indagava sobre suas atividades na Instituição que este freqüentava, todavia, alegava que estava com muitos compromissos no trabalho e em casa, e que no momento não dispunha de muito tempo para as tarefas espíritas, mas assim que as coisas folgassem...
Muitos irmãos ao chegarem pela primeira vez à Casa Espírita, ficam deslumbrados, empolgados com as realizações ali presentes. A palestra edificante, as orientações do plano mais alto, chamam à atenção ao trabalho nobilitante e regenerador, e de pronto assumem ou prontificam-se a colaborar em qualquer setor da Casa, querem fazer tudo, "mostrar serviço", tomam para si várias tarefas, assumem diversos compromissos, pois transpiram boa vontade e desejam trabalhar,
Se convidados ao estudo aceitam de imediato, pois a sede de esclarecimento é muito grande, no entanto é a freqüência e a participação que revela o verdadeiro interessado. Quando o assunto então é mediunidade, deixam à mostra a grande ansiedade por uma oportunidade em um grupo mediúnico, seja na esperança de manter contato direto com algum ente querido que já partiu, ou mesmo para que possam ser veículos de transmissão de mensagens esclarecedoras provenientes de Espíritos de escol, poucos ainda são os que buscam estes grupos, na simples intenção de prestar auxílio aos Espíritos sofredores.
Porém, já diz a sabedoria popular que, "o tempo é o senhor da razão", a prova disso é que alguns meses depois de toda essa empolgação, estes irmãos sentem-se arrefecidos pelo desânimo que as dificuldades do dia-a-dia os impõe e começam a faltar aos compromissos assumidos na Seara Espírita, já não dispõem mais da mesma disposição inicial, os compromissos familiares e sociais reclamam-lhes a presença, e a falta de tempo torna-se a desculpa mais cômoda para o afastamento do trabalho com Cristo.
Alguns percebem, outros não, o quanto é difícil desenvolver consciência espírita aliada à capacidade de planejamento, a empolgação inicial que os leva a assumir mais tarefas do que podem abraçar, redunda no afastamento da Casa, e quando indagados sobre o motivo do "sumiço", alguns chegam a responder sem rebuços que agora são "espíritas free lancers", ou seja, visitam um Centro ou outro de vez em quando sem compromisso com a casa, mas com a causa.
A Doutrina Espírita não requer de nós dedicação em tempo integral, no que tange ao desenvolvimento de tarefas dentro do Centro, pois temos as nossas obrigações sociais e familiares, também não é objetivo da Doutrina Espírita o profissionalismo religioso, em contrapartida os Espíritos pedem responsabilidade naquilo que assumimos, pois o envolvimento com as realizações a que nos propomos transcende ao aspecto material da questão. Há por parte da espiritualidade maior, uma preparação antes da realização de qualquer tarefa no campo do auxílio, que obviamente conta com a anuência do Cristo, portanto a ausência não reflete apenas no trabalho em si, mas no chamado do Mestre Jesus, daí a necessidade de equacionarmos melhor o nosso tempo, visto que sempre dispomos de espaço para o trabalho na Seara do Mestre.

(Publicado na revista O Espírita n. 93 jul/set , 96 e reproduzido do site do autor com sua autorização)

CÂNCER NA VISÃO ESPÍRITA

Desde tempos imemoriáveis, a melhor medicina sempre foi a preventiva. O grande alquimista Paracelso insistia: "Não se deve tratar a doença; deve-se tratar a saúde". Podemos dizer que, o melhor meio para não se apanhar uma doença, consiste em se manter saudável. Ou seja, proteger o sistema imunológico, de forma a bloquear qualquer germe ou vírus que tentar invadir nosso organismo. Pode-se pensar que seja fácil atingir tal objetivo, através de uma boa dieta, escolhendo alimentos de baixo valor de colesterol, reduzindo o consumo de carne, abstendo-se de consumir açúcar, realizando exercícios físicos, enfim, submetendo-se a tudo aquilo que uma propaganda insistente nos propõe. Mas como explicar, nesse caso, o elevadíssimo número de pessoas que seguiram rigorosamente tais instruções, julgando estar assim protegidas contra os perigos das doenças para um dia, descobrir que seu organismo estava sendo minado pelo câncer? André Luiz conta, através da psicografia de Chico Xavier que um Espírito ao preparava-se para reencarnar, pediu para seu novo corpo físico uma úlcera que apareceria em sua madureza física e que não deveria encontrar cura até sua desencarnação, para que ele pudesse ressarcir um assassinato que cometeu ao esfaquear um homem (que estava na sua madureza física) na região do estômago. Como vemos, mesmo que este Espírito cuide de sua saúde durante toda sua juventude, não fugirá da úlcera “moral” que “ele pediu”. ENTÃO, CÂNCER É UMA ENFERMIDADE CÁRMICA? A experiência diz que sim. Estamos submetidos a um mecanismo de causa e efeito que nos premia com a saúde ou corrige com a doença, de acordo com nossas ações. O CÂNCER SERIA ENTÃO O RESULTADO DE UM COMPORTAMENTO DESAJUSTADO, EM VIDAS ANTERIORES? Nem sempre. A causa pode estar nesta existência. Um exemplo: as estatísticas demonstram grande incidência de câncer no pulmão, em pessoas que fumam. Há elementos cancerígenos nas substâncias que compõem o cigarro. Quem fuma, portanto, é sério candidato a esse mal. Será o seu carma. Há uma charge ilustrativa, em que um cigarro diz para o fumante: "Hoje você me acende. Amanhã eu o apagarei!" Certíssimo! ESTÁ DEMONSTRADO QUE OS FUMANTES PASSIVOS, PESSOAS QUE CONVIVEM COM FUMANTES, TAMBÉM PODEM TER CÂNCER. COMO EXPLICAR ESSA SITUAÇÃO? ENão há inocentes na Terra, um planeta de provas e expiações. O fumante passivo que venha a contrair câncer tem comprometimentos do passado que justificam seu problema. Aliás, o simples fato de aqui vivermos significa que merecemos (ou necessitamos) tudo o que aqui possa nos acontecer. Se não merecêssemos, estaríamos morando em mundos mais saudáveis. ISSO ISENTA DE RESPONSABILIDADE O FUMANTE QUE POLUI O AMBIENTE, SITUANDO-O COMO INSTRUMENTO DE RESGATE PARA ALGUÉM? Ao contrário, apenas o compromete mais. Deus não necessita do concurso humano para exercitar a justiça. Além de responder pelos desajustes que provoca em si mesmo, responderá por prejuízos causados ao meio ambiente e às pessoas. A MEDICINA VEM DESENVOLVENDO TÉCNICAS PARA A CURA DO CÂNCER. CONCEBE-SE QUE DENTRO DE ALGUMAS DÉCADAS SERÁ POSSÍVEL A CURA REDICAL EM TODAS AS SUAS MANIFESTAÇÕES. COMO FICARÃO AQUELES QUE ESTÃO SE REAJUSTANDO PERANTE AS LEIS DIVINAS A PARTIR DE UM CARCIOMA? A medicina vem fazendo grandes progressos, mas está longe de erradicar a doença. Males são superados; outros surgem, nos domínios da sexualidade, a sífilis era um flagelo, decorrente da promiscuidade. Hoje é a AIDS. A dor, a grande mestra, que tem na enfermidade um de seus aguilhões, continuará a nos corrigir, até que aprendamos a respeitar as leis divinas. A PESSOA QUE SOFRE BASTANTE, VITIMADA POR UM CÂNCER, RESGATOU SEUS DÉBITOS, HABILITANDO-SE A UM FUTURO FELIZ NA ESPIRITUALIDADE? A doença elimina as sombras do passado, mas não ilumina o futuro. Este depende de nossas ações, da maneira como enfrentamos problemas e enfermidades. Quando o nosso comportamento diante da dor não oprime aqueles que nos rodeiam, estamos nos redimindo, habilitados a um futuro glorioso. COMO FUNCIONA ISSO? Se o paciente tem câncer, suas dores implicarão em sofrimento para a família. Tudo bem. Faz parte das experiências humanas. Mas, dependendo da maneira como enfrentar seu problema, poderá gerar aflições bem maiores para todos, o que acontece com o paciente revoltado, inconformado, agressivo. Se humilde e resignado, a família lidará melhor com a situação. Pacientes assim estão "zerando o carma".

Disse padre Léo ao padre Fábio de Melo: "Meu filho, eu nunca pedi a Deus que me curasse do meu câncer, por que seria muito injusto eu plantar limão e querer colher outra coisa. Eu fumei a vida inteira. Então, eu peço a Ele que me ensine a morrer do jeito certo. Se eu não faço minha parte, eu me pergunto: será que é honesto eu pedir que Deus faça a parte Dele? Ele já fez a parte Dele nos dando a vida, precisamos fazer a nossa parte cuidando dela!"

terça-feira, 24 de junho de 2014

A VERDADEIRA DESGRAÇA


O QUE É A VERDADEIRA DESGRAÇA?

Tentaremos explicar esta pergunta usando esta história: “Joel era um verdadeiro cristão, sempre empenhado em ajudar o semelhante, tanto na atividade profissional, como no lar, na organização assistencial, no Centro Espírita. Mas o Céu tinha outros planos para ele. Joel retornou à Espiritualidade, vitimado por um acidente de trânsito. Foi um rude golpe para o movimento espírita local, e particularmente para Sara, sua esposa, que não conseguia aceitar a separação. Questionava ela: "HÁ TANTOS CRIMINOSOS, TANTOS INCONSEQUENTES EGOÍSTAS, CUJA MORTE SERIA UM BENEFÍCIO PARA A HUMANIDADE, PORQUE LOGO MEU MARIDO, UM HOMEM DIGNO E NOBRE, TÃO ÚTIL A TANTA GENTE?” Mergulhada na depressão, recusava-se a retornar à normalidade, alimentando a perigosa idéia de que seria preferível morrer. Até que certa noite, na reunião mediúnica da qual participava, um generoso benfeitor espiritual disse-lhe: "SARA, SUA INCONFORMAÇÃO É INCOMPATIVEL COM SEUS CONHECIMENTOS. VOCÊ SABE QUE NADA OCORRE POR ACASO.” Angustiada argumentou: "SEI QUE EXISTEM PROBLEMAS CÁRMICOS ENVOLVENDO SITUAÇÕES DESSA NATUREZA, MAS TENHO APRENDIDO QUE O BEM QUE EXERCITAMOS HOJE NEUTRALIZA O MAL QUE PRATICAMOS ONTEM. E, CONSIDERANDO QUE JOEL ERA PRECIOSO INSTRUMENTO DA ESPIRITUALIDADE NA TERRA, PORQUE NÃO LHE FOI PRESERVADA A VIDA? NÃO SERIA JUSTO DEIXÁ-LO RESGATAR SEUS DÉBITOS COM O ESFORÇO DA CARIDADE, EM QUE PONTIFICOU COMO DEVOTO SERVIDOR DO CRISTO?” O mentor aguardou por alguns instantes, até que fossem menos abundantes as lágrimas, e explicou sereno: "SEU ARGUMENTO É PONDERÁVEL, MAS EQUIVOCADO, PORQUE VOCÊ DESCONHECE A EXTENSÃO DOS COMPROMISSOS DE JOEL. SEU DESENCARNE, MUITO MAIS QUE O CUMPRIMENTO DA JUSTIÇA, FOI UM ATO DE MISERICÓRDIA QUE BENEFICIOU NÃO APENAS ELE, MAS SOBRETUDO, VOCÊ.” Sara disse: "NÃO ESTOU ENTENDENDO.” O mentor, então, explicou: “SEGUNDO COMPROMISSOS QUE AMBOS ASSUMIRAM NO PASSADO, JOEL DEVERIA SOFRER DERRAME CEREBRAL QUE O SUJEITARIA A UMA VIDA VEGETATIVA, PRISIONEIRO DE UM CORPO INERTE, INCOMUNICÁVEL. VOCÊ CUIDARIA DELE POR APROXIMADAMENTE 10 ANOS. TENDO EM VISTA OS MÉRITOS DE SEU MARIDO, FOI-LHE POUPADA A DOLOROSA EXPERIÊNCIA E ELE RETORNOU À ESPIRITUALIDADE, DE ONDE CONTINUA A AJUDÁ-LA NOS ENCARGOS QUE LHE COMPETEM, CONFORME SUA PROGRAMAÇÃO DE VIDA. ELE PEDE-LHE QUE SUPERE O PESADELO DA SEPARAÇÃO COM O SONHO DE GLORIOSO REENCONTRO NA IMORTALIDADE.” A partir desse dia Sara readquiriu a disposição de viver, enfrentando com serenidade e coragem seus compromissos, lembrando sempre que ela e o marido haviam recebido uma grande dádiva do Céu.”
CONCLUSÃO: “Muitas pessoas questionam os acontecimentos difíceis e dolorosos, enveredando por caminhos de rebeldia e desalentos que lhes multiplicam os sofrimentos. As pessoas vêem a desgraça na miséria, na lareira sem fogo, nas lágrimas, no féretro (caixão de defunto) que se acompanha com o coração partido, na angústia da traição, na privação do orgulhoso que desejava vestir-se de púrpura e esconde sua nudez nos farrapos da vaidade. Tudo isso, e muitas outras coisas, chamam de desgraça, na linguagem humana. Sim, realmente é a desgraça, para aqueles que nada vêem além do presente. A tempestade, que despedaça as árvores, é visto como desgraça. No entanto, ela purifica a atmosfera, dissipando os miasmas insalubres que poderiam causar a morte. Para julgar uma coisa, é necessário, portanto, ver-lhe as conseqüências. É assim que, para julgar o que é realmente felicidade ou desgraça para o homem, é necessário transportar-se para além desta vida, porque é lá que as conseqüências se manifestam. Aos olhos materialistas, o que é desgraça no presente, é compensação na vida futura. Tenham esperança, vocês que choram!” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 24, escrito pelo Espírito Delphine de Girardin)
Esta história e texto demonstram que o Espiritismo é esclarecedor, consolador e comprovador de que Deus é justo, bom e perfeito. E que as obras básicas são complementadas por depoimentos e ensinamentos de Espíritos desencarnados que voltam para contar suas vivências através da psicografia. Cabe a nós observar a experiência deles para tomarmos como exemplo e para não errarmos no mesmo ponto.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

ESPÍRITA OU KARDECISTA?


Espiritismo é uma doutrina filosófica, científica e religiosa.
Espiritualismo é a crença em algo além da matéria. Muitas crenças crêem na comunicação com os espíritos (espírito santo, caboclos, etc. ), mas não são espíritas.
Podemos concluir que todo espírita é espiritualista (porque crê em algo além da matéria), mas nem todo espiritualista é espírita (porque não segue os ensinamentos trazidos pelos espíritos através de Allan Kardec) .

AFINAL, NÓS SOMOS ESPÍRITAS OU KARDECISTAS?
Nós espíritas não podemos relutar em responder quando somos inquiridos qual é a nossa religião, e jamais dizer: “EU SOU KARDECISTA.” Devemos responder: “EU SOU ESPÍRITA”. Quando respondemos "SOU KARDECISTA" estamos afirmando que o Espiritismo se divide com várias denominações, o que não é verdade. Muitos dizem, por exemplo: “alto espiritismo, espiritismo de mesa branca, linha Kardecista, Espiritismo do Bem, etc.” Mas Espiritismo é um só. Centro Espírita só os que seguem a Doutrina dos Espíritos. As outras religiões que usam o nome de "Centro Espírita" e divergem dos ensinamentos dos Espíritos que estão nas obras básicas codificadas por Kardec, não são Centros Espíritas, são Casas Espiritialistas. Eis alguns exemplos de casas espiritualistas: "Centro Espírita Tenda Fraterna", "Centro Espírita de Umbanda Cobra Coral", etc. Tais casas deveriam mudar para "Casa Espiritualista Tenda fraterna"; "Casa Espiritualista de Umbanda Cobra Coral". Mas lembrando sempre que, todas devem ser respeitadas, principalmente quando acreditamos na nossa.
Além de tudo isso, quando dizemos "SOU KARDECISTA", estamos dizendo também que seguimos os ensinamentos de Kardec, quando na verdade seguimos os ensinamentos dos espíritos. Kardec apenas organizou os ensinamentos dos espíritos.
O Espiritismo é uma doutrina sem sacerdotes, sem dogmas, sem rituais, não adota em suas reuniões e em suas práticas qualquer tipo de paramentos ou vestes especiais (as vestes brancas devem ser as que nos cobrem o espírito e o nosso perispírito); não utilizamos sal grosso, plantas, amuletos, etc. (porque o nosso coração é nosso escudo, quando nele mora o amor); não adotamos cálice com vinho ou bebidas alcoólica (os espíritas não devem alimentar o vício do álcool nem do fumo, porque precisamos estar lúcidos para apreciar a beleza da vida); não utilizamos incenso, mirra, velas (porque são coisas materiais e nós usamos a prece para nos sustentar o espírito); não temos altares, imagens, andores, procissões, pagamento pelos trabalhos espirituais, talismãs, sacrifício animal, santinhos, administração de indulgências, confecção de horóscopos, exercício da cartomancia, quiromancia, astrologia, numerologia, cromoterapia, pagamento de promessas, despachos, riscos de cruzes e pontos, não temos curas espirituais com cortes, orações milagrosas para resolver problemas sentimentais, financeiros, etc.


Por que no Brasil se confunde Espiritismo com cultos africanistas, com terreiros e coisas assim?
Raul Teixeira responde: Isso se deve ao fato de termos um grande contingente de pessoas que desconhecem o que seja o Espiritismo e que não se interessam, nem desejam saber o que realmente ele é. Muitos espalham informações sobre o Espiritismo de acordo com o que supõem que seja, demonstrando grande dose de leviandade ou de má intenção. Ainda que o Espiritismo e, por sua vez, os espíritas, não tenham nada contra as práticas e crenças africanistas, é importante que cada coisa esteja no seu lugar, facilitando até a busca e o enquadramento das criaturas que estão procurando novas propostas de vida. Somente por meio das leituras sérias e dos estudos metódicos se conseguirá desfazer a confusão que gera tantos mal entendidos entre os espiritualismo. 


(Do livro: Ante o vigor do Espiritismo)

domingo, 22 de junho de 2014

PODEMOS BUSCAR CARTAS DO ALÉM?

Divaldo Franco





Podemos, mas o médium Divaldo P. Franco explica no livro “Entrevistas e Lições” que, nem sempre nos convém receber mensagens do além. Muitas vezes, o intercâmbio pode produzir males a ambos: a quem ficou na Terra e àquele que desencarnou. Afinal de contas, o amor, quando é legítimo, não necessita de intercâmbio tão constante. Ideal seria que nós mantivéssemos viva a chama do amor e aguardássemos o tempo, sem maior inquietação. Quando for oportuno, Deus nos concederá a bênção do reencontro. QUANTO TEMPO LEVA PARA QUE OS DESENCARNADOS POSSAM SE COMUNICAR? Há comunicação que ocorre logo após o instante da desencarnação e outros não. No livro O Céu e o Inferno, Allan Kardec faz uma abordagem sobre a questão, narrando fatos sobre pessoas que se comunicam poucos minutos depois da morte. Temos também o exemplo de José Herculano Pires, que no momento que sofreu um enfarte, estava acontecendo um trabalho mediúnico em seu lar. A família que o socorreu não contou aos participantes para não atrapalhar o trabalho. No final foram lidas duas mensagens psicografadas, sendo uma delas a de Herculano dirigida a sua esposa. Os membros não acreditaram porque não sabiam de sua desencarnação. É um fenômeno raro, mas possível. Outras comunicações, no entanto, sucedem após meses, anos e até séculos. Tudo se encontra relacionado com o desprendimento, ou não, do Espírito que desencarnou, está ligado á sua evolução. Exemplo: quando chegamos a um país estrangeiro e não dominamos bem a língua temos dificuldades de nos comunicar; se não sabemos fazer uma ligação telefônica, não conseguiremos transmitir notícias. Da mesma forma, recém-chegados ao Além, em geral não dispõe, ainda, de meios para enviar mensagens. Embora tenhamos capacidade, falta-nos a possibilidade de fazê-lo. E a “morte” é uma cirurgia total. Há pessoas que despertam de uma intervenção singela com grave distúrbio emocional, desequilibrando-se, totalmente, sob efeito de determinados anestésicos. Outras voltam a si com serenidade e lucidez, após operação mais complexa. Outras sofrem com a cobrança de sua consciência nos umbrais. Além disso, não basta o desencarnado desejar transmitir a mensagem. É necessário, principalmente, encontrar um intermediário (médium) fiel, em condições de conduzi-la. Médiuns sérios atraem Espíritos sérios; médiuns levianos atraem Espíritos levianos. O médium que não se ajusta aos princípios morais pode ser vitimado pela ação do mundo espiritual inferior. Então, poderemos receber mensagens falsas, escritas por espíritos zombeteiros, brincalhões. As comunicações espontâneas são as mais belas, as mais convincentes. MAS O QUE É UMA COMUNICAÇÃO ESPONTÂNEA?São as reuniões públicas, onde as pessoas chegam a casa espírita, sentam, e não se falam. O médium chega, senta e espera “o telefone tocar de lá para cá” e atende, ou seja, psicografa. As evocações não são recomendadas pela Doutrina Espírita, porque são portas abertas para espíritos brincalhões, zombeteiros que se metem em tudo e a tudo respondem sem se importarem com a verdade. E quando termina a psicografia, o médium diz: FULANA DE TAL TEM AQUI UMA MENSAGEM DE BELTRANO. Ele nem sabe se a pessoa está presente. Aí se lê a mensagem. E as pessoas também lêem essas mensagens e verificam se os dados são verdadeiros. O grande exemplo foi o venerendo apóstolo Chico Xavier pela nobreza, pela limpidez, na maneira que era exercido. A pessoa perdia-se na multidão, sem nenhum contato prévio com ele. Antes do labor, ele atendia alguns necessitados que o buscavam para outros fins e anotava, às vezes, determinados tipos de pedidos, nunca, porém, propunha qualquer interrogação em torno de familiares desencarnados, como datas, nomes, ocorrências, como, infelizmente, vem sendo feito por alguns insensatos. Sou testemunha, porque eu o conheci por mais de 40 anos, e recebi de minha genitora uma mensagem através dele, dando-me dados que eu demorei mais de dois anos pesquisando em cartórios para poder confirmar sua veracidade. O QUE DIZER DE MÉDIUNS QUE SE REVOLTAM A QUALQUER DESCONFIANÇA? Este médium está desequilibrado e equivocado. Fácil presa de obsessores. Se é um médium espírita deveria saber que a escala espírita dos médiuns se resume em MÉDIUNS RUINS E MÉDIUNS REGULARES. Não há MÉDIUNS PERFEITOS. E a recomendação é“MELHOR REPELIR DEZ VERDADES QUE ACEITAR UMA MENTIRA”. Os bons espíritos não se importam com a desconfiança, ao contrário dos vaidosos, dos mistificadores que temem que descubram a farsa.Então, devemos tomar cuidado. Até médiuns de grande respeitabilidade estão sujeitos a espíritos mistificadores. Por isso, a proposta do Espiritismo é que estudemos para que possamos entender um pouco mais sobre o assunto. DEIXANDO CLARO QUE A DOUTRINA ESPÍRITA NÃO É CONTRA, MAS PEDE CAUTELA. Sanson, no item 21, capítulo V, do O Evangelho Segundo o Espiritismo nos adverte em sua mensagem: “que os nossos mortos amados necessitam de nossos bons pensamentos, de nossas preces, mas não do nosso desespero que só serve para fazê-los sofrer. Estamos todos na Terra para uma breve experiência de vida material, mas a nossa vida verdadeira é a espiritual. Os que partem antes de nós concluíram sua tarefa e estão livres dos tormentos da vida terrena. Mas como nos amam, continuam ligados a nós pelo pensamento, pelo sentimento, pelo amor que nos dedicam.” Então, a proposta Espírita é Consoladora:“ELES VIVEM.” Precisamos compreender isso para não os perturbarmos na vida espiritual com o desespero do nosso amor egoísta. Agradeçamos pelo período que convivemos com eles, e nos preparemos para o reencontro.

sábado, 21 de junho de 2014

Passes Espirituais

Paula Calloni de Souza

Os métodos de cura com as mãos ganham cada vez mais adeptos no Brasil e já começam a ser aceitos como complementação eficiente ao tratamento médico convencional.
Para o químico industrial Gilberto Alcoba Marques, de 47 anos, o tratamento com passes foi mais do que uma simples tentativa de cura. Espírita há vinte e cinco anos, ex- fumante inveterado, Gilberto era o que ele mesmo classificou de “papa-passes” típico. Ou seja, aquela pessoa que conhece a doutrina, mas sem grandes aprofundamentos, e apenas procura o bem-estar proporcionado pelos passes em centros espíritas. Até que, por volta de dez anos atrás, durante exames de rotina, veio a notícia: Gilberto tinha um tumor na garganta. Após passar pela orientação do centro espírita que freqüentava, foi encaminhado a um tratamento com passe do tipo P3A. Enquanto isso era acompanhado de perto pelo tratamento médico convencional, tomando medicamentos e fazendo periódicos exames de reavaliação. Um ano após os dois tratamentos, com medicina tradicional e passes, a surpresa: o tumor havia desaparecido.
Em outra área da medicina – a das doenças mentais –, projetos pioneiros que aliam ciência e espiritualidade vêm merecendo atenção redobrada. Nas Casas André Luiz, tem sido acompanhada a evolução de 650 pacientes submetidos aos tratamentos espirituais. Os resultados devem sair em janeiro do próximo ano. Para o diretor técnico e clínico da instituição, o psiquiatra Frederico Leão, “a proposta é exatamente mostrar que as revelações e os conceitos da teoria espírita são demonstráveis do ponto de vista científico. É possível a terapia espiritual andar de mãos dadas com a ciência,o que traz benefícios complementares ao tratamento convencional”.
A aplicação de passes, sempre precedida de uma preleção do Evangelho, é, geralmente, o primeiro contato de ordem prática que se tem dentro de um centro espírita kardecista. Era praticado por Jesus e, no kardecismo, exige quatro anos de preparação. “O passe nada mais é senão a concentração de energias que o médium capta do cosmos, de entidades espirituais superiores e de si mesmo”, explica William Jones, presidente da Instituição Espírita Seara Bendita. Fundada em 1951, por José Klors Werneck, a Seara atende cerca de vinte e cinco mil pessoas por mês.
Ao passar pelo setor de orientação, o indivíduo ganha uma pequena ficha, na qual são prescritos os tipos de passe que deverá tomar e por quanto tempo. O público em geral não entende o que significam tantos números e letras: A2, P3C, P4. Trata-se de uma padronização efetivada pela Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP), que classifica os tipos de passe adequados a cada enfermidade, física ou espiritual. Eles são de dois tipos básicos: o magnético, em que é utilizado fluido do ser humano aplicador; e o espiritual, vindo de entidades desencarnadas evoluídas, capazes de emitir fluidos mais puros e com maior poder curativo. E o que sente um médium que aplica passes? A maioria dos entrevistados revelou o aquecimento das mãos como sensação principal.

Como Agem os Passes?

O perispírito possui centros de recepção de energia ligados ao corpo físico através dos plexos, que, por sua vez, são terminações nervosas ligadas aos diversos sistemas que fazem o organismo funcionar. Energias deletérias vindas do ambiente, de pessoas encarnadas ou desencarnadas ou do próprio corpo mental do indivíduo (pensamentos negativos), podem desequilibrar essas energias, trazendo doenças no plano mental ou físico. O passe pode reequilibrar esses centros de força através da aplicação de fluidos saudáveis.
Alguns fatores parecem ser primordiais na eficácia do tratamento com passes: a fé, a busca pela elevação moral e o aspecto psicológico. Para o psiquiatra Franklin Ribeiro, dirigente do Centro Espírita João Evangelista, no qual trabalha há dezenove anos, o relacionamento que se estabelece entre aquele que procura a casa espírita e os que o acolhem se assemelha ao relacionamento mãe-bebê. Em Missionários da Luz, André Luiz recebe esclarecimentos que definem uma mulher doente que recebe o passe “como a criança frágil sequiosa do carinho materno”. Também Herculano Pires, em Obsessão, Passe e Doutrinação, destaca: “O efeito psicológico resulta dos estímulos provocados no paciente por sua presença num ambiente de pessoas interessadas em ajudá-lo, o que lhe desperta sensação de segurança e confiança em si mesmo”. O dr. Franklin completa: “A minha crença, a crença da pessoa de que aquilo vai funcionar, cria a ligação, e isso a ciência reconhece. Está criado o vínculo entre o passista e o receptor. E, a partir daí, estando a pessoa conectada a uma fonte adequada, a imposição de mãos vai determinar a passagem de energia”. Para ele, a fé é elemento primordial na cura, não importando a que religião pertença o indivíduo.
O dr. Franklin Ribeiro é presidente do Comitê de Medicina Psicossomática da Associação Paulista de Medicina e membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Espírito e Religião (NEPER), do Instituto de Psiquiatria da USP, que foi criado em 1998.
Obstinado, o dr.Franklin Ribeiro informa que o preconceito da ciência em relação aos tratamentos espirituais está sendo vencido. O NEPER se reúne a cada quinze dias no Hospital das Clínicas, em São Paulo, apresentando estudos, teses e debatendo curas espirituais e fenômenos mediúnicos. “O momento é propício para que haja essa aliança entre ciência e espiritualidade, porque nós estamos vivendo uma época em que o materialismo precisa de um contraponto, para que se possa manter o equilíbrio entre os seres humanos”, analisa. “Como médico psiquiatra, o que observei é que o que funciona é a associação entre: abordagem biológica, farmacológica, psicológica e espiritual, sendo que todas elas se complementam. Em nenhum momento se excluem”.

Entre Dois Mundos

Muita gente não sabe, mas as técnicas de cura via passe utilizadas no kardecismo têm alguns pontos em comum com outros tipos de cura de origem oriental, que fazem uma convergência entre dois mundos: Ocidente e Oriente. Na base de todas as curas orientais, estão as ciências esotéricas e antigas escrituras em sânscrito encontradas na Índia, China, Japão e Tibete, que remontam a mais de cinco mil anos. O fluido universal é o mesmo.
São conhecidas no Brasil como “terapias alternativas”. O National Institute of Health, entidade ligada ao governo americano, faz importante distinção entre terapias alternativas e terapias complementares. Lá, o termo “alternativo” é dado aos tratamentos que, supostamente, substituiriam o tratamento médico, o que representa um risco. Já a terapia dita "complementar" é aquela que anda paralelamente ao caminho médico convencional. É vista como salutar na prevenção, na recuperação ou na melhoria das condições de vida dos doentes. O uso corrente do termo “alternativo” como vem sendo feito no Brasil seria, portanto, inadequado.
Entre as práticas complementares indicadas por aquele instituto estariam o reiki, a cura prânica e o johrei, que também se valem do uso e manipulação do chamado “fluido vital” ou “campo magnético” citado pelo autor espírita Salvador Gentile no livro Passe Magnético – Fundamentos e Aplicação.
E as semelhanças de conceito não param por aí. Assim como na cura prânica, os passes espíritas atuam sobre os chamados “centros de força”, conhecidos na literatura hindu como chacras, localizados no perispírito. No livro Entre a Terra e o Céu, o autor André Luiz sublinha a importância  desses centros de força, que são como usinas de recepção e armazenamento de energia espiritual, ligados ao corpo físico por terminações nervosas denominadas plexos. E explica: “(...) Vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estes centros estabelecem para nosso uso um veículo de células elétricas, que podemos definir como um campo eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado”. Na mesma obra, André Luiz exemplifica o chacra coronário, situado no alto da cabeça, que “na Terra é considerado pela filosofia hindu como sendo o lótus de mil pétalas, por ser o mais significativo em razão de seu alto poder de radiações”.
O médico psicoterapeuta e curador prânico, Maurício Angelicola, não se surpreende. E vai além: o mestre Choa Kok Sui, que codificou e sintetizou a cura prânica trazendo-a para o Ocidente em 1987, recomenda a leitura de Allan Kardec como fonte segura de reforma íntima e elevação espiritual. A principal diferença, no entanto, é que a cura prânica não utiliza a energia de entidades superiores desencarnadas. Ela apenas os invoca para proteção do ambiente.
“É inadmissível que um curador prânico não se preocupe com sua própria elevação moral e espiritual, a reforma íntima, essencial também no Espiritismo”, alerta o dr. Maurício, que já deu cursos sobre a técnica para alguns grupos espíritas. “Posso dizer que eles são um segmento que têm muito preparo, têm embasamento teórico e ético”. Outro ponto em comum com o kardecismo é que a cura prânica leva em conta o carma. Em alguns casos, a cura total não é permitida pelo plano espiritual, pois faz parte da evolução do espírito. No entanto, é possível minimizar o sofrimento do doente. “Lidei com alguns doentes de câncer que não puderam se curar, mas através da cura prânica não sofreram os efeitos colaterais da quimioterapia. Mesmo não tendo esperança de sobreviver fisicamente, tiveram uma melhora em sua qualidade de vida”, explica.
Para William Jones, com exceção de casos raros, é impossível curar doenças do carma, pois isto iria contra as Leis Divinas. “Isso tiraria a prova pela qual aquele espírito tem que passar e atrasaria sua expiação. O perispírito, que sobrevive à morte física, é como uma fita magnética em que estão gravados todos os registros das encarnações anteriores. Se um indivíduo fumou demais numa encarnação, pode reencarnar com problemas como bronquite asmática. Isso é, então, uma conseqüência de seus atos anteriores. É uma prova que lhe vai  trazer aprendizado. Para isso não há cura, mas pode ser amenizado através do tratamento espiritual, se houver merecimento”, ensina.
Segundo o dr. Maurício Angelicola, são onze os chacras mais importantes. Eles necessitam de limpeza, energização, e são centros de força que contêm pétalas, raízes, ramificações, teias de proteção, formatação, velocidade, coloração e possibilidade de apresentar excesso ou falta de energia. O fluido é chamado de prana,e a técnica consiste em fracionar ou manipular esse fluido universal em matizes específicos, pois cada um dos chacras tem conexão com as glândulas endócrinas e com os sistemas nervoso, circulatório, respiratório, digestivo, etc. Para Angelicola, tal preocupação com a limpeza e o detalhamento das características energéticas de cada chacra, fazem da cura prânica uma das técnicas mais seguras como tratamento coadjuvante à medicina. À semelhança dos médiuns preparados no kardecismo em instituições idôneas, os curadores prânicos têm de ser saudáveis, não-promíscuos, éticos e devem se abster de vícios como o álcool e o fumo. E são, obrigatoriamente, vegetarianos.

Reiki e Johrei

A preocupação em relação aos hábitos perniciosos e a não-utilização de seres desencarnados nas emissões de fluidos também são a tônica  entre os canalizadores de outro tipo de cura com as mãos, o reiki. Segundo Gilberto Falchi, mestre reiki do Tradicional Sistema Usui, e membro da Reiki Alliance, a utilização desse método remove pouco a pouco a vontade de consumir carne vermelha, álcool e outros elementos considerados tóxicos pela maioria das filosofias espiritualistas. “Reiki é transformação, vai na causa, eleva a energia, muda valores”, diz ele. Atua no nível celular, metabólico e imunológico, despertando um processo de autocura. Também leva em conta as doenças cármicas. Na gravidez, acalma mãe e bebê. Enquanto na cura prânica as aplicações de energia universal são feitas nos chacras e, como nos passes, sem tocar o paciente, o reiki age tocando os seguintes pontos: olhos, têmporas, atrás da cabeça, alto da nuca e peito; altura do estômago, umbigo, abaixo deste, virilha; nas costas, escápula, pulmão, rins e região glútea. São cinco minutos em cada ponto, num total de uma hora (escola tradicional). Diferentemente do passe espírita, que indica uma sessão por semana, o reiki age em terapias compostas por, no mínimo, quatro sessões seguidas, e pode ser aplicado em qualquer lugar por um canalizador. Eis uma diferença crucial também: o passe espírita só deve ser utilizado dentro da instituição espírita, por questão de segurança.
De acordo com Falchi, como a energia cósmica do reiki é pura, ela por si só já higieniza o ambiente e o aplicador. E só flui através de canalizadores que têm o amor e a ética como princípios de conduta. “Por ser uma energia divina, ela não vai se chocar com nenhuma religião, crença ou técnicas. Pelo contrário, conheço espíritas que acreditam que o passe espírita conjugado a uma terapia reiki acelera a resposta do organismo. O reiki aumenta a imunidade natural”. A psicóloga e terapeuta reiki, Valéria Silva de Morais, concorda. Valéria trabalhou durante um ano no Projeto Esperança, dirigido pela Rai Association, com sede na Suíça. O projeto atua na Igreja Santa Edwiges, atendendo moradores da favela Heliópolis, de São Paulo, portadores do vírus HIV. “Percebemos que durante o primeiro ano em que receberam reiki, a carga viral dos aidéticos diminuiu, aumentando a imunidade, com diminuição drástica de doenças oportunistas. Acredito muito no reiki como uma ferramenta de prevenção”.
Para ser um canalizador de reiki é preciso fazer cursos de iniciação. Gilberto Falchi recomenda o sistema original, clássico, que exige quatro iniciações. E conclui: “Ninguém cura ninguém. O canalizador de reiki é portador de uma ferramenta e a disponibiliza para as pessoas”.
Canalizar a energia vital do universo através das mãos também é o princípio de outra técnica, o Johrei. Ao contrário do reiki e da cura prânica, carrega em sim um conceito religioso, “que tem no espiritualismo e no altruísmo as bases essenciais para a concretização de um mundo ideal”. Seu codificador, Mokiti Okada, fundou a Igreja Messiânica Mundial em 1935, no Japão. No Brasil, a Igreja Messiânica chegou em 1955. Objeto de pesquisas na Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, a terapia Johrei demonstrou ser capaz de revitalizar as células NK, responsáveis pela defesa do corpo humano. Após uma oração inicial, em que se coloca como instrumento divino, o ministrante, como é chamado o canalizador, aplica a energia em sessão que dura de dez a trinta minutos. Ambos ficam sentados frente a frente.Não há toque: a distância entre o ministrante e o receptor é de trinta centímetros a um metro. Não é utilizada energia humana. Pode ser aplicada em qualquer lugar e também à distância. Para ser canalizador de Johrei é necessário um curso e a convicção de querer servir ao próximo. Após o curso, o ministrante recebe oohikari, medalha que deve ser carregada até a altura do plexo solar, através do qual se canaliza a energia.

A Sutil Sukyo Mahikari

Ainda no rol das terapias orientais, a Arte Mahikari merece um capítulo à parte. Fundada no Japão em 1959, pelo mestre Kotama Okada, a Mahikari emprega a energia cósmica através das mãos, denominando-a “Luz da verdade”. Esta energia, também para eles, provém de Deus e é purificadora, capaz de eliminar as essências tóxicas espiritual, mental e física, permitindo a aquisição natural de saúde e prosperidade. Assim como no Johrei, os canalizadores, chamados kumitês,recebem, após um curso de iniciação que dura três dias, uma medalha. Neste caso, ela é denominada omitama, cujo símbolo estaria ligado diretamente a Deus através de ondas espirituais.
Irradiar a "luz espiritual" pela palma da mão é considerada uma arte, denominada Okyome. São vinte e sete pontos ao todo, mas no início são utilizados apenas alguns pontos principais, cuja energização dura cerca de quarenta minutos. Não há limite de sessões por semana, e embora não haja toques constantes, eles são breves e suaves.
A energia atua sutil e gradualmente, auxiliando a elevação espiritual. Discrição  também é característica dos dirigentes do belo templo situado na Vila Mariana, em São Paulo. Nenhum deles quis se pronunciar  oficialmente à revista. “Não tente entender Deus. Sinta-o. Apenas vivenciando o Mahikari, você entende”, dizem. O temor é o de uma massificação e desvirtuamento da técnica, atraindo equivocadamente pessoas não afinizadas com o movimento, atrás de milagres. Que, aliás, nenhuma das técnicas aqui abordadas promete.
Embora não se defina como uma religião, a Sukyo Mahikari tem um altar para reverências e agradecimento a Deus. A constante exigência de curvar-se em reverência, dentro do templo, pode causar um certo estranhamento a um ocidental que chega pela primeira vez. Encontram-se pessoas de todas as raças e credos, tanto aplicando, quanto recebendo. É necessário tirar os sapatos antes de entrar e lavar as mãos em água purificada. Após pequena consulta onde são perguntados dados acerca do modo de vida (a religião não é questionada) e eventuais problemas, somos convidados a receber Okyome. Inicialmente sentados, frente a frente, depois de costas para o canalizador e, por fim, deitados de costas sobre um pequeno colchonete com travesseiro e lençol. Não há som no ambiente, que é espantosamente limpo, com predominância de tons arenosos. O silêncio só é cortado às vezes pelas orações em japonês.
A sensação predominante é a de relaxamento e extrema paz interior. Convidada a acompanhar a reportagem, a médium kardecista de cura, Regina Fernandes, disse ter sentido profunda serenidade no ambiente, principalmente no corredor central. Ao receber a luz espiritual nas costas, onde tem problemas de origem ciática, descreveu: “Foi como se minha coluna estivesse dentro de um tubo de energia. Senti também muito amor e abnegação por parte dos aplicadores. Alguns deles me pareceram até familiares, espiritualmente falando”. Ao final, perguntada se voltaria de novo ao local, respondeu: “Sim, com certeza”.
Para Ieda Uehara, praticante de Arte Mahikari há dezesseis anos, o amor ao próximo é fundamental. “Oração envolve ação. É preciso traduzir gratidão e perdão em atitude”. Segundo acredita, ter saúde é uma conseqüência de ser feliz. “Querer ser feliz, é meio caminho da cura”.
O que se pode concluir de tudo isso? Que a cura está dentro de nós mesmos. Nenhuma das técnicas defendeu, em hipótese alguma, o abandono da medicina tradicional. Em todos os métodos abordados, destacam-se dois elementos principais: a fé de quem recebe, e o amor ao próximo de quem aplica. Gilberto Marques, que se livrou do câncer na garganta, é taxativo: “O que me curou foi a minha fé”. Impressionado com o resultado em sua própria vida, Gilberto quis desenvolver mediunidade de cura. Para tanto, teve que abandonar o vício do fumo, premissa essencial para a formação de todo  médium. “Minha própria doença não me fez parar de fumar. Mas a vontade de servir ao próximo, sim”.

Os Tipos de Passe

C (choque anímico) – doutrinação mais intensa de espíritos perturbadores, através de vibrações que agem como um jato de luz nos corações dos mesmos.
PE – destinado aos assistidos, nos trabalhos de cura, e aos assistentes, como preparação aos trabalhos.
Pasteur 1 (P1 – magnético) – destinado à assistência a perturbações de ordem material.
Pasteur 2 (P2 – magnético) – para as perturbações espirituais e desequilíbrios psíquicos.
P3A (magnético) – perturbações e acidentes materiais graves.
P3C – socorro de emergência, influências espirituais profundas, depressão, estafa, esgotamento, estresse de ordem espiritual e psíquica, queda de padrão vibratório e enfermidades de fundo espiritual.
P3E – perturbações espirituais avançadas, com ação direta sobre obsessores.
Pasteur 4 – para crianças, até 12 anos de idade, cujos tipos de passes se subdividem em:
P4A – indicado para doenças materiais, como as próprias da idade, epidêmicas, de poluição ambiental ou climáticas, por desnutrição, hereditárias ou as causadas por acidentes;
P4B – indicado nas perturbações espirituais, tais como as decorrentes de infestação de ambiente, chamamentos familiares, encarnações completivas e razões cármicas.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

OS ANIMAIS SÃO NOSSOS IRMÃOS?



Diante do conhecimento atual, é ridículo acreditar que o mundo, os animais e o homem foram criados diretamente por Deus em apenas uma semana. E que somos descendentes de Adão e Eva. Sabemos hoje que a vida apareceu há mais ou menos 3,5 bilhões de anos, um bilhão de anos após a formação da Terra. Afirma-se que ela tenha surgido na água sob forma de seres minúsculos extremamente simples. Depois foram originando as células, depois as plantas e aos animais invertebrados que habitam o mar. Do mar a vida fixou sobre a terra firme e depois no ar (os pássaros). Os primeiros seres humanos surgiram sobre a Terra há aproximadamente 3 milhões de anos. Ao longo dos anos, os seres sofreram transformações sucessivas, dando origem a várias espécies. Portanto, a espécie humana descende, por evolução, daqueles primeiros seres vivos microscópios. Nós somos espíritos em crescimento, por enquanto; somente alcançamos a maioridade ao atingir o estado de Espíritos puros. Nascemos em mundos inferioríssimos e, através de milênios, adquirimos o instinto. Por milênios e milênios de evolução experimentamos graus inferiores até conquistar a inteligência. Um cachorro, por exemplo, quando der sinal de inteligência, não continuará mais aqui na Terra., que não lhe oferecerá condições; mas irá para mundos em começo de evolução, para onde o Espírito dele será transferido. Após cachorro, reencarnará no corpo de um primata aprendendo a andar de pé, a usar as mãos e morando em cavernas. Portanto, nós espíritas nos fundamentamos na Ciência, seguimos a tradição do conceito darwiniano da evolução, a teoria da origem das espécies, da seleção natural e do próprio progresso. Só que Darwin se deteve em determinados ângulos, como o do “elo perdido”, um dos maiores desafios científicos, ou seja, eles não conseguem explicar e provar o ponto onde o animal torna-se homem, quando ele "desceu da árvore" (deixou de ser macaco): é que a transição ocorre no plano espiritual É nesse ponto que o Espiritismo, ilumina de forma incomparável tão escuros labirintos, nos quais as Ciências se debatem há muito tempo. Os animais que se destacam realizam estágios intermediários de vida material em planetas inferiores à Terra, além do que, principalmente, quando ali desencarnam, os prepostos do Cristo, modificam seus revestimentos espirituais (perispírito), para adequá-los à fala e à vida racional; considerando que o perispírito é o molde do corpo físico, aí reside a semelhança física do homem com alguns animais.
PODEMOS REENCARNAR NUM CORPO ANIMAL? O Espiritismo não aceita a teoria da Metempsicose, ou seja, o espírito de um Homem não reencarna em reino inferior. A cada reencarnação o Espírito está em melhores condições do que na anterior - tal é a Lei Divina do Progresso (evolução).
E A REENCARNAÇÃO DOS ANIMAIS? A reencarnação para os animais é quase seqüencial à morte. Eles não escolhem em que espécie reencarnar, pela inexistência de livre-arbítrio. 
A ALMA DOS ANIMAIS É DIFERENTE DA ALMA HUMANA? Sim, é diferente. Não possuindo inteligência, os animais não possuem igualmente consciência, livre-arbítrio, senso moral, nem responsabilidade. Ao desencarnarem, são orientados e mantidos por Espíritos da Natureza, em grupos específicos a cada raça. 
OS ANIMAIS POSSUEM INTELIGÊNCIA OU INSTINTO? A inteligência é uma faculdade própria do ser humano que, impulsionada pelo nosso pensamento, faz-nos agir segundo a nossa vontade, quer na parte moral, quer na parte intelectual, quer na parte espiritual. Por exemplo: não devo roubar, não devo viciar-me, porque são ações imorais; quero ler este livro, é ação intelectual; vou orar, é uma ação espiritual. Isso tudo é comandado pela inteligência, porque a inteligência é humana. A inteligência é o livre-arbítrio, que é um poder, a faculdade de decidir, de determinar, dependente apenas da vontade. E o instinto é o movimento que domina os homens e os animais em seu procedimento. Pelo instinto, o homem pertence ao reino animal e, pela inteligência, pertence à Humanidade. Todas as necessidades de nosso corpo carnal são provindas pelo instinto, desde as mais rudimentares às mais altas: são exigências do nosso corpo, que devem ser atendidas, pois são a parte animal da nossa vida. Exemplo: um bebê que acaba de nascer, tão logo é envolto em suas roupinhas, começa a agitar os lábios pedindo alimento; e com sofreguidão suga com sua boca o bico do seio de sua mãe; ninguém lhe ensinou isso, pois ele mal acaba de nascer, no entanto, o instinto já agiu para conservar-lhe a vida. 
E A EUTANÁSIA NOS ANIMAIS? Morte piedosa do animal, talvez, só quando o veterinário atestar que traumas ou doenças sejam irreversíveis, além de acompanhadas de dores insuportáveis. Apesar do animal possuir uma alma, esta é diferente da humana, por não possuir livre-arbítrio, não tem carma à resgatar. Dever cristão é que impõe ao dono ampará-lo até o último sopro de vida, para morrer em paz e para com gratidão do ser humano ao chegar à regiões espirituais que Deus lhe concede. 
POR QUE OS ANIMAIS SOFREM TANTO SE ELES NÃO TEM DÉBITOS A RESGATAR? No caso deles, a dor age como impulso evolutivo. Exemplo: quando feridos, os próprios animais, eventualmente seus companheiros, lambem os machucados numa rudimentar ação de assepsia, na busca da cura ou alívio; isso representa os primórdios da fraternidade. 
O QUE DEVEMOS FAZER AO VER UM ANIMAL SENDO AGREDIDO? Se uma pessoa estiver maltratando um animal devemos interferir, jamais nos omitir. Mas que a intervenção seja por altruísmo, com educação e amor à Natureza. Como? Com brandura e educação, não piorando o ânimo do agressor, o qual, já exaltado, poderá se tornar mais rude ainda com o animal. Os animais não falam, não raciocinam, sentem dor, sede e fome. O sentimento de piedade demonstra elevação espiritual, principalmente quando seguido da respectiva ajuda para a cessação da causa do sofrimento. A piedade é a ante-sala do Amor, assim como a crueldade o é da violência. 
QUE DIZER DAQUELES QUE ABANDONAM SEUS ANIMAIS? O abandono de animais é condenação certa. O autor desses dolorosos quadros que o cotidiano nos mostra, agindo irresponsavelmente, cedo ou tarde terá que prestar contas à sua consciência. 
E OS ANIMAIS QUE SÃO TREINADOS PARA TORNAREM-SE AGRESSIVOS? No caso de animais treinados para ataque, agressividade, destruição, representam vertentes da ignorância e crueldade humanas; mas a ignorância desaparecerá à medida que o homem evolver, em mundos compatíveis ao seu estágio moral.
A crueldade, porém, significa contração de pesadas dívidas ante o tribunal da consciência de quem a pratica; esses, despertos pelo arrependimento desses sonhos trevosos a que voluntariamente se entregaram, terão a Dor por corregedoria; seus sofrimentos serão proporcionalmente iguais aos que infligiram. Provavelmente, esta seja uma das causas de tantas doenças, tantas anomalias congênitas, tantos desastres mutiladores.
Por tudo isso, concluímos que todos somos irmãos: homens e animais. Ontem éramos animais, quais os que hoje nos servem. E, amanhã, esse mesmo animal ingressará no reino hominal.

Encerremos com a sábia frase de Charles Darwin: "Chegará o dia em que os homens conhecerão o íntimo dos animais, e nesse dia, um crime contra um animal será um crime contra a humanidade."

quinta-feira, 19 de junho de 2014

A Espiritualidade nos Animais


Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência. (Artigo 1º. da Declaração Universal dos Direitos do Animal, proclamada na UNESCO em 15 de outubro de 1978)



O espiritismo retirou da mediunidade todo o aparato místico e sobrenatural que sempre a cercou desde a Antiguidade, dignificou a mulher colocando-a lado a lado com o homem, atribuindo-lhe direitos que sempre lhe foram negados e resgatou a dignidade dos animais, situando-os em um processo evolutivo onde o princípio inteligente, “do átomo ao arcanjo”, se elabora e se autoconstrói.

Na cultura ocidental os animais não têm transcendência, não têm alma a ser salva ou condenada. Nunca tiveram o direito à imortalidade, atributo exclusivo dos seres humanos. De um lado a ciência, que rejeita as emoções e a espiritualidade e de outro, a religião, que não aceita a sua transcendência e nega aos animais o direito à vida pós-morte.


Já para o espiritismo os animais possuem uma alma, um princípio inteligente ou espiritual individualizado, que reencarna, evolui, progride e traz em si mesmo, como todo princípio inteligente, as potencialidades intelecto-morais e psíquicas vindouras.

O espiritismo não aceita a metempsicose — a reencarnação dos espíritos em corpos animais — mas considera que há um fio evolutivo de continuidade entre o reino animal e o hominal, chamado pelo cientista espírita francês Gabriel Delanne de Evolução Anímica.

Gustave Geley, pensador metapsíquico, simpatizante do Espiritismo, escreveu uma obra magistral, Do Inconsciente ao Consciente, onde chama a alma dos animais de Dinamopsiquismo Essencial, que entra em um processo evolutivo que ele denominou de Evolução Dínamo-Genética, conceito que o sociólogo espírita portenho Manuel S. Porteiro aplicou na compreensão dos processos históricos à luz do espiritismo.

Para o espiritismo, “os animais, também compostos de matéria inerte e igualmente dotados de vitalidade, possuem, além disso, uma espécie de inteligência instintiva, limitada, e a consciência de sua existência e de suas individualidades”. (O Livro dos Espíritos, questão 585).

Segundo a filosofia espírita, a evolução humana se inicia no nível da simplicidade moral e da ignorância intelectual, mas é antecedida por estágios evolutivos nos reinos inferiores da criação, do mineral às plantas, das plantas aos animais e dos animais ao reino hominal. Como dizia Léon Denis, o espírito dorme no mineral, sonha no vegetal, se agita no animal e acorda no reino hominal.

“Querem uns que o homem seja um animal e outros que o animal seja um homem.” Animal é animal, homem é homem. “Os animais não são simples máquinas, como supondes. Contudo, a liberdade de ação, de que desfrutam, é limitada pelas suas necessidades e não se pode comparar à do homem”.

É o que vemos em O Livro dos Espíritos.

606. Donde tiram os animais o princípio inteligente que constitui a alma de natureza especial de que são dotados?

“Do elemento inteligente universal.”

a) - Então, emanam de um único princípio a inteligência do homem e a dos animais?

“Sem dúvida alguma, porém, no homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal.”


607. Dissestes (190) que o estado da alma do homem, na sua origem, corresponde ao estado da infância na vida corporal, que sua inteligência apenas desabrocha e se ensaia para a vida. Onde passa o Espírito essa primeira fase do seu desenvolvimento?

“Numa série de existências que precedem o período a que chamais Humanidade.”

600. Sobrevivendo ao corpo em que habitou, a alma do animal vem a achar-se, depois da morte, num estado de erraticidade, como a do homem?

“Fica numa espécie de erraticidade, pois que não mais se acha unida ao corpo, mas não é um Espírito errante. O Espírito errante é um ser que pensa e obra por sua livre vontade. De idêntica faculdade não dispõe o dos animais. A consciência de si mesmo é o que constitui o principal atributo do Espírito. O do animal, depois da morte, é classificado pelos Espíritos a quem incumbe essa tarefa e utilizado quase imediatamente. Não lhe é dado tempo de entrar em relação com outras criaturas.”

O cientista espírita italiano, Ernesto Bozzano, de forma inédita, pesquisou dezenas de casos de materializações de animais, demonstrando que a alma desses seres sobrevive ao corpo e desfruta, momentaneamente, de uma quase erraticidade. Esse quase significa um tempo bem inferior ao dos espíritos, dotados de livre-arbítrio, com plena consciência de si mesmos e com um fator diferenciado em seus processos mentais, o que o espírito André Luiz denominou de pensamento contínuo. O que nos leva a concluir que no mundo extra físico não há manadas de elefantes, matilhas de cães ou uma alcatéia de lobos.

O princípio inteligente encarnado nos animais traz em si todas as potencialidades morais e intelectuais. Tem, em estado rudimentar, conforme o nível de progresso que haja realizado, a afetividade, a inteligência e a moralidade em estado de gérmen, tanto quanto o psiquismo desenvolvido de acordo com a necessidade. Quem convive com eles sabe que demonstram, ainda que de forma rudimentar, emoções que seriam próprias dos humanos. Expressam ciúme, alegria, tristeza, medo e uma série de emoções conforme o seu nível evolutivo.


A ciência admite que os animais têm uma inteligência rudimentar, também conforme as suas necessidades. Mas rejeita, ainda, a idéia de que possuam emoções. Há um preconceito científico, paradigmático, em relação a essa questão. A acusação de antropomorfismo é inevitável em pesquisas que objetivem a evidência de que eles possuam emoções semelhantes às humanas. Portanto, a existência de um psiquismo, de uma transcendência espiritual, de uma alma nos animais, ainda está muito longe de ser admitida pela ciência.

Pesquisas recentes sobre a existência de emoções nos animais tentam superar o preconceito acadêmico do antropomorfismo. Essas pesquisas apontam para um caminho que possivelmente venha a admitir a existência de espiritualidade nos animais. Espiritualidade significa a posse de uma dimensão espiritual que sobreviva e transcenda à matéria, que tenha um caráter espiritual, relativo ao espírito, à existência de um princípio espiritual. Isso a ciência rejeita de forma radical.

Essa visão transcendental que o espiritismo oferece na compreensão da vida animal tem um profundo sentido ético que deverá ser aplicado não somente no convívio com essas belas criaturas, no grande ecossistema terrestre, mas também na legislação. Documentos como a Declaração Universal dos Direitos do Animal, proclamada na UNESCO em 15 de outubro de 1978, apontam para um comportamento que dignifica os animais, atribuindo-lhes direitos que sempre foram negados. O nível evolutivo de uma civilização também se mede pelo tratamento dado a esses bichinhos que nos encantam, nos seduzem e que contribuem para tornar a nossa vida mais bela.

Eugenio Lara, arquiteto e designer gráfico, é fundador e editor do site PENSE - Pensamento Social Espírita, membro-fundador do CPDoc - Centro de Pesquisa e Documentação Espírita, expositor do Centro Espírita Allan Kardec, de Santos e do Instituto Cultural Kardecista de Santos.

Por Eugenio Lara. Escrito em Fevereiro de 2010.