A todos os deserdados da Terra, a todos quantos marcham e que, nas suas
quedas, regam com as suas lágrimas o pó da estrada, diremos sempre: leiam
“O Livro dos Espíritos”, ele vos tornará mais fortes, mais resignados,
mais plenos de esperanças. Também aos felizes, aos que pelo caminho só
encontram as aclamações e os sorrisos da fortuna, diremos: estudai este
livro e ele vos tornará melhores.
O corpo da obra, diz Allan Kardec, deve ser atribuído
inteiramente aos Espíritos que o ditaram. O livro está, do início ao fim,
elaborado segundo o sistema de perguntas e respostas. Por vezes estas
últimas são sublimes, o que não nos surpreende, porque foram dadas pelos
Nobres Espíritos. Mas não é necessário um grande mérito a quem as soube
fazer? Claro que sim. Desafiamos aos mais incrédulos a rir quando lerem
esse livro em silêncio e na solidão e sobre seu conteúdo raciocinar. Todos
honrarão àquele que lhe escreveu o prefácio – Allan Kardec.
A moral aconselhada, sugerida pela Doutrina Espírita se resume em
poucas palavras: “Não façais aos outros o que não quereis que vos façam”.
Lamentamos que Allan Kardec não tivesse acrescentado o “Fazei aos outros
como quereríeis que vos fizessem”. Aliás, o livro diz claramente tudo isto
através de seu contexto, todo ele crístico, sem o que a doutrina não seria
completa. Não basta não fazer o mal; é preciso que se faça o bem. Não
fazer o bem já é uma das formas de se fazer o mal. Se formos apenas homem
de bem, só teremos cumprido a metade do dever. Somos um átomo
imperceptível desta grande máquina chamada mundo, na qual nada é inútil.
Não nos digam que é possível ser útil sem fazer o bem; seríamos forçados a
responder gastando muitas palavras que requisitariam um grosso volume para
contê-las, todas.
Lendo as admiráveis respostas dos Espíritos, na obra de Allan
Kardec, dissemos a nós mesmos que realmente a humanidade necessitava de um
belo livro como este. Quem procurar completá-lo, corrigi-lo, alterá-lo
cometerá um verdadeiro sacrilégio, porque para os espíritas já conscientes
de suas verdades, e com elas convivem bem aconchegados, tal livro é
merecedor de máximo respeito e admiração.
Se o leitor é homem estudioso,
gosta de ler, aconselhamos estudá-lo; se tem aquela boa fé que apenas
necessita instruir-se, busque-o urgente. Leia e estude “O Livro dos
Espíritos”, surgido em 18 de abril de 1857.
Se deseja saber, o mais possível, sobre a vida do espírito, aqui
na carne e fora dela, leia e estude a 2a parte do livro.
Se está na classe das criaturas que apenas se ocupam consigo
mesmas e que conduzem seus negócios com muito lucro e muita tranqüilidade,
nada mais enxergando além dos próprios interesses, leia e estude, com
atenção desdobrada, as Leis Morais, contidas na sua 3a parte.
Se a desgraça o persegue encarniçadamente e a dúvida o tortura,
leia e estude Das Esperanças e Consolações, na 4ª parte do livro.
Agora, todos quantos aninham pensamentos nobres no coração e
acreditam no bem, leiam o livro e o estudem, com dedicação desdobrada, da
primeira à última página.
Se porventura encontrarem no livro motivo para zombaria,
lamentamos profundamente, mas temos de salientar: você não o entendeu, com
certeza.
Por ADÉSIO ALVES MACHADO
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