domingo, 31 de julho de 2016

Convivência na Casa Espírita

Salvo raras exceções, o homem permanece insensível ao inadiável processo de despertar da consciência. Por causa dessa postura, persiste, voluntariamente  ”adormecido” em relação aos objetos essenciais da sua existência. Via de regra, cria “álibis fictícios” na tentativa de justificar para os outros a morosidade com que assimila e vive as verdades transcendentes.
Aliás, a própria tentativa de justificar-se para os outros, no ensejo de conseguir aprovação alheia acerca da conduta, já é, por si só, uma demonstração gritante de imaturidade. O homem amadurecido espiritualmente sabe que a aprovação ou a reprovação do seu código de conduta moral deve vir da sua consciência, que, por sua vez, deverá estar em sintonia com as Leis Divinas.
A simples vinculação com algum credo religioso está longe de conseguir fazer com que o homem deixe em definitivo a indolência, cultivada por séculos. Tampouco essa vinculação fará com que ele modifique seu “estado de espirito”, já que o liame com homem com Deus se dá através de mudanças profundas no “cerne do próprio ser”, e não tão somente porque o mesmo ostente o título religioso.
Indubitavelmente, o espírita não foge à regra e, apesar da avalanche de obras literárias e da multiplicação das Casas Espíritas, em sua maioria, os adeptos da terceira revelação não logram encontrar o seu Deus interior da verdadeira transformação íntima.
Em se tratando do assunto em pauta, crio que os espíritas andam totalmente esquecidos de Paulo, quando alertou: “Uni-vos para serdes fortes”.
Essa história, – desculpe-me a franqueza – de que o trabalhador espírita, por amor à causa, deva tornar-se um pugnador pela pureza doutrinária, sendo levado, por essa razão, a atritar-se com o companheiro de caminhada, é, no mínimo, absurda. Divergências de ideias não podem conduzir a dissensões.
O suposto amor à causa espírita que conduz ao desentendimento e à agressão verbal não é amor, é desequilíbrio.
Quem se coloca na posição de “guardião” da pureza doutrinária, e por causa disso fere os corações mais sensíveis, não é defensor da Doutrina; na verdade, é um pretensioso.
Quem discute, por achar que suas ideias devem ser acatadas pelo grupo de trabalho, por serem melhores, pode ser um erudito, mas, acima de tudo, é um arrogante.
Quem acredita ter autoridade para cercear a comunicação deste ou daquele espírito, nas reuniões de intercâmbio mediúnico, em verdade, ainda está preso ao seu catre de preconceitos.
E o mais importante a ser dito nesse momento: quem despreza o “espírito de equipe”, nas atividades doutrinárias, dá demonstração clara e irrefutável de que ainda não entendeu quase nada da mensagem espírita.
Para que não nos percamos, apenas em considerações pessoais, recorremos novamente a Vicente de Paulo. Na mensagem onde afirma que só seremos fortes, se nos mantivermos unidos, ele também orienta:
Para vos tornardes invulneráveis aos dardos envenenados da calúnia e da negra falange dos espíritos ignorantes, egoístas e hipócritas, faz-se necessário que uma indulgência e uma benevolência recíprocas presidam as vossas relações, que os vossos defeitos passem despercebidos, que somente as vossas qualidades sejam notórias. A chama da amizade pura deve iluminar e aquecer os vossos corações.
Como vocês sabem – prosseguiu Klaus em sua exposição – o espírita atualmente, quase sempre está alheio a essas recomendações. Em linhas gerais, o espírita prefere:
- trabalhar isolado, para que não tenha que dividir os “holofotes” com alguém;
- nos bastidores das agremiações espíritas, ressalta com ênfase e até com prazer os defeitos alheios, ao mesmo tempo que deixa passar despercebidas as qualidades alheias;
- é doce e amável quando está doutrinando um espírito desencarnado, mas ríspido e sem paciência para com os confrades da Casa Espírita;
- recomenda a tolerância nas exposições evangélicas, mas se mostra intolerante com a menor contrariedade.
Infelizmente, meus caros, a chama da amizade que, segundo Vicente de Paulo, deve iluminar e aquecer os corações, está se apagando e, por causa disso, muitas agremiações espíritas já começam a caminhar na escuridão. Estão “frias” e sem “vida”, justamente porque a chama está se apagando. Com todo respeito, nossos irmão espíritas deveriam substituir a legenda tão comum nas Casas Espíritas: “O silêncio é uma prece” por “O sorriso ou o abraço é uma prece”. Uma prece de louvor à amizade, ao bom relacionamento, até porque o silêncio exterior nem sempre traduz o silêncio interior.
Livro Contato Imediato, Cap. 3, Espírito José Lázaro, psicografia de Agnaldo Paviani.

sábado, 30 de julho de 2016

Homogeneidade na Casa Espírita

É preciso enfatizar aos adeptos da terceira revelação que a homogeneidade não só é possível, mas também fundamental e imprescindível nos grupos. Uma das definições da palavra homogêneo é: “um corpo cujas partes estão intimamente ligadas”… Em tese, é assim que deve ser o movimento espírita. Os trabalhadores devem estar “intimamente ligados” pelos laços de amizade sincera, do respeito às diferenças e da união de ideias.
Não se trata de assumir uma postura de conivência e aceitação incondicional do que o outro fala ou faz, mas sim, uma postura de indulgência, compreensão e tolerância frente às atitudes alheias.
Toda atividade na Casa Espírita deve ser executada de forma entusiástica, sem que o trabalhador permita que a falta de equidade moral e intelectual dos integrantes do grupo conspurque a harmonia interna da Instituição. Isso não significa que não haverá conflitos de ideias, porque um grupo homogêneo não é aquele onde não há discussão, mas aquele que não perde de vista os objetivos comuns e conserva a união, apesar das divergências de ideias.
As divergências são bem-vindas, desde que não extrapolem o campo de ideias.
Precisam se conscientizar de que cada ser humano está num “degrau da escada” imaginária que conduz à perfeição. Sendo assim, cada um tem uma própria visão dos fatos e da vida de acordo com o degrau onde se encontra.
As animosidades enfraquecem os grupos. Quando vocês se descuram do afeto de uns para com os outros, colocam em risco as estruturas espirituais da Casa Espírita. Enquanto a ignomínia, a fofoca, a maledicência “correm soltas” nos bastidores da Casa, os espíritos inferiores estão insuflando ideias perniciosas nos grupos de trabalho.
Solicito-lhes:
- aprendam a aprender;
- retirem da mente a fantasia de super-médiuns;
- tenham humildade para admitir erros;
- deixem as questões de somenos importância de lado.
Livro Contato Imediato, cap. 10, Espírito José Lázaro – psicografia de Agnaldo Paviani.
Vote, sua opinião é importante.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

O que temos feito do nosso tempo?

Na ampulheta do tempo, a vida passa, e o homem, habitualmente, não se dá conta que as oportunidades não voltam mais. É natural e óbvio que terá outros momentos para o seu soerguimento espiritual; apesar disso, aquela chance de fazer o bem, naquela hora, naquele dia, naquele instante… essa, definitivamente, é oportunidade desperdiçada, sem chance de recuperação.
Infelizmente, comumente infrenes, em busca dos seus anseios imediatistas, em detrimento das coisas do espírito, o homem permanece moralmente estacionado por várias encarnações.
Deus, em momento algum, vai persuadí-lo a evoluir; ele permanece à mercê de sua própria vontade, e o tempo continua passando, e como resultado da sua inércia e de sua falta de iniciativa, na atitude de retirar de dentro de si mesmo o “lixo emocional” acumulado, há séculos, naturalmente suas existências futuras tornar-se-ão cada vez mais difíceis. Isso ocorre porque os problemas íntimos mal resolvidos de “ontem” foram “arremessados” para o “hoje” e, graças a essa triste realidade, serão “arremessados” para a próxima encarnação. Na verdade, em simplista comparação, podemos afirmar que o homem, quase sempre, permanece “sentado” numa montanha de problemas, acumulados ao longo do tempo.
Daí porque é tão difícil a resolução de determinadas problemáticas humanas, tais como: a depressão, a obsessão, as síndromes ou as mais variadas patologias que acometem o homem, enquanto na roupagem física.
Normalmente, as enfermidades de hoje são apenas o reflexo de problemas muito mais profundos e complexos que, na verdade, tiveram início há muitos séculos. Os problemas de hoje são, em sua maioria, apenas a ponta de um grande icebergm que guarda a sua maior estrutura submersa nos escaninhos do mundo íntimo dos homens.
De posse dessas informações, o homem necessita, o mais urgente possível, despertar e compreender que o tempo continua passando e a hora de servir ao próximo é agora.
Conduzindo nossas reflexões para a seara espírita, meditemos um pouco mais sobre o que temos feito de nosso tempo disponível.
Livro Nos Últimos Tempos…, cap. 1, Espírito Álex – psicografia de Agnaldo Paviani.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Quando o homem se transformar

O planeta Terra é cercado por densa e escura nuvem, por conta das vibrações inferiores de seus habitantes. Um desencarnado estudioso do assunto, inicia fraterna conversa com o Doutor Bezerra de Menezes para obter melhores informações sobre o assunto…
—    Querido paizinho, seria possível que os encarnados conseguissem neutralizar essas nuvens densas que estamos vendo?
-    Perfeitamente, meu filho. E isso vai acontecer à medida que o Homem transforme suas preocupações e direcione a usina de forças que a sua vontade comanda para patamares mais elevados.
A vivência social, por enquanto, é uma tormenta energética, movida a interesses, disputas, competições e crimes, em sua maior parte perpetrada por criaturas que dizem ter algum tipo de religião, assim se considerando porque frequentam algum templo formal da fé. No entanto, cairão vítimas da loucura em que vivem, por não mais poderem estar nessa uma dupla vida: virtuosos à luz do dia e pecadores durante a noite. Todos os que não estão modificando o padrão de vibrações de maneira efetiva, serão surpreendidos pelas transformações energéticas a que a Terra está submetida e, sem exceção, estarão se despedindo do berço quente e dadivoso para se hospedarem em outras atmosferas menos amistosas. Quando prevalecer entre os homens a mente menos utilitarista e calculista, o ambiente começará a se modificar. Até lá, as criaturas precisarão conviver com a violência social e pessoal, alimentada pelas forças densas que flutuam ao redor das consciências invigilantes. Surgirão epidemias constantes como reflexo desse estado de coisas, uma vez que, ao se alimentarem de tais pestilências mentais, os encarnados estarão assimilando vibriões psíquicos que encontrarão campo favorável no campo energético dos homens e, com isso, farão eclodir as mais diversas enfermidades orgânicas, o que obrigará os insensatos a marcarem um encontro com a Misericórdia Transformadora ofertada pela religião nas diversas Casas de Deus ou a com a Justiça Soberana representada pela doença nos inúmeros Hospitais do Corpo. Funcionarão os Hospitais, então, como a antessala do necrotério físico para os que se despedem da vida sem que tivessem acreditado na sobrevivência e antessala da vida verdadeira para os que terão que se deparar com a continuidade das experiências, assumindo os próprios erros. O afastamento dos piores modificará o panorama dos que permanecerem no mundo, diminuindo as pressões psíquicas sobre os que perseveraram no Bem até o final. Esses não serão mais os chamados Eleitos de Deus. Serão aqueles que elegeram um outro tipo de vibração e que, por isso, mereceram a Permanência num mundo melhorado. Nos países ditos desenvolvidos, as massas obscuras que flutuam sobre seus
núcleos civilizatórios, são ainda mais espessas. Lá, em realidade, as tempestades serão ainda piores do que aquelas que estaremos observando por aqui. Neles, o apego material é ainda mais profundo, e entre os ricos da Terra será travada a pior de todas as batalhas. Serão eles que produzirão os maiores males que incidirão sobre suas próprias almas. No mundo dourado, a religião é ainda mais superficial do que junto aos desafortunados e aflitos. Estes, pelo menos, se acercam de Deus com humildade e arrependimento, enquanto que os outros, falando em termos de maioria e sem generalizações inadequadas, serão os que já conquistaram os tesouros que queriam. Desejarão comprar o céu na hora decisiva, mas, então, perceberão que já receberam a recompensa que buscavam, nas facilidades da vida que desfrutaram sem qualquer consciência, com a indiferença dos tigres que devoram suas vítimas vivas, sem se incomodarem com seus lamentos.
Livro Herdeiros do Novo Mundo, cap. 14, Espírito Lúcius – psicografia de André Luiz Ruiz.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

As muitas moradas

Nas infindáveis constelações de sóis e galáxias quê flutuam sobre as cabeças dos homens, reflete-se o incomensurável Amor de Deus, garantindo às criaturas a oportunidade do aprendizado e a construção da evolução segundo suas opções livres diante das leis inderrogáveis que regem a Vida de Seus filhos.
Muitas moradas representando as muitas chances de evolução contrastam com a velha fórmula do Céu e do Inferno apregoada até hoje por muitas religiões, que resumem o Universo a um paraíso de beatitudes ou a uma fornalha de crueldades.
Incompatíveis com o senso de evolução gradual e permanente, tais religiões não sabem como vencer as contradições existentes entre a Bondade e a Justiça de Deus quando ensinam que, vivendo uma única vez, a alma tem seu destino fixado de forma definitiva no venturoso Éden de delícias ou no temível Tártaro de sofrimentos. Algo muito semelhante a uma escola que só possuísse uma única classe de primário e que, observando o desempenho dos alunos durante um ano, ao final do curso conferisse o diploma universitário aos aprovados, enviando os reprovados para um forno crematório.
As concepções do Paraíso e do Inferno, como resultante Jesus, como o professor responsável por ela, orienta seus alunos iniciantes sobre o código da alfabetização espiritual, relatando que a aprovação para os próximos estágios depende, fundamentalmente, do entendimento dos mecanismos das leis do Espírito. Com essa lição bem entendida e colocada em prática, os alunos poderão ingressar em estágios mais adiantados, nas outras salas de aula da grande Escola do Universo.
Então, a todos ensina a necessidade de serem simples, pacíficos, brandos e humildes de coração, solidários, fraternos, sinceros e verdadeiros. De se apartarem do mal, do orgulho e do egoísmo para que tenham a base firme sobre a qual serão edificadas as outras lições do porvir.
As muitas moradas são as outras esferas que servem, em diferentes níveis, como planos evolutivos para a imensidão das almas existentes, essas sim, contadas ao infinito, e que povoam os rincões do Universo sem limites.
Daí estarem os Espíritos Amigos, acompanhando o destino das criaturas para ampará-las nos exercícios diários através dos quais cada um conseguirá juntar as letrinhas, compreender a construção das palavras e, por conseguinte, entender a estrutura das frases. Com isso a criatura se inserirá no contexto dos que compreendem o Alfabeto Divino e podem ocupar o seu lugar na ordem da Vida como novos Agentes de Deus, Ajudantes do Criador, Cooperadores do progresso, Administradores da Justiça, Servidores do Amor, Instrutores de Almas, Engenheiros de novas Civilizações, tudo isto como tarefa missionária desempenhada na grande escola universal.
Bezerra, Jerônimo, Adelino e outros irmãos aqui vistos como cooperadores responsáveis eram e são os ajudantes em tarefa.
As Igrejas da Terra desempenhariam a função de aglutinadoras da Luz através dos ensinamentos espirituais, decifrando-os aos seus frequentadores através da explicação dos detalhes de funcionamento desse mecanismo aos que procurassem compreendê-los.
No entanto, fruto das distorções evolutivas e dos defeitos humanos, boa parte das religiões vilipendiaram o tesouro espiritual e, ao invés de oferecerem aos seus rebanhos o Verdadeiro Alimento, canalizaram seus interesses para as conquistas de vantagens imediatas, falando de Jesus, mas cultuando o Bezerro de Ouro. Aos que procuram seu abrigo e ensinamento em seus templos, reduziram as lições à multiplicação de cerimônias ou rituais herméticos ou místicos, sem aprofundarem as coisas, impondo-lhes a crença cega em dogmas ilógicos de uma teologia confusa e balofa, de olho nas carteiras e valores de seus fiéis.
Deixando-se arrastar pelo canto das sereias, inúmeras instituições religiosas não têm-se demonstrado firmes o suficiente para manterem a nau cristã no caminho reto do desinteresse material alfabetizando seus alunos humanos com a lógica das leis espirituais, preferindo confundir seus adeptos com a troca de favores ou de interesses, à custa dos quais, conseguirão ingresso nas vantagens do Céu.
Jesus deixara muito claro essa questão falando sobre as dificuldades dos ricos ingressarem no Reino de Deus, através da história do Jovem Rico relatada em Mateus, capítulo 19, versículos 16 a 24:
16    E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?
17    E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Nâo há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar nu vida, guarda os mandamentos.
18    Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho;
19    Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.
20    Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?
21    Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.
22    E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.
23    Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus.
24    E, outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.
Obviamente, querido (a) leitor (a), não se pode atribuir ao Cristo qualquer tipo de preconceito contra este ou aquele, notadamente porque, em suas condutas, Jesus jamais deixou de se acercar de pobres e ricos, virtuosos e pecadores.
O que se entende dessas palavras, no entanto, é que aqueles que já se entregaram ao reino do mundo desfrutando suas benesses e facilidades, raramente estão dispostos a abdicar de tudo o que lhes garante superioridade, respeito, admiração ou inveja alheia para, por vontade própria, caminhar na direção oposta, enfileirando-se com os desprezados, com os derrotados, com os que não são admirados. As lutas que o reino do mundo impõem aos seus adeptos ou seguidores são demasiadamente atrozes para que alguém que já tenha conquistado algumas de suas regalias se disponha a se desfazer delas.
Observem-se as condutas das personagens desta história. As derrocada material pelo insucesso do negócio, a perda da fonte de abastecimento fácil, a necessidade de procurar trabalho digno para a conquista do salário decente, a perda do luxo representaram para a maioria deles um retrocesso inconcebível.
Boa parte preferiu embrenhar-se no cipoal do crime ou mergulhar no lodo da depravação para garantir as aparências do mundo. Fugir da vergonha, aliar-se com outros poderosos, procurar favores à sombra dos endinheirados, agredir aqueles que já não lhes podem sustentar os prazeres, são comportamentos comuns à maioria dos que já se vestiram das púrpuras ilusórias, nas opulências levianas de um mundo de ostentação e superficialidades, aparências e mentiras.
Como aceitarão uma mudança tão radical em seu estilo de vida?
A evolução coloca os alunos diante das provas necessárias, tanto para a avaliação de suas conquistas quanto para a demonstração de suas fragilidades. No primeiro caso, o acerto e a correção de condutas revelam um aprendiz capacitado, que assimilou as lições que lhe foram ministradas. No segundo caso, a reação rebelde, agressiva ou leviana se incumbe de demonstrar o despreparo do aluno e, então, sua urgente necessidade de lições mais eficazes na construção do abecedário divino dentro da alma.
Livro Herdeiros do Novo Mundo, cap. 31, Espírito Lúcius – psicografia de André Luiz Ruiz.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Diante das Revelações

A  lei do progresso era A PODEROSA ALAVANCA DA criação no sentido de ajudar o crescimento de cada um, a suplantar até mesmo a lei de liberdade, eis que a ninguém era possível exercer, esta para impedir a ocorrência da primeira.
Apesar disso, mesmo alguns dos admiradores da verdade revelada pelas vozes do mundo invisível perdiam-se no cipoal dos interesses do mundo, adiando a decisão de abdicar das inutilidades concentrando seus esforços na edificação de um outro modelo de vida.
Provocando Jerônimo, Adelino revela suas preocupações ao amigo, enquanto se dirigem ao. encontro de Bezerra de Menezes:
—    Se os próprios espíritas continuam amortecidos à frente de tantas revelações, notícias, mensagens e chamamentos diretos, como haverão de se encontrar os infelizes que não conhecem estas realidades? Refiro-me àqueles que não compartilham de princípios tão reveladores quanto as leis espirituais que nos regem os destinos. Estarão discriminados por Deus das benesses da salvação?
—    Creio que não há partidarismo de nenhum tipo na administração do universo, Adelino. Os que imaginam um Deus que prefere mais a um do que a outro, certamente ainda estão imaturos no raciocínio. Em primeiro lugar, devemos ter convicção de que não é o saber que salva. A leitura, por mais esclarecedora que seja, não representa aprovação na prova. Em segundo lugar, as diversas escolas religiosas são pontos de apoio da Divindade para a elucidação das almas de boa vontade que lhes desejem escutar as lições. Então, não há ninguém desprezado ou esquecido. E não me refiro apenas às igrejas cristãs do ocidente ou do oriente. As leis do universo encontram-se espalhadas por todos os cânones morais de todos os tempos, em todos os povos ou civilizações. Encontraremos estes conceitos tanto entre os aborígenes australianos como entre os iniciados do Tibete. Assim, observa-se que não existe ninguém a quem não tenha chegado o conteúdo mais ou menos claro do chamamento justo.
Diante de cada característica cultural, serão levados em conta os valores cultivados e vividos por aquele grupo étnico, suas condutas coletivas, suas atitudes pessoais, seus esforços na vivência dos preceitos morais de natureza superior.
No momento da seleção dos Espíritos, não se verá distinção de natureza superficial. Todos serão avaliados pela essência espiritual.
Nas escrituras sagradas, especificamente no Novo testamento, no Evangelho de São João, capítulo 12, de 47 a 50 há um trecho em que Jesus nos ensina:
E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não 0 julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar 0 mundo. (v. 47)
Observemos, Adelino, que Jesus deixa claro que não está no mundo para Julgar e, sim, para Salvar. No entanto, não entendamos suas palavras como crianças iludidas a quem não esteja atribuído nenhum dever. Certamente que Jesus nos traz ensinamentos morais, consolações espirituais, exortações idealistas que podem ou não ser seguidas. E por isso que, nesta passagem, refere-se aos que o escutam, mas não creem, pois o Cristo não os avalia, já que sua missão na Terra é eminentemente salvadora, pela iluminação das consciências visando à compreensão dos caminhos retos.
O versículo nos educa, portanto, no sentido de não imaginarmos ser ele, o messias de amor, o executor da justiça.
Ele mesmo nos revela isso, no versículo seguinte ao citado, dizendo:
Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia. (v. 48)
Jesus redireciona a responsabilidade da salvação àquele que lhe escuta os conselhos. Diz, mais uma vez, não ser ele quem julga, porque veio para salvar. No entanto, quem julgará os que o renegam é a circunstância de terem ouvido a palavra salvadora, não lhes sendo possível alegar ignorância de seu significado. Que não concordem, que não a sigam por conveniências ou interesses, isso não altera o amor de Jesus por todos. No entanto, a consequência dessa indiferença experimentará o próprio indiferente e por sua própria culpa. Não poderá alegar ignorância para tentar fugir do juízo, que o alcançará como força iniludível do universo.
Então, o simples conhecer por ouvir, por ter tido acesso a um conselho ou a uma parábola, por já ter escutado a pregação de alguém, isso já é suficiente para colocar a criatura no banco dos réus para a avaliação de seus comportamentos à luz do conhecimento que lhe chegara aos ouvidos, ainda que a ele não desse crédito.
Livro No Final da Última Hora, cap. 39, Espírito Lúcius – psicografia de André Luiz Ruiz.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

O Panorama da Terra

O panorama da Terra, das sociedades que a compõem, é um vulcão em explosão, lançando pedras e material fumegante, alcançando tudo de maneira imprevisível. Como a era é de reajustes finais para grande parte dos espíritos, justifica-se esse panorama. Para uma pessoa que não tenha conhecimento, não seja esclarecida devidamente sobre o conteúdo das Leis que regem o Universo, parecería o caos, o fim de tudo. Mas não é.
Todos os conflitos de ordem material e moral que explodem nas sociedades são regidos por sábias Leis que regulam os mínimos acontecimentos, de forma a não haver nem um acréscimo desnecessário na agressividade, nem na passividade do comportamento dos povos. As conseqüências estão previstas nos menores detalhes. E o que pode ser previsto como um fim é o princípio de uma nova era.

Não me refiro aqui à política interna ou externa dos povos, mas às atitudes demonstradas pelas coletividades, com os instintos em ebulição, tentando trazer melhores dias para a vida de seus participantes e não sabendo como consegui-los. Usando a força das armas e, conseqüentemente, da destruição, tentam reerguer o bem social de seu povo. Lastima-se, ainda, haver quem necessite provar essas amargas experiências para aprender na escola terrena.

Como a evolução se verifica em escala sempre ascendente, o aprendizado que se faz, através do sofrimento, fica gravado no espírito, para ser considerado quando o silêncio do túmulo o acordar para o exame de consciência do ser espiritual. Logo, irá sofrer ao considerar os terríveis tormentos e as dolorosas conseqüências dos atos de violência praticados com a intenção de trazer reformas positivas para sua sociedade. A agressividade diminuirá dentro de sua potencialidade à medida que se cooperar com as Leis para que a evolução se processe.
Os meus irmãos estarão pensando, .na maioria, que, embora saibam de tudo isso, nada poderão fazer contra a avalanche de acontecimentos que envolvem a humanidade, que muitas vezes os alcançam sem que a isso possam impedir. Certo. Vamos trabalhar para o equilíbrio da Terra. Como? E fácil, mas é necessário confiança e persistência.
Eliminemos a violência de nosso meio ambiente, isto é, façamos o possível para terminar com a nossa própria agressividade. Procuremos manter paz à nossa volta, usando a compreensão que já possuímos da eternidade de nosso ser espiritual. Após alcançarmos nossa tranqüilidade interior, vamos transmitir aos nossos amigos essa mesma paz. Usemos, ou melhor dizendo, poderemos usar, mesmo encarnados, o poder de transmissão mental, vibrando em termos de entendimento, de paz, de compreensão absoluta da necessidade alheia de encontrar calma interior. Nada se conseguirá em pouco tempo, porém, a ação contínua e constante imprimir-se-á no espírito que a recebe, impregnando-o da conduta pacífica que lhe desejamos. Aos poucos irá descobrindo as vantagens de se manter em equilíbrio, mesmo nos acontecimentos ou circunstâncias mais difíceis. Saberá resolver seu próprio processo, ou melhor, seu “metabolismo psíquico-espiritual”, de forma a evidenciar reações concitantes à solução de problemas que o irritariam, de forma a eliminá-los sem impactos e sofrimentos.
Livro Novas Mensagens, cap. 3, Espírito Luiz Sérgio – Psicografia de Alayde Assunção e Silva.

sábado, 23 de julho de 2016

Evolução Interior

Como a evolução se verifica em escala sempre ascendente, o aprendizado que se faz, através do sofrimento, fica gravado no espírito, para ser considerado quando o silêncio do túmulo o acordar para o exame de consciência do ser espiritual. Logo, irá sofrer ao considerar os terríveis tormentos e as dolorosas conseqüências dos atos de violência praticados com a intenção de trazer reformas positivas para sua sociedade. A agressividade diminuirá dentro de sua potencialidade à medida que se cooperar com as Leis para que a evolução se processe.

Os meus irmãos estarão pensando, na maioria, que, embora saibam de tudo isso, nada poderão fazer contra a avalanche de acontecimentos que envolvem a humanidade, que muitas vezes os alcançam sem que a isso possam impedir. Certo. Vamos trabalhar para o equilíbrio da Terra. Como? É fácil, mas é necessário confiança e persistência.
Eliminemos a violência de nosso meio ambiente, isto é, façamos o possível para terminar com a nossa própria agressividade. Procuremos manter paz à nossa volta, usando a compreensão que já possuímos da eternidade de nosso ser espiritual. Após alcançarmos nossa tranqüilidade interior, vamos transmitir aos nossos amigos essa mesma paz. Usemos, ou melhor dizendo, poderemos usar, mesmo encarnados, o poder de transmissão mental, vibrando em termos de entendimento, de paz, de compreensão absoluta da necessidade alheia de encontrar calma interior. Nada se conseguirá em pouco tempo, porém, a ação contínua e constante imprimir-se-á no espírito que a recebe, impregnando-o da conduta pacífica que lhe desejamos. Aos poucosy‘irá descobrindo as vantagens de se manter em equilíbrio, mesmo nos acontecimentos ou circunstâncias mais difíceis. Saberá resolver seu próprio processo, ou melhor, seu “metabolismo psíquico-espiritual”, de forma a evidenciar reações concitantes à solução de problemas que o irritariam, de forma a eliminá-los sem impactos e sofrimentos.
É difícil a explicação?
Claro, se não meditarmos bastante nas lições que lemos, não poderemos apreender as entrelinhas, aquilo que não pode ser explicado por palavras, mas deve ser despertado por elas e, gradativamente, captado pelo leitor estudioso. As palavras traçam uma rota. Seguindo-a é que se vai descobrindo o verdadeiro significado de cada termo colocado no ensinamento, dando-lhe o verdadeiro sentido. Far-se-á uma nova concepção, paralela ao termo ou frases explicativas, que introduzirá interpretação condizente com quem deseje seguir o caminho da espiritualidade.
Livro Novas Mensagens, cap. 3, Espírito Luiz Sérgio – Psicografia de Alayde Assunção e Silva.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Caminhada

Idas e vindas, paradas e retomadas, assim é o vaivém da evolução do Espírito ainda inseguro, sem condições de caminhar em linha reta por não ter ainda definido a sua direção.
A evolução de cada ser, criado pelo Pai onipotente, obedece a ritmo próprio. Não se pode prever que este ou aquele irmão conseguirá avanços maiores ou menores. A cada instante há um emaranhado de fatores interagindo, a criar um clima peculiar em que se envolve o ser. E cada situação é um desafio, exigindo soluções próprias. A capacidade de cada um dar solução ao seu problema de vida, em determinado momento, vai indicar novas posições, como num jogo de xadrez, em que cada nova jogada vai exigir uma análise diferente.

Não se assustem os Espíritos diante dos atrasos sofridos na sua caminhada. Cada experiência é proveitosa por si só. Pena é que decisões mal tomadas serão causa de sofrimentos e dificuldades maiores. Entretanto, nada se perde. Para todas as situações existirão sempre saídas.
Preocupem-se os irmãos em lutar interiormente para não se deixarem levar por vibrações negativas, que interfiram na sua ação. Lutem por fazerem o melhor. Não se deixem iludir pelo fato de que Deus, na Sua bondade infinita, oferece sempre novas oportunidades de restauração. Antes fazer o bem, agir no amor, buscar a retidão de consciência que se iludir pelos sucessos transitórios da vida e perder a alma.
Buscar a ação digna deve ser a meta de todo Espírito, seja encarnado ou desencarnado. Isto exige esforço: é a luta da criatura contra suas tendências negativas.
A vitória é a conquista do equilíbrio. O equilíbrio é o passaporte para a paz. A paz é o refrigério do Espírito.
Amemos a Deus e provemos o nosso amor não por palavras, mas por atitudes dignas de Sua imensa bondade para conosco.
Livro Intercâmbio, cap. Caminhada, Espírito Luiz Sérgio – psicografia de Alayde Assunção e Silva, Lucia Maria Secron Pinto.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Experiência

Vive-se e aprende-se. Nem sempre cada experiência de aprendizagem aparece revestida da sensação de equilíbrio e harmonia que desejaríamos. Muitas vezes, o aprendizado surge num momento de vida mesclado de dor e desencanto. Por isso, sábias palavras nos afirmam que nada se perde.
O que se vive, acrescenta-se ao cabedal de experiências acumuladas anteriormente. Do ponto de vista espiritual, você pode progredir ou estacionar, mas, no fundo, nunca regredirá. Não se deve esquecer, entretanto, que quem estaciona, se defasa em relação aos companheiros de caminhada, o que poderá gerar, em futuro, a sensação de desgaste e de atraso espiritual.

Retomar a caminhada é dever. Um dever que gratifica porque se sente que já não se parte do nada.
Se você constantemente se rala e se gasta, remoendo tristezas, pensando que está a passar indiferentemente pela vida, sem dela retirar toda a carga de aprendizado necessária, pense que sempre é tempo de retomar as rédeas do destino.
Lembro-me de uma imagem talvez significativa para o que desejo trazer nesta mensagem. Cada um de nós deve ser tal qual o comandante de uma nave que singra o espaço. Se somos seguros, podemos por instantes até deixar o leme, soltar o veículo ao sabor do seu próprio movimento, porém, só o deveremos fazer quando tivermos confiança de que tudo real mente se encontra sob controle e que podemos reassumir com segurança no momento exato. Estar alerta é condição indispensável. Soltar os rumos dos nossos destinos sem responsabilidade, isto sim, pode causar graves transtornos, exigindo um esforço multiplicado na retomada da direção.
Há momentos e momentos. Saber vivê-los com intensidade é o que define a sabedoria.
Cuide pois de viver e aprender. A experiência não é fruto de um único ato.
Livro Intercâmbio, cap. Experiência, Espírito Luiz Sérgio – psicografia de Alayde de Assunção e Silva, Lucia Maria Secron Pinto.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Sexo e Culpa

A sexualidade é a área em que a culpa mais floresce na sociedade. Como pouco sabemos sobre ela, ficamos praticamente confinados às ideias e opiniões alheias. Nossa limitação na compreensão dos outros seres humanos se deve ao pouco ou a quase nada que sabemos sobre nós mesmos, ou seja, ao desconhecimento de nossa sexualidade. Por isso é que temos dificuldade de admitir a diversidade de sentimentos e emoções afetivas e sexuais.
Confundimos constantemente a nossa habilidade para o sexo com a nossa capacidade sexual. Por acreditarmos saber distinguir a diferença biológica entre o macho e a fêmea, julgamos conhecer tudo sobre o conjunto dos fenômenos sexuais que se podem observar nos seres vivos.
Na atualidade, as crianças são introduzidas prematuramente na esfera dos adultos por inúmeras revistas, filmes, cartazes, fotografias e pela publicidade da televisão e do radio, o que lhes provoca a malícia numa idade desprovida da lógica e do bom senso contra essa espécie de afronta sexual.
Desde cedo, os ensinamentos de valores éticos e morais deverão ser ministrados aos menores, para que eles possam absorver, inconscientemente, através dos gestos, atos, ideias e palavras dos pais, tudo o de que necessitam para formar um padrão normal psicossexual e emocional.
Ensinamento (no sentido de dar orientação), a nosso ver, não é a mesma coisa que educar. A educação sexual é assimilada, basicamente, na experiência de vida no lar; traz a marca ou o caráter distintivo e particular dos pais. Já o ensino sexual engloba métodos de ensino, informação e notícias transmitidas e/ou aplicadas à criança pelos parentes, religiosos, professores, psicólogos, médicos e outros profissionais especializados.
Ainda que os pais não tenham fornecido, intencionalmente, educação sexual aos filhos, mesmo assim as crianças formaram hábitos, conceitos e ideias sobre o sexo, absorvidos no dia-a-dia da vida familiar nos mais diversos exemplos que recolheram dos atos e crenças dos adultos.
Noções, crendices, preconceitos e concepções já existem nas crianças, pois são frutos de suas existências pretéritas. Além disso, somam-se à sua “bagagem espiritual” as ocorrências e aprendizagem da vida atual. É importante, no entanto, para desenvolver adultos maduros e ajustados psicossexualmente, fundamentar o ensino sexual sobre métodos pedagógicos e psicológicos de cunho reencarnacionista, pelos quais os menores são observados como almas milenares e educados sob uma atmosfera de vida eterna.
Em certas circunstâncias evolutivas, encarnamos como homem; em outras, como mulher. E, ainda, em determinadas oportunidades de aprendizagem e de renovação, o espírito pode vir ocupar uma vestimenta corporal oposta à tendência íntima que vivenda. O fenômeno é análogo ao que se refere à área masculina tanto quanto a feminina. Independentemente da forma de sexualidade (orientação) que estamos vivendo no presente, procuremos aceitá-la em plenitude, visto que há sempre, em qualquer condição, a oportunidade de adquirirmos experiências e, por consequência, progredirmos espiritualmente, vencendo desafios e promovendo realizações.
“(…) o mal depende principalmente da vontade que se tenha de o praticar. O bem é sempre o bem e o mal sempre o mal, qualquer que seja a posição do homem. Diferença só há quanto ao grau da responsabilidade”.
Não podemos nos esquecer de que o “grau de responsabilidade” deve ser sempre coerente com a estrada evolucional por onde transitam as almas. Portanto, os indivíduos responderão adequadamente por seus atos e atitudes e serão responsáveis somente por aquilo que conhecem, não pelo que ignoram.
Devemos, assim, viver em paz com nossa experiência sexual atual (orientação), valorizando nosso aprendizado e, em tempo algum, culpar-nos ou atribuir culpa a alguém.
Todos os seres humanos são regidos pela “Lei das Vidas Sucessivas”. Cada um de nós está vivendo um aprendizado particular e único em todos os aspectos e, obviamente, também na área sexual. Efetivamente, existem tantos níveis de entendimento e amadurecimento sexuais quanto indivíduos que os possuem.
Não podemos determinar exatamente a extensão das dificuldades e das carências de conhecimento e discernimento de uma criatura em seu desenvolvimento afetivo. Mesmo porque estamos na Terra a fim de aprender e é através de nossos acertos e desacertos que ficaremos sabendo como agir corretamente nas experiências subsequentes.
Podemos julgar a promiscuidade sexual, moralmente errada mas não podemos julgar o indivíduo promíscuo, por desconhecermos sua necessidade evolutiva e seu “coeficiente de maturidade”.
Na fisiologia, o denominado “ponto cego” é um local no campo da visão em que não há células sensíveis à luz. É nesse ponto que as fibras nervosas da retina convergem para formar o nervo óptico, que transmite os sinais nervosos ao cérebro para a decifração em imagens visuais. Transportando o significado deste termo fisiológico “ponto cego” para a área psicológica, poderemos fazer uma analogia entre esta lacuna em nosso campo visual com nossa falta de visão íntima para ver as coisas como realmente são. Nossos “pontos cegos” interiores se prendem à nossa inexperiência e à nossa incapacidade evolutiva.
Querer ser iguais aos outros e nos comparar sexualmente indicam ausência de peças importantes em nossa consciência profunda, o que nos torna incapacitados para perceber a extensão das Leis Divinas que regem a todos nós.
Livro As Dores da Alma, item Culpa, Espírito Hammed – psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto.

Importante Observações:

Orientação Sexual refere-se à direção ou à inclinação do desejo afetivo e erótico de cada pessoa. De maneira simplificada, pode-se afirmar que esse desejo, ao direcionar-se, pode ter como único ou principal objeto pessoas do sexo oposto (heterossexualidades), pessoas do mesmo sexo (homossexualidades) ou de ambos os sexos (bissexualidades).
O termo “orientação sexual” tem sido utilizado nos últimos anos, ao invés de opção sexual, pois a idéia de “opção” permite a compreensão de que o(a) homossexual escolheu sentir o desejo que sente e, portanto, poderia ter optado por ser heterossexual. Se fosse uma questão de opção, heterossexuais também poderiam escolher sentir desejo por pessoas do mesmo sexo, o que pode ou não acontecer. Por isso, o correto é dizer e utilizar orientação sexual.
É importante lembrar também que não nascemos com uma orientação sexual definida, pronta, acabada. Pelo contrário, ao longo da vida vamos aprendendo e nos identificando com diferentes formas de vivenciar nossos desejos de uma forma mais fixa ou mais flexível, conforme as experiências vividas por cada um(a).
 

Ampliando nossos olhares:

Desde que foi nomeada pela ciência, a homossexualidade e a bissexualidade esteve geralmente associada ao crime, ao pecado e a doença. Por isso, que antigamente dizia-se “homossexualismo” e “bissexualismo”, usando o sufixo ISMO para indicar que as práticas homossexuais eram consideradas doenças e por tanto, poderia (e deviam) ser tratadas.
  • Desde 1993, a Classificação Internacional de Doenças (CID) não considera mais a homossexualidade como doença, deixando de considerá-la como algo que deve ser tratado e pode ser curado.
  • Desde 1999, o Conselho Federal de Psicologia, por meio da resolução 01/99, proibiu que os/as psicólogos/as submetessem pessoas a terapias “curativas” para convertê-las da homossexualidade:
    • Art. 3° - os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.
      Parágrafo único - Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.
Sendo assim, o uso sufixo ISMO foi substituído pelo sufixo DADE, reconhecendo que se trata de uma vivência/prática humana, característica da sexualidade das pessoas e que nada tem a ver com doença, crime ou pecado. Desta forma, podemos entender a Homossexualidade como a atração afetiva e sexual por uma pessoa do mesmo sexo.
Da mesma forma que a heterossexualidade (atração por uma pessoa do sexo oposto) não tem explicação científica universal, a homossexualidade também não tem e cada pessoa escolherá a sua forma de viver (ou não) a sua homossexualidade, sendo alguns/algumas mais visíveis e outros/as menos.
 

 

Vamos aprender:

Heterossexual: Indivíduo amorosamente, fisicamente e afetivamente atraído por pessoas do sexo/gênero oposto. Heterossexuais não precisam, necessariamente, terem tido experiências sexuais com pessoas do outro sexo/gênero para se identificarem como tal.
Homossexual: É a pessoa que se sente atraída sexual, emocional ou afetivamente por pessoas do mesmo sexo/gênero.
Lésbica: Mulher que é atraída afetivamente e/ou sexualmente por pessoas do mesmo sexo/gênero. Não precisam ter tido, necessariamente, experiências sexuais com outras mulheres para se identificarem como lésbicas.
Bissexual: É a pessoa que se relaciona afetiva e sexualmente com pessoas de ambos os sexos/gêneros. Bi é uma forma reduzida de falar de pessoas Bissexuais.
Travesti: Pessoa que nasce do sexo masculino ou feminino, mas que tem sua identidade de gênero oposta ao seu sexo biológico, assumindo papéis de gênero diferentes daquele imposto pela sociedade. Muitas travestis modificam seus corpos por meio de hormonioterapias, aplicações de silicone e/ou cirurgias plásticas, porém, vale ressaltar que isso não é regra para todas (definição adotada pela Conferência Nacional LGBT em 2008. Diferentemente das transexuais, as travestis não desejam realizar a cirurgia de redesignação sexual (mudança de órgão genital). Utiliza-se o artigo definido feminino “A” para falar da Travesti (aquela que possui seios, corpo, vestimentas, cabelos, e formas femininas). É incorreto usar o artigo masculino, por exemplo, “O“ travesti Maria, pois está se referindo a uma pessoa do gênero feminino.
Transexual: Pessoa que possui uma identidade de gênero diferente do sexo designado no nascimento. Homens e mulheres transexuais podem manifestar o desejo de se submeterem a intervenções médico-cirúrgicas para realizarem a adequação dos seus atributos físicos de nascença (inclusive genitais) a sua identidade de gênero constituída.
HSH e MSM: As siglas HSH (Homens que fazem Sexo com Homens) e MSM (Mulheres que fazem Sexo com Mulheres) foram criadas e adotadas em alguns países do mundo, principalmente por legisladores, ativistas, profissionais e técnicos da saúde, para referir-se, no caso dos homens, àqueles que tem ou mantêm relações sexuais com outros homens, mesmo que estes não reconheçam ter sua orientação sexual homossexual ou se auto identificam como “gays”. O mesmo vale para sigla MSM, no caso das mulheres que fazem sexo com outras mulheres, mas não se vêem como “lésbicas”.
GLS: Sigla que se popularizou por designar, em uma única sigla, não só os “gays” e “lésbicas”, mas também aqueles que, independentemente de orientação sexual ou identidade de gênero, são solidários, abertos e “simpatizantes” em relação à diversidade LGBT. GLS também é utilizado para descrever as atividades culturais e mercadológicas comuns a este grupo de pessoas. A sigla GLS é excludente porque não identifica as pessoas bissexuais, travestis e transexuais. Dessa forma, não deve ser empregada como referência à esfera política das diversas vertentes dos movimentos LGBT.
LGBT: Sigla que representa o movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.
 Fonte de pesquisa: Manual de comunicação LGBT

terça-feira, 19 de julho de 2016

Sexualidade e afeto

Queremos lembrar a nossos queridos leitores e leitoras, que a sexualidade é uma das mais belas e potentes fontes de energia realizadora de que o ser humano se vê dotado.
No entanto, não a sexualidade que é representada pelos órgãos físicos, localizada nos instrumentos biológicos, desenvolvidos pela evolução para a multiplicação da espécie.
A força e o poder criador se radicam na estrutura do psiquismo de cada ser, no qual as relações energéticas traçam as linhas da afetividade e que, por comandos diretos, estimulam os demais centros biológicos na produção das células responsáveis pelo processo da procriação.
As ações de tais órgãos e centros são extremamente mais mecânicas do que se supõe e, por isso, não é na região genésica que se radicam as fontes sublimes do potencial criador. Tal estrutura está vinculada à mente e ao sentimento das pessoas de tal maneira que, quando a vida, nos seus processos de reparação ou resgate impõe ao indivíduo a solidão como forma de experiência refazedora, a sexualidade e as forças que a representam podem ser transferidas da ação procriadora de corpos para a ação plasmadora de ideais, fecundada nas inspirações superiores da alma, a serviço da transformação do mundo e do reequilíbrio de si mesmo.
Assim, quando alguém se veja na condição compulsória de isolamento afetivo, atendendo aos imperativos da jornada evolutiva, isso não impede que se transforme em uma geradora ou um gerador de filhos, que não se representarão por seres corporais, mas, sim, por construções idealistas na área da arte, do saber, da ciência, do devotamento ao próximo, deixando fecundados não com o sêmen biológico, mas, sim, com a semente espiritual os caminhos por onde passou, pelo exemplo de dedicação e renúncia.
Dessa maneira, cada pessoa no mundo é um potencial transformador das estruturas emocionais, usando para tanto todas as forças que lhe estão disponíveis e, além daquelas que o próprio organismo físico concentra em suas células, as que lhe chegam através da ligação com a força cósmica do Universo, na absorção dos princípios regeneradores e abastecedores de que o Princípio Cósmico Universal é rico por excelência.
As pessoas que se veem compelidas a uma vida de solidão e isolamento no afeto poderão usar tais forças disponíveis para canalizá-las na realização de obras do bem nos diversos setores da vida, respeitando em seus semelhantes os compromissos afetivos já firmados, ao invés de criarem armadilhas para que eles se vejam enredados por sensações, interesses ou condutas que poderão complicar a vida de ambos, que é o que costuma acontecer.
Sem se conformarem com a condição solitária que a vida lhes assinalou com a sua concordância – concordância esta que corresponde, na verdade, à solicitação pessoal, antes do renascimento físico – muitas pessoas passam a se martirizar nos processos de busca desesperada por uma companhia, insatisfeitas com a lição solicitada que propiciaria um amadurecimento maior da questão da responsabilidade afetiva. E como as facilidades do mundo e a irresponsabilidade das relações têm promovido uma promiscuidade cada vez maior entre os seres humanos em busca de aventuras, sem nos referirmos, ainda, às pressões sociais que pesam sobre os que se mantêm solteiros, como que a fazê-los se sentir como seres extraterrestres ou problemáticos, aquilo que deveria ser aproveitado como uma experiência produtiva, acaba transformada pela pessoa em um martírio vergonhoso e insuportável, abrindo espaço em seus pensamentos mais secretos para as estratégias de conquista, a adoção de posturas sedutoras e perigosas, a repetição dos equívocos de outras vidas quando a sexualidade foi usada como armamento a atrair e destruir os sentimentos alheios.
Como o leitor pode perceber, muitas vezes, a causa da solidão em uma vida se radica na irresponsabilidade afetiva vivenciada em outras existências.
De tanto viciar o centro do afeto com aventuras superficiais do sentido ou da sexualidade depravada através de comportamentos que a aviltaram, homens e mulheres solicitam, em uma nova vida física, uma jornada desértica na afetividade, durante a qual, sentindo a falta de uma companhia, redirecionam o impulso primitivo para a esfera mais elevada dos sentimentos, reprogramando seu psiquismo para que a leviandade outrora experimentada não faça mais parte de suas opções naturais.
Mas, ao invés de se conduzirem por tal trajeto, com a opção de modificarem o mundo íntimo e o mundo ao seu redor com gestos de devotamento oferecidos a causas nobres, boa parte dos assim considerados exilados do afeto se perdem novamente, relembrando os antigos processos de sedução, saindo à cata de experiências envolventes e estimulantes, com as quais vão revivendo os antigos vícios, procurando companhias exatamente em lugares em que não encontrarão, senão, aproveitadores de suas carências, prontos a abusarem de seus sentimentos famintos e, logo depois, descartá-los no vazio de um prazer físico que acaba rapidamente e frustra aqueles que esperavam alguma coisa a mais do que isso.
Dessa forma, forçando a situação, muitas pessoas que poderiam estar se recuperando e se fazendo queridas de seus irmãos menos felizes, passam a se ajustarem processos dolorosos a homens levianos, a mulheres exigentes e caprichosas, a pessoas que jogarão com seus sentimentos, explorando suas forças para, logo a seguir, dificultar-lhes a vida com exigências sem fim, representando, dessa maneira, a triste, mas justa expiação que aquele indivíduo acabou impondo-se, quando poderia ter escolhido outro tipo de atividade criadora que, nas belezas do ideal realizado, o manteria livre para seguir pelos caminhos que melhor escolhesse.
A teoria que costuma imperar nos dias de hoje é aquela que, simplificada no ditado popular, inverte seus termos dizendo:
“Antes mal acompanhada (o) do que só”.
E se, de alguma sorte, é compreensível tal opção, isso não quer dizer que ela não venha a produzir seus malefícios próprios, dos quais aquela pessoa poderia estar livre se tivesse entendido o caminho que poderia desenvolver ao conduzir-se pela fórmula antiga do ANTES SÓ DO QUE MAL ACOMPANHADA (O).
Por isso, seja na forma que for, todo aquele que, para se ver feliz, se aventura a produzir o rompimento de outras relações, se permite destruir as próprias relações com comportamentos levianos, desrespeita os compromissos do afeto assumidos livremente, se vale das carências dos outros para usá-las na conquista de bens materiais ou situações que ambicione, se aproveita da solidão alheia para desfrute do prazer sem compromisso, se relaciona de forma vil para compensar o vazio do coração, sem respeitar os sentimentos dos demais que utiliza como alimento sem lhe poder corresponder com sinceridade, não importa, seja qual for a forma pela qual alguém pretenda ser feliz às custas da dor de outro, isso produzirá os efeitos de sofrimento e de responsabilidade que o obrigarão a uma futura reparação, arcando cada um com a quota de deveres correspondentes aos sofrimentos que infringiu.
Daí, então, queridos leitores, serem muito graves, porque das mais tristes, as dores que podemos produzir com nossas condutas irresponsáveis, tanto na área do afeto quanto na área da sexualidade, uma vez que isso não se resumirá a uma relação física, com a contração muscular, com a expressão transitória de um prazer biológico, com a produção de hormônios. Isso representará uma ligação de Espírito a Espírito, com reflexos na estrutura da mente, na construção de sonhos, na criação de expectativas, na desestruturação de outras vidas e outras relações, que poderão, dependendo do grau a que chegarem, ser responsáveis pelo desajuste do equilíbrio da psique de alguém, a produzir processos obsessivos, ideias fixas, autodestruição moral e, até, suicídios, infelizes estradas não apenas para aqueles que escolheram ou se deixaram transitar por elas, mas, sobretudo, para aqueles que ajudaram a construí-las na vida de seus semelhantes.
Livro Despedindo-se da Terra, cap.11, Espírito Lúcius – psicografia de André Luiz Ruiz.