quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Reciclagem Mediúnica - I - Pontos básicos

Leda Marques Bighetti

I - Pontos básicos

Conforme o tema, visa esta série, retomar conceitos, atualizá-los pedagogicamente buscando maior amplitude do trabalho e melhores resultados.
Trabalharemos pontos básicos da Mediunidade objetivando recordar:
  1. conceito e função.
  2. como receber e atender aqueles que buscam a casa espírita com a sensibilidade exacerbada ou se mostrem interessados na educação da faculdade.
  3. a prática mediúnica.
a-1) Conceito e função - Mediunidade é uma faculdade, isto é, uma capacidade, aptidão inata, disposição, tendência humana natural pela qual se estabelecem as relações entre Espíritos encarnados e desencarnados. Não é um poder oculto que se possa fazer instalar num indivíduo através de práticas rituais ou pelo "poder misterioso" de quem quer que seja.Pertence ao campo da comunicação e portanto destina-se ao ato de emitir, transmitir, receber mensagens por meio de processos convencionais, que através da linguagem falada ou escrita, quer de outros sinais, símbolos ou aparelhamentos técnicos especializados sonoro ou visual. Desenvolve-se, naturalmente, no sentido de aumentar, ampliar, progredir, melhorar, crescer, nas pessoas de maior sensibilidade para a captação mental e sensorial de coisas e fatos do mundo espiritual que nos cercam e nos afetam com suas vibrações psíquicas e afetivas. Da mesma forma que a inteligência e as demais faculdades humanas, desenvolve-se no processo de relação; quanto mais se estuda, conhece e usa, mais amplitude e sutileza. Esse processo é cíclico ou seja, processa-se por etapas sucessivas em espiral progressiva. O mesmo não se dá com o seu uso, que pode ser bom ou mau, conforme as qualidades (valores morais) daquele que a exerce.
a-2) Aspectos pelos quais se exterioriza - A Mediunidade é uma só e um todo (como faculdade), mas pode ser encarada em seus vários aspectos funcionais (de uso, serventia) e que são caracterizados como formas variadas de sua manifestação.
Para efeito metodológico, Kardec a divide em duas grandes áreas bem diferenciadas:
  • mediunidade de efeitos físicos
  • mediunidade de efeitos inteligentes
Efeitos físicos - aquelas que se traduzem por efeitos sensíveis tais como: ruídos, movimentos, deslocação de corpos sólidos. Para que aconteça, faz-se mister a intervenção de uma ou mais pessoas dotadas de especial aptidão, onde por efeito de suas organizações, há emanação maior de fluido animalizado, mais ou menos fácil de combinação com o fluido universal, e com os quais o Espírito, por ação da vontade, dá vida momentânea a determinados objetos produzindo assim fenômeno.
Efeitos inteligentes - para ser caracterizado como tal, há que exteriorizar-se como um ato livre e voluntário, exprimindo uma intuição ou respondendo a um pensamento.
Recorde-se que não encontraremos um fenômeno a ser catalogado apenas como efeito físico ou inteligente. No caso, por exemplo, das mesas girantes (ponto inicial da Doutrina Espírita) vimo-la mover-se, levantar, dar pancadas, responder questões propostas, sob a influência de um ou mais médiuns - efeito físico. Demonstravam, porém, uma intuição - efeito inteligente - ao mudar de lugar, ao se erguer alternadamente sob um pé ou outro, conforme se lhe indicavam; ao responder perguntas conforme o número de toques combinados, ao executar movimentos conforme se lhe ordenavam. Ao realizar tais aspectos demonstrava haver uma inteligência oculta que demonstrava sua vontade ou respondia a uma ordem ou pensamento exteriorizados nos fatos ostensivos.
Essas duas áreas, esses dois aspectos pelos quais se exteriorizava a Mediunidade, fez Kardec perceber que ele a estudava de forma geral, englobando todos os casos ou pessoas.
Percebe ele que a realidade era outra, uma vez que havia elementos que espontaneamente ou não forneciam fluidos, enquanto outros pouco ou nada ofereciam no sentido de não possibilitar a realização dos acontecimentos. Havia pessoas que exteriorizavam o sentir, o pensar de outras mentes enquanto outras nada percebiam.
Estudando, pesquisando, auxiliado pelos Espíritos na Codificação, encontra nessa divisão fenomênica, duas grandes áreas de função, isto é, duas formas ou modos naturais de uso, serventia, utilidade e as designa como:
  • mediunidade generalizada
  • mediunato
A primeira - mediunidade generalizada - corresponde à mediunidade natural, mediunidade que todos possuem e que permanece pelo próprio desconhecimento em estado de estagnação, inércia, como manifestações moderadas, quase imperceptíveis.
A segunda - mediunato - corresponde o compromisso, ou seja, o indivíduo está investido espiritualmente de sensibilidade maior para finalidades específicas na encarnação. É a mediunidade ativa que exige desenvolvimento e aplicação durante a vida do médium.
a-3 e 4) Importância desse conhecimento para o dirigente da Casa Espírita e/ou responsável pelos trabalhos mediúnicos
A falta desse conhecimento acarreta dificuldades e inconvenientes na prática mediúnica, particularmente nos trabalhos do Centro.
Mediunidade generalizada é uma disposição natural do Espírito para expandir-se, projetar-se e entrar e/ou manter-se em relação com outros Espíritos. Funcionando a mente como núcleo emissor/receptor de pensamentos mantendo-nos sempre em conversas, mesmo sem o perceber. Muitos dos nossos aparentes monólogos são diálogos com outras mentes, verdadeira "inquirições mentais", seja com o fim de avaliar-nos espiritualmente ou para fins obsessivos. Um Espírito, por exemplo, sugere mentalmente o nome ou a figura de uma pessoa. Começamos a pensar nela e a desfilar na mente os dados, que temos, as idéias que fazemos dela, ajudando ao obsessor que evidentemente tem seus objetivos. De outras vezes, pretendendo saber qual é nossa posição em determinado caso/acontecimento, oferecemo-lhe idéias, franqueando-lhe nossos pontos fracos através dos quais passa ele a envolver-nos no desencadear de verdadeiro processo obsessivo. Os pensamentos, os solilóquios do homem, são observados por testemunhas invisíveis, boas ou más que influenciam ou são influenciadas numa proporção maior ou menor dependendo também do nível de conscientização desse processo. Essa mediunidade é imanente ao nosso psiquismo.
Pelo desconhecimento dessa mecânica natural, muitas pessoas mantém pela alimentação recíproca dos pensamentos afins, mentes que passam a se impor. Perturbadas, com toda a aparência de obsediadas, chegam à Casa Espírita buscando ajuda. De modo geral, são consideradas "médiuns em desenvolvimento", quando na realidade são apenas vítimas da própria invigilância que mantém a companhia de Espíritos em desequilíbrio em campo psíquico afim. Por esse e outros motivos, realmente estão envolvidos em processos obsessivos, mas não são médiuns. Precisam de tratamento (conscientização, renovação, etc., etc.) evangelização, entendimento do funcionamento/função do campo mental, passes, água fluída, trabalho pessoal, somatória de providências através das quais opera-se na dinamização da vontade a mudança do campo mental, onde selecionando-se companhias, liberam-se obsessores/obsediados.
Essas pessoas não são aptas, não devem ser convidadas a participar de sessões "sentar-se à mesa"- não estão investidas de mediunato, não precisam, nem podem desenvolver (fazer crescer para intercambiar) sua mediunidade estática. Essa servir-lhe-á para que o indivíduo se guie na vida de forma plena através desse contacto natural, pela seleção que aprende a fazer das companhias que escolhe. A obsessão ocasional, por sua vez, serviu-lhe para aproximá-lo de si mesmo, conhecer seu potencial, aprender a lidar com ele, despertar-lhe ou reanimar-lhe o sentimento moral e encaminhá-lo assim para um sentido mais elevado em sua maneira de viver, na busca das sintonias mentais benéficas, diferenciando-as e afastando as prejudiciais.
Entenda-se pessoas que apresentam essa mediunidade não estão desprovidas de recursos mediúnicos. Ao contrário, podem ser muito sensíveis, intuitivas, dispondo de percepções eficazes em inúmeras circunstâncias. Kardec surge como exemplo - não possuindo mediunato, usa seu potencial seletivo através da instrução, do discernimento, do bom senso, da análise, reflexão em grau tão elevado que lhe permitiu solidificar e estruturar a Doutrina em bases seguras, a vencer hostilidade e investidas.
Os dirigentes de sessão e de Centros Espíritas não podem desconhecer esse aspecto da função mediúnica, circunstância esta que evitará enganos e problemas no trato das manifestações mediúnicas.

Bibliografia:

Kardec, Allan - O Livro dos Médiuns, 226 - 1.° e 2.°; cap. II - 60; cap. IV - 72 - VIII - XIII - XIV - cap. III - 65.
Pires, H. - Mediunidade - cap. I e II

(Jornal Verdade e Luz Nº 170 de Março de 2000)

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Reuniões espíritas

O Livro dos Médiuns em seu capítulo 29 trata das Reuniões e Sociedades Espíritas. Vou examinar os itens 324 a 333 que tratam das Reuniões Espíritas.

As reuniões espíritas foram divididas por Kardec em três tipos básicos: frívolas, experimentais e instrutivas.
As reuniões ditas frívolas são aquelas em que se buscam interesses fúteis, tais como a leitura da sorte, interesses pessoais, entretenimento, jogos e brincadeiras com os espíritos. Atraem principalmente espíritos brincalhões, zombeteiros e fúteis, assim como os encarnados que dela participam.

As reuniões ditas experimentais são aquelas em que se busca a produção de efeitos físicos. Seus assistentes se dividem entre os curiosos e os estudiosos. Para uns não é mero passatempo enquanto outros a vêem como uma oportunidade de aprendizado e de comprovarem o que estudaram teoricamente. Kardec alerta que se as experiências forem feitas com método e prudência resultados muito bons poderão ser obtidos.

Por fim as reuniões instrutivas. Kardec nos alerta que é neste tipo de reuniões que se pode obter o melhor ensinamento, mas, que para isso é necessário que se obedeça a algumas condições.

A primeira condição é a seriedade de propósitos. Nesse tipo de reunião comparecem espíritos sérios, porém, como em toda reunião, os espíritos são atraídos pela afinidade de propósito. Assim, espíritos sérios comparecem a reuniões realizadas com seriedade. Segundo Kardec: “Uma reunião só é verdadeiramente séria quando se ocupa exclusivamente de coisas úteis”

Em seguida nos alerta que a instrução espírita não se reduz ao ensinamento moral dado pelos espíritos, mas, também pelo estudo dos fatos. E, no estudo se incluem as causas, seus efeitos e tudo o que leve ou a um conhecimento novo ou à confirmação de um princípio já conhecido. Portanto, tal estudo não pode ser conduzido de forma leviana e ligeira. Mas, com seriedade de propósitos e trabalho constante.

A seguir Kardec nos fala sobre a utilidade desse tipo de reunião para médiuns de manifestações inteligentes. E, nos alerta sobre a necessidade do estudo constante e da humildade por parte do médium. Um médium que se considere infalível é facilmente enganado, envolvido por espíritos que o queiram enganar, e, portanto alguém que facilmente poderá recair na obsessão – em especial do tipo fascinação.

Para se evitar isso o conselho de Kardec, sempre atual, é que o médium submeta suas comunicações a outras pessoas para que seja feito um controle, reproduzo abaixo o que diz Kardec:
“Um dos grandes obstáculos à mediunidade, como já dissemos, é a obsessão e a fascinação. Os médiuns podem, portanto, iludir-se de muita boa-fé sobre omérito do que obtêm, e compreende-se que os Espíritos enganadores têm toda a liberdade de ação quando lidam com um médium que não quer enxergar; é por isso que esses Espíritos afastam o médium de todo exame e, se for preciso, fazem-no tomar aversão por qualquer pessoa que possa esclarecê-lo. Favorecidos pela idéia do isolamento e da fascinação, eles podem facilmente lhe fazer aceitar tudo o que querem.
Não é demais repetir: aí se encontra não apenas a dificuldade, mas também o perigo. O único meio que o médium tem de escapar disso é o controle de pessoas desinteressadas e benevolentes, que, julgando as comunicações com equilíbrio e imparcialidade, podem abrir-lhe os olhos e fazer com que perceba o que não pode ver por si mesmo. Acontece que todo médium que teme esse julgamento já está no caminho da obsessão; aquele que acredita que a luz é feita apenas para ele está completamente subjugado; se leva a mal as observações, se as repele, se com elas se irrita, não há dúvidas sobre a má natureza do Espírito que o assiste.”

No mesmo sentido José Herculano Pires nos alerta em seu livro Mediunidade sobre o perigo do isolamento do médium.

Assim, Kardec recomenda a todos os médiuns que dêem preferência à participação em reuniões instrutivas, na companhia de pessoas sérias, e, não tenham a vaidade de se achar infalíveis. E, continua seu alerta, informando que o médium obsedado coloca em risco a seriedade da reunião, e se assemelha a um doente que se recusa a tratamento médico.

A outra condição para a realização de boas reuniões instrutivas é a unidade de pensamentos e propósitos dos que dela participam. Não se fala em número de participantes, mas, de unidade de propósitos. Cem pessoas com o mesmo objetivo atrairão espíritos afins e produzirão resultados estupendos, dez com objetivos diversos nada conseguirão. Assim, mesmo que a reunião tenha poucos participantes, que eles estejam unidos em relação aos fins que pretendem atingir. Se seu objetivo é o estudo que todos tenham esse objetivo, se é obter-se a comunicação com algum desencarnado também. Os espíritos que serão atraídos para a reunião serão aqueles que se afinem com os espíritos que dela participam e seus propósitos. Assim, bons propósitos atraem bons espíritos. E, propósitos fúteis atraem espíritos fúteis.

Outra condição é a regularidade das comunicações. Existem espíritos que são “frequentadores habituais” de certas reuniões, seja por serem os espíritos protetores dos participantes, seja por que são mais frequentemente evocados por eles. Entretanto, os espíritos não estão à nossa disposição e a regularidade de dia e horário da reunião assegura a freqüência dos bons espíritos. Porém, se a regularidade de dia e horário, e a pontualidade a ele, facilita a presença dos bons espíritos, os espíritos verdadeiramente superiores não são meticulosos nesse sentido:
“A exigência de pontualidade rigorosa é um sinal de inferioridade, como qualquer outra ingenuidade.”


Um exemplo de fácil compreensão é a prática do evangelho no lar, que nada mais é do que uma reunião espírita do tipo instrutiva, com o objetivo de estudo do evangelho.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O APELO SILENCIOSO

"Por trás de todo ato de crueldade, sempre existe um pedido de socorro. Precisamos escutar esse apelo inarticulado e dissolver a violência com nossos gestos de Amor"
Hammed (As dores da Alma)

Se observarmos as palavras do espírito Hammed encontraremos como fundo a Lei de ação e reação.
Sabemos pela física tradicional que duas forças aplicadas na mesma direção e no mesmo sentido terá como
força resultante a soma das mesmas, portanto, se ao presenciarmos um ato de crueldade correspondermos com o mesmo desequilíbrio, teremos como resultado final a soma do desequilíbrio.

André Luiz na obra (Nos domínios da Mediunidade) nos informa algo semelhante:
- Somente o bem neutraliza o mal.
E quando o Mestre nos diz: "Só pelo amor será salvo o homem", também faz referência a esta mesma LEI.
A grande questão que deve palpitar em nossas mentes é:
O que estamos fazendo em nosso dia a dia para neutralizar as ervas daninhas da maledicência, da crueldade, da violência? Estamos sabendo devolver o mal com o bem?

Nos diz Emmanuel: "Se queres evitar um incêndio, recuse o combustível".

Certa vez Francisco Cândido Xavier em uma das reuniões que ocorriam no Centro Espírita onde trabalhava, recebeu alguns despautérios por parte dos visitantes como por exemplo: 
- Você é uma farsa, uma mentira! 
Os amigos do Médium sentiram-se muito ofendidos, então pediram que Chico se defendesse, que desse uma resposta a altura. Foi quando Chico, que sempre foi e é todo amor, todo caridade, todo renúncia sentou-se e psicografou a seguinte mensagem:
- A fórmula para se alcançar neste mundo a felicidade com esplendor, é uma gota de verdade, misturada em um balde de amor!


Também devemos lembrar sempre que em matéria de Educação Espiritual, somos todos necessitados. Para desarticular as amarras do ódio, da revolta ou da angústia, é muito importante tratarmos a todos com muito respeito, humildade e amorosidade. Um excelente exemplo de humildade que devemos nos inspirar é o da Irmã Zenóbia no livro "Obreiros da Vida Eterna" de André Luiz., Cap. 8 

"Não lutamos corpo a corpo com a ignorância audaciosa e Infeliz, porque a delegação que o Mestre nos confiou traça-nos deveres de amor e não de porfia. Fomos designados para ministrar o bem e lamentamos que irmãos horrivelmente desventurados nos ofereçam resistência, mergulhando-se no pântano da revolta pessoal. Não temos, porém, qualquer palavra condenatória. Os que tentam escapar às Leis Eternas são bastante infortunados por si mesmos..." 

O que nos resta fazer quando um espírito adiantado nos informa tão convincentes ideias a respeito do assunto? Humildade, reconhecer nossos limites....

Leandro Brancher de Oliveira

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A IMPORTÂNCIA DA PALESTRA ANTES DO PASSE

Muitas pessoas, por não conhecerem os benefícios da palestra que precede o passe, desconsideram esta etapa importantíssima do acolhimento espiritual. Geralmente chegam apressadas, com o pensamento atormentado por problemas dos mais variados matizes, sem se dar conta de que perdem uma grande oportunidade de tornarem-se mais receptivos às energias absorvidas no passe e também de tornarem-se alvo das entidades benfazejas muito antes de entrarem na sala de atendimento. 

É muito importante compreender que durante a palestra o atendimento espiritual já começou, as entidades benevolentes valem-se deste momento para determinar tipos de medicamentos espirituais (flluidos) a serem recebidos pelos consulentes de acordo com a enfermidade ou desarmonia que carreguem. 

No plano das idéias, se nos mantiver-mos em clima de oração, podemos recepcionar ondas mentais elevadas que podem orientar o nosso pensamento para a harmonia e o equilíbrio, tão necessários para a nossa saúde física e espiritual.

A ordem, ou desordem que vivenciamos sempre nasce em nós mesmos! Além do passe, da água fluida é necessário aliar a nossa reforma íntima. Conforme nos diz Ramatis: "Não é permitido curar-se por fora quem não quiser curar-se por dentro..."

Sendo assim, existe duas partes em um tratamento espiritual, a dos espíritos benfeitores que sempre é feita e a nossa reforma íntima que devemos procurar o máximo possível realizar. Somente assim obteremos êxito na nossa busca pela própria paz.

Leandro Brancher de Oliveira

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Atualidade do Natal



Andando sem rumo, sob o flagício de mil aflições, o homem moderno deixa-se dominar pelo desânimo ou pela ansiedade, malbaratando o valioso contributo da inteligência e do sentimento com que a vida o enriqueceu, exaurindo-se, ora no consumismo insensato, ora na revolta desastrada por falta de recursos econômicos ou emocionais para realizar-se.

A insatisfação é a tônica do comportamento individual e social que vige na Terra.

Aqueles indivíduos que experimentam carência de qualquer natureza lamentam-se e rebolcam-se na rebeldia, que degenera em violência, enquanto aqueloutros que se encontram afortunados, deixam-se dominar pelas extravagâncias ou pelo tédio, derrapando, uns e outros, nas viciações perturbadoras ou na dependência de substâncias químicas de funestas conseqüências.

As admiráveis conquistas da Ciência e da Tecnologia não os tornaram mais felizes nem menos tensos, pelo contrário, empurraram-nos na direção trágica da neurastenia ou da depressão nas quais estorcegam.

Indubitavelmente trouxeram incomparável ajuda para a solução de diversos sofrimentos e situações penosas, de progresso rnateriall e social, porém, não conseguiram penetrar o cerne dos seres humanos, modificando-lhes as disposições íntimas em relação à existência terrena e aos seus objetivos essenciais.

Considerando a vida apenas do ponto de vista material, sem as conseqüentes avaliações em torno do Espírito imortal, o comportamento materialista domina as mentes e os corações, que acreditam na felicidade em forma de valores amoedados, satisfações dos sentidos, destaque social e harmonia física...

Vive-se o apogeu da glória tecnológica diante dos descalabros comportamentais que jugulam os seres humanos aos estados primevos da evolução.

Há conquistas do Infinito sem realização pessoal, sorrisos de triunfo sem sustentação de felicidade, que logo se transformam em esgares, situações invejáveis mas alicerçadas na miséria, na doença e no desconforto das pessoas excluídas...

Faltando-lhes, porém, a vivência dos compromissos ético-morais, logo se lhes apresentam os desapontamentos íntimos, e os conflitos se lhes instalam devoradores.

Uma tormenta inigualável paira nos céus da sociedade moderna, ameaçando-a com tragédias inomináveis.

*

Em período idêntico, no passado, salvadas as distâncias compreensíveis, veio Jesus à Terra.

O mundo encontrava-se conturbado pelo poder mentiroso, pela falácia dos dominadores, pelas ambições desmedidas, pelas conquistas arbitrárias, pelas ilusões tresvariadas...

Predominavam o luxo e a ostentação em alguns segmentos da humanidade, enquanto nos porões do abandono em que desfaleciam, incontáveis criaturas espiavam angustiadas o passar do tufão devorador...

Apareceu Jesus, e una aragem abençoada varreu o mundo, modificando-lhe a psicosfèra.

Sua voz levantou-se para profligar contra o crime e a insensatez, contra a indiferença dos fortes em relação aos seus irmãos mais fracos, contra a hipocrisia e o egoísmo então vigentes e dominantes como hoje ocorrem......

Misturando-se aos mutilados do corpo e da alma, ergueu-os do pó em que se asfixiavam, conduzindo-os na direção da glória estelar, demonstrando-lhes que a vida física é experiência transitória, e que os valores reais são os que pertencem ao Espírito imortal.

Utilizou-se da cátedra da Natureza e ensinou a fèlicidade mediante o desapego e o despojamento das alucinantes prisões às coisas e às paixões materiais.

Cantou a esperança aos ouvidos da angústia e proporcionou a saúde temporária a quantos se Lhe acercaram, alentando-os com a certeza da plenitude após vencidas as etapas de regeneração e de resgate que todos os seres se impõem no processo da evolução.

Atendeu a dor de todos os matizes, defendeu os pobres e oprimidos, os esfaimados e sedentos de justiça, a quem ofereceu os preciosos recursos de paz. No entanto, quando acusado, abandonado, marchando para o testemunho, elegeu o silêncio, a submissão à vontade de Deus, a fim de ensinar pelo exemplo resignação e misericórdia para com os maus e perversos, confirmando a indiferença pelos valores do mundo físico destituídos de utilidade

... E permanece até hoje como o Triunfador não conquistado, que prossegue alentando os padecentes, convocando-os à transformação moral para a conquista dos imperecíveis tesouros internos do amor, do perdão, da caridade, da paz...

*

Recorda-te de Jesus neste Natal e reaproxima--te dEle, analisando como te encontras e de que forma deverias estar moralmente, conscientizando-te do que já fizeste e de quanto ainda podes e deves investir em favor de ti mesmo e do teu próximo mais próximo, no lar, na rua, na humanidade...

O Natal é presença constante do amor e do bem na atualidade de todos os tempos.

Não te esqueças que a evocação do nascimento do Excelente Filho de Deus entre as criaturas humanas, é um convite para que O permitas renascer no teu íntimo, se estiver desaparecido da tua emoçao, ou prosseguir vivo e atuante nos teus sentimentos, convidados à construção da solidariedade, do dever e da lídima fraternidade que deve viger entre todos os seres sencientes que vagueiam no Planeta .

... E deixa que Jesus te fale novamente à acústica do coração e aos escaninhos da mente, repetindo-te o poema imortal das Bem -aventuranças.



Franco, Divaldo Pereira. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 20 de setembro de 2002, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Com Amor

"E, sobre tudo isto, revesti-vos de caridade, que é o vinculo da perfeição." - Paulo. (COLOSSENSES, 3:14.)

Todo discípulo do Evangelho precisará coragem para atacar os serviços da redenção de si mesmo.

Nenhum dispensará as armaduras da fé, a fim de marchar com desassombro sob tempestades.

O caminho de resgate e elevação permanece cheio de espinhos.

O trabalho constituir-se-á de lutas, de sofrimentos, de sacrifícios, de suor, de testemunhos.

Toda a preparação é necessária, no capitulo da resistência; entretanto, sobre tudo isto é indispensável revestir-se nossa alma de caridade, que é amor sublime.

A nobreza de caráter, a confiança, a benevolência, a fé, a ciência, a penetração, os dons e as possibilidades são fios preciosos, mas o amor é o tear divino que os entrelaçará, tecendo a túnica da perfeição espiritual.

A disciplina e a educação, a escola e a cultura, o esforço e a obra, são flores e frutos na árvore da vida, todavia, o amor é a raiz eterna.

Mas, como amaremos no serviço diário?

Renovemo-nos no espírito do Senhor e compreendamos os nossos semelhantes.

Auxiliemos em silêncio, entendendo a situação de cada um, temperando a bondade com a energia, e a fraternidade com a justiça.

Ouçamos a sugestão do amor, a cada passo, na senda evolutiva.

Quem ama, compreende; e quem compreende, trabalha pelo mundo melhor.





XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 5.

sábado, 19 de dezembro de 2015

De Ânimo Forte



"Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação." - Paulo. (II TIMÓTEO, 1:7.)

Não faltam recursos de trabalho espiritual a todo irmão que deseje reerguer-se, aprimorar-se, elevar-se.

Lacunas e necessidades, problemas e obstáculos desafiam o espírito de serviço dos companheiros de fé, em toda parte.

A ignorância pede instrutores, a dor reclama enfermeiros, o desespero suplica orientadores.

Onde, porém, os que procuram abraçar o trabalho por amor de servir?

Com raras exceções, observamos, na maioria das vezes, a fuga, o pretexto, o retraimento.

Aqui, há temor de responsabilidade; ali, receios da crítica; acolá, pavor de iniciativa a benefício de todos.

Como poderá o artista fazer ouvir a beleza da melodia se lhe foge o instrumento?

Nesse caso. temos em Jesus o artista divino e em nós outros, encarnados e desencarnados, os instrumentos dEle para a eterna melodia do bem no mundo.

Se algemamos o coração ao medo de trabalhar em benefício coletivo, como encontrar serviço feito que tranqüilize e ajude a nós mesmos? como recolher felicidade que não semeamos ou amealhar dons de que nos afastamos suspeitosos?

Onde esteja a possibilidade de sermos úteis, avancemos, de ânimo forte, para a frente, construindo o bem, ainda que defrontados pela ironia, pela frieza ou pela ingratidão, porque, conforme a palavra iluminada do apóstolo aos gentios, "Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação".





XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 31.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Aceita a Correção

"E, na verdade, toda correção, no presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela." Paulo (Hebreus, 12:11)

A terra, sob a pressão do arado, rasga-se e dilacera-se, no entanto, a breve tempo, de suas leiras retificadas brotam flores e frutos deliciosos.

A árvore, em regime de poda, perde vastas reservas de seiva, desnutrindo se e afeando-se, todavia, em semanas rápidas, cobre-se de nova robustez, habilitando-se à beleza e à fartura.

A água humilde abandona o aconchego da fonte, sofre os impositivos do movimento, alcança o grande rio e, depois, partilha a grandeza do mar.

Qual ocorre na esfera simples da Natureza, acontece no reino complexo da alma.

A corrigenda é sempre rude, desagradável, amargurosa mas, naqueles que lhe aceitam a luz, resulta sempre em frutos abençoados de experiência, conhecimento, compreensão e justiça.

A terra, a árvore e a água suportam-na, através de constrangimento, mas o Homem, campeão da inteligência no Planeta, é livre para recebê-la e ambientá-la no próprio coração.

O problema da felicidade pessoal, por isso mesmo, nunca será resolvido pela fuga ao processo reparador.

Exterioriza-se a correção celeste em todos os ângulos da Terra.

Raros, contudo, lhe aceitam a bênção, porque semelhante dádiva, na maior parte das vezes, não chega envolvida em arminho, e, quando levada aos lábios, não se assemelha a saboroso confeito. Surge, revestida de acúleos ou misturada de fel, à guisa de remédio curativo e salutar.

Não percas, portanto, a tua preciosa oportunidade de aperfeiçoamento.

A dor e o obstáculo, o trabalho e a luta são recursos de sublimação que nos compete aproveitar.





XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 6.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Ação da Amizade



A amizade é o sentimento que imanta as almas unas às outras, gerando alegria e bem-estar.

A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.

Inspiradora de coragem e de abnegação. a amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.

Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!

O egoísmo afasta as pessoas e as isola.

A amizade as aproxima e irmana.

O medo agride as almas e infelicita.

A amizade apazigua e alegra os indivíduos.

A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.

Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental.

Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.

Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos homens que se estimam.

Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.

Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.

Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.

Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.

A amizade é fácil de ser vitalizada.

Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alam ou indiferente ao elevo da sua fluidez.

Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam, a amizade fica.

Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.

A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.



FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Esperança. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Ação - Bondade

A cobrança da gratidão diminui o valor da dádiva.
O bem não tem preço, pois que, à semelhança do amor, igualmente não tem limite.
Quando se faz algo meritório em favor do próximo aguardando recompensa, eis que se apaga a qualidade da ação, em favor do interesse pessoal grandemente pernicioso.
O Sol aquece e mantém o planeta sem qualquer exigência.
A chuva abençoa o solo e o preserva rico, em nome do Criador, sustentando os seres e se repete em períodos ritmados, não pedindo nada.
O ar, que é a razão da vida, existe em tão harmonioso equilíbrio e discrição, que raramente as criaturas se dão conta da sua imprescindibilidade.
*
Faze o bem com alegria e, no ato de realizá-lo, fruirás a sua recompensa.
Ajuda a todos com naturalidade, como dever que te impões, a favor de ti mesmo, e te aureolarás de paz.
Se estabeleces qualquer condição para ajudar, desmereces a tua ação, empalidecendo-lhe o valor.
Une-te ao exército anônimo dos heróis e apóstolos da bondade. Ninguém te saberá o nome, no entanto, o pensamento dos beneficiados sintonizará com a tua generosidade estabelecendo elos de ligação e segurança para a harmonia no mundo.
Os que se destacam na ação comunitária e são aplaudidos, homenageados, sabem que, sem as mãos desconhecidas que os ajudam, coisa alguma poderiam produzir.
Assim, os benfeitores verdadeiros são os da retaguarda e não os que brilham nos veículos da Comunicação.
Aproveita o teu dia e vai semeando auxílios, esparzindo bondade de que esteja rica a tua vida, e provarás o licor da alegria na taça da felicidade de servir.
FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 9.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Cartão de Natal



Ao clarão do Natal, que em ti acorda a música da esperança, escuta a voz de alguém que te busca o ninho da própria alma!... Alguém que te acende a estrela da generosidade nos olhos e te adoça o sentimento, qual se trouxesses uma harpa de ternura escondida no peito.

Sim, é Jesus, o amigo fiel, que volta.

Ainda que não quisesses, lembrar-lhe-ias hoje os dons inefáveis, ao recordares as canções maternas que te embalaram o berço, o carinho de teu pai, ao recolher-te nos braços enternecidos, a paciência dos mestres que te guiaram na escola e o amor puro de velhas afeições que te parecem distantes.

Contemplas a rua, onde luminárias e cânticos lhe reverenciam a glória: entretanto, vergas-te ao peso das lágrimas que te desafogam o coração...É que ele te fala no íntimo, rogando perdão para os que erram, socorro aos que sofrem, agasalho aos que tremem na vastidão da noite, consolação aos que gemem desanimados e luz para os que jazem nas trevas.

Não hesites! Ouve-lhe a petição e faze algo! ... Sorri de novo para os que te ofenderam; abençoa os que te feriram; divide o famel com os irmãos em necessidade; entrega um minuto de reconforto ao doente; oferece uma fatia de bolo aos que moram, sozinhos, sob ruínas e pontes abandonadas; estende um lençol macio aos que esperam a morte, sem aconchego do lar; cede pequenina parte de tua bolsa no auxílio às mães fatigadas, que se afligem ao pé dos filhinhos que enlanguescem de fome, ou improvisa a felicidade de uma criança esquecida.

Não importa se diga que cultivas a bondade somente hoje quando o Natal te deslumbra!... Comecemos a viver com Jesus, ainda que seja por algumas horas, de quando em quando, e aprenderemos, pouco a pouco, a estar com ele, em todos os instantes, tanto quanto ele permanece conosco, tomando diariamente ao nosso convívio e sustentando-nos para sempre.



Pelo Espírito Meimei

XAVIER, Francisco Cândido. Antologia Mediúnica do Natal. Espíritos Diversos. FEB.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Evocação do Natal



O maior de todos os conquistadores, na face da Terra, conhecia, de antemão, as dificuldades do campo em que lhe cabia operar.

Estava certo de que entre as criaturas humanas não encontraria lugar para nascer, à vista do egoísmo que lhes trancava os corações; no entanto, buscou-as, espontâneo, asilando-se no casebre dos animais.

Sabia que os doutores da Lei ouvi-lo-íam indiferentes, com respeito aos ensinamentos da vida eterna de que se fazia portador; contudo, entregou-lhes, confiante, a Divina Palavra.

Não desconhecia que contava simplesmente com homens frágeis e iletrados para a divulgação dos princípios redentores que lhe vibravam na plataforma sublime, e abraçou-os, tais quais eram.

Reconhecia que as tribunas da glória cultural de seu tempo se lhe mantinham cerradas, mas transmitiu as boas novas do Reino da Luz à multidão dos necessitados, inscrevendo-as na alma do povo.

Não ignorava que o mal lhe agrediria as mãos generosas pelo bem que espalhava; entretanto, não deixou de suportar a ingratidão e a crueldade, com brandura e entendimento.

Permanecia convicto de que as noções de verdade e amor que veiculava levantariam contra ele as matilhas de perseguição e do ódio; todavia, não desertou do apostolado, aceitando, sem queixa, o suplício da cruz com que lhe sufocavam a voz.

É por isso que o Natal não é apenas a promessa da fraternidade e da paz que se renova alegremente, entre os homens, mas, acima de tudo, é a reiterada mensagem do Cristo que nos induz a servir sempre, compreendendo que o mundo pode mostrar deficiências e imperfeições, trevas e chagas, mas que é nosso dever amá-lo e ajudá-lo mesmo assim.



Pelo Espírito Emmanuel

XAVIER, Francisco Cândido. Antologia Mediúnica do Natal. Espíritos Diversos. FEB.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Algo por Eles Neste Natal



Compadece-te de todos aqueles que não podem ou não sabem esperar. Estão eles em toda parte...

Quase sempre são vítimas da inquietação e do medo. Observa quantos já transpuseram as linhas da própria segurança.

São casais que não se toleram nas primeiras rusgas do matrimônio e desfazem a união em que se compromissaram, abraçando riscos pelos quais, em muitas circunstâncias, cedo se encaminham para sofrimento maior;

são mães que rejeitam os filhos que carregam no seio, entregando-se à prática do aborto, recusando a presença de criaturas que se lhes fariam instrumentos de redenção e reconforto no futuro, caindo, às vezes, em largas faixas de doença ou desequilíbrio;

são homens que repelem os problemas inerentes às tarefas que lhes dizem respeito, escapando para situações duvidosas, sob a alegação de que procuram distração e repouso, quando apenas estão dilapidando a estabilidade das obras que, mais tarde, lhes propiciariam refazimento e descanso;

são amigos doentes ou desesperados que se rebelam contra os supostos desgostos da vida e se inclinam para o suicídio, destruindo os recursos e oportunidades que transportariam para a conquista da vitória e da paz em si mesmos;

são jovens, famintos de liberdade e prazer que, impedidos naturalmente do acesso a satisfações imediatas, se engolfam no abuso dos alucinógenos, estragando as faculdades com que o tempo os auxiliaria na construção da felicidade porvindoura.

Neste NATAL, façamos algo por eles, os nossos irmãos que ignoram ou que não querem aceitar os benefícios da serenidade e da esperança.

Pronuncia algumas frases de otimismo e encorajamento; escreve algum bilhete que os reanime para a bênção de viver e servir; estende simpatia em algum gesto espontâneo de gentileza; repete consideração e concurso amigo nos diálogos que colaborem na sustentação da paz e da solidariedade.

Não te declares sem possibilidade de contribuir, nem digas que tens todas as tuas horas repletas de encargos e serviços dos quais não te podes distanciar.

Faze algo, no soerguimento do bem.

Nas realizações da fraternidade, quem ama faz o tempo.



XAVIER, Francisco Cândido. Deus Aguarda. Pelo Espírito Meimei. GEEM.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Ante o Natal



"625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?" "Jesus". O LIVRO DOS ESPÍRITOS

Considerando a alta significação do Natal em tua vida, podes ouvir e atender os apelos dos pequeninos esquecidos no grabato da orfandade ou relegados às palhas da miséria, em memória de Jesus quando menino; consegues compreender as dificuldades dos que caminham pela via da amargura, experimentando opróbrio e humilhação e dás-lhes a mão em gesto de solidariedade humana, recordando Jesus nos constantes testemunhos; abres os braços em socorro aos enfermos, estendendo-lhes o medicamento salutar ou o penso balsamizante, desejando diminuir a intensidade da dor, evocando Jesus entre os doentes que O buscavam, infelizes; ofereces entendimento aos que malograram moralmente e se escondem nos recantos do desprezo social, procurando-os para os levantar, reverenciando Jesus que jamais se furtou à misericórdia para os que os foram colhidos nas malhas da criminalidade, muitas vezes sob o jugo de obsessões cruéis; preparas a mesa, decoras o lar, inundas a família de alegrias e cercas os amigos de mimos e carinho pensando em Jesus, o Excelente Amigo de todos...

Tudo isto é Natal sem dúvida, como mensagem festiva que derrama bênçãos de consolo e amparo, espalhando na Terra as promessas de um Mundo Melhor, nos padrões estabelecidos por Jesus através das linhas mestras do amor.

Há, todavia, muitos outros corações junto aos quais deverias celebrar o Natal, firmando novos propósitos em homenagem a Jesus.

Companheiros que te dilaceraram a honra e se afastaram; amigos que se voltaram contra a tua afeição e se fizeram adversários; conhecidos caprichosos que exigiram alto tributo de amizade e avinagraram tuas alegrias; irmãos na fé que mudaram o conceito a teu respeito e atiraram espinhos por onde segues; colaboradores do teu ideal, que sem motivo se levantaram contra teu devotamento, criando dissensão e rebeldia ao teu lado; inimigos de ontem que se demoram inimigos hoje; difamadores que sempre constituíram dura provação. Todos eles são oportunidade para a celebração do Natal pelo teu sentimento cristão e espírita.

Esquece os males que te fizeram e pede-lhes te perdoem as dificuldades que certamente também lhes impuseste.

Dirige-lhes um cartão colorido para esmaecer o negrume da aversão que os manteve em silêncio e à distância nos quais, talvez, inconscientemente te comprazes.

Provavelmente alguns até gostariam de reatar liames... Dá-lhes esta oportunidade por amor a Jesus, que a todo instante, embora conhecendo os inimigos os amou sem cansaço, oferecendo-lhes ensejos de recuperação.

O Natal é dádiva do Céu à Terra como ocasião de refazer e recomeçar.

Detém-te a contemplar as criaturas que passam apressadas. Se tiveres olhos de ver percebê-las-ás tristes, sucumbidas, como se carregassem pesados fardos, apesar de exibirem tecidos custosos e aparência cuidada. Explodem facilmente, transfigurando a face e deixando-se consumir pela cólera que as vence implacavelmente.

Todas desejam compreensão e amor, entendimento e perdão, sem coragem de ser quem compreenda ou ame, entenda ou perdoe.

Espalha uma nova claridade neste Natal, na senda por onde avanças na busca da Vida.

Engrandece-te nas pequenas doações, crescendo nos deveres que poucos se propõem executar. Desde que já podes dar os valores amoedados e as contribuições do entendimento moral, distribui, também, as jóias sublimes do perdão aos que te fizeram ou fazem sofrer.

Sentirás que Jesus, escolhendo um humílimo refúgio para viver entre os homens semeando alegrias incomparáveis, nasce, agora, no teu coração como a informar-te que todo dia é natal para quem o ama e deseja transformar-se em carta-viva para anunciá-lo às criaturas desatentas e sofredoras do mundo.

Somente assim ouvirás no imo d’alma e entenderás a saudação inesquecível dos anjos, na noite excelsa:

"Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade, para com os homens" - vivendo um perene natal de bênçãos por amor a Jesus.



FRANCO, Divaldo Pereira. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 60.