sábado, 31 de maio de 2014

De que vale a Luz se ela não brilhar?

Na nossa missão terrena nos esforçamos para adquirir um pouco de luz. E isso se faz amealhando conhecimento, compreensão dos fenômenos da vida, compreensão das nossas limitações, da nossa pequenez, mas, sobretudo, da imortalidade da nossa alma.


A nossa luta para iniciar a reforma íntima é hercúlea. Todos os dias nos propomos em ser melhores, ser mais dóceis, mais honestos, menos orgulhosos, menos egoístas, ter menos defeitos e mais virtudes e, ao final de cada dia, temos a triste decepção de ver que melhoramos muito pouco.



Todavia, ocorre uma contradição em nossos atos. Mesmo nas mínimas coisas que evoluímos, que conseguimos fazer luz, somos ainda tão omissos que nos envergonhamos de fazer essa luz brilhar. Ora, meus caros amigos, diante da escuridão do mundo, ainda que a nossa luz seja parca, ela produz claridade. Tomemos como exemplo um dia onde a energia elétrica sofre um desligamento e somos pegos de surpresa à noite em nossas casas. Nessa hora, para nos orientarmos, nos valemos de uma velinha, de um palito de fósforo ou algo equivalente, para produzir luz. E de quanta valia é essa luz?


Nós podemos pensar (e é quase certeza absoluta que será verdade) que a nossa luz é muito pequena. Ocorre que diante de tanta desorientação que graça pelo mundo, nós podemos sim, e muito, ajudar várias pessoas que estão necessitando de uma orientação, de um abraço, de um afago, de um ombro amigo para chorar, de uma palavra de consolo para entender os percalços da vida.


Dessa forma, tenhamos em mente as palavras sábias do Cristo que disse: brilhe a vossa luz diante dos homens. Em outra passagem diz o Mestre: não coloqueis a vossa lâmpada debaixo do alqueire. Como se vê, há mais de dois mil anos o Cristo nos incentiva a iluminar a Terra e nós, sempre, ficamos acanhados de fazer o bem.


Que hoje seja um dia onde a Espiritualidade Superior nos alargue os horizontes para vermos a necessidade e nos prontificarmos a ajudar os nossos semelhantes.



Mãos à obra, meus irmãos! O mundo precisa contar com a tua Luz!

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Conhecimento do Passado e do Futuro



Não raras vezes, ouvimos pessoas dizendo que dariam tudo para conhecer o seu passado e/ou para descobrir o futuro. Muitas vezes, o que interessa a elas (no que concerne ao mundo espiritual) é a descoberta do que foram no passado e a visualização do que serão no futuro.


A primeira coisa que temos de ter em mente é que hoje (no presente) somos seres mais elevados do que fomos ontem (no passado). Inclusive, na presente reencarnação, nós estamos muito melhores do que estávamos na encarnação passada. E assim é porque o espírito não retrograda (não desce na escala evolutiva). O máximo que pode ocorrer é um espírito não evoluir durante uma encarnação inteira e, dessa forma, ficar parado no mesmo patamar evolutivo. Todavia, retroceder, jamais.


Tendo essa premissas em mente, basta que olhemos o nosso presente para sabermos o que fomos nas vidas passadas. Se hoje ainda temos orgulho, egoísmo, inveja e ciúmes, por exemplo, e, sabendo que estamos melhores do que estávamos no passado, fica claro e evidente que o nosso pretérito não foi, ao menos no que diz respeito à parte moral, dos melhores.



Deus, em sua infinita sabedoria e misericórdia, nos deu a condição de esquecer o passado. E isso nos ajuda muito, haja vista que, se ficássemos nos lembrando das vidas passadas, poderíamos nos tornar depressivos e não ter coragem de lutar contra as provas e expiações pelas quais temos de passar. Com o esquecimento, não sabemos o motivo pelos quais estamos sofrendo, mas, tendo confiança na Justiça de Deus, sabemos que há uma causa justa que autoriza o efeito das provações que estamos experimentando.


Quanto ao futuro, isso depende exclusivamente do nosso presente. O plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória. O que plantarmos hoje colheremos amanhã. O que fizermos nessa vida gerará reflexos na próxima encarnação. Se quisermos ter um futuro brilhante, façamos a nossa parte hoje e, com certeza, os frutos aparecerão.



Isso é o que nos diz a lógica e a razão. Esperar ser santificado pela morte não é algo coerente com a Justiça de Deus. Por isso a máxima espírita é que fora da caridade não há salvação, ou seja, fora da caridade não há evolução. Sendo assim, partamos imediatamente para o trabalho de reforma íntima que nos conduzirá a um futuro melhor do que o nosso presente. Quanto ao passado, Chico Xavier foi preciso: ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Obsessão por Fascinação e por Subjugação


Na postagem anterior, procuramos deixar claro o que se entende por obsessão simples. A intenção foi auxiliar a todas as pessoas que, em algum momento, sofrem a influência de espíritos inferiores (que muitas vezes são mais zombeteiros do que maus) e disso não se apercebem. Conforme foi dito, todos nós sofremos a influência dos nossos irmãos desencarnados que carecem de evolução, em maior ou menor grau. Tratando-se de um fato corriqueiro, a doutrina espírita qualifica tal intervenção como obsessão simples.


Ocorre que além da obsessão simples, há ainda duas outras espécies de obsessões: uma é a obsessão por fascinação e outra é a que se dá por subjugação. Apesar de serem notadas em um menor número de pessoas, elas são de solução (ou dissipação) mais complicada.



A fascinação pode ser conceituada como uma ilusão criada diretamente pelo espírito obsessor no pensamento do obsediado e que lhe retira a capacidade crítica de verificar se tal pensamento é de boa qualidade. A pessoa fascinada jamais se considera enganado. O espírito obsessor consegue inspirar-lhe uma confiança cega, impedindo-o de ver a mistificação e de compreender o absurdo das suas palavras, dos seus gestos, das suas crenças, mesmo quando isso é facilmente notado por todos que cercam o fascinado. Em certos graus, o ser fascinado acaba acreditando que a mais ridícula das linguagens alcança ares de sublimidade. Há que se deixar claro que não são somente as pessoas sem cultura, ignorantes e desprovidas de senso que podem ser alvo da fascinação. As criaturas mais instruídas e inteligentes também podem ser fascinadas, de tal modo que fica claro que a interferência se dá por uma causa externa e, não, a uma falta de capacidade intelectual do obsediado.


Por essas razões, a cura de uma obsessão por fascinação é muito mais difícil, haja vista que o obsediado não procura e não aceita ajuda. E assim ocorre, porque o espírito obsessor conduz o fascinado como se faz a um cego, podendo levá-lo a aceitar as doutrinas mais absurdas e as teorias mais falsas como sendo as únicas expressões da verdade.


O fascinado pode estar usando palavras como caridade, humildade e amor a Deus para expressar suas opiniões, mas, se analisarmos o fundo da mensagem que está transmitindo, veremos os sinais de sua inferioridade, que só o fascinado não percebe; e por isso mesmo ele teme, mais do que tudo, as pessoas que vêm as coisas com clareza. O espírito obsessor procura, na maioria das vezes, afastar o fascinado de qualquer pessoa que possa abrir-lhe os olhos.


Já a subjugação é um envolvimento que produz a tomada (total ou parcial) do controle do corpo do obsediado, fazendo-o agir mesmo contra a sua vontade. O obsediado por subjugação atua como se fosse uma marionete nas mãos do espírito obsessor.


No caso da subjugação, o espírito obsessor age sobre os órgãos materiais, provocando movimentos involuntários. Muitas vezes, mesmo contra sua vontade, o obsediado comete os atos mais ridículos. Podemos relatar exemplos em que o subjugado fica nu em plena praça pública (mesmo tendo perfeita noção de que tal ato atenta contra a moral e os bons costumes). Outras vezes, sente um peso irresistível nos ombros e é obrigado a se jogar no chão. Há, ainda, obsediados que falam sozinhos, abanam as mãos ou batem os pés sem parar. Outros soltam grunhidos e batem com a cabeça na parede. Para a grande maioria das pessoas ele não passa de um louco. Ocorre que os sanatórios estão repletos de obsediados que teriam uma melhora muito mais rápida se fossem submetidos a sessões de desobsessão, mas, infelizmente, a medicina ainda não costuma aceitar esse tipo de tratamento espiritual (exceto, obviamente, para os internados nos hospitais espíritas).


Necessário se faz esclarecer que a obsessão por fascinação pode ser de difícil interrupção e/ou pode mesmo não ser afastada durante toda uma encarnação. E isso se dá porque, repita-se, o obsediado por fascinação se nega a ser ajudado e se nega a admitir a influência do espírito desencarnado. Já o subjugado tem a exata noção de que uma força espiritual o domina e, quando lhes são explicados os fatos, ele quer ser ajudado e, apesar de a desobsessão demandar um longo tratamento, na maioria das vezes há solução para os casos de subjugação.


Finalizando, é interessante notar que não há que se falar em vítimas de obsessões. Só há obsessores porque os obsediados são devedores, e onde está o devedor aí estará também o cobrador. O intercâmbio espiritual é uma via de mão dupla e, por isso, é necessário que o encarnado se interesse pela sua libertação, realizando a reforma íntima e, muitas vezes, pedindo perdão ao espírito obsessor. Na nossa faixa de evolução, somente a aplicação dos conselhos contidos no Evangelho de Jesus pode fazer com que haja educação de ambos os interessados (obsessor e obsediado) e, sendo assim, com o passar do tempo, ambos podem acabar se tornando, inclusive, amigos.


Por isso, é interessante que acabemos com todas as nossas inimizades enquanto estamos na vida corporal, evitando que esses débitos adquiridos sejam objeto de cobrança nesta vida ou em uma vida futura. Como disse o Cristo: Reconciliai-vos o mais depressa com o vosso adversário enquanto estais com ele no caminho, para que vosso adversário não vos entregue ao juiz e que o juiz não vos entregue ao ministro da justiça, e que sejais aprisionado. Eu vos digo, em verdade, que não saireis de lá enquanto não houverdes pago até o último ceitil.


Um inimigo encarnado nos dá a condição de nos esquivarmos dele. Todavia, a partir do momento que esse inimigo passa para o mundo dos espíritos errantes, nós teremos muito mais dificuldade de nos defendermos dele, ao passo que ele terá o recurso da invisibilidade e poderá nos atormentar e vir cobrar o que lhe devemos. Por essa razão, é muito mais inteligente que resolvamos todos os problemas que temos com nossos adversários enquanto estamos nessa vida para que, no futuro, não haja motivos para sermos cobrados pelos nossos irmãozinhos que carecem de evolução.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

A Cura da Obsessão




Você é um ser humano adulto e consciente, responsável pelo seu comportamento. Controle as suas ideias, rejeite os pensamentos inferiores e perturbadores, estimule as suas tendências boas e repila as más.


Tome conta de si mesmo.



Deus concedeu a jurisdição de si mesmo, é você quem manda em você nos caminhos da vida. Não se faça de criança mimada. Aprenda a se controlar em todos os instantes e em todas as circunstâncias. Experimente o seu poder e verá que ele é maior do que você pensa.


A cura da obsessão é uma autocura. Ninguém pode livrá-lo da obsessão se você não quiser livrar-se dela. Comece a livrar-se agora, dizendo a você mesmo: sou uma criatura normal, dotada do poder e do dever de dirigir a mim mesmo. Conheço os meus deveres e posso cumpri-los. Deus me ampara.


Repita isso sempre que se sentir perturbado. Repita e faça o que disse.


Tome a decisão de se portar como uma criatura normal que realmente é, confiante em Deus e no poder das forças naturais que estão no seu corpo e no seu espírito, à espera do seu comando.


Dirija o seu barco.


Reformule o seu conceito de si mesmo. Você não é um pobrezinho abandonado no mundo. Os próprios vermes são protegidos pelas leis naturais. Por que motivo só você não teria proteção? Tire da mente a ideia de pecado e castigo. O que chamam de pecado é o erro, e o erro pode e deve ser corrigido.


Corrija-se.


Estabeleça pouco a pouco o controle de si mesmo, com paciência e confiança em si mesmo.


Você não depende dos outros, depende da sua mente. Mantenha a mente arejada, abra suas janelas ao mundo, respire com segurança e ande com firmeza. Lembre-se dos cegos, dos mudos e dos surdos, dos aleijados e deficientes que se recuperam confiando em si mesmos. Desenvolva a sua fé.


Fé é confiança.


Existe a fé divina, que é a confiança em Deus e no Seu poder que controla o Universo. Você, racionalmente, pode duvidar disso? Existe a fé humana, que é a confiança da criatura em si mesma.


Você não confia na sua inteligência, no seu bom senso, na sua capacidade de ação?


Você se julga um incapaz e se entrega às circunstâncias deixando-se levar por ideias degradantes a seu respeito? Mude esse modo de pensar, que é falso. (…) Se você fizer isso, a sua obsessão já começou a ser vencida.


Não se acovarde, seja corajoso.


Do livro “Obsessão, o passe, a doutrinação”

J. Herculano Pires - Editora Paidéia

terça-feira, 27 de maio de 2014

Obsessão no Lar





Sendo o ambiente doméstico aquele no qual se encontram os indivíduos de variados pendores, em virtude dos seus viveres pregressos, em outras reencarnações, não poderemos aguardar um relacionamento uniforme, ou mesmo de todo harmônico.



É comum encontrar nas veredas domésticas as conhecidas crises de irritação raiando para a cólera; tristezas e aborrecimentos derrapando para a depressão; excessos de euforia descambando para os desentendimentos; brincadeiras impensadas desbordando para a ofensa que magoa tanto quanto o falatório descaridoso determinando mal-estares e arrependimentos e assim por diante.


Cada qual que se coloque tranquilo, oferece ao conjunto a sua contribuição pacificadora, cada um que se julgue no direito de esbravejar, de vociferar, de impor e de danar, descarrega sua peçonha mental no ambiente, provocando distúrbio geral.


Na vida da família, todos os tipos de vícios, materiais e morais, costumam servir de alimento para as obsessões em casa. Os goles e as baforadas, o garfo hiperativo, o excesso de sono ao lado dos desatinos das práticas sexuais são grandes facilitadores dos processos de obsessão.


Por outro lado, o ciúme, o egoísmo, a vaidade, o apego desenfreado a pessoas e coisas tornam-se fabulosas bases para que se instalem os viscos da atuação perturbadora da treva. Os gritos e os mutismos de gelo, tanto quanto a indiferença e o sentimento de posse costumam ser, da mesma maneira, notáveis materiais fomentadores da desarmonia doméstica.


Na psicopatologia das personalidades múltiplas ou anômalas, não podemos descartar a realidade espiritual do próprio paciente.


Bem sabemos que as agressões da brutalidade contra a criança, da violência sexual, do temor sistemático, geram conflitos e aspirações libertáveis que, na impossibilidade de agir com a energia própria, dão nascimento a entidades que assomam, dominando o inconsciente e realizando-se, além das conjunturas impiedosas dessas frustrações de impotência moral, social, econômica ou psíquica.


Vezes, porém, ocorrem, nas quais, além das personificações construídas pelo inconsciente, predominam entidades conscientes de outra dimensão, que obsidiam e atormentam aqueles a quem odeiam ou supõem lhes devam compreensão e amor.


A obsessão sutil e perigosa grassa dominadora, e, na área das enfermidades mentais de todo porte, o doente é sempre o réu na consciência culpada, reparando os gravames das vidas passadas e erigindo a sua realidade moral, com a qual o pensamento e a ação se conjugam para a elevação e a saúde real, que somente são possíveis através da consciência asserenada, sem culpa nem rebeldia.



Portanto, o único remédio para evitar tais obsessões é aquele deixado por Jesus Cristo há mais de dois mil anos: orai e vigiai para que não entreis em tentação.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

O Nascimento da Obsessão



Toda obsessão tem apenas uma causa: a falta de evolução moral do obsediado. Por mais que se tente encontrar outro fator que possa desencadear o ataque dos espíritos obsessores, chegaremos sempre à conclusão que o ser obsediado é que deu ensejo ao início do processo obsessivo, exclusivamente, pela ausência da evolução moral.



Conforme é sabido, a obsessão é uma via de mão dupla. Jamais se pode dizer que o obsediado é uma vítima do obsessor. O que há é uma correspondência de sentimentos, um apego energético, uma co-dependência entre os seres que estão se maltratando um ao outro.


Por essa razão, o Evangelho do Cristo ainda é o remédio mais eficaz para se combater a causa que gera o nascimento de qualquer obsessão. Quando o Mestre nos disse para orarmos e vigiarmos, Ele não estava falando, apenas, uma frase de efeito. Ele estava nos ensinando a evitar esse mal que se agiganta no mundo, chamado obsessão.


Quando o Cristo nos ensinava a perdoar setenta vezes sete vezes (70 x 7 = 490 x 7 = 3.430 x 7 = 24.010 x 7 = 168.070 x 7 = 1.176.490 x 7 = 8.235.430x 7 = 57.648.010 – cinquenta e sete milhões, seiscentos e quarenta e oito mil e dez), Ele queria nos mostrar a grandeza do ato de perdoar, que, seria, por assim dizer, perdoar por infinitas vezes, com a finalidade de evitar que as obsessões tomassem conta do nosso ser e que tivéssemos qualidade de vida.


Essa é a glória do Evangelho. Esses são os ensinamentos do Cristo, nosso modelo e Guia. Se mantivermos a Boa Nova como nossa meta, com certeza iremos escapar de muitas armadilhas obsessivas. Por essa razão, não compensa ficar com medo de ser obsediado. O que compensa, em verdade, é ter o propósito de cumprir com os ensinamentos do Cristo.


O dia que a humanidade se convictar de que precisa colocar em prática os mandamentos do Mestre da Galiléia, então, com toda certeza, o mundo estará livre das obsessões. Até lá, vamos sofrendo com todos os percalços que nós mesmos levantamos em nossas vidas e, pelas circunstâncias das coisas, vamos evoluindo muito lentamente.



O certo é que não estamos melhores porque não queremos. O dia que quisermos, vamos conseguir ter uma qualidade de vida ímpar e, nesse tempo, o mundo deixará de ser qualificado como de provas e expiações e passará a ser um mundo de regeneração, onde ainda teremos dor, mas, todavia, nossa qualidade moral será, sem dúvida alguma, muito superior àquela que possuímos atualmente.

domingo, 25 de maio de 2014

O Dever de Combater a Auto-Obsessão


Apesar de haver muitas formas de obsessão, vamos nos focar, nesse artigo, na auto-obsessão, que nada mais é do que a capacidade inata (as vezes inconsciente) de nos prejudicar, mantendo em nós mesmos aquilo que nos aflige. Aliás, é necessário que se diga que a auto-obsessão é bem mais comum do que imaginamos.



A influência espiritual na vida das pessoas é bíblica, não foi inventada pelo espiritismo. Quem lê os textos sagrados com cuidado percebe facilmente que era uma crença arraigada no povo judeu e outros, a influência de espíritos desencarnados, de "espíritos imundos" causando doença, loucura, idiotia, etc.


Evidentemente que há influência espiritual que vem de fora, mas, conforme já foi dito, hoje vamos manter o foco, apenas, na auto-obsessão. Há estudiosos da psicologia que entendem ser crescente o número de pessoas que são usuária de drogas, de álcool e de cigarro, além do aumento da obesidade, que têm em comum a necessidade que temos de manter em nós o sofrimento. Um obeso, por exemplo, cita, muito frequentemente, que a obesidade é a causa do seu fracasso profissional, do relacionamento conjugal, etc... Se essa pessoa emagrecer, ela não tem em quem colocar a culpa. E nós sempre precisamos ter alguma coisa para colocar a culpa.


Nos atendimentos que realizamos às pessoas que comparecem desesperadas na casa espírita, notamos que a ligação com o passado é tão forte, que simplesmente essas pessoas não conseguem se desligar dos padrões de comportamento adotados em vivências diversas que já tiveram. Daí surgem os conflitos, entre a teoria e a prática. É o famoso “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Todos temos esse comportamento em maior ou menor grau, e isso não se constitui em desvio de caráter ou falsidade. Isso se dá pelo fato que vivenciamos no mundo inteiro uma abertura, uma mudança de paradigma que nos coloca frente a ensinamentos maravilhosos e nos provocam uma inequívoca vontade de mudança profunda, mas, muitas vezes, não temos a coragem de adotar um comportamento conforme as verdades que vamos apreendendo.


Conhecereis a verdade e ela vos libertará, dizia o Cristo. Todas as religiões vivem esse momento especial, cada uma a seu modo. A física quântica está demonstrando que a vida não começa no berço e não termina no túmulo. Isso nos dá uma responsabilidade enorme por sabermos que o caminho da vida é imenso e que ainda temos muito a percorrer para alcançar a nossa libertação individual, para nos desprender do nosso passado de culpas e mágoas.


Em vista disso, temos de tomar cuidado para não deixar que a auto-obsessão torne a nossa caminhada espiritual improdutiva. Ela tem dois lados opostos. Podemos nos cobrar demais e transformar nossa vida num eterno “pecado” onde tudo é errado. Podemos, também, boicotar nossa evolução, nos agarrando em nossas convicções que nos mantém imantados a erros primários.


Não podemos deixar que a auto-obsessão sirva como impedimento para alcançar um grau evolutivo maior e melhor. É bem verdade que temos a eternidade para evoluir, mas podemos começar agora, nos libertando de preconceitos, de mágoas, de culpa, de raiva. Que a cada dia, possamos ter coragem de enfrentar as situações que aparecem em nossa vida, sempre sabendo que a melhor maneira de enfrentar uma situação é com altivez. Como dizia Paulo, o apóstolo do Cristo, que a nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas, sim contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais.


O nosso espírito, mesmo que habitando em um corpo que possa ter vários defeitos, deve encarar a vida como uma escola, que está preparando-o para mais altos cometimentos. Ainda nos dizeres de Paulo: ainda que o exterior se corrompa, o interior se renova, dia-a-dia.


Que todos os dias, independente da nossa condição física, tenhamos uma ótima experiência espiritual. Que ao findar de cada dia, possamos ver que na impediu que conquistássemos mais um degrau, na grande escada evolutiva que nos aguarda.




Muita Paz!

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Fadiga Fluídica

 Por: Jacob Melo
1- Como utilizar as técnicas do TDM (Tratamento da Depressão Pelo Magnetismo) para tratar os médiuns ostensivos que apresentam fadiga fluídica e quais as possíveis causas da fadiga fluídica?

Jacob- Vou responder primeiro fazendo uma pergunta: todo mundo aqui sabe o que é TDM, que ela falou na questão? Não?!
E, todo mundo sabe o que é fadiga fluídica? Ok!

Primeira coisa, o TDM é a sigla de três palavras Tratamento da Depressão pelo Magnetismo. Se todas as vezes que falássemos do tratamento tivéssemos que falar: vamos fazer um Tratamento da Depressão pelo Magnetismo, ficaria um nome muito longo, então reduzimos para TDM, mas tem muita gente que chama de mil formas diferentes. No livro a Cura a Depressão pelo Magnetismo eu estabeleci três níveis de tratamento para quem tem depressão, e esses ter níveis são chamados de TDM I, TDM II e TDM III.
O caso da fadiga fluídica se parece com a depressão em termos de comportamento dos centros de força, mas em termos psicológicos, em termos emocionais e em termos de constrangimentos físicos é diferente. Porque a depressão ela se caracteriza como, via de regra, por uma mudança do humor, enquanto que a fadiga fluídica se representa sobretudo numa falta de energia.

A falta de energia da depressão é uma falta de energia absolutamente para tudo, você não tem energia física, fluídica e nem emocional. Na fadiga fluídica, você não tem energia fluídica, você pode estar bem emocionalmente e ter disposição física para fazer qualquer coisa, você simplesmente vai estar sempre em fadiga, sempre em cansaço.
Na fadiga fluídica nós encontramos pessoas de todos os níveis, de todas as crenças e de todas as práticas, porque ela se dá pela perda de fluidos. No caso espírita ela é mais comum em quem aplica passes e faz doação de magnetismo, consciente ou não, e isso é tão grave que você pode entrar em fadiga fluídica dormindo, o que teoricamente seria um contra-senso, porque nós dormimos para nos recompormos fluidicamente, então como que você dormindo pode entrar em fadiga? Quando em sono nós vamos fazer trabalhos físicos no mundo espiritual, ou seja, doação de fluidos no mundo espiritual, essa perda é a mesma, tanto faz você estar acordado ou dormindo, e tem pessoas que às vezes entra em fadiga fluídica durante o sono, porque sai, começa a queimar muita energia durante o sono e quando volta não se recompõe mais. Dentro da teoria de Kardec, ele diz uma frase que a gente tem que fazer a leitura inversa para poder entender o sentido, quando ele se refere a fadiga, ele diz;”depois de uma perda de fluidos, uma noite de sono é suficiente para repor a energia.” Então, essa é a expressão dele, e ele aí colocou um ponto final. O primeiro entendimento nosso é, então se eu tiver uma fadiga fluídica, eu dormir, no outro dia estou bem. Esse é o padrão, mas, e se você dormiu e não ficou bem? Então, é porque você está além do padrão de gasto fluídico, e portanto uma noite de sono foi insuficiente.
O grave fica quando você tem uma fadiga fluídica uma vez, duas, tem três… e aí você começa a ter repetidas perdas fluídicas além do que você consegue se recompor, e isso leva a uma exaustão dos centros de força no que diz respeito a auto compensação, e, à medica que os centros tentam repor energia para sua própria manutenção, eles como que se embaralham, e entram aparentemente em um colapso, ou, o que seria uma expressão mais comum, numa congestão, numa auto congestão, que corresponderia agora a uma má absorção dos fluidos externos, porque nós temos como reposição de fluidos de pelo menos três fontes: nós temos a própria geração, produto do fisiologismo, produto do corpo humano, nós temos uma outra situação em decorrência da própria recuperação no mundo espiritual principalmente associada ao sono e a terceira os próprios elementos da vida, alimento, respiração, líquidos, exercícios, tudo isso compõe a nossa estrutura vital enquanto encarnados. Mas essa composição fluídica quando a gente entra em fadiga, ela não é suficiente para se recompor e quando a gente chega num ponto grave, esses centros como que se bloqueiam.
A vantagem de se saber a teoria é que essa é uma coisa que dá pra se saber à medida que ela vai acontecendo. O primeiro sinal de um começo de fadiga é: você fez uma atividade fluídica que pode ser de passes magnéticos ou alguma coisa relacionada, e até mesmo isso se dá em profissões como massoterapeuta, psicólogos estão muito expostos a fadiga fluídica e pessoas que se emocionam muito com envolvimentos inter- pessoais, que lidam portanto com pessoas, todas essas categorias ficam muito expostas; então o que acontece se você imaginando, eu tive uma atividade hoje em que eu tive uma grande perda de fluidos, quando eu durmo, eu me acordo no outro dia descompensado, não quer dizer que o fato de eu estar sempre descompensado no outro dia vai ser sempre uma perda excessiva, que a gente também tem outros fatores que podem levar a gente a acordar descompensado; mas quando é perda fluídica vem uma descompesação e geralmente ela produz algumas sensações ruins tipo: zumbido, tontura, garganta seca, enjôo, olhos ardidos ou o mais comum ainda, gosto de ressaca, sensação de ressaca, como quem passou a noite em claro ou quem foi para um festa e não dormiu o suficiente, é uma sensação de ressaca incontrolável, isso é muito comum.
Numa única vez, isso depois com três, quatro noites, naturalmente isso se repõe, imaginemos uma pessoa que toda semana tem uma carga de aplicar tantos passes, pra ficar bem dentro do nosso caso, e toda semana, ela no outro dia ela esta arrasada, está de ressaca, se ela não der um jeito nesse processo, depois de um certo tempo além de ressaca ela vai começar a sentir dores nas articulações. Começa normalmente pelas articulações dos dedos, depois em todas as articulações dos membros superiores e inferiores e isso pode chegar a um ponto de se transferir como dores graves no coração, e, algumas pessoas que eu já conheci tinham dores como se fosse angina, eram dores lancinantes no peito. E você não tem disposição para trabalhar, mais para nada; e não é como na depressão, pois na depressão não tem disposição, não quer, não pode e não sabe, na fadiga não, você vai se sentindo tão desenergizado que você não consegue mais produzir. E o ápice que eu conheço de fadiga fluídica é que depois das dores das articulações, essas começam a inflamar e inflamam e doem de tal maneira que até a mobilidade a gente perde, é como avançados processos reumáticos, então você fica praticamente inválido. Eu conheci uma mulher que só se sentava em cadeira alta com espaldar alto, porque ela só conseguia se levantar sozinha por conta dos cotovelos, ela colocava toda força nos cotovelos, porque ela não tinha mais forças nem nas pernas, nem nos braços para se levantar após se sentar, por pura fadiga fluídica…
Então estabelecido que é uma coisa ou outra coisa, registrados os sintomas, resta ver que ainda há outra coisa; o que as duas tem em comum, depressão e fadiga? Os centros de força de ambos não absorvem os fluidos externos e, o que é grave, se você se aproxima de um paciente com fadiga fluídica ou com depressão, se você tiver o mínimo de tato magnético, quando você entrar em relação com ela você sente que ela suga sua energia, porque tanto o depressivo quanto o fadigado são sugadores, porque eles estão precisando de fluidos; acontece que se colocarmos fluidos diretamente ali, o centro obstruído é como você estando com uma peneira cheia de coisas e você colocar mais coisas para ver se penera, então os centros de força de uma pessoa em depressão, e os centros de força de alguém em fadiga fluídica tem esse ponto em comum, o grave que eu digo é que se a gente não sabe a nossa tendência é visível, muitas vezes você vê uma pessoa com fadiga fluídica, você vê que ela não tem energia, você vê uma pessoa com depressão você vê que ela não tem energia e o nosso instinto é então, dar-lhe energia, só que ela não absorve, daí ser super comum os dois casos receberem passes e piorarem, e aí depois que piora uma, duas, três vezes ela abandona o passe porque não suporta. Porque não é uma piora aparente, é uma piora dolorosa.

E o mais grave é que esse quadro chamado fadiga fluídica, pouco tempo depois que eu escrevi o livro O Passe, que no Brasil se começou a falar numa doença chamada fadiga crônica, até o nome é parecido, e a fadiga crônica ela tem exatamente as mesmas características da fadiga fluídica, só que a medicina não trabalha com fluidos, então normalmente quem tem fadiga crônica é muito provável que seja portador de fadiga fluídica e muito dificilmente vai se recuperar sozinho, ai se chama essa doença de doença auto-imune, porque você vai ter uns períodos mais intensos e períodos menos intensos, e se a sua doença for vinculada a uma profissão, por exemplo, a de psicólogo, pode ter certeza que mais dias, menos dias ele vai ter que deixar de clinicar porque vai aumentar cada vez mais o processo, porque ele não tem defesa.
Vindo agora para a pergunta, como é que se faz o TDM em fadigado fluídico? Não é um TDM, porque o TDM visa atender o primeiro e o mais descompesado centro de um depressivo que é o esplênico, enquanto que num fadigado pode ser o esplênico mais pode ser o gástrico, pode ser o cardíaco, podem ser três, quatro, cinco que precisem de atendimento urgente. Enquanto que no depressivo o nosso foco primeiro começa e vai quase até o fim do tratamento em cima do esplênico, na pessoa em fadiga fluídica você vai trabalhar também o esplênico, mas não só o esplênico. Então eu não sugeriria que ninguém pegasse um paciente em fadiga fluídica e usasse só TDM, porque como o TDM tem um foco, pode ser que o foco principal da fadiga seja outro centro e como a maioria dos magnetizadores tem como grande doador o gástrico é muito comum você pegar mais facilmente um fadigado com descompensação gástrica mais grave do que a do esplênico. Então, o procedimento em si pode ser semelhante, mas é conveniente localizar qual ou quais os centros que precisam ser harmonizados no caso da fadiga fluídica, que aí já não é uniforme como é no caso do TDM.
2- Você falou do psicólogo; não há como a pessoa aprender a se defender da fadiga fluídica para ela continuar clinicando?
Jacob- Há sim. Aí há uma grande vantagem para quem é espírita e está na Casa certa; não é uma questão de merecimento e sim de escolher a Casa certa; vocês viram que eu já falei muito de merecimento, porque não é merecimento, se você chegar numa Casa que sabe o que é fadiga fluídica e sabe como tratar você vai ficar tratado, se você chegar numa Casa que não saiba o que é isso, você está, desculpa a gíria, “tá ferrado”, porque dificilmente vai sair por técnicas, porque o procedimento como eu coloquei ali é invertido; a pessoa está precisando de fluido e você não vai dar, isso soa anticaridoso quando na realidade é o mecanismo, e aí falta só um complemento. Mas chegando no ponto, uma pessoa psicóloga não espírita, como é que ele vai se defender? Ela vai ter que cair numa escola ou de yoga ou de medicinas principalmente orientais que vão lhe ensinar meditação e sobretudo respiração. Porque por métodos de respiração você pode pelo menos aprender a controlar. No caso do passe espírita, eu tenho sugerido para muitas situações a respiração diafragmática. A respiração diafragmática tanto pode ser uma defesa, que é simples: se você está conversando com uma pessoa e você sente que está perdendo energia, qualquer pessoa percebe isso, alguém chegou perto de você e você começou a questionar o que está acontecendo, se você faz uma respiração diafragmática, praticamente suspende essa “roubada de energia”, é um isolante, é um mecanismo de defesa. E, é um mecanismo de defesa fluídico, porque ele pára praticamente todo o processo de usinagem, neste caso; e é um defensivo fisiológico, porque reforça todo o sistema imunológico através da mudança da respiração acionando principalmente a corrente linfática e super ventilando o cérebro.
Então a respiração difragmática num momento desse, atende perfeitamente bem dois pontos de fuga graves. E a respiração difragmàtica mais comum que normalmente eu oriento é uma respiração que para quem não faz yoga ou quem já faz exercícios de respiração eu sugiro 2, 8, 4 e para quem já faz exercícios eu sugiro 2, 8, 4, 4. O que isso quer dizer? Cada número desses é um tempo que mentalmente você marca, não é necessariamente um segundo, tem pessoas que marcam mais rápido e outras mais lentas. Para você marcar seu tempo o primeiro número é o tempo de inspiração, que são dois; o segundo numero é o tempo de retenção do ar guardado em você, 8; e, o terceiro número é o tempo de liberação, 4. E para quem já faz exercícios seria, 2 para inspirar, 8 para reter, 4 para liberar e 4 para deixar o pulmão vazio, e aí repete logo em seguida.
Algumas pessoas tem dificuldade até de fazer isso porque dá muita tontura em quem nunca fez, então, eu sugiro para esses que reduza. Ao invés de ser 2, 8, 4, reduza para 1, 4, 2, mais curto e faça menos vezes. O ideal é fazer pelo menos 5 vezes seguidas, só que o ar tem que ir para o diafragma, o pulmão pressionando o diafragma lá embaixo, tem que jogar o ar todinho para baixo como se ele fosse descer pela barriga e não colocar ar na parte superior do pulmão, porque a gente tem a mania de quando vai inspirar deixar o ar todo em cima, ele não vai para o diafragma, e, se ele não vai para o diafragma ele não trabalha essa outra parte que a gente quer trabalhar. Então, deixa o ombro quieto, deixa o peito quieto e enche a barriga, não importa que a barriga vai dilatar.
E aqui eu vou ampliar mais o beneficio da respiração; se você estiver numa reunião mediúnica e estiver com muita dificuldade de se concentrar, se você fizer uma respiração assim isso lhe ajudará; se você estiver com muita dificuldade de controlar um Espírito porque ainda está esperando uma outra manifestação, a respiração lhe ajuda; se você está aplicando um passe e sente que está doando muito pouco, se você fizer uma respiração difragmática ela aumenta a doação; se você estiver doando muito, muito, muito, se fizer a respiração diafragmática ela pára ou reduz a doação. É quase que um coringa que a gente tem na manga.
Lógico que tem outros exercícios de respiração muito melhores, e quem estuda isso sabe que tem respiração para tudo no mundo, mas a respiração diafragmática é excelente para esses usos.
E depois, técnicas dispersivas em geral, porque normalmente uma grande perda fluídica momentânea gera descompensações nos centros que usinaram ou nos centros que foram sugados; se você não fizer nada aquele centro vai ter que trabalhar sozinho e ele fica lento. Então muitas vezes uma atitude dispersiva é o que pede, por exemplo: se você está no seu consultório e chega um paciente que começa a roubar sua energia, o que você tem vontade de fazer num dado momento? Pode prestar atenção que a Natureza diz, você tem vontade de inspirar e soltar o ar com força, tem vontade de levantar e correr, tem vontade de gritar, tem vontade de ir para casa tomar banho… tudo isso são atitudes dispersivas, ou seja, a Natureza está dizendo: disperse para que tudo isso seja distribuído e não fique concentrado em pontos. E aí você vai retira um paciente, entra outro e outro que rouba mais energia, depois de um certo tempo você está totalmente descompensado.

A outra sugestão para quem é da área é que além do exercício respiratório, por maior que seja o número de pacientes que tenha para atender, aumente seu intervalo entre um e outro e nesse intervalo se permita fazer alongamentos, respiração, exercícios, descontrair tudo para evitar as tensões porque essas tensões são cumulativas e pode ser que no próximo paciente você se complique. E por fim a última sugestão e agora vale para passista, não passista, profissionais ou o que seja; se você sentiu que apesar dos pesares no outro dia continua acordando de ressaca, reduza o número do que você está fazendo e descubra qual é o seu número ideal. Lógico que não tem um número fixo porque um dia você pega um paciente que vai lhe “roubar” mais que todos os outros juntos, se for o caso você termine identificando quem é que está lhe descompensando. Se for realmente só um padrão, de repente você está aplicando 10 passes magnéticos e seu padrão é 6, pode ter certeza que sempre que você aplicar 10 ou os quatros últimos pacientes não vão receber nada ou você vai se descompensar, o que é mais provável. Então há um ajuste, eu falei 10, mas tem passistas – não muitos- magnéticos que chegam a aplicar até 25 passes em um dia, passes magnéticos; mas isso não é o comum, o comum é chegar ali na media de 15 passes num dia – estou falando passe magnético, não é passe de 1 minuto nem 2 minutos não. É um passe de 15, 20, 25, 30 minutos cada um; então, veja que é um tempo relativamente grande doando fluidos.

Da mesma maneira, o profissional, o massoterapeuta… Se sente que está perdendo muito fluido o massoterapeuta tem uma vantagem, está com o paciente na mão dele; se eu fosse massoterapeuta e começasse a sentir que estou em fadiga fluídica, eu vou inventar uma nova técnica e vou começar a passar a mão rápida no paciente no meio da sessão, e se ele perguntar o que é, você diga o que quiser, porque não vai poder chamar aquilo de passe. Mas, aquele passar mãos rápidas são os dispersivos que fazem o reequilibrio das duas energéticas.
E o último ponto que tinha escapado é que num atendimento de uma pessoa com fadiga você não doa fluidos, mas ele está precisando de fluidos. O fluido dele está na água. A água fluidificada é fundamental para recuperação tanto do depressivo como do fadigado, porque ele precisa da energia. Aí pergunta: a água não congestiona? Não! Porque a água não passa pelos centros de força, ela vai ser absorvida direto de molécula a molécula.
Então não se doa energia diretamente em fadigado, dá-se energia via água magnetizada, e, com o passe a gente apenas harmoniza.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

LOCAIS ASSOMBRADOS

O Livro dos Médiuns

por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires  


          132. As manifestações espontâneas verificadas em todos os tempos, e a insistência de alguns Espíritos em mostrarem a sua presença em certos lugares, são a origem da crença nos locais assombrados. As respostas seguintes foram dadas a perguntas feitas a respeito.

            1. Os Espíritos se apegam somente a pessoas ou também a coisas?
            — Isso depende da sua elevação. Certos Espíritos podem apegar-se às coisas terrenas. Os avarentos, por exemplo, que viveram escondendo as suas riquezas e não estão suficientemente desmaterializados, podem ainda espreitá-los e guardá-los.
            2. Os Espíritos errantes têm predileção por alguns lugares?
            — Trata-se ainda do mesmo princípio. Os Espíritos já desapegados das coisas terrenas preferem os lugares onde são amados. São mais atraídos pelas pessoas do que pelos objetos materiais. Não obstante, há os que podem momentaneamente ter preferência por certos lugares, mas são sempre Espíritos inferiores.
            3. Desde que o apego dos Espíritos por um local é sinal de inferioridade, será também de que são maus espíritos?
            — Claro que não. Um Espírito pode ser pouco adiantado sem que por isso seja mau. Não acontece o mesmo entre os homens?
            4. A crença de que os Espíritos freqüentam, de preferência, as ruínas têm algum fundamento?
— Não. Os Espíritos vão a esses lugares como a toda parte. Mas a imaginação é tocada pelo aspecto lúgubre de alguns lugares e atribui aos Espíritos efeitos na maioria das vezes muito naturais. Quantas vezes o medo não fez tornar a sombra de uma árvore por um fantasma, o grunhido de um animal ou o sopro do vento por um gemido? Os Espíritos gostam da presença humana e por isso preferem os lugares habitados aos abandonados.
            4.a . Entretanto, pelo que sabemos da diversidade de temperamento dos Espíritos, deve haver misantropos entre eles, que podem preferir a solidão.
            — Por isso não respondi à pergunta de maneira absoluta. Disse que eles podem ir aos lugares abandonados como a toda parte. É evidente que os que se mantêm afastados é porque isso lhes apraz. Mas isso não quer dizer que as ruínas sejam forçosamente preferidas pelos Espíritos, pois o certo é que eles se acham muito mais nas cidades e nos palácios do que no fundo dos bosques.
            5. As crenças populares, em geral, tem um fundo de verdade. Qual a origem da crença em lugares assombrados?
            — O fundo de verdade, nesse caso, é a manifestação dos Espíritos em que o homem acreditou, por instinto, desde todos os tempos. Mas, como já disse, o aspecto dos lugares lúgubres toca-lhe a imaginação e ele os povoa naturalmente como os seres que consideram sobrenaturais. Essa crença supersticiosa é entretida pelas obras dos poetas e pelos contos fantásticos com que lhe embalaram a infância.(1)
            6. Os Espíritos que se reúnem escolhem para isso dias e horas de sua predileção?
            — Não. Os dias e as horas são usados pelo homem para controle do tempo, mas os Espíritos não precisam disso e não se inquietam a respeito.
            7. Qual a origem da idéia de que os Espíritos aparecem de preferência à noite?
            — A impressão produzida na imaginação pelo escuro e o silêncio. Toda essas crenças são superstições que o conhecimento racional do Espiritismo deve destruir. O mesmo se dá com a crença em dias e horas propícias. Acreditai que a influência da meia-noite jamais existiu, a não ser nos contos.
            7.a . Se for assim, porque certos Espíritos anunciam a sua chegada e a sua manifestação para àquela hora e em dias determinados, como a sexta-feira, por exemplo?
            — São Espíritos que se aproveitam da credulidade humana para se divertirem. É pela mesma razão que uns se dizem o Diabo ou se dão nomes infernais. Mostrai-lhes que não sois tolos e eles não voltarão.
            8. Os Espíritos visitam de preferência os túmulos em que repousam os seus corpos?
            — O corpo não era mais que uma veste. Eles não ligam mais para o envoltório que os fez sofrer do que o prisioneiro para as algemas. A lembrança das pessoas que lhes são caras é a única coisa a que dão valor.
            8. a . As preces que se fazem sobre os seus túmulos são mais agradáveis para eles, e os atraem mais do que as feitas em outros lugares?
— A prece é uma evocação que atrai os Espíritos, como o sabeis. A prece tem tanto maior ação, quanto mais fervorosa e mais sincera. Ora, diante de um túmulo venerado as pessoas se concentram mais e a conservação de relíquias piedosas é um testemunho de afeição que se dá ao Espírito, ao qual ele é sempre sensível. É sempre o pensamento que age sobre o Espírito e não os objetos materiais. Esses objetos influem mais sobre aquele que ora, fixando-lhe a atenção, do que sobre o Espírito.
            9. Diante disso, a crença em locais assombrados não pareceria absolutamente falsa?
        Dissemos que certos Espíritos podem ser atraídos por coisas materiais: podem sê-lo por certos lugares, que parecem escolher como domicílio até que cessem as razões que os levaram a isso.
            9. a . Quais as razões que podem levá-los a isso?
            — Sua simpatia por algumas das pessoas que freqüentam os lugares ou o desejo de se comunicarem com elas. Entretanto, suas intenções nem sempre são tão louváveis. Quando se trata de maus Espíritos, podem querer vingar-se de certas pessoas das quais tem queixas. A permanência em determinado lugar pode ser também, para alguns, uma punição que lhe foi imposta, sobretudo se ali cometeram, para que tenham constantemente esse crime diante dos olhos.(2)
            10. Os locais assombrados sempre o são por seus antigos moradores?
            — Algumas vezes, mas não sempre, pois se o antigo morador for um Espírito elevado não ligará mais à sua antiga habitação do que ao seu corpo. Os Espíritos que assombram certos locais quase sempre o fazem só por capricho, a menos que sejam atraídos pela simpatia por alguma pessoas.
            10. a . Podem eles fixar-se no local para proteger uma pessoa ou sua família?
            — Seguramente,se são Espíritos bons. Mas nesse caso jamais se manifestam de maneira desagradável.
            11. Há alguma coisa de real na estória da Dama Branca?
            — É um conto extraído de mil fatos que realmente se verificaram.(3)
            12. É racional temer os lugares assombrados por Espíritos?
            — Não.Os Espíritos que assombram certos lugares e os põem em polvorosa procuram antes divertir-se à custa da credulidade e da covardia das criaturas, do que fazer mal. Lembrai-vos de que há Espíritos por toda parte e de que onde estiverdes tereis Espíritos ao vosso lado, mesmo nas mais agradáveis casas. Eles só parecem assombrar certas habitações porque encontram nelas a oportunidade de manifestar a sua presença.(4)
            13. Há um meio de os expulsar?
            — Sim,mas quase sempre o que se faz para afastá-los serve mais para atraí-los. O melhor meio de expulsar os maus Espíritos é atrair os bons. Portanto, atrai os bons Espíritos, fazendo o maior bem possível, que os maus fugirão, pois o bem e o mal são incompatíveis. Sede sempre bons e só tereis bons Espíritos ao vosso lado.
             13.a. Mas há pessoas muito boas que vivem ás voltas com as tropelias dos maus Espíritos.
            — Se essas pessoas forem realmente boas, isso pode ser uma prova para exercitar-lhes à paciência e incitá-las a serem ainda melhores. Mas não acrediteis que os que mais falam da virtude é que a possuem. Os que possuem qualidades reais quase sempre o ignoram ou nada falam a respeito.
            14. Que pensar da eficácia do exorcismo para expulsar os maus Espíritos dos locais assombrados?
            — Vistes muitas vezes esse meio dar resultados? Não vistes, pelo contrário, redobrar-se a tropelia após as cerimônias de exorcismo? É que eles se divertem ao serem tomados pelo Diabo. Os Espíritos que não tem mais intenções podem também manifestar a sua presença por meio de ruídos ou mesmo tornarem-se visíveis, mas não fazem jamais tropelias incômodas. São quase sempre Espíritos sofredores, que podeis aliviar fazendo preces por eles. De outras vezes são mesmo Espíritos benevolentes que desejam provar a sua presença junto a vós, ou, por fim, Espíritos levianos que se divertem. Como os que perturbam o repouso com barulhos são quase sempre Espíritos brincalhões, o que melhor se tem a fazer é rir do que fazem. Eles se afastam ao verem que não conseguem amedrontar ou impacientar. (Ver o cap. V: Manifestações Físicas Espontâneas)
            Resulta das explicações acima que há Espíritos que se apegam a certos locais e neles permanecem de preferência, mas não tem necessidade de manifestar a sua presença por efeitos sensíveis. Qualquer local pode ser a morada obrigatória ou de preferência de um Espírito, mesmo que seja mau,sem que jamais haja produzido alguma manifestação.
            Os Espíritos que se ligam a locais ou coisas materiais nunca são superiores, mas por não serem superiores não tem de ser maus ou de alimentar más intenções. São mesmo, algumas vezes, companheiros mais úteis do que prejudiciais, pois caso se interessem pelas pessoas podem protegê-las.

(1) O instinto a que o espírito se referiu não é o biológico, mas o espiritual: a lembrança instintiva do Outro Mundo, de que ele veio para a Terra. Ver, no capítulo IX da segunda parte de O Livro dos Espíritos, o número o 522 e na edição da Edicel, a nota do tradutor na pág. 234. Deve-se ainda observar, na resposta acima, o problema psicológico da influência dos contos infantis, acentuada pelo Espírito, e a rejeição ao supersticioso e sobrenatural. (N. do T.)
(2) Ver Revista Espírita de fevereiro de 1860: História de um danado (N. de Kardec) – O caso mencionado não só confirma a explicação acima, como também representa um dos episódios mais instrutivos da pesquisa espírita realizada por Kardec. Indispensável a sua leitura para a boa compreensão do problema tratado neste capítulo. (N. do T.)
 (3) A Dama Branca é uma figura das antigas mitologias escocesas e alemãs que aparece em lendas populares. (N. do T.)
 (4) O filósofo grego Tales de Mileto dizia: O mundo é cheio de deuses. “Os deuses antigos eram Espíritos”, segundo o Espiritismo. A afirmação de Tales concorda com essa da resposta acima. Há Espíritos por toda parte. Ver em O Livrodos Espíritos o cap. IX da segunda parte: Intervenção dos Espíritos no Mundo Corpóreo. (N. do T.)