domingo, 31 de maio de 2015

Saiba o que o bom exemplo pode fazer pelo seu espírito e pela sua família

Regis Mesquita

João descobriu que estava com câncer.
Teria que se submeter a um tratamento doloroso.
Sua esposa preparou os filhos pequenos para as dificuldades.
Família é um espaço aonde sempre se deve falar a verdade.
 
João tinha dois irmãos e dois cunhados.
Eles decidiram que cuidariam de João no dia das sessões de quimioterapia e nos dias seguintes.
E assim foi! Cuidavam dele dia e noite a cada sessão de quimioterapia, e nos três dias seguintes.
Todos revezavam para que cada um pudesse descansar e perder menos dias de serviço.
 
João curou. A vida voltou ao normal.
Todavia, naquela família o normal foi moldado pelo bom exemplo dos irmãos e cunhados.
Quando os filhos do João discutiam, logo se lembravam da solidariedade e da amizade.
Naquela família a solidariedade não era um ideal, era uma realidade.
 
Décadas depois, os netos de João tinham bons pais.
Eram pais cujas personalidades foram moldadas por exemplos de solidariedade e de servir.
Os netos sabiam desta fase da vida dos pais e avós.
Os bons exemplos não podem morrer.
É por isto que todos os pais devem contar as histórias da sua família.
O que é bom e positivo é para ser falado.
O que é nobre é para ser entendido e praticado.
 
Na doença, João teve uma postura nobre: permitiu que os parentes cuidassem dele.
É muito importante saber dar e saber receber.
Os laços se fortaleceram, graças à ajuda dos familiares.
A amizade tornou-se maior.
Aumentou o carinho, o gostar e o bem estar.
Quando as pessoas optam por cultivar o que é nobre, a satisfação com a vida aumenta.
 
Todas as situações da vida são oportunidades de aprendizado.
A pessoa deve observar a situação e se perguntar: como posso ser útil?
Como posso colaborar para que o respeito, a amizade e o equilíbrio possam aumentar?
Cada atitude escolhida terá seus desafios.
A pessoa que quer fazer o bem deve aprender a superar desafios.
A decisão por persistir em um bom caminho exigirá esforços.
A reencarnação é o momento do esforço.
É o momento de ter interesse em aprender e enfrentar desafios.
Quem aprende simplifica a vida e vive um pouco melhor.
Quem cultiva o que é nobre amplifica sua energia.
 
João adoeceu e sua doença ajudou a família a se unir.
Todos se envolveram na ajuda e na cooperação;  todos ganharam em boa vontade, determinação e na capacidade de enfrentar desafios.
Este foi o ganho do espírito de cada um deles.
Quando houve o desencarne, cada um deles estava melhor.
Lições foram aprendidas, facilidades foram conquistadas.
Ao perceberem o quanto evoluíram, todos se alegraram.
 
Um espírito de luz comunicou em voz alta:
“A família é um espaço complexo, pois um fere o outro por causa das suas imaturidades.
Por isto, o amor é tão importante. O amor une o que a imaturidade poderia desunir.
As desavenças, discórdias e discordâncias vão sendo guardadas na mente de cada um e podem selar uma vida de distanciamento.
A união faz o oposto: o servir e o amparo são como detergente que aos poucos limpam o coração e a mente das pessoas.
Todo trauma, toda desavença e discórdia vão sendo “destruídos” à medida que o serviço e o apoio mútuo vão enchendo o coração das pessoas.
Toda família poderia passar por este processo de limpeza psíquica e espiritual.
Mas, nem sempre é esta a escolha que é feita.”
 
O bom exemplo dura no tempo.
O bom exemplo ajuda a gerar novos aprendizados.
O bom exemplo ajuda a desenvolver novas qualidades e habilidades.
O bom exemplo serve como um “detergente” que destrói mágoas, rancores e muitas outras negatividades que enche a vida das pessoas.
Tudo isto está à disposição das pessoas, se elas aproveitarem as oportunidades.
 
 
 
 
Para Refletir:
 
“O retorno do espírito para o corpo é planejado. A família em que ele nascerá será aquela capaz de propiciar o positivo e o negativo que precisa para evoluir.
 
Você está no lugar certo para enfrentar os desafios que necessita para se desenvolver.
 
É, portanto, perda de tempo qualquer lamentação. Use sua mente e seu coração para construir uma vida muito melhor do que aquela que tem agora.
 
Faça a sua parte! “Você nasceu com potenciais para superar os obstáculos que estão hoje à sua frente”.
 
Regis Mesquita
 
 
 
Para refletir 2:
 
“A solidariedade em família gera muita segurança e é um dos caminhos mais eficientes para o crescimento de todos os membros do grupo. Por isto não eduque seus filhos com “cada um limpa o que suja”. Eduque para que todos possam perceber a necessidade e a oportunidade de ajuda. Eduque para que descubram o prazer em ajudar e a facilidade em colaborar. Atenção na realidade e nas necessidades dos outros é uma qualidade que deve ser desenvolvida para que haja harmonia e solidariedade na família. Isto se chama crescimento espiritual”.

 

sábado, 30 de maio de 2015

A mediunidade dos santos

O livro "Mediunidade dos Santos" do espírita Clóvis Tavares é uma jóia preciosa de saber espiritual. Primeiro por que traz uma rica coleção de relatos sobre fenômenos incomuns, geralmente associados à mediunidade, de indivíduos que foram canonizados na Igreja e hoje são reconhecidos como santos.

No entanto, após escrever o livro, Clóvis teve receio das reações conservadoras que esse livro poderia gerar. Avesso a polêmicas e não desejando criar animosidades com espíritas e católicos conservadores, Clovis optou em não publicar esta obra. Mas parece que seu filho, Celso Vicente, não acatou a vontade do pai, que chegou a cogitar queimar as folhas do livro. Por sorte do público ávido pelo melhor entendimento e pelo estudo da universalidade do fenômeno mediúnico, o livro foi mantido e até mesmo publicado pela Editora Prestígio e pela Editora IDE.

Embora ainda permaneça desconhecido pela maior parte dos espíritas, a obra contempla uma ampla gama de casos de santos que apresentavam fenômenos espontâneos de mediunismo. Chico Xavier se referiu a este livro como "uma obra de unificação, e não de sectarismo". Chico foi um dos que fez de tudo para que o livro fosse publicado e assegurou a família que o livro era "a obra prima do Clóvis". Ele escreveu na primeira edição da obra que "O Evangelho é um livro de mediunidade por excelência".

No livro Clóvis cita santos como Santa Teresa D´Ávila, São Pedro de Alcântara, Santa Brígida (1302-1373), Teresa Neumann (1898-1962), Santa Margarida Maria Alacoque, Dom Bosco, São Francisco de Assis, Santa Joana D´Arc, Santo Antônio de Pádua, Vicente de Paulo (1581-1660), etc.

O fato de estes indivíduos serem ícones da Igreja católica não altera em nada a fenomenologia que apresentam, apenas se tem uma interpretação diferente de seus prodígios. Como diz Clóvis Tavares "Nós reconhecemos a existência de Missionários da Luz em todos os tempos e em todas as agremiações filosóficas ou religiosas da Terra. Não importa o nome que os designe: benfeitores espirituais, como comumente os chamamos, Missionários ou Santos, Gurus, Sufis, ou Arhats… Eles se encarnam em todas as pátrias e desfraldam em todos os ambientes humanos a bandeira da espiritualidade superior de que são intérpretes e mensageiros. Naturalmente, condicionam sua linguagem ao seu meio e ao seu tempo, como também é natural que sejam influenciados humanamente pela sua época e pelo seu ambiente".

Os estudiosos da mediunidade sabem que ela não é um fenômeno restrito de nosso tempo e cultura. Se assim fosse, ela seria apenas um produto da imaginação humana que deseja enxergar o sobrenatural, e não estaria fundada na verdade. Por este motivo, encontramos referências dos fenômenos mediúnicos em praticamente todas as tradições, culturas, civilizações e tribos arcaicas. Essa universalidade, quando avaliada de forma desapaixonada e sem ortodoxias, permite uma apreciação mais clara e pura de como se processam os fenômenos que o Espiritismo associa a mediunidade. Colher e apurar, com mente aberta, relatos tradicionais e oficiais da Igreja sobre a mediunidade dos santos é entender com mais profundidade esse universo gigantesco do potencial transcendente da consciência humana.

Uma das referências mais antigas sobre sonhos e visões pode ser encontrada no Velho Testamento, nos sonhos e visões do profeta Daniel. Vemos escrito que "Quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda a visão e sonhos". (1:17) e ainda "Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o Deus do céu. Daniel" (2;19). Daniel apresenta também o fenômeno da precognição, visão do futuro, quando prevê a queda do império persa e o destino do povo hebreu. Esta é apenas uma referência de muitas que poderiam ser citadas do fenômeno da profecia, ou conhecimento do futuro, encontrada na Bíblia. Este, porém, não é um fenômeno mediúnico, mas algo produzido pela visão psíquica do próprio indivíduo. Não há aparentemente nenhuma intervenção espiritual na produção dessa visão. As visões que teve em sonhos, por outro lado, pode ser anímica (do próprio espírito) ou mediúnica (de um espírito alheio) dependendo das circunstâncias do sonho.

Autor: Hugo Lapa



"A sabedoria da vida consiste na eliminação do que não é essencial". Lin Yutang
 
A vida do espírito é longa. Devemos compará-la a uma ultra-maratona, onde a pessoa deve correr por longos 84 kilômetros. A vida do espírito dura centenas de milhares de anos e possui centenas de encarnações. Em uma vida tão longa cultivar o que não é essencial se torna um peso desnecessário e fonte de sofrimento. Ao contrário, as qualidades e habilidades que desenvolvemos tornam mais leve nossa maratona.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Adão e as migrações dos espíritos para outros “mundos”

Aagonia das religiões - J. Herculano Pires - pág. 58, 103
 
(..) O Espírito a que a Bíblia se refere em numerosos tópicos e que nos Evangelhos toma o nome de Espírito Santo é o Espírito de Deus em sua manifestação universal. A Criação tem dois aspectos, o material e o espiritual. O sopro de Deus é o espírito criado no fiat e o homem de barro, o Adão terreno, o ápice da criação nos mundos em desenvolvimento, como a Terra. O sopro de Deus nas ventas do homem de barro, para infundir-lhe o princípio da vida e da inteligência, é a ligação do espírito com a matéria na formação da mônada.
 
No pensamento divino todo o quadro da criação estava presente desde o princípio. E tudo era perfeito. A perfeição do ideal constituía o modelo da realidade (o mundo da rés, das coisas) que devia projetar-se no Infinito. Por isso, as mônadas diferenciadas, com características específicas, seriam semeadas no espaço para a germinação lenta, mas segura e contínua, dos conteúdos essenciais de cada uma delas. A mônada é a semente do ser, da criatura humana e divina que dela surgirá nas dimensões da temporalidade.
 
Não se pode conceber, em nossa relatividade humana, mais grandiosa e perfeita concepção do ato criador. Podemos perguntar porque Deus, que é o supremo poder, precisa do tempo para realizar essa obra gigantesca. Mas o Espiritismo ensina que a nossa relatividade decorre de necessidades nossas e não de Deus. O que para nós são séculos e milênios, para Deus pode ser apenas aquele instante que, para Kierkegaard, era o encontro do tempo com a eternidade. Um instante de profundidade e extensão imensas, que resume para o homem todas as suas existências nas duas dimensões do Universo que hoje nos são acessíveis: a espiritual e a material.
 
É, sem dúvida, espantoso pensar, como Gustave Geley, que tudo quanto consideramos inconsciente, desde o grão de areia aos mundos que geram em torno dos sóis, possui a potencialidade da consciência em desenvolvimento no seu interior. Mas quando compreendemos que a mônada, síntese de espírito e matéria é uma unidade infinitesimal, sobre a qual se apoia toda a realidade — o que corresponde à concepção atómica da Ciência em nossos dias — nossa mente começa a abrir-se para um entendimento superior. Se o poder do átomo nos espanta, a potencialidade da mônada nos aturdiria. E ambos esses poderes nada mais são do que fragmentos do poder de Deus. Quando pensamos nisso, a teoria do princípio inteligente começa a revelar-nos a grandeza da doutrina espírita.
 
E no entanto os seus fundamentos estão nos princípios evangélicos, sobre os quais milhares de teólogos, filósofos, místicos e pregadores escreveram e falaram sem cessar, numa catadupa de páginas e palavrórios ao longo de dois mil anos! Essa opacidade da inteligência humana, esse embotamento da capacidade de compreensão poderia fazer-nos descrer das potencialidades do princípio inteligente se não soubéssemos que o instinto gregário do homem o leva a imitação e à repetição dos papagaios. Quando Kardec se atreveu, utilizando-se de todos os recursos de sensatez e equilíbrio, apoiando-se na cultura do Século XIX — para não provocar reações precipitadas que lhe prejudicariam a obra - a publicar "O Livro dos Espíritos", todos os anátemas da Religião, da Ciência e da Filosofia caíram sobre ele como as bombas norte-americanas sobre o Vietnã. (...)
 
 
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 A Gênese - Allan Kardec - cap.XI, 38 - cap. XII, 13
 
RAÇA ADÂMICA
38. - Segundo o ensino dosEspíritos, foi uma dessas grandes imigrações, ou, querendo-se, uma dessas colônias de Espíritos, vindos de uma outra esfera, que deram nascimento à raça simbolizada na pessoa de Adão, e, por esta razão, chamada raça adâmica. Quando ela chegou, a Terra estava povoada desde tempos imemoriais, como a América, quando chegaram os Europeus.
 
A raça adâmica, mais avançada do que aquelas que a precederam sobre a Terra, era, com efeito, mais inteligente; foi ela que levou todas as outras ao progresso. A Gênese no-la mostra, desde seus princípios, industriosa, apta para as artes e para asciências, sem passar pela infância intelectual, o que não é o próprio das raças primitivas, mas o que concorda com a opinião de que se compunha de Espíritos que já progrediram. Tudo prova que ela não era antiga sobre a Terra, e nada se opõe a que não esteja aqui senão há alguns milhares de anos, o que não estaria em contradição nem com os fatos geológicos, nem com as observações antropológicas, e, ao contrario, tenderia a confirmá-las.
 
39. - A doutrina que fez todo o gênero humano proceder de uma única individualidade, ha seis mil anos, não é mais admissível no estado atual dos conhecimentos. As principais considerações que a contradizem, tiradas da ordem física e da ordem moral, se resumem nos seguintes pontos:
 
Do ponto de vista psicológico, certas raças apresentam tipos particulares característicos, que não permitem assinalar-lhes uma origem comum. Há diferenças que, evidentemente, não são o efeito do clima, uma vez que os brancos que se reproduzem no país dos negros não se tornam negros, e reciprocamente. O ardor do Sol tosta e amorena a epiderme, mas nunca transformou um branco em negro, achatou o nariz, mudou a forma dos traços da fisionomia, nem tornou encarapinhados e lanudos os cabelos longos e macios. Sabe-se hoje que a cor do negro provém de um tecido particular, subcutâneo, que se liga a espécie.
 
É necessário, pois, considerar as raças negras, mongólicas, caucásicas, como tendo a sua origem própria e nascidas simultaneamente, ou sucessivamente, sobre diferentes partes do globo; seu cruzamento produziu as raças mistas secundárias. Os caracteres fisiológicos das raças primitivas são o indício evidente de que elas provieram de tipos especiais. As mesmas considerações existem, pois, tanto para os homens como para os animais, quanto à pluralidade de estirpes. (Cap. X, ns 2 e seguintes).
 
40.-Adão e seus descendentes são representados na Gênese como homens essencialmente inteligentes, uma vez que, desde a segunda geração, edificam as suas casas, cultivam a terra, trabalham os metais. Seus progressos nas artes e nas ciências foram rápidos e constantemente sustentados. Não se conceberia, pois, que essa estirpe tivesse, por descendentes, povos numerosos tão atrasados, de uma inteligência tão rudimentar, que costeiam, ainda em nossos dias, a animalidade; que perdessem todo o traço e até a menor lembrança tradicional do que faziam seus pais. Uma diferença tão radical nas aptidões intelectuais, e no desenvolvimento moral, atesta, com não menos evidência, uma diferença de origem.
 
41.-Independentemente dos fatos geológicos, a prova da existência do homem sobre a Terra antes da época fixada pela Gênese é tirada da população do globo. Sem falar da cronologia chinesa, que remonta, diz-se, a trinta mil anos, documentos mais autênticos atestam que o Egito, a índia e outros países, estavam povoados e florescentes pelo menos três mil anos antes da era cristã, mil anos, conseqüentemente, depois da criação do primeiro homem, segundo a cronologia bíblica. Documentos e observações recentes não deixam nenhuma dúvida, hoje, sobre as relações que existiram entre a América e os antigos Egípcios; de onde é necessário concluir que esse continente já era povoado nessa época. Seria, pois, preciso admitir que, em mil anos, a posteridade de um único homem pôde cobrir a maior parte da Terra; ora, uma tal fecundidade seria contrária a todas as leis antropológicas (1).
 
42.-A impossibilidade se torna ainda mais evidente se se admite, com a Gênese, que o dilúvio destruiu todo o gênero humano, com excessão de Noé e sua família, que não era numerosa, no ano de 1656, seja 2348 anos antes da era cristã. Não seria, pois, em realidade, que de Noé dataria o povoamento do globo; ora, quando os Hebreus se estabeleceram no Egito, 612 anos depois do dilúvio, esse já era um poderoso império, que teria sido povoado, sem falar de outros países, em menos de seis séculos, só pelos descendentes de Noé, o que não é admissível.
 
Notemos, de passagem, que os Egípcios acolheram os Hebreus como estrangeiros; seria de espantar que tivessem perdido a lembrança de uma comunidade de origem tão próxima, então que conservavam religiosamente os monumentos de sua história.
Uma lógica rigorosa, corroborada pelos fatos, demonstra, pois, da maneira mais peremptória, que o homem está sobre a Terra há um tempo indeterminado, bem anterior à época assinalada pela Gênese. Ocorre o mesmo com a diversidade de estirpes primitivas; porque demonstrar a impossibilidade de uma proposição é demonstrar a proposição contrária. Se a geologia descobre traços autênticos da presença do homem antes do grande período diluviano, a demonstração será ainda mais absoluta.
 
(1) A Exposição universal de 1867 apresentou antiguidades do México, que não deixam nenhuma dúvida sobre as relações que os povos desse continente tiveram com os antigos Egípcios. O Sr. Léon Méchedin, numa nota afixada no templo mexicano da Exposição, assim se expressou:
 
"É conveniente não publicar antes do tempo as descobertas feitas do ponto de vista da história do homem, pela recente expedição científica do México; entretanto, nada se opõe a que o público saiba, desde hoje, que a exploração constatou a existência de um grande número de cidades encobertas pelo tempo, mas que a picareta e o incêndio podem tirar de sua mortalha.
As escavações puseram a descoberto, por toda a parte, três berços de civilizações que parecem dar, ao mundo americano, uma antiguidade fabulosa."
 
É assim que, cada dia, a ciência vem dar o desmentido dos fatos à doutrina que limita em 6000 anos a aparição do homem sobre a Terra, ao pretender fazê-lo sair de uma estirpe única.
 
 
A reencarnação na bíblia - Herminio C. Miranda - pág. 60
 
PRELIMINARES A UMA INTERPRETAÇÃO
Vamos, pois, ordenar as idéias expostas nesse longo trecho. Antes, um pouco de preparação que nos garanta o entendimento de certas referências a partir de definição de algumas preliminares. Para os antigos, viver era o supremo bem, enquanto morrer, especialmente em pecado, a tragédia irreparável e definitiva. A seita dos saduceus, mais tarde, nem mesmo acreditaria na sobrevivência da alma; para eles, a morte era o fim.
 
Como já vimos, o prêmio que o Decálogo promete àquele que honra pai e mãe não é um paraíso póstumo, mas uma "longa vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te dará". De certa forma, o conceito de que o pecado acarreta a morte do pecador preservou-se da dogmática cristã, dado que o pecado afasta o homem de Deus. Ê necessário entender bem que ninguém poderá desligar-se de Deus, simplesmente porque nada existe senão nele, criado e sustentado por ele.
 
"Vivemos e nos movemos em Deus e nele temos o nosso ser", disse Paulo de Tarso. A linguagem bíblica, porém, é rica em simbolismos, que outra coisa não são senão maneiras de expressar verdades ainda transcendentais, de forma que o maior número possível de pessoas possa entendê-las. Como dizer, por exemplo, que o erro nos aliena de Deus, senão dizendo que Deus nos vira o rosto, ou que se aparta de nós e nos deixa entregues à nossa sorte, ou nos castiga, ou nos priva daqueles bens que mais desejamos?
 
Quando se quer, por exemplo, caracterizar a gravidade do erro cometido por Adão e Eva — uma evidente alegoria — o autor do Penta-teuco declara que a primeira providência de Deus foi expulsá-los do Éden, onde viviam na maior felicidade e inocência. A "morte da alma" era, pois, a pena máxima. Não que na concepçãodaqueles povos a alma fosse perecível, porque os justos iam para o "seio de Abraão" e os pecadores para a região de agonias e trevas, o "sheol". Cada povo ou seita tem a sua maneira de figurar esses dois pólos opostos da destinação: os bons, de um lado e os maus de outro.
 
A Doutrina dos Espíritos veio, finalmente, esclarecer que tanto "céu" como "inferno" são estados d'alma, porque o ser humano leva para onde for, aqui ou no mundo espiritual, o seu próprio "céu" ou o seu "inferno" interior. Outro ponto a destacar, ainda nestas preliminares, é o conceito de justiça. Era considerado justo aquele que cumprisse rigorosamente os preceitos morais contidos na lei divina e nas prescrições posteriores elaboradas principalmente por Moisés. Justo era, portanto, o homem de bem, cumpridor de seus deveres religiosos e sociais; justa a mulher honesta, fiel, de procedimento correto. O prêmio do justo era o mesmo de sempre: viver.
 
O destino do pecador, a morte. No contexto da linguagem moderna, o conceito bíblico de justiça tornou-se um tanto obscuro para a mentalidade atual. Praticar, fazer, exercer justiça hoje é diferente de ser justo tal como o entendiam os antigos judeus. No contexto da Bíblia, o ser humano é justo quando age com justeza e não necessariamente com justiça. Não é nada justo, por exemplo, aquele que resolve "fazer justiça por suas próprias mãos" e matar um inimigo.
 
Somente assim poderemos entender frases como esta: ele viverá por causa da justiça que praticou. Ou seja: aquele foi um homem justo — bom, caridoso, pacífico, correto — e por isso será premiado por suas virtudes. Tanto é assim que não se emprega jamais a forma negativa em frases como esta: o injusto será castigado, ou morrerá pela sua injustiça.
 
Resta um terceiro e importante aspecto: a conceituação do que era considerado bom procedimento e, reversamente, mau procedimento. Era considerado bom (justo) aquele que cumpria os preceitos da lei. Quais eram ? Não ser idólatra, não trair a sua mulher com outra, nem o seu amigo, ou irmão, seduzindo-lhes a esposa; não emprestar dinheiro a juros; não ser violento; ser caridoso na ajuda ao pobre; evitar, enfim, o mal e procurar praticar o bem, ainda que certas regrinhas, hoje inexpressivas, também fossem incluídas nas proibições, como "comer nos montes". Era considerado ímpio (em oposição ao justo) aquele que praticasse os erros codificados na lei.
 
 
 
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - questões. 50 a 59
 
III - POVOAMENTO DA TERRA, ADÃO
Perg. 50 - A espécie humana começou por um só homem?
- Não; aquele que chamais Adão não foi o primeiro nem o único a povoar a Terra.
Perg. 51 - Podemos saber em que época viveu Adão?
- Mais ou menos naquela que lhe assinalais: cerca de quatro mil anos antes de Cristo.
 
O homem cuja tradição se conservou sob o nome de Adão foi um dos que sobreviveram, em alguma região, a um dos grandes cataclismos que em diversas épocas modificaram a superfície do globo, e tornou-se o tronco de uma das raças que hoje o povoam. As leis da Natureza contradizem a opinião de que os progressos da Humanidade, constatados muito tempo antes de Cristo, se tenham realizado em alguns séculos, como o teria de ser, se o homem não tivesse aparecido senão a partir da época assinalada para a existência de Adão. Alguns, e com muita razão, consideram Adão como um mito ou uma alegoria, personificando as primeiras idades do mundo.
 
IV - DIVERSIDADE DAS RAÇAS HUMANAS
 
Perg. 52 - De onde vêm as diferenças físicas e morais que distinguem as variedades de raças humanas na Terra?
- Do clima, da vida e dos hábitos. Dá-se o mesmo que se daria com duas crianças da mesma mãe, que, educadas uma longe da outra e de maneira diferente, não se assemelham em nada quanto ao moral.
Perg. 53 - O homem apareceu em muitos pontos do globo?
- Sim, e em diversas épocas, e é essa uma das causas da diversidade das raças; depois, o homem se dispersou pelos diferentes climas, e aliando-se os de uma raça aos de outras, formaram-se novos tipos.
 
Perg. 53a - Essas diferenças representam espécies distintas?
- Certamente não, pois todos pertencem à mesma família. As variedades do mesmo fruto acaso não pertencem à mesma espécie.
Perg. 54 - Se a espécie humana não procede de um só tronco, não devem os homens deixar de considerar-se irmãos?
- Todos os homens são irmãos em Deus, porque são animados pelo espírito e tendem para o mesmo alvo. Quereis sempre tomar as palavras ao pé da letra.
 
V - PLURALIDADE DOS MUNDOS
Perg. 55 - Todos os globos que circulam no espaço são habitados?
- Sim, e o homem terreno está bem longe de ser, como acredita, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição. Há, entretanto, homens que se julgam espíritos fortes e imaginam que só este pequeno globo tem o privilégio de ser habitado por seres racionais. Orgulho e vaidade! Crê em que Deus criou o Universo somente para eles.
 
Deus povoou os mundos de seres vivos, e todos concorrem para o objetivo final da providência. Acreditar que os seres vivos estejam limitados apenas ao ponto que habitam no Universo, seria pôr em dúvida a sabedoria de Deus, que nada fez de inútil e deve ter destinado esses mundos para um fim mais sério do que o de alegrar os nossos olhos. Nada, aliás, nem na posição, no volume ou na constituição física daTerra, pode razoavelmente levar-nos à suposição de que ela detenha o privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de mundos semelhantes.
 
Perg. 56 - A constituição física dos mundos é a mesma?
- Não; eles absolutamente não se assemalham.
Perg. 57 - A constituição física dos mundos não sendo a mesma para todos, os seres que os habitam terão organização diferente?
- Sem dúvida, como entre vós os peixes são feitos para viver na água e os pássaros no ar.
Perg. 58 - Os mundos maisdistanciados do Sol são privados de luz e calor, de vez que o Sol aparece apenas como uma estrela?
- Acreditais que não há outras fontes de luz e de calor, além do Sol? Não tendes em conta a eletricidade, que em certos mundos desempenha um papel desconhecido para vós, bem mais importante que o que lhe cabe na Terra? Aliás, não dissemos que todos os seres vivem da mesma maneira que vós, com órgãos semelhantes aos vossos.
 
VI - CONSIDERAÇÕES E CONCORDÂNCIAS BÍBLICAS REFERENTES À CRIAÇÃO
 
59. Os povos fizeram idéias bastante divergentes sobre a Criação, segundo o grau de seus conhecimentos. A razão apoiada na Ciência reconheceu a inverossimilhança de algumas teorias. A que os Espíritos nos oferecem confirma a opinião há muito admitida pelos homens mais esclarecidos.
 
A objeção que se pode fazer a essa teoria é a de estar em contradição com os textos dos livros sagrados. Mas um exame sério nos leva a reconhecer que essa contradição é mais aparente que real, resultante da interpretação dada a passagens que, em geral, só possuíam sentido alegórico.
 
A questão do primeiro homem, na pessoa de Adão, como único tronco da Humanidade, não é a única sobre a qual as crenças religiosas têm de modificar-se. O movimento da Terra parecia, em determinada época, tão contrário aos textos sagrados, que não há formas de perseguição a que essa teoria não tenha dado pretexto. Não obstante, a Terra gira, malgrado os anátemas, e ninguém hoje em dia poderia contestar isto, sem ofender a sua própria razão.
 
A Bíblia diz igualmente que o inundo foi criado em seis dias e fixa a época da Criação em cerca de quatro mil anos antes da Era Cristã. Antes disso, a Terra não existia; ela foi tirada do nada. O texto é formal. E eis que a Ciência positiva, a Ciência inexorável, vem provar o contrário. A formação do globo está gravada em caracteres indeléveis no mundo fóssil, e está provado que os seis dias da Criação representam outros tantos períodos, cada um deles, talvez, de muitas centenas de milhares de anos. E não se trata de um sistema, uma doutrina, uma opinião isolada, mas de um fato tão constante como o do movimento da Terra, e que a Teologia não pode deixar de admitir, prova evidente do erro em que se pode cair, quando se tomam ao pé da letra as expressões de uma linguagem frequentemente figurada.(1) Devemos concluir, então, que a Bíblia é um erro? Não; mas que os homens se enganaram na sua interpretação. (2)
 
(1) As declarações do Papa Pio XII, admitindo os cálculos da Ciência para a formação da Terra, confirmam o acerto de Kardec nesta nota. (N. do T)
(2) Advertência aos que condenam a Bíblia sem levar em conta os fatores históricos e a linguagem figurada do texto. (N. do T.)

A Ciência, escavando os arquivos da Terra, descobriu a ordem em que os diferentes seres vivos apareceram na sua superfície, e essa ordem concorda com a indicada no Gênesis, com a diferença de que essa obra, em vez de ter saído miraculosamente das mãos de Deus, em apenas algumas horas, realizou-se sempre pela sua vontade, mas segundo a lei das forças naturais, em alguns milhões de anos. Deus seria, por isso, menor e menos poderoso? Sua obra se tornaria menos sublime, por não ter o prestígio da instantaneidade.


Evidentemente, não. Ê preciso fazer da Divindade uma idéia bem mesquinha, para não reconhecer a sua onipotência nas leis eternas que ela estabeleceu para reger os mundos. A Ciência, longe de diminuir a obra divina, no-la mostra sob um aspecto mais grandioso e mais conforme com as noções que temos de poder e da majestade de Deus, pelo fato mesmo de ter ela se realizado sem derrogar as leis da Natureza.
 
A Ciência, de acordo neste ponto com Moisés, coloca o homem por último na ordem da criação dos seres vivos. Moisés, porém, coloca o dilúvio universal no ano 1654 da formação do mundo, enquanto a Geologia nos mostra o grande cataclismo como anterior à aparição do homem, tendo em vista que, até agora, não se encontra nas camadas primitivas nenhum traço da sua presença, nem da presença dos animais que, sob o ponto de vista físico, são da sua mesma categoria. Mas nada prova que isso seja impossível; várias descobertas já lançaram dúvidas a respeito, podendo acontecer, portanto, que de um momento para outro se adquira a certeza material da anterioridade da raça humana. E então se reconhecerá que, nesse ponto, como em outros, o texto bíblico é figurado.
 
A questão está em saber se o cataclismo é o mesmo de Noé, Ora, a duração necessária à formação das camadasfósseis não dá lugar a confusões, e no momento em que se encontrarem os traços da existência do homem, anteriores à grande catástrofe, ficará provado que Adão não foi o primeiro homem, ou que a sua criação se perde na noite dos tempos. Contra a evidência não há raciocínios possíveis, e será necessário aceitar o fato, como se aceitou o do movimento da Terra e o dos seis períodos da Criação.
 
A existência do homem antes do dilívio geológico é, não há dúvida ainda hipotética, mas eis como nos parece menos. Admitindo-se que homem tenha aparecido pela primeira vez na Terra há quatro mil anos antes de Cristo, se 1650 anos mais tarde toda a raça humana foi destruída, com exceção apenas de uma família, conclui-se que o povoamento da Terra data de Noé, ou seja, de 2.350 anos antes da nossa era. Ora, quando os hebreus emigraram para o Egito, no décimo oitavo século, encontraram esse país bastante povoado e já bem avançado em civilização.
 
A História prova, que nessa época, a Índia e outros países eram igualmente florescentes, mesmo sem levarmos em conta a cronologia de certos povos, que remonta a uma época mais recuada. Teria sido então necessário que do vigésimo quarto ao décimo oitavo século, quer dizer, num espaço de seiscentos anos, não somente a posteridade de um único homem tivesse podido povoar todas as imensas regiões então conhecidas, supondo-se que as outras não estivessem povoadas, mas também que, nesse curtointervalo, a espécie humana tivesse podido elevar-se da ignorância absoluta do estado primitivo ao mais alto grau de desenvolvimento intelectual, o que é contrário a todas as leis antropológicas.
 
A diversidade das raças humanas vem, ainda, em apoio desta opinião. O clima e os hábitos produzem, sem dúvida, modificações das características físicas, mas sabe-se até onde podechegar a influência dessas causas, e o exame fisiológico prova a existência, entre algumas raças, de diferenças constitucionais mais profunda que as produzidas pelo clima. O cruzamento de raças produz os tipos intermediários; tende a surar os caracteres extremos, mas não cria estes, produzindo apenas as variedades.
 
Ora, para que tivesse havido cruzamento de raças, era necessário que houvesse raças distintas, e como explicarmos a sua existência, dando-lhes um tronco comum, e sobretudo tão próximo? Como admitir-se que, em alguns séculos, certos descendentes de Noé se tivessem transformado, a ponto de produzirem a raça etíope, por exemplo? Uma tal metamorfose não é mais admissível que a hipótese de um tronco comum para o lobo e a ovelha, o elefante e o pulgão, a ave e o peixe. Ainda uma vez, nada poderia prevalecer contra a evidência dos fatos.
 
Tudo se explica, pelo contrário, admitindo-se a existência do homem antes da época que lhe é vulgarmente assinalada; a diversidade das origem: Adão, que viveu há seis mil anos, como tendo povoado uma região ainda inabitada; o dilúvio de Noé como uma catástrofe parcial, que se tomou pelo cataclismo geológico;(1) e tendo-se em conta, por fim, a forma alegórica peculiar ao estilo oriental, que se encontra nos livros sagrados de todos os povos. Eis porque é prudente não se acusar muito ligeiramente de falsas as doutrinas que podem, cedo ou tarde, como tantas outras, oferecer um desmentido aos que as combatem. As idéias religiosas, longe de perder, se engrandecem, ao marchar com a Ciência; esse é o único meio de não apresentarem ao ceticismo um elo vulnerável.
 
(1) As escavações arqueológicas por Sir Charles Leonard Wooley, em 1929, ao norte de Basora, próximo ao Golfo Pérsico, para a descoberta de Ur, revelaram os restos de uma catástrofe diluviana ocorrida exatamente quatro mil anos antes de Cristo. Ao encontrar a camada de lodo que cobria as ruínas da Ur primitiva, Woolley transmitiu a notícia ao mundo nos seguintes termos: "Encontramos os sinais do dilúvio universal". Trabalhos posteriores comprovaram o fato, mostrando que houve um dilúvio local no delta do Tigre e do Eufrates, exatamente na data assinalada pela Bíblia. Este fato vem confirmar a previsão de Kardec (N.doT).
 
 
Os textos acima foram compilados por Edivaldo Fontana
 
 
 
 
Que Espíritos fizeram parte da chamada raça adâmica?
 
 
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
Revista O Consolador
 
Primeiro é preciso lembrar o significado da palavra adâmica, forma feminina de adâmico, que nos veio do latim Adam, 'Adão'. Trata-se de um adjetivo relativo a Adão, que seria, segundo a tradição bíblica, o primeiro homem a povoar a Terra.
 
Segundo os ensinamentos espíritas, foi uma dessas colônias de Espíritos, vindos de outra esfera, que deu origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão, chamada raça adâmica.
 
Quando eles aqui chegaram, nosso planeta já estava povoado desde tempos imemoriais, do mesmo modo que se deu com a América, quando aí chegaram os europeus. Adão não pode ser, portanto, considerado o pai da espécie humana.
 
Mais adiantada do que as que a tinham precedido neste planeta, a raça adâmica foi, sem nenhuma dúvida, a mais inteligente e a que impeliu ao progresso todas as outras.
 
O livro de Gênesis mostra-a, desde os seus primórdios, industriosa e apta às artes e às ciências, o que indica que os Espíritos que a integravam não passaram pela infância espiritual em nosso globo, pois – comparando-os com os povos primitivos – tais Espíritos já haviam progredido bastante.
 
De fato, segundo o Gênesis, Adão e seus descendentes, desde a segunda geração, tinham habilidades pertinentes à construção de cidades, ao cultivo da terra, ao trabalho com os metais, e foram rápidos e duradouros seus progressos nas artes e nas ciências.
 
Apesar da inteligência desenvolvida, a raça adâmica apresentava, contudo, todos os caracteres de uma raça proscrita. Os Espíritos que a integravam foram exilados para a Terra, já povoada de homens primitivos, imersos na ignorância, que os imigrantes tiveram por missão fazer progredir, levando-lhes as luzes de uma inteligência desenvolvida.
 
Segundo anotações de Kardec no livro A Gênese, cap. XI, a superioridade intelectual dos exilados prova que o mundo donde vieram era mais adiantado do que a Terra. Havendo esse mundo entrado numa nova fase de progresso e não tendo tais Espíritos querido colocar-se à altura desse progresso, foram, em consequência, desterrados de lá e substituídos por outros que isso mereceram.
 
Emmanuel retomou o tema e aditou-lhe novas informações, como o leitor pode ver no livro A Caminho da Luz, cap. III, obra psicografada por Francisco Cândido Xavier.