O
livro "Mediunidade dos Santos" do espírita Clóvis Tavares é uma jóia
preciosa de saber espiritual. Primeiro por que traz uma rica coleção de
relatos sobre fenômenos incomuns, geralmente associados à mediunidade,
de indivíduos que foram canonizados na Igreja e hoje são reconhecidos
como santos.
No
entanto, após escrever o livro, Clóvis teve receio das reações
conservadoras que esse livro poderia gerar. Avesso a polêmicas e não
desejando criar animosidades com espíritas e católicos conservadores,
Clovis optou em não publicar esta obra. Mas parece que seu filho, Celso
Vicente, não acatou a vontade do pai, que chegou a cogitar queimar as
folhas do livro. Por sorte do público ávido pelo melhor entendimento e
pelo estudo da universalidade do fenômeno mediúnico, o livro foi mantido
e até mesmo publicado pela Editora Prestígio e pela Editora IDE.
Embora
ainda permaneça desconhecido pela maior parte dos espíritas, a obra
contempla uma ampla gama de casos de santos que apresentavam fenômenos
espontâneos de mediunismo. Chico Xavier se referiu a este livro como
"uma obra de unificação, e não de sectarismo". Chico foi um dos que fez
de tudo para que o livro fosse publicado e assegurou a família que o
livro era "a obra prima do Clóvis". Ele escreveu na primeira edição da
obra que "O Evangelho é um livro de mediunidade por excelência".
No
livro Clóvis cita santos como Santa Teresa D´Ávila, São Pedro de
Alcântara, Santa Brígida (1302-1373), Teresa Neumann (1898-1962), Santa
Margarida Maria Alacoque, Dom Bosco, São Francisco de Assis, Santa Joana
D´Arc, Santo Antônio de Pádua, Vicente de Paulo (1581-1660), etc.
O
fato de estes indivíduos serem ícones da Igreja católica não altera em
nada a fenomenologia que apresentam, apenas se tem uma interpretação
diferente de seus prodígios. Como diz Clóvis Tavares "Nós reconhecemos a
existência de Missionários da Luz em todos os tempos e em todas as
agremiações filosóficas ou religiosas da Terra. Não importa o nome que
os designe: benfeitores espirituais, como comumente os chamamos,
Missionários ou Santos, Gurus, Sufis, ou Arhats
Eles se encarnam em
todas as pátrias e desfraldam em todos os ambientes humanos a bandeira
da espiritualidade superior de que são intérpretes e mensageiros.
Naturalmente, condicionam sua linguagem ao seu meio e ao seu tempo, como
também é natural que sejam influenciados humanamente pela sua época e
pelo seu ambiente".
Os
estudiosos da mediunidade sabem que ela não é um fenômeno restrito de
nosso tempo e cultura. Se assim fosse, ela seria apenas um produto da
imaginação humana que deseja enxergar o sobrenatural, e não estaria
fundada na verdade. Por este motivo, encontramos referências dos
fenômenos mediúnicos em praticamente todas as tradições, culturas,
civilizações e tribos arcaicas. Essa universalidade, quando avaliada de
forma desapaixonada e sem ortodoxias, permite uma apreciação mais clara e
pura de como se processam os fenômenos que o Espiritismo associa a
mediunidade. Colher e apurar, com mente aberta, relatos tradicionais e
oficiais da Igreja sobre a mediunidade dos santos é entender com mais
profundidade esse universo gigantesco do potencial transcendente da
consciência humana.
Uma
das referências mais antigas sobre sonhos e visões pode ser encontrada
no Velho Testamento, nos sonhos e visões do profeta Daniel. Vemos
escrito que "Quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento e
a inteligência em todas as letras, e sabedoria; mas a Daniel deu
entendimento em toda a visão e sonhos". (1:17) e ainda "Então foi
revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o
Deus do céu. Daniel" (2;19). Daniel apresenta também o fenômeno da
precognição, visão do futuro, quando prevê a queda do império persa e o
destino do povo hebreu. Esta é apenas uma referência de muitas que
poderiam ser citadas do fenômeno da profecia, ou conhecimento do futuro,
encontrada na Bíblia. Este, porém, não é um fenômeno mediúnico, mas
algo produzido pela visão psíquica do próprio indivíduo. Não há
aparentemente nenhuma intervenção espiritual na produção dessa visão. As
visões que teve em sonhos, por outro lado, pode ser anímica (do próprio
espírito) ou mediúnica (de um espírito alheio) dependendo das
circunstâncias do sonho.
Autor: Hugo Lapa
"A sabedoria da vida consiste na eliminação do que não é essencial". Lin Yutang
- A
vida do espírito é longa. Devemos compará-la a uma ultra-maratona, onde
a pessoa deve correr por longos 84 kilômetros. A vida do espírito dura
centenas de milhares de anos e possui centenas de encarnações. Em uma
vida tão longa cultivar o que não é essencial se torna um peso
desnecessário e fonte de sofrimento. Ao contrário, as qualidades e habilidades que desenvolvemos tornam mais leve nossa maratona.
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