O planeta, por suas características de
atraso ético/moral/espiritual, carrega habitantes intoxicados, podemos
dizer que quase a maioria, por um estado mental pessimista. Tal pessimismo
origina-se no hábito lastimável da lamentação, do acúmulo de mágoas e de
queixas. O somatório leva à vivências e convivências conturbadas.
É, como se pode aquilatar, um
comportamento enfermiço, arrastando milhões de pessoas ao desestímulo,
insuflando temperamentos voltados à violência e seus sequazes. No fundo,
tais criaturas, mesmo que agindo inconscientemente, desejam desviar o
curso da vida terrena em seu derredor, insatisfeitas que se acham, com
ela, pelo não atendimento aos seus caprichos.
A pessoa que contumazmente reclama,
queixa-se, vive insatisfeita, tem uma visão distorcida da realidade
existencial, desconhecendo, como não poderia deixar de ser, o papel
desempenhado pela vida espiritual em nossas reencarnações que são
intercaladas pelas necessárias vidas na matéria.
Em geral, o tipo de pessoa aqui
analisada apresenta-se como vítima inocente de tudo quanto lhe acontece,
porque não cogita, nem de leve, sobre reencarnação, lei de causa e efeito,
evolução espiritual, influência dos espíritos, bons e menos bons, em
nossas vidas e outras questões doutrinárias do Espiritismo. Ignora as
fases positivas e as concessões que lhes são ofertadas pela Vida, adotando
uma forma de ingratidão que sempre acarreta conseqüências infelizes.
Os ideais de enobrecimento humano são
torpedeados pelas pessoas alimentadas mentalmente de pessimismo, o qual se
deriva da autocomiseração. Atormentam-se os pessimistas e passam também a
atormentar as criaturas desprevenidas, assim aumentando o número de
deprimidos que recorrem às clínicas psiquiatras em busca de solução para o
que elas mesmas criaram, invigilantemente.
Tudo deve convergir em favor da
retificação dos erros nas suas mais variadas formas de manifestação. Com a
adoção deste procedimento saneador, costuma a pessoa, interessada pela sua
reforma interior, a ter que enfrentar obstáculos revestidos aparentemente
de intransponibilidade. É justamente aí que a atuação pessimista se mostra
mais numerosa e ativa. Os fracassos se agravam, o desânimo impera e a
crítica destrutiva transparece preponderantemente.
Com o pessimismo e o hábito da crítica
destrutiva, não há o favorecimento de estímulos à saúde, ao bem-estar
psico-físico, mas sim do incentivo à valorização das doenças.
A recuperação das patologias diminuem
por haver ignorância quanto à ação benfazeja da mente saudável sobre os
implementos celulares, estes que são os delicados mecanismos dos nervos,
os quais agem nos sutis equipamentos cerebrais onde operam os neurônios.
Estes sofrem, desta maneira as descargas vibratórias desequilibradas, e
verdadeiros curtos circuitos são estabelecidos.
Diz o Espírito Joanna de Ângelis que "A
conduta pessimista constitui vício grave do Espírito comprometido com a
própria consciência". Torna-se necessária, como se percebe, uma
mudança radical no estilo de comportamento mental. Um salto de um extremo
a outro, do pessimismo para o otimismo.
A saúde física e mental se constitui
num estado natural da vida, o que parece o contrário no nosso mundo,
quando as enfermidades se alastram de forma impressionante e vão se
mostrando como resultados de distúrbios morais que a alma invigilante e
ignorante costuma insculpir nas delicadas organizações celulares, exigindo
imediata reparação para que a doença não chegue a um estado irreversível.
Sem a higienização, a assepsia da
mente, esta distonia que ocorre propicia a instalação das doenças de
etiologias as mais variadas. Somente através da harmonização geral do seu
campo energético o ser humano desfrutará saudavelmente da vida. Sem isto,
a flora e a fauna microbiana se instalam e proliferam por
encontrarem campo propício, ideal para suas operações destruidoras, as
quais levam à produção das degenerações celulares.
O ser humano caminha, vai em frente,
mesmo sem ter uma noção mais exata do fenômeno que o leva ao crescimento
intelecto-moral, à plenitude, à sublimação.
Os degraus evolutivos são granjeados
pelo esforço despendido na ação do Bem, o que faz com que o ser reconheça
o seu auto-valor, que atinja outros patamares evolutivos e alcance, por
fim, as cumeadas da evolução.
A vida, na sua essencialidade, é
alicerçada em desafios permanentes, habituamo-nos a conceituar, sendo que
nossos limites e dificuldades, que vão surgindo pelo caminho para serem
vencidos, estão em nosso mundo íntimo, nos atavismos e reminiscências
menos felizes, e não no mundo exterior. Transformam-se, assim, em
excelentes aguilhões que nos projetam longe, fazendo com que descortinemos
uma outra visão da existência na carne e fora dela, tudo isso graças às
admiráveis dádivas recebidas de Deus para o nosso tentame finalista da
Vida - a perfeição.
Se queremos complicar ainda mais o
quadro de realizações enobrecedoras, comecemos por nos queixar e reclamar
de tudo e de todos, e o pessimismo, tóxico letal de nossas nobres
realizações, assumirá o papel de carrasco de nossos anelos superiores,
vitimando-nos sem piedade.
As etapas da evolução são vencidas,
pouco a pouco, ora trabalhando-se a nossa condição intelecto-moral, outras
vezes vivenciando as experiências mais doridas, estas que mais nos fixam
às preciosas lições da vida, de forma indelével, desta forma nos
capacitando pata tentames mais auspiciosos e elevados.
Valiosos são os recursos em
disponibilidade para o triunfo: otimismo, alegria de viver, bom humor,
simpatia e confiança em Deus, em Sua providência e também na
Espiritualidade Superior. Com estes trunfos morando em nosso mundo
interior, haveremos de nos libertar dos atávicos pensamentos pessimistas,
os quais precisam, devem ser abandonados em favor da auto-realização, da
auto-plenificação..
ADÉSIO ALVES MACHADO
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