Não nos esqueçamos de que somos todos médiuns da palavra, no
cotidiano. Todos nós, normalmente quando na carne, exercemos a
mediunidade da palavra.
A palavra é a materialização do pensamento, é o somatório do que se
pensa e do que se sente. Através da palavra, influenciamos, induzimos
criaturas à ação, criamos oportunidades… através da palavra, norteamos
ou desequilibramos, elevamos ou rebaixamos, iluminamos ou obscurecemos.
Todos os homens estão no exercício legítimo da palavra. O verbo na
criatura encarnada é o que mais trabalha… O homem faz mais com os lábios
do que com as mãos, daí o significado e a importância de se
selecionarem os assuntos para conversação do dia-a-dia. É a palavra que
move o mundo – a palavra escrita, a palavra verbalizada, a palavra da
imagem televisiva que se propaga a longas distâncias, a palavra das
ondas hertzianas, a palavra no livro, no gesto, na atitude…
“No princípio era o Verbo”, ou seja, no princípio era a Palavra. Deus
criou através da palavra: ” Faça-se a luz, e a luz se fez”… A palavra
tem poder criador. A mediunidade da palavra extrapola qualquer outro dom
medianímico… Pode mais, inclusive, que todas as faculdades mediúnicas
reunidas, porquanto todas elas estão a serviço da palavra, que, por sua
vez, está a serviço da idéia, da idéia do bem, do belo, da justiça, da
idéia do que é nobre alto e digno.
Reflitamos nisto e não esqueçamos de que, em nossa motivação diária,
estaremos através da palavra, à semelhança de um espelho, refletindo o
que pensamos, o que intelectualmente se processa dentro de nós, o que
concebemos, o que assimilamos.
Importante direcionarmos todo e qualquer assunto para o bem e não nos
afastarmos da Verdade, nem que seja da Verdade transitória; já que
estamos longe da Verdade absoluta, pelo menos sejamos fiéis à Verdade
relativa e que a palavra pelo menos nos exteriorize a intenção correta
em favor de todos.
O Evangelho surgiu através da mediunidade da palavra… Jesus
conversando com o povo, esclarecendo, contando parábolas, fazendo
citações.
Meditemos e nos consideremos todos, principalmente quando na
experiência física, médiuns no constante exercício da palavra. O que
estará a nossa palavra refletindo? Luz ou sombra? Estará a serviço do
bem ou do mal? Qual é a nossa aspiração, o nosso objetivo? O que
pretendemos? Já se disse, com razão, que a palavra é o nosso retrato
sonoro… Pelo que dizemos, nos revelamos, porquanto a palavra é
constituída de vibrações que vão além de si mesma e além do próprio
cuidado com que emolduramos o pensamento através do vocabulário.
Autores:
Carlos A. Baccelli e Odilon Fernandes
Site: Luz do Espiritismo – Grupo Espirita Allan Kardec
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