quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O Homem de Bem

O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a Lei de Justiça, de Amor e de Caridade em sua maior pureza.  (O Livro dos Espíritos – Cap. 12 Da Perfeição Moral – Questão nº 918 “Caracteres do Homem de Bem”)
Podemos enumerar algumas características que faz parte da conduta moral do homem de bem, que são as seguintes:  (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 17 Sede Perfeitos – Questões nº 01 até 11)
CONSCIÊNCIA DE SI MESMO:
Procura interrogar a sua consciência sobre os seus próprios atos, perguntando a si mesmo se não violou determinada Lei.
Se não fez o mal e se fez todo bem que podia fazer ao seu semelhante.
Se foi omisso ou negligente em uma determinada ocasião de ser útil.
Se ninguém tem o que reclamar dele, da sua conduta, do seu caráter e da maneira como trata o seu semelhante, independente da condição social.
Se fez aos outros tudo o que gostaria que se fizesse com ele próprio.
FÉ E CONFIANÇA:
Tem fé em Deus, em sua bondade, em sua justiça e na sua sabedoria.  E tem plena certeza que nada ocorre sem a sua permissão e se submete, em todas as coisas, à sua vontade.
ESPERANÇA:
Acredita na felicidade futura, ou seja, não coloca os bens espirituais acima dos bens materiais (transitórios).  Porém, essa felicidade futura será alcançada mediante esforço moral, por meio da sua própria Reforma Íntima que é feita diariamente durante a sua própria encarnação.
RESIGNAÇÃO:
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções, são provas ou expiações, e aceita-as sem murmurar.  (O Livro dos Espíritos – Cap. 06 Da Vida Espírita – Questão nº 258 “Escolha das Provas”)
Isso não significa, é claro, que vá deixar de trabalhar para superar alguma dificuldade ou modificar alguma situação adversa.
Mas, tendo feito tudo o que se encontra ao seu alcance, sabe que o futuro a Deus pertence, aceitando as dificuldades que porventura tiver que enfrentar. (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap.:  05 Bem-Aventurados os Aflitos – Item: 04 “Causas Atuais das Aflições”)
CARIDADE, AMOR AO PRÓXIMO E JUSTIÇA:
Possuindo o sentimento de caridade e amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, e retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seu interesse à justiça.  (O Livro dos Espíritos – Cap.:  11 Da Lei de Justiça, de Amor e de Caridade – Questão nº 886)
Podemos citar alguns exemplos, tais como:
  • O Bom Samaritano, que teve compaixão de um homem que havia sido assaltado por ladrões e deixado completamente machado na estrada. (História narrada pelo Cristo)
  • Madre Tereza de Calcutá, que ajudou milhares de pessoas na Índia com diversas obras de caridade.
BENEVOLÊNCIA:
Encontra satisfação nos benefícios que derrama, nos serviços que presta, nas lágrimas que seca, nas consolações que dá aos aflitos.
A benevolência deve se exprimir “na boa vontade e na disposição de praticar o bem”, e podemos coloca-la em prática através do trabalho em favor de nosso próximo. (Livro:  A Constituição Divina, de Richard Simonetti).
DESPRENDIMENTO OU GENEROSIDADE:
Seu primeiro movimento é o de pensar nos outros antes de pensar em si, de procurar o interesse dos outros antes do seu próprio.
FRATERNIDADE:
É bom, humano e benevolente para com todos, sem preferência de raças nem de crenças, porque vê irmãos em todos os homens.
RESPEITO:
Respeita nos outros todas as convicções sinceras, e não lança a reprovação aqueles que não pensam como ele.  Pois, tem plena consciência da importância de respeitar a opinião do próximo, e sabendo que cada pessoa encontra-se em níveis de evolução diferentes, portanto com níveis de compreensão também diversos.  (O Livro dos Espíritos – Cap.:  10 Da Lei de Liberdade – Questão nº 833 “Liberdade de Pensar”)
PIEDADE OU TOLERÂNCIA
A caridade deve ser seu guia; deve dizer a si mesmo que aquele que leva prejuízo a outrem por palavras malévolas, que fere a suscetibilidade de alguém por seu orgulho e seu desdém, que não recusa a ideia de causar uma inquietação, uma contrariedade, ainda que leve, quando pode evitá-lo, falta ao dever de amor ao próximo.
Devemos nos lembrar de que, com a mesma medida que julgarmos, seremos julgados, portanto, devemos ter mais tolerância e compreensão com aqueles que nos ofendem, que nos contrariam, pois o agressor, muitas das vezes, é um irmão enfermo que necessita de nossa compaixão e de nosso carinho.
Podemos citar uma das passagens da vida de Cristo, que retrata abertamente sobre o perdão das ofensas, que fala sobre:
  • A mulher adultera que foi pega em flagrante e que seria apedrejada. E na sua sabedoria e justiça, Cristo faz uma pergunta bem profunda, no qual aquele que não tivesse pecado algum, que jogasse a pedra.  E no final só restou Jesus Cristo e a mulher.  E lhe disse que seguisse o seu caminho e não pecasse mais”.
  • PERDÃO:
Jesus Cristo por meio das suas mensagens, nos mostra a importância de sabermos perdoar e esquecer as ofensas por mais difíceis que sejam.  E da mesma forma que perdoamos um irmão pelos seus erros, certamente seremos também perdoados pelas nossas faltas para com o próximo.
É importante que sejamos indulgentes com o nosso semelhante, ou seja, “clemência e misericórdia para com as imperfeições alheias” e que o exercício da indulgência se faz através da “solidariedade em decorrência das limitações e fraquezas do próximo, evitando discriminá-lo”.
Não devemos encontrar satisfação em procurar os defeitos alheios, e nem mesmo colocá-los em evidência.  Se a necessidade a isso o obrigar, procura sempre o bem que pode atenuar o mal, aprendendo a valorizar os pontos positivos de nosso irmão, ao invés de ressaltar os pontos negativos, contribuindo, assim, para a melhoria do ser.
AUTOCONHECIMENTO:
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha, sem cessar, para combatê-las.  Todos os seus esforços devem tender a permitir que diga a si mesmo, no dia seguinte, que há nele alguma coisa de melhor do que na véspera.  (O Livro dos Espíritos – Cap.: 12 Da Perfeição Moral – Questão nº 919 “Conhece-te a Ti Mesmo”)
DISCRIÇÃO:
Não procura se valorizar, nem aos seus talentos, à custa de outrem; aproveita todas as ocasiões para ressaltar as qualidades dos outros.
HUMILDADE:
Não deve se envaidecer nem com a fortuna nem com as vantagens pessoais, porque sabe que tudo o que lhe foi dado pode lhe ser tirado.
PRUDÊNCIA:
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depositário que deverá prestar contas, e que, dentre as destinações que lhes pode dar, a mais prejudicial para si mesmo é de fazê-los servir à satisfação de suas paixões.
RESPONSABILIDADE:
Se a ordem social colocar homens sob a sua dependência, ele os trata com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus.
Usa da sua autoridade para erguer-lhes o moral e não para os esmagar com seu orgulho; evita tudo o que pode tornar a posição dos subalternos mais penosas.
DEVER:
Como subordinado, compreende os deveres da sua posição, e tem o cuidado em cumpri-los conscienciosamente.
Procura executar com alegria as tarefas consideradas menores, em decorrência dessa atitude, poderá passar a executar as atividades consideradas de maior importância. (Livro Sinal Verde, Pelo Espírito de André Luiz, Psicografia de Chico Xavier)
É importante que, ao estamos na posição de subordinados, saibamos trabalhar com alegria, fazendo de nosso trabalho um meio de aperfeiçoamento e aprimoramento de nossas qualidades.
O homem de bem, enfim, respeita em seus semelhantes todos os direitos dados pelas Leis da Natureza, como gostaria que os seus fossem respeitados.
NECESSIDADE DO ESFORÇO PESSOAL:
Cada um de nós é capaz de desenvolver em si mesmo os caracteres de um homem de bem, basta que tenhamos persistência e nos esforcemos para atingir o nosso objetivo, que é a perfeição moral.
O que costuma nos afastar desse objetivo é a nossa pouca vontade de superar nossos vícios, isto porque quase sempre cedemos às nossas más tendências.
Mas todos nós podemos vencer nossas imperfeições, desde que nos esforcemos e para isso temos que buscar a prática da abnegação, que é o meio mais eficaz de combater a predominância daquelas tendências.
A persistência consiste em procurarmos realizar em nós mesmos a tão falada reforma íntima, não nos deixando enfraquecer pelos obstáculos do caminho.
Toda vez que nos propomos a realizar mudanças, quer sejam no ambiente de trabalho, quer sejam no nosso próprio ser, muitas dificuldades aparecem para abater a nossa vontade, enfraquecer a nossa fé e esperança.
Para que tal não ocorra, devemos nos esforçar para atingir o objetivo traçado e utilizar a disciplina como fio condutor de nossas ações.

Referências Bibliográficas
KARDEC, Allan – O Livro dos Espíritos – Edição nº 86 – Editora:  FEB (Federação Espírita Brasileira), Rio de Janeiro/2005.
KARDEC, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Edição nº 125 – Editora:  FEB (Federação Espírita Brasileira), Rio de Janeiro/2006.
Livro Sinal Verde, Pelo Espírito de André Luiz, Psicografia de Chico Xavier.
Livro A Constituição Divina, de Richard Simonetti.

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