terça-feira, 29 de março de 2016

Jesus Guia e Modelo da Humanidade

Desde os tempos mais remotos da humanidade, que o homem precisa aprender a lidar com os seus medos, suas inseguranças, angústias e de todos os tipos de dificuldades encontrados na sua caminhada.
De acordo com a questão 625 do Livro dos Espíritos, Kardec pergunta aos espíritos qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?  “JESUS”.
Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-la, isto é, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens.
Combatendo constantemente o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações, por mais radical reforma não podia fazê-las passar, do que as reduzindo a esta única prescrição: “Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo”, e acrescentando: aí estão a lei toda e os profetas.
Mas, o papel de Jesus não foi o de um simples legislador moralista, tendo por exclusiva autoridade a sua palavra. Cabia-lhe dar cumprimento às profecias que lhe anunciaram o advento; a autoridade lhe vinha da natureza excepcional do seu Espírito e da sua missão divina. Ele viera ensinar aos homens que a verdadeira vida não é a que transcorre na Terra e sim a que é vivida no reino dos céus; viera ensinar-lhes o caminho que a esse reino conduz, os meios de eles se reconciliarem com Deus e de pressentirem esses meios na marcha das coisas por vir, para a realização dos destinos humanos.
O Cristo Consolador:
Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (S. MATEUS, cap. XI, vv. 28 a 30.)
Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação em a fé no futuro, em a confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor. Foi isso que levou Jesus a dizer: “Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que eu vos aliviarei.”
Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos.  Essa condição está na lei por ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas, esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.
Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito. Se, portanto, o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido.  (S. JOÃO, cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26.)
O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: “Ouçam os que têm ouvidos para ouvir.” O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores.
Disse o Cristo: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados”.  O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras.
O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.

A Pedagogia do Cristo:
Jesus é o nosso modelo moral por excelência. Destituído de todos os apetrechos míticos com que os séculos o enfeitaram, ele reaparece, à luz do Espiritismo, na sua grandeza de Espirito Puro, que veio a Terra para nos mostrar o caminho da evolução. Surge aos nossos olhos não mais como Rei, Salvador, segunda pessoa de uma trindade irracional, mas como Irmão mais adiantado, Espirito perfeito com o único titulo que aceitou em vida: o de Mestre. E Mestre é Jesus da humanidade. Ele é o pedagogo da nossa educação espiritual. Professor das almas matriculadas na escola da Terra, Ele representa o “ caminho, a verdade e a vida” para o nosso progresso.
Deus, em seu infinito poder e sabedoria, como Causa inteligente e Providencia de todo o universo, é o princípio e o alvo de todas as coisas. Manifesta-se por suas Leis imutáveis, por seu habito de amor, no qual tudo está mergulhado, pela vontade criadora que anima a evolução.  Acima de nossas definições e de nossa compreensão, sabemos que Ele é e que esta na origem de nós mesmos e do todo universal. Os espíritos puros que atingiram a perfeição moral e a sabedoria celeste, são seus colaboradores na criação e na manutenção do universo. Jesus é um desses Espíritos, responsável pela Terra, guia da humanidade e ninguém de nos pode chegar ao Pai senão por ele!

As virtudes de Jesus:
Sua autoridade moral é absoluta, porque já atingiu a perfeição; pelo menos, a perfeição acessível ao nosso entendimento.
Jesus encarnou-se na Terra não em poder e glória terrenos, mas na pobreza e na obscuridade. Podia revelar seu poder espiritual, impondo-se as multidões, vencer os adversários de sua obra, fulminar os hipócritas – mas como pedagogo perfeito exerceu apenas um poder: o poder do amor. Um poder que não se impõe, mas convida; que não violenta, mas converte e transforma os Espíritos, acordando-os para a evolução; um poder que não pune o mal, mas sacrifica-se pelo Bem, tomando sobre si todas as dores e serviços, para a todos arrastar pelo exemplo.
Era humilde, sem fraqueza ou servilismo. Enérgico com os hipócritas, firme com os falsos sábios que conduziam os simples segundo seus interesses, Jesus foi padrão de firmeza e dignidade. Sua serenidade diante dos algozes é também coragem e nobreza; seu perdão e sua doçura são manifestações de sua infinita superioridade.

A Pedagogia do Amor
Quando se pensa no amor de Jesus pela humanidade, fundamento de sua Pedagogia divina, pode-se imaginar que seja um amor difuso, impessoal, em que os homens sejam vistos como massa. Mas não é assim, pois o amor é sempre uma relação de Espírito a Espírito. As próprias palavras e atitudes de Jesus demonstram de sobejo que ele conhece cada um de seus pupilos e esta sempre disponível à nossa aproximação, ao nosso desejo de educação espiritual.  Quanto mais ascendermos e nos depurarmos, mais direto será o nosso contato com sua mente poderosa e com seu coração afetuoso.
Não disse ele que haveria alegria no céu por cada ovelha tornada ao aprisco? Não relatou a consoladora parábola do filho pródigo, onde fala do acolhimento generoso do Pai ao Espírito que volta à trilha do Bem? Nada disso teria sentido se não fôssemos indivíduos perante Jesus, como somos indivíduos mesmo diante da grandeza de Deus. O universo não é frio e impessoal. A Lei não é apenas justiça, mas amor. E o amor se manifesta de ser para ser.
Não só as palavras de Jesus demonstram essa verdade, mas sua ação pedagógica é assim desenvolvida. Ele visita a alma de Madalena, devassando-lhe o passado impuro e elevando-a ao amor purificado; sabe das potencialidades e intenções de Zaqueu, antes que esse lhe respondesse do alto do sicômoro; busca pessoalmente os apóstolos na Galiléia e depois Saulo à portas de Damasco, vendo de antemão as suas possibilidades; dirige-se a cada um que Dele se aproxima, sabendo quem é, seu passado espiritual e suas promessas futuras. Em sua lucidez, sabe que Judas vai trai-lo e que Pedro fraquejará, ainda assim acolhe-os em seu amor e não os desampara.
E sua liderança espiritual na Terra não é devida apenas ao seu exemplo imortal. Sua aura de amor envolve a Humanidade e basta querermos captá-la, na oração e na prática do Bem, para sentirmos seu influxo. Esse amor é o ponto de apoio de nossa evolução. Assim, dentro dos limites das imperfeições humanas, cada educador deve fazer de seu próprio afeto uma âncora de evolução para aquele a quem deseja educar.
Não foi o amor de Jesus, seu sacrifício por nós, que levou os mártires a morrerem nos círculos , os santos e apóstolos de todos os tempos a procurarem seguir seu exemplo ? Não é porque nos sentimos amados e sustentados por Ele, que adquirimos a força de nos sobrepormos à mesquinharias terrenas, vencendo dores e espinhos, avançando embalados por sua Luz ?
Ainda somos deficitários na compreensão da Divindade, a figura mais próxima e mais acessível de Jesus nos reconforta e nos facilita inclusive o entendimento do amor de Deus. E assim também, embora a Humanidade possua seu Mestre maior em Jesus, cada indivíduo não dispensa seus mestres menores, seus guias e seus exemplos mais próximos da moralidade, inteligência e elevação.

A Didática do Mestre
Jesus não ensinou em cátedras, não fez parte de corporações científica, não se revestiu de nenhum título terreno e não fundou escolas ou instituições, nem mesmo nelas ensinou. E foi o maior dos Mestres. Seu local de ação era a casa de Pedro, eram as praças, os montes, as margens do lago de Genesaré e sua mensagem atingia a todos indistintamente. Ensinava sem nenhum outro instrumento a não ser seus atos de amor, suas palavras simples e sua autoridade divina.
Jesus curava, servindo o povo, aliviando-lhe as dores, conquistando-lhe o coração pelo seu devotamento, e ensinava por histórias. Em seu sermões e parábolas, usou o poder da síntese e a linguagem poética para atingir seus ouvintes. Pelas parábolas, adequava-se as linguagens do povo, aproveitava as situações do cotidiano, e portanto, a experiência diária dos que o ouviam. Não dava aula de metafísica abstrata, mas ensinava por histórias compreensíveis princípios claros de moralidade. Eis uma capacidade didática imprescindível: a de saber se achegar ao educando, em seu nível de interesse, de vivência e de compreensão.

Libertação pelo Amor
Jesus, o Homem, fez-se o exemplo mais vívido do amor de que o mundo tem notícias.
Submetido à injunções porque passam todas as criaturas, a Sua trajetória fez-se assinalada pelas mais vigorosas páginas de compreensão e brandura para com todos, exercendo autoridade e carinho em perfeita harmonia, mesmo nas situações mais chocantes, sem perder o equilíbrio nem a afetividade. Quando austero, educava amorosamente e com energia; quando meigo orientava com ternura e segurança; ante a hipocrisia insidiosa e perversa, assumia a atitude de enfrentamento sem descer à condição infeliz do seu antagonista, repreendendo-o e desmascarando-o com o objetivo de educá-lo.
Jesus, na condição de peregrino do amor, demostrou como é possível curar as feridas do mundo e dos seres humanos com a exteriorização do amor em forma de compaixão, de bondade, de carinho e de entendimento.
Quando os pobres eram tidos por desprotegidos de Deus e os enfermos graves eram expulsos das cidades, porque se encontravam mortos, tendo os seu nomes cancelados do Livro dos vivos, Ele os exaltou em inesquecível bem aventurança, principalmente àquele que o forem de espírito de avareza e de paixões inferiores. Nunca se apartou dos doentes e odiados, visitando os samaritanos detestados e oferecendo-lhes os bens eternos da Sua mensagem confortadora e rica de paz.
Jamais temeu os poderosos, os intrigantes, os fariseus odientos e ingratos, os saduceus materialistas e utilitaristas, sem porém os detestar, lamentando o estado em que se encontravam, longe de Deus e de si mesmos, intoxicados pelo orgulho e vencidos pela avareza, infelicitadores, porque infelizes em si mesmos, sem se permitirem lugar propício ao despertamento para a realidade espiritual.
É graças ao amor que os relacionamentos atingem a sua plenitude, porque o egoísmo cede lugar ao altruísmo e o entendimento de respeito como de confiança alicerça mais os sentimentos que se harmonizam, produzindo bem-estar em quem doa tanto quanto em quem recebe.

Referências Bibliográficas
XXII COMEERJ – EVANGELIZAR É MISSÃO DO BRASIL – Módulo II – Pedagogia de Jesus.
KARDEC, Allan — O Livro dos Espíritos — edição nº 86 — Editora FEB (Federação Espírita Brasileira) – Questões:  625 até 627 —Rio de Janeiro/2005.
KARDEC, Allan — A Gênese — edição nº 39 — Editora FEB (Federação Espírita Brasileira) – Capítulo 15:  Os Milagres do Evangelho —Rio de Janeiro/2000.
KARDEC, Allan — O Evangelho Segundo o Espiritismo — Edição:  125, Editora:  FEB (Federação Espírita Brasileira), Rio de Janeiro/2006.

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