quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A VISÃO ESPÍRITA DOS SONHOS Luiz Carlos D. Formiga

O Sonho é uma interrogação para muitas pessoas. No livro de Carlos Bernardo Loureiro -“A Visão Espírita do Sono e dos Sonhos”, Casa Editora O Clarim. Matão, SP. 144 páginas, vamos encontrar muitas respostas.

É possível determinar relações precisas entre essas percepções e os aspectos da realidade ordinária? Como analisar esse psiquismo noturno?

Erick Fromm afirma que “o inconsciente só o é em relação ao estado normal de atividade”,“são simplesmente estados mentais diversos, que se referem às modalidades existenciais diferentes.” Assim, podemos admitir que a mente consciente constitui apenas parte do psiquismo total. Existe uma vida psíquica chamada de “inconsciência”. Esta atividade psíquica é o principal protagonista quando o sono retira a outra de cena. Na realidade o inconsciente acha-se representado naquela fração do sonho que se registra na memória consciente. 
O que se deve pensar das significações atribuídas aos sonhos?
Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens que para o Espírito têm realidade, porém que, freqüentemente, nenhuma relação guardam com o que se passa na vida corporal. São também um pressentimento do futuro, permitido por Deus, ou a visão do que no momento ocorre em outro lugar a que a alma se transporta. Não se contam por muitos os casos de pessoas que em sonho aparecem a seus parentes e amigos, a fim de avisá-los do que a elas está acontecendo? Que são essas aparições senão as almas ou Espíritos de tais pessoas a se comunicarem com entes caros? Quando tendes certeza de que o que vistes realmente se deu, não fica provado que a imaginação nenhuma parte tomou na ocorrência, sobretudo se o que observastes não vos passava pela mente quando em vigília?” (Livro dos Espíritos, questão 404.)
A alma é um ser pensante que permanece ativo durante o sono? Existem provas materiais da atividade da alma durante o sono? 
Durante o sono, a alma repousa como o corpo?
“Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.” (Livro dos Espíritos questão 401.)
A enciclopédica de Diderot (Denis, 1713-1784), no verbete “Sonambulismo”, relata a história de um jovem sacerdote que se levantava à noite, dirigia-se ao seu escritório e escrevia longos sermões e retornava ao leito. Existem relatos da resolução de problemas matemáticos que não eram resolvidos quando os indivíduos estavam acordados.

Existe uma memória latente? Os sonhos trazem à tona lembranças julgadas esquecidas para sempre?

Seis meses depois o indivíduo sonha com o local em que perdera o canivete. Ao despertar procura e acha o objeto (F.H. Myers, La Concience Subliminale, Annales Phychiques).
Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono? 
“Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potencialidade e pode pôr-se em comunicação com os demais Espíritos, quer deste mundo, quer do outro...” (Livro dos Espíritos, questão 402.)
Richet (Prêmio Nobel de Medicina) descreve a memória fotográfica de sonambulos. A eclosão desses registros mnêmonicos subconscientes não deve ser confundida como a intervenção de seres espirituais. Trata-se de fragmentos da vida que são exumados naturalmente ou por estímulos especiais, das profundezas do ser (Pierre Janet).

Pode-se provocar sonhos por hipnose e induzir uma pessoa a sonhar com outra?

Sim, responde o Dr. Sherenk-Notzing (Munique-Alemanha) após experiência hipnótica com a sensitiva (clarividente) Lina. Seus resultados são muito importantes para a discussão do homem como um ser de natureza bio-psico-socio-espiritual. O pesquisador deu a sensitiva a ordem pós-hipnótica de sonhar, na noite seguinte, com uma determinada pessoa, não esquecer o sonho e contá-lo no dia imediato. Pela manhã, ao acordar, e em presença dos pesquisadores, contou o que aconteceu durante a noite. A hipótese de uma transmissão, através do pensamento de um dos pesquisadores auxiliares, era inviável por vários motivos, até porque uma visita casual de uma amiga do Sr. F.L., foi relatada pela clarividente e identificada, posteriormente, com base na descrição da sensitiva. 
Pode o homem, pela sua vontade, provocar as visitas espíritas? Pode, por exemplo, dizer, quando está para dormir: Quero esta noite encontrar-me em Espírito com Fulano, quero falar-lhe para dizer isto? 
“O que se dá é o seguinte: Adormecendo o homem, seu Espírito desperta e, muitas vezes, nada disposto se mostra a fazer o que o homem resolvera, porque a vida deste pouco interessa ao seu Espírito, uma vez desprendido da matéria. Isto com relação a homens já bastante elevados espiritualmente. Os outros passam de modo muito diverso a fase espiritual de sua existência terrena. Entregam-se às paixões que os escravizaram, ou se mantêm inativos. Pode, pois, suceder, tais sejam os motivos que a isso o induzem, que o Espírito vá visitar aqueles com quem deseja encontrar-se. Mas, não constitui razão, para que semelhante coisa se verifique, o simples fato de ele o querer quando desperto.” (Livro dos Espíritos, questão 416.)

Podem duas pessoas que se conhecem visitar-se durante o sono?
“Certo e muitos que julgam não se conhecerem costumam reunir-se e falar-se. Podes ter, sem que o suspeites, amigos em outro país. É tão habitual o fato de irdes encontrar-vos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conheceis e que vos podem ser úteis, que quase todas as noites fazeis essas visitas.” (Livro dos Espíritos, questão 414.)
O hanseniano Jésus Gonçalves, descrente, era um materialista e dizia não acreditar em nada disso. É autor de “Falta", onde diz assim: Onde andará um “não sei quê”, um Bem, em cuja busca sou judeu errante? Por onde eu passo, já passou também... E quando chego já partiu há instante... Não sei se está na vida, ou mais adiante, dentro da morte, nas mansões do Além... Se está no amor... se está na fé, perante os dois altares que esta vida tem. Mas, se esta vida é um sonho, a morte o nada; o amor um pesadelo; a fé receio; por que manter-se em luta desvairada? No entanto, eu sigo... acovardado, triste... a procurar em tudo em que não creio, a coisa que me falta e não existe!

Sob o ponto de vista biomédico podemos perceber que uma pessoa está sonhando por estranhos movimentos oculares produzidos em certa etapa do sonho. O período REM (rapid eye movements) é “paradoxal” porque no ápice do relaxamento vamos encontrar uma atividade intensa de numerosas estruturas cerebrais, com variação da freqüência das ondas cerebrais e traçado próximo ao do estado de vigília. Há nessa fase anulação do olfato e paladar, mas as células nervosas enviam estímulos ao ouvido, aos olhos e ao sentido do equilíbrio. Quando acordadas neste período as pessoas eram capazes de contar um sonho.

Como interpretar o sonho que tivemos com um ente querido já desencarnado? A tarefa não é muito fácil porque estamos mergulhados numa matéria muito densa. No entanto, o espírito André Luiz (médico desencarnado) nos oferece um exemplo muito bom e que é encontrado no “Os Mensageiros” (FEB) capítulo 38, quando ela sonha com a avó desencarnada e faz a interpretação da mensagem recebida.

Outro médico (psiquiatra ainda encarnado) mostra a importância dos sonhos para o diagnóstico da melancolia involutiva, destacando-a como uma síndrome com características próprias dentre as doenças conceituadas como depressão maior. Sua conclusão, nos Arquivos Brasileiros de Medicina, 71(3): 111-114, 1997, se baseia na análise de 118 casos.

Uma pessoa que dorme pode ter consciência de que está sonhando?

Sim, responde o psiquiatra holandês Dr.Frederick Willem van Eeden, que teve a confirmação feita peloDr Stephan Laberge, na Universidade de Stanford(EUA). A mesma resposta era dada por Santo Agostinho e São Tomás de Aquino (sonhos lúcidos).

Podemos estender o conceito de sonho a todos os estados alterados de consciência dos quais o psiquismo profundo tende a subir em primeiro plano, até subjugar o EU da superfície?

Podemos participar de mensagens oníricas diurnas? Podemos sonhar acordados?
Esta dimensão diurna do sonho é um convite à pesquisa .

Dr. M. Kleitmam da Universidade de Chicago (“Sleep and Wakefulness”) demonstrou que, também de dia, a atenção consciente se afrouxa em períodos, de acordo com o ritmo que corresponde perfeitamente ao alternar noturno do sono profundo ao leve.

O estado de plena “vigilância consciente” não dura mais do que um minuto ou dois por hora, o que é uma condição indispensável para uma certa eficiência criadora do intelecto, conforme F. Myers, P. Bunton e ainda John Pfeiffer (The Human Brain).

Uma mulher, diante de uma mensagem onírica diurna, interrompe seus afazeres domésticos, chama um táxi e vai encontrar o filho caído quase morto ao lado da moto. “O paranormal é o normal que ainda não compreendemos! 
Podem os Espíritos comunicar-se, estando completamente despertos os corpos?
“O Espírito não se acha encerrado no corpo como numa caixa; irradia por todos os lados. Segue-se que pode comunicar-se com outros Espíritos, mesmo em estado de vigília, se bem que mais dificilmente.” (Livro dos Espíritos, questão 420.)
O fenômeno a que se dá a designação de dupla vista tem alguma relação com o sonho e o sonambulismo?
“Tudo isso é uma só coisa. O que se chama dupla vista é ainda resultado da libertação do Espírito, sem que o corpo seja adormecido. A dupla vista ou segunda vista é a vista da alma.” (Livro dos Espíritos, questão 447.)
Qual a visão espírita desses fenômenos?

·     Sonhos fisiológicos - por influência orgânica vive-se situações alucinatórias.
·     Sonhos pantomnésicos - recordações do passado.
·     Sonhos premonitórios - apreensão do futuro, sonho profético.
·     Sonhos espirituais - vivência no plano espiritual.


Freud não poderia explicar o sonho profético como realização de um desejo recalcado no inconsciente. 
Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono?
“Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. (Livro dos Espíritos, questão 402.)
“A árvore trará novas sementes, das quais germinarão novas árvores. Todas estavam escondidas na primeira semente,” (Discurso de Metafísica, Leibniz (1686))

Lincoln viu, em sonho, cenas de seu próprio velório, uma semana antes de ser assassinado, relatando-o ao amigo Ward Lamon, que escreveu o episódio em seu diário.

É um monumental determinismo o conhecimento antecipado do futuro! É possível modificar o Carma”? Existem as coisas futuras ou elas se encontram no NADA, e ainda não existem? O sonho profético é contrário ao livre arbítrio?

É possível prever acontecimentos derivados do presente. No entanto, como prever os que não guardam nenhuma relação com esse estado presente? Como explicar os que são atribuídos ao acaso?

Nostradamus previu a decapitação do Duque e deu o nome do carrasco, que foi escolhido“ao acaso”, na hora. Isto 66 anos após a morte do médico francês (1503-1566). O cálculo matemático da probabilidade desta predição estaria na proporção de um para cinco milhões contra o acaso. 
Estando desprendido da matéria e atuando como Espírito, sabe o Espírito encarnado qual será a época de sua morte?
“Acontece pressenti-la. Também sucede ter plena consciência dessa época, o que dá lugar a que, em estado de vigília, tenha a intuição do fato. Por isso é que algumas pessoas prevêem com grande exatidão a data em que virão a morrer.” (Livro dos Espíritos, questão 411.)
Mas, como entender este sonho que fala do futuro. Como explicá-lo? Allan Kardec, no Livro “A Gênese” discute o assunto na “Teoria da Presciência”.

Palestra proferida pelo Prof. Formiga no CENPES, Centro de Pesquisas da Petrobrás, em 1998.

Publicado na Revista Internacional de Espiritismo, Ano LXXIV, número 1, Matão, fevereiro de 1999. 

* * *

LA VISIÓN ESPIRITA DE LOS SUEÑOS
Luiz Carlos D. Formiga

El sueño es una interrogación para muchas personas. En el libro de Carlos Bernardo Loureiro – “La Visión Espírita del Sueño y de los Sueños”, Casa Editora O Clarim. Matâo, SP. 144 páginas, vamos encontrar muchas respuestas.

¿Es posible determinar las relaciones precisas entre esas percepciones y los aspectos de la realidad ordinaria? ¿Cómo analizar ese psiquismo nocturno?

Erick Fromm afirma que “el inconsciente sólo es en relación al estado normal de actividad”“son simplemente estados mentales diversos, que se refieren a las modalidades existenciales diferentes.” Así, podemos admitir que la mente consciente constituye apenas parte del psiquismo total. Existe una vida llamada “inconsciencia”. Esta actividadpsíquica es el principal protagonista cuando el sueño retira la otra de escena. En la realidad el inconsciente se encuentra representado en aquella fracción del sueño que se registra en la memoria consciente.
¿Qué se debe pensar de los significados atribuidos a los sueños?Los sueños no son verdaderos como lo entienden los lectores de la buena-ventura, pues sería absurdo creerse que soñar con tal cosa anuncia a otra. Son verdaderos en el sentido de que presentan imágenes que para el Espíritu tiene realidad, sin embargo que, frecuentemente, ninguna relación guardan con lo que pasa en la vida corporal. Son también un presentimiento del futuro, permitido por Dios, o la visión de lo que en el momento ocurre en otro lugar al que el alma se transporta. ¿No se cuentan por muchos los casos de personas que en sueño aparecen a sus parientes y amigos, a fin de avisarlos de lo que a ellas les está ocurriendo? Cuando tienes seguridad de que lo que viste realmente pasó, ¿no queda probado que la imaginación ninguna parte tomó en el hecho, sobre todo si lo que observaste no os pasaba por la mente como en la vigilia? (Libro de los Espíritus, pregunta 404.)
¿El alma es un ser pensante que permanece activo durante el sueño? ¿Existen pruebas materiales de la actividad del alma durante el sueño?
¿Durante el sueño, el alma reposa como el cuerpo?
“No, el Espíritu jamás está inactivo. Durante el sueño, se aflojan los lazos que lo prenden al cuerpo y, no necesitando este entonces de su presencia, él se lanza por el espacio y entra en relación más directa con los otros Espíritus.”(Libro de los Espíritus pregunta 401.)
La enciclopedia de Diderot (Denis, 1713-1784), en la acepción “Sonambulismo”, relata la historia de un joven sacerdote que se levantaba por la noche, se dirigía a su escritorio y escribía largos sermones y volvía a la cama. Existen relatos de la solución de problemas matemáticos que no eran resueltos cuando los individuos estaban despiertos.

¿Existe una memoria latente? ¿Los sueños traen a tono recuerdos juzgados olvidados para siempre?

Seis meses después el individuo sueña con el lugar en que perdió el sacapuntas. Al despertar busca y encuentra el objeto (F.H. Myers, La Concience Subliminale, Annales Physchiques)
¿Cómo podemos juzgar la libertad del Espíritu durante el sueño?“Por los sueños. Cuando el cuerpo reposa, lo creelo, tiene el Espíritu más facultades de lo que en el estado de vigilia. Se acuerda del pasado y algunas veces prevé el futuro. Adquiere mayor potencialidad y puede ponerse en comunicación con los demás Espíritus, sea de este mundo, sea del otro…”(Libro de los Espíritus, pregunta 402.)
Richet (Premio Nobel de Medicina) describe la memoria fotográfica de sonambulos. La eclosión de esos registros neumónicos subconscientes no debe ser confundida como la intervención de seres espirituales. Se trata de fragmentos de la vida que son exhumado naturalmente o por los estímulos especiales, de las profundidades del ser (Pierre Janet).

¿Se puede provocar sueños por hipnosis e inducir a una persona a soñar con otra?

Sí, responde el Dr. Sherenk-Notzing (Munich-Alemania) después de una experiencia hipnótica con la sensitiva (clarividente) Lina. Sus resultados son muy importantes para la discusión del hombre como un ser de naturaleza bio-psico-social-espiritual.

El investigador dio a su sensitiva la orden pos-hipnótica de soñar, a la noche siguiente, con una determinada persona, no olvidando el sueño y contándolo al día siguiente. Por la mañana, al despertar, y en presencia de los investigadores, contó lo que ocurrió durante la noche. La hipótesis de una transmisión, a través del pensamiento de uno de los investigadores auxiliares, era inviable por varios motivos, hasta porque una visita casual de una amiga del Sr. F. L., fue relatada por la clarividente e identificada, posteriormente, con base en la descripción de la sensitiva.
¿Puede el hombre, por su voluntad, provocar las visitas espíritas? ¿Puede, por ejemplo, decir, cuando esta duerma: Quiero esta noche encontrarme en Espíritu con Fulano, quiero hablarle para decir esto?“Lo que se da es lo siguiente: Adormeciendo al hombre, su Espíritu despierta y muchas veces, nada dispuesto a mostrarse a hacer lo que el hombre decidió, porque la vida de este poco interesa a su espíritu, una vez desprendido de la materia. Esto con relación a hombres ya bastante elevados espiritualmente. Los otros pasan de modo muy diverso la fase espiritual de su existencia terrena. Se entregan a las pasiones que los esclavizan, o se mantienen inactivos. Puede, pues, suceder, que tales sean los motivos que a eso lo inducen, que el Espíritu va a visitar a aquellos con quien desea encontrarse. Pero, no constituye razón, para que semejante cosa se verifique, o el simple hecho de él quererlo cuando se despierte.” (Libro de los Espíritus, pregunta 416.)

¿Pueden dos personas que se conocen visitarse durante el sueño?“Cierto y muchos que juzgan que no se conocen acostumbran a reunirse y hablarse. Puedes tener, sin que lo sospeches, amigos en otro país. Es tan habitual el hecho de ir a encontrarlos, durante el sueño, con amigos y parientes, con los que conocéis y que os pueden ser útiles, que casi todas las noches hacéis esas visitas.” (Libro de los Espíritus, pregunta 414.)
El hanseniano (leproso) Jésus Gonçalves, no creyente, era un materialista y decía no creer en nada de eso. Es autor de “Falta”, donde dice así: ¿Donde andará un “no sé qué”, un Bien, en cuya busca soy judío errante? Por donde yo paso, ya pasó también… Y cuando llegó ya partió hacía un instante…No sé si está en la vida, o más adelante, dentro de la muerte, en las mansiones del Más Allá… Si está en el amor… si está en la fe, delante de los altares que esta vida tiene. Pero, si esta vida es un sueño, la muerte la nada; el amor una pesadilla; la fe recelo; ¿por qué mantenerse en una lucha desvariada? No obstante, yo sigo… acobardado, triste… ¡buscando en todo en lo que no creo, la cosa que me falta y no existe!

Bajo el punto de vista biomédico podemos percibir que una persona esta soñando por extraños movimientos oculares producidos en cierta etapa del sueño. El periodo REM (rapad eye movements) es “paradoja” porque en el ápice del relajamiento vamos a encontrar una actividad intensa de numerosas estructuras cerebrales, con variación de la frecuencia de las ondas cerebrales y trazado próximo al del estado de vigilia. Hay en esa fase anulación del olfato y del paladar, pero las células nerviosas envían estímulos al oído, a los ojos y al sentido del equilibrio. Cuando son despertadas en este periodo las personas eran capaces de contar un sueño.

¿Cómo interpretar el sueño que tuvimos con un ente querido ya desencarnado? La tarea no es muy fácil porque estamos sumergidos en una materia muy densa. No obstante, el espíritu André Luiz (médico desencarnado) nos ofrece un ejemplo muy bueno y que es encontrado en “Los Mensajeros” (FEB) capítulo 38, cuando ella sueña con la abuela desencarnada y hace la interpretación del mensaje recibido.

Otro médico (psiquiatra aun encarnado) muestra la importancia de los sueños para el diagnóstico de la melancolía involucionada, destacándola como un síndrome con características propias de entre las dolencias conceptuadas como depresión mayor. Su conclusión, en los Archivos Brasileños de Medicina, 71 (3): 111-114,1997, se basa en el análisis de 118 casos.

¿Una persona que duerme puede tener conciencia de que está soñando?

Sí, responde el psiquiatra holandés Dr. Frederick Wilem van Eeden, que tuvo la confirmación hecha por el Dr. Stephan Laberge, en la Universidad de Stanford (EUA). La misma respuesta era dada por San Agustín y San Tomás de Aquino (sueños lúcidos).

¿Podemos extender el concepto de sueño a todos los estados alterados de conciencia de los cuales el psiquismo profundo tiende a subir en primer plano, hasta subyugar el YO de la superficie?

¿Podemos participar de mensajes oníricos diurnos? ¿Podemos soñar acostados?

El Dr. M. Kleitmam de la Universidad de Chicago (“Sep and Wakefulness”) demostró que, también de día, la atención consciente se afloja en periodos, de acuerdo con el ritmo que corresponde perfectamente al alternar nocturno del sueño profundo al leve.

El estado de plena “vigilancia consciente” no dura más de un minuto o dos por hora, lo que es una condición indispensable para una cierta eficiencia creadora del intelecto, conforme F. Myers, P. Bunton y aun John Pleiffer (The Human Brain).

Una mujer, delante de un mensaje onírico diurno, interrumpe sus quehaceres domésticos, llama a un taxi y va a encontrar al hijo caído casi muerto al lado de la moto. “¡Lo paranormal es lo normal que aun no comprendemos!”
¿Pueden los Espíritus comunicarse, estando completamente despiertos los cuerpos?“Los Espíritus no se encuentran encerrados en el cuerpo como en una caja; irradia por todas partes. Se sigue que puede comunicarse con otros Espíritus, incluso en estado de vigilia, si bien es más difícilmente.” (Libro de los Espíritus, pregunta 420.)

¿El fenómeno a que se da la designación de doble vista tiene alguna relación con el sueño y el sonambulismo?“Todo eso es una sola cosa. Lo que se llama doble vista es aun resultado de la liberación del Espíritu, sin que el cuerpo sea adormecido. La doble vista o segunda vista es la vista del alma.” (Libro de los Espíritus, pregunta 447.)
¿Cuál es la visión espírita de esos fenómenos?

• Sueños fisiológicos – por influencia orgánica se viven situaciones alucinatorias.
• Sueños pantomnésicos – recuerdos del pasado..
• Sueños premonitorios – aprensión del futuro, sueño profético.
• Sueños espirituales – vivencias en el plano espiritual.

Freud no podía explicar el sueño profético como realización de un deseo recalcado en el inconsciente.
¿Cómo podemos juzgar la libertad del Espíritu durante el sueño?“Por los sueños. Cuando el cuerpo reposa, creelo, tiene el Espíritu más facultad de lo que en el estado de vigilia. Se acuerda del pasado y algunas veces prevé el futuro. (Libro de los Espíritus, pregunta 420).
“El árbol traerá nuevas simientes, de las cuales germinaran nuevos árboles. Todas estaban escondidas en la propia simiente,” (Discurso de Metafísica, Leibniz (1686))

Lincoln vio, en sueños, escenas de su propio velatorio, una semana antes de ser asesinado, relatándolo al amigo Ward Lamon, que escribió el episodio en su diario.

¡Es un monumental determinismo el conocimiento anticipado del futuro! ¿Es posible modificar el “Carma”? ¿Existen las cosas futuras o ellas se encuentran en la NADA, y aun no existen? ¿El sueño profético es contrario al libre albedrío?

Es posible prever acontecimientos derivados del presente. No obstante, ¿cómo prever los que no guardan ninguna relación con ese estado presente? ¿Cómo explicar los que son atribuidos al acaso?

Nostradamus previó la decapitación del Duque y dio el nombre del verdugo, que fue escogido “al acaso”, en la hora. Esto después de 66 años después de la muerte del médico francés (1503-1566). El cálculo matemático de la de la probabilidad de esta predicción estaría en la proporción de uno a cinco millones contra el acaso.
Estando desprendido de la materia y actuando como Espíritu, ¿sabe el Espíritu encarnado cuál será la época de su muerte?“Ocurre que la presiente. También ocurre tener plena conciencia de esa época, lo que da lugar a que, en estado de vigilia, tenga la intuición del hecho. Por eso es que algunas personas prevén con gran exactitud la fecha en que irán a morir.” (Libro de los Espíritus, cuestión 411.)
Pero, cómo entender este sueño que habla del futuro. ¿Cómo explicarlo? Allan Kardec, en el libro “La Génesis” discute el asunto en la “Teoría de la Presciencia”.


Conferencia dada por el Prof. Formiga en el CEMPES, Centro de la Petrobrás, en 1998.

Publicado en la Revista Internacional de Espiritismo, Año LXXIV, número 1, Matâo, en 1998.

Mensaje traducido por Isabel Porras – España 
João Cabral
ADE-SERGIPE
Website: www.ade-sergipe.com.br
Aracaju-Sergipe-Brasil
Em: 05.01.2007-Reenviando em 16.07.2013 

Nenhum comentário:

Postar um comentário