domingo, 31 de janeiro de 2016

Reciclagem Mediúnica - Pergunta VI - Leila Marques Bighetti VIII

XIII - Perguntas VI

22 - Como o Centro Espírita pode ajudar o médium para que as faculdades nascentes cresçam e desabrochem em frutos?
O Centro Espírita necessita estar preparado para oferecer ao médium condições através de todo um conhecimento, aprendizado, estudo de Mediunidade, a fim de que, ele entenda o que se passa, aprenda trabalhar a potencialidade no interesse de que a faculdade se desenvolva em perfeita harmonia.
Será através dos vários cuidados que aprende na "Educação Mediúnica" que entenderá os sintomas; controlará (sob sua direção) a manifestação que entrará em ritmo de equilíbrio; (sem os exageros, gemidos lancinantes, gritos, contorções, murros, batimentos de pés, mãos, estertores ofegantes ou quaisquer outros gestos violentos) entender-se-á, não como alguém que detém a responsabilidade de missão transcendente, mas como humilde servidor; enfim, desfaz-se da idéia de evidência pessoal, neste ou naquele fenômeno buscando na manifestação mediúnica de que participe o sentido moral dos fatos e lições.
23 - Como entender a mediunidade nas crianças?
Recorde-se que mediunidade é processo consciente que se realiza mente a mente, Espírito a Espírito incluindo relacionar-se magnética, mental e moralmente com entidades dos mais variados tipos evolutivos.
Tal consciência, leva Kardec perguntar aos Espíritos na Codificação como entender ou se ater frente à questão recebendo o seguinte esclarecimento:
"Certamente há inconveniente em se desenvolver a mediunidade das crianças. E sustento que é muito perigoso. Porque esses organismos frágeis e delicados seriam muito abalados e sua imaginação infantil muito superexcitada. Assim os pais prudentes as afastarão dessas idéias, ou pelo menos só lhes falarão a respeito no tocante às conseqüências morais."
Em nota acresce o tradutor: "Este é um problema de psicologia infantil que serve mais uma vez para comprovar a natureza e a atitude científica do Espiritismo no trato com os problemas psíquicos. Há crianças que revelam precocemente suas faculdades mediúnicas, mas seria errôneo querer desenvolvê-las e aplicá-las de maneira sistemática. O que se deve dar às crianças em geral é o ensino moral do Espiritismo, preparando-as para uma vida bem orientada pelo conhecimento doutrinário, sem qualquer excitação prematura das faculdades psíquicas que se desenvolverão no tempo devido. (LM 221-6, tradução de J. H. Pires)
24 - O Centro Espírita e a família podem ajudar?
Sem dúvida, unir-se-ão na prece em favor da criança, dos Espíritos que dela tentam se acercar; passes ministrados por companheiros responsáveis; freqüência às aulas da Evangelização onde vai assimilando noções doutrinário-evangélicas compatíveis com sua idade; água fluidificada; orientação aos pais para que entendendo o que se passa, tenham condições de ajudar; Evangelho no lar, favorecendo o ambiente em que vivem para ação dos Amigos Espirituais.
25 - Se a faculdade mediúnica é intrínseca ao médium, pode este dispor dela a seu bel prazer?
Recorde-se que mediunato reflete compromisso de serviço ativo para finalidades específicas na encarnação, a exigir desenvolvimento e aplicação a bem do próximo durante toda a vida do médium. Desse modo, não pode dispor dela no uso que bem entenda. A faculdade, repita-se, existe no indivíduo por necessidade própria, como meio ostensivo de servir ao semelhante. O uso implica em conseqüências.
26 - A mediunidade pode ser retirada em determinadas circunstâncias?
Não se trata de retirar; é uma faculdade própria do indivíduo. O que pode acontecer é os Espíritos afastarem-se, ou não mais poderem se servir daquele médium. Vários fatores levariam a essa situação, por exemplo: o desvios dos fins em uso indevidos, o médium pelo exercício mediúnico tornar-se orgulhoso, egoísta, vaidoso; os propósitos ambiciosos fazendo surgir os profissionais da mediunidade. Frivolidades como ler sorte, traçar prognósticos, adivinhações, profecias inquietantes, explicações sobre "inimigos" de outras eras enfim, toda uma aplicação desencorajadora que leva a enfraquecer a coragem, aniquilar a esperança, nas idéias deterministas de erro, queda ou criminalidade, esquecidos de que a cada instante temos condições de reformar causas, alterar situações. A Providência incessantemente oferece oportunidades e possibilidades para reajuste, armando-nos de recursos dentro e fora de nós.
27 - Afastando-se, não poderiam estes Espíritos serem substituídos por outros? Neste caso como entender a suspensão da Mediunidade?
Sim; pelo uso indevido afastar-se-iam aqueles Espíritos comprometidos com o ideal maior de servir ao semelhante; entretanto, haverá sempre Espíritos prontos a se comunicar e serão de teor moral idêntico ao uso que o médium faz da faculdade.
28 - A perda, suspensão, afastamento dos Bons Espíritos é sempre punição?
Não. Muitas vezes, a interrupção demonstra benevolência, solicitude dos Espíritos para com o médium por exemplo: a) quando o médium está fisicamente debilitado e necessita de repouso. (Neste caso não há permissão para que outros os substituam). B) quando os Espíritos, segundo seus objetivos, precisam ter certeza da paciência e perseverança do médium. C) quando o médium precisa da suspensão para perceber que precisa meditar as instruções recebidas e tirar proveito espiritual delas "(...) Por essa meditação dos nossos ensinos é que reconheceremos os espíritas verdadeiramente sérios. Não podemos dar esse nome, aos que, na realidade, não passam de amadores de comunicações ". (LM 220, 5.°)
29 - Havendo essa perda ou suspensão como pode o médium reconhecer em qual aspecto se enquadra? Quando há censura, quando benevolência?
Basta interrogar sua consciência: qual o uso que faz ou tem feito da sua faculdade? Qual o bem que dela resulta para os outros? Qual o proveito que tem tirado para seu crescimento espiritual?
"No exercício mediúnico, portanto, aceitar o ato de servir por lição das mais altas na escola do mundo.
Lembremo-nos de que assim como a vida possui trabalhadores para todos os misteres, há médiuns na obra do bem, para execução de tarefas de todos os feitios.
Nenhum existe maior que o outro.
Nenhum está livre do erro.
Todos no entanto guardam consigo a bendita possibilidade de auxiliar.
Esse tem a palavra que educa; aquele a mão que alivia e aquele outro a pena que consola. Esse traz a oração que enleva; aquele transporta a mensagem que reanima e aquele outro mostra a força a restaurar.
Usa pois tuas faculdades mediúnicas como empréstimo da Bondade Divina, para que o orgulho te não assalte.
E recorda Jesus, o Medianeiro Divino; em circunstância alguma requisitou a admiração dos maiorais do seu tempo, e sim passou entre os homens, amparando, compreendendo, ajudando e servindo".

À Bibliografia original acresça-se:


  • O Livro dos Médiuns - A. Kardec - 221-6; 220-5.°

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