terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Reciclagem Mediúnica - Pergunta VIII - Leila Marques Bighetti VIII

XV - Perguntas VIII

36 - Junto ao conhecimento o que mais seria desejável?
Como decorrência, aliás, desse conhecimento é imprescindível, prudência, crivo de um julgamento severo (rejeitar nove verdades a aceitar uma mentira - LM, Erasto); caminhar passo a passo sem abdicar da razão, do direito de verificação e exame; buscar aperfeiçoar-se no conhecimento das leis superiores da vida e na prática das virtudes; ter vida reta procurando a verdade com o coração sincero; lutar por conduta elevada, simultânea ao cultivo da inteligência, meditação, desprendimento, e recolhimento "(...) aperfeiçoando-se de dentro para fora".
37 - Haverá situações que não se caracterizando propriamente como perigo, poderiam significar inconvenientes para a boa prática mediúnica?
Sim, há leviandades que se configuram como inconvenientes. Poder-se-ia recordar:
  • o desenvolvimento mediúnico em crianças onde soma-se ao perigo, a imprudência, em razão do organismo débil, imaginação excessiva, inexperiência, falta de discernimento, impressionabilidade etc., etc.
  • o estado físico e mental do médium, onde esse esgotamento, por debilitar-lhe as energias pode torná-lo não tão vigilante, preparado e fragilizado abrir campo a ação de Espíritos inescrupulosos.
  • o estado moral - mediunidade como faculdade independe da moral, contudo sob o ponto de vista de frutos resultantes, esse fator caracteriza-se como importantíssimo, imprescindível, pois sinaliza abertura de campo para sintonizar com Espíritos Bons, devotados ao trabalho do Bem.
  • evocações - porta aberta para que entidades desocupadas, zombeteiras, mistificadoras tragam notícias às vezes espetaculosas, inverídicas ou mirabolantes.
  • os interrogatórios - o objetivo do trabalho mediúnico é servir com abstenção de toda curiosidade. Ao atender os Espíritos que se comunicam oferecer amor, tolerância, respeito, compreensão, levando-o a querer refletir sobre sua atuação e não, à maneira de cadastristas, fazer inquirições que apenas atendem às curiosidades inferiores ou mórbidas.
  • as futilidades - dirigentes, médiuns, cooperadores ligados a assuntos banais, não devem esperar a companhia dos Bons Espíritos e por conseqüência, bons resultados. Trabalho mediúnico não comporta irresponsabilidades, desrespeito, superficialidade, curiosidades, comparecimento por obrigação. É um trabalho de amor onde o entendimento leva a buscá-lo como "privilégio"; a entendê-lo como bênção. Como tal é ele valorizado, sobretudo como oportunidade de aprendizado, de servir oferecendo ao semelhante tudo o que em si já tem ou trás de melhor.
  • desarmonias - ocorridas estas no grupo mediúnico, desestabiliza-o prejudicando o trabalho. Não se busca o grupo perfeito, mas aquele onde haja entendimento, onde se estimem, equilibrados, corretos nas intenções, sinceros, apesar dos naturais problemas humanos, que, em surgindo são trabalhados buscando o equilíbrio no bem-estar de todos.
  • gratuidade - em função do bem, com total desinteresse pelas coisas materiais (entenda-se como interesse qualquer forma de recompensa que abrange qualquer coisa em espécie até simples reconhecimentos, elogios, agrados, aplausos, referências, etc.). Servir em constante doação, dar de si com integral desinteresse.
  • trabalhos isolados em reuniões domiciliares ou recintos estranhos ao Centro Espírita. Nos lares apenas o "Evangelho no Lar", estudos, leituras, a prece.
  • médiuns dirigentes - aquele que detém recursos mediúnicos da psicofonia, psicografia, etc., não dirige trabalho. Como aliás, fazê-lo e simultaneamente abandonar-se ao ato mediúnico? A tarefa do médium é a que corresponde à sua própria condição - oferecer sua faculdade aos desencarnados para que, através dela possam ser ajudados da melhor forma possível, ou dirigir, atento à paz, harmonia tão necessários ao bom desempenho de todos.
  • animismo - fenômeno no qual o médium arroja do passado seus próprios sentimentos, ou se expressa como se ali estivesse um desencarnado a se comunicar. É comum acontecer, principalmente no início do afloramento da faculdade onde o companheiro ainda não tem total discernimento, segurança ou confiança em si mesmo. Pacientemente deve ser amparado, ajudado e certamente transformar-se-á pelo trabalho conjunto em valioso companheiro.
  • mistificações - onde mentes despreparadas, corações invigilantes, propósitos inferiores, cooperam para que as ilusões circulem.
Somar-se-iam ainda várias outras situações que fugindo ao equilíbrio e bom senso poderiam abrir portas, criar situações indesejáveis que desvirtuariam as finalidades do trabalho.
André Luiz em "Instruções Psicofônicas " (46) a respeito das sessões mediúnicas oferta-nos interessantes apontamento que transcrevemos:
"Amigos, cooperando, de algum modo, em nossas tarefas, registraremos algumas notas, que supomos de real interesse para as nossas sessões mediúnicas habituais:
1.° - Acenda a luz do amor e da oração no próprio espírito se você deseja ser útil aos sofredores desencarnados.
2.° - Receba a visita do companheiro extraviado nas sombras, nele abraçando com sinceridade um irmão do caminho
3.° - Não exponha as chagas do comunicante infeliz à curiosidade pública, auxiliando-o em ambiente privado como se você estivesse socorrendo um parente enfermo na intimidade do próprio lar.
4.° - Não condene, nem se encolerize.
5.° - Não critique, nem fira.
6.° - Não fale da morte ao Espírito que a desconhece, clareando-lhe a estrada com paciência, para que ele descubra a realidade por si próprio.
7.° - Converse com precisão e carinho, substituindo as preciosas divagações e os longos discursos pelo sentimento de pura fraternidade.
8.° - Coopere com o doutrinador e com o médium, endereçando-lhes pensamentos e vibrações de auxílio, compreensão e simpatia, sem reclamar deles soluções milagrosas.
9.° - Não olvide, a distância, o equilíbrio, a paz e a alegria, a fim de que o irmão sofredor encontre o equilíbrio, a paz e a alegria em você.

10.° - Não se esqueça de que toda visita espiritual é muito importante, recordando que, no socorro prestado por nós a quem sofre, estamos recebendo da vida o socorro que nos é necessário, a erguer-se em nós por ensinamento valioso, que devemos assimilar, na regeneração ou na elevação de nosso próprio destino".

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