quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Reciclagem Mediúnica - O Passe Pergunta I - Leila Marques Bighetti VIII

XVI - O Passe I - Perguntas

38 - Quando procurar receber o passe? Qual a forma de aplicá-lo? O que pensar da atitude do médium que toca o paciente na transmissão dos passes?
Pelo fato de, muitas vezes, não se entender o que é o passe;
- pelo fato de, a casa espírita não esclarecer, ensinar o que é o passe, é comum haver aqueles que buscam-no indiscriminadamente, pessoas que podendo ter a honra de dar de si, se colocam na posição de só receber.
Entenda-se bem - dar passe não é requisito, não é necessário ser médium de mediunato. O ideal é que, todo aquele que possua saúde física, mental, moral e que tenha regular conhecimento do Espiritismo se integre ao trabalho, aplicando passes naqueles que têm necessidades reais.
Essa é a tese, entretanto, muitas vezes, desfrutando dessa situação de ideal, convivemos em meio a momentos difíceis, onde necessitamos receber essas energias que fortalecendo, restauram e consolam. Daí o bom senso onde cada um sabe, sente se irá ou não ao passe.
Nesse respeito e nesse entender, a casa espírita não pode impor, criar condicionamentos, na obrigatoriedade de que todos os que ali estão, têm que receber o passe. Não" se toma" passe porque o outro toma ou para, segundo uma mentalidade não espírita, acumular fluidos, para quando fique doente, se desequilibre ou precise.
Passe é terapia de superfície, remédio emergencial para os momentos oportunos (para que sua duração se prolongue, se intensifique e permaneça beneficiando, há que contar com a manutenção do clima radiante oferecido pelo receptor) sem as dependências que se transformam em abusos, como aqueles que tomam remédios ou porque têm mania deles ou por falsa idéia de que, tomando-os não adoecerão.
Quanto a forma de aplicá-lo, não há regra padrão. Jesus apenas impunha as mãos. Toda exterioridade, toda encenação e gestos, não têm razão de ser, são inúteis. Basta a simples imposição das mãos para se obter o efeito desejado, para que as energias fluam, e isto não decorre do gestual, mas do desejo sincero na ação de uma vontade que oferece o melhor de si, visando ajudar, servir e amar, segundo a necessidade daquele que ali está. Os Espíritos Responsáveis por esses tratamentos é que "dosam" a quantidade, a qualidade dos fluidos, visando restaurar, reequilibrar o que e aonde, isto ou aquilo. É necessário ao médium esse estado confiante de total abandono, no posicionamento do intermediário do amor, num trabalho que não é dele e que não tem condição de perceber necessidades, nuances e detalhes
Quanto a tocar o paciente, envolve situação delicada onde convém se refletir que:
1.° - não se toca porque não é necessário, não tem razão de ser.
2.° - é princípio básico de educação não se encostar, ficar muito próximo ou tocar pessoas.
3.° - em se tratando, principalmente de sexos opostos, pode produzir, gerar idéias, sensações ou certo mal-estar. Desde que haja um pensamento que modifique a natureza dos fluidos a transmitir, impregna-se ele de vibrações negativas, prejudiciais a quem recebe ou a quem dá o passe.
"Não precisamos tocar o corpo dos pacientes de modo direto. Os recursos magnéticos aplicados a reduzida distância penetram no "halo vital" ou aura dos doentes provocando modificações subitâneas" 1
Evitar ainda certos defeitos, modismos, enxertias como fungar, resfolegar, bocejar, fazer gestos bruscos ou violentos.
39 - É importante para quem dá ou pretende dar passes conhecer sua fundamentação? Por que?
Não só é importante como necessário aprender, conversar, discutir esses aspectos com quem pretende aplicar passes, como o reciclar, aperfeiçoar para quem já participa do trabalho. Dificilmente a casa espírita pára para avaliar essa atividade. É porém, no processo do conhecimento que se aprende e recorda que as energias sutis do passe, não atinge a massa, mas os plexos, os centros vitais, os centros de força, o perispírito, envoltório fluídico do Espírito, que capta a energia e a canaliza, direciona para os departamentos correspondentes.
Será através do estudo, no aprender, no reciclar que se aprende, incorpora a noção, certeza de que passe é atitude de grande unção e que deve ser dado religiosamente, isto é - unção, no sentido de respeito, dignidade, olhando, sentindo o receptor como alguém que se entrega para receber o que temos de melhor, e, religiosidade no sentido de que o encarnado se preparou para oferecer os frutos de um trabalho pessoal que busca renovar-se em Jesus.
Ainda será pelo estudo que se entenderá ser desnecessário o ruído, a gesticulação, o estalar dos dedos, o ritual, o tirar os sapatos ou qualquer outro costume visando o "descarregar energias acumuladas", levantar as mãos para captar fluidos, encostar a cabeça na parede para "recarregar", o tomar passe depois de haver dado passes - superstições, modismos, enxertias - que não encontram respaldo, explicação na Doutrina Espírita.

1 - Mecanismos da Mediunidade - André Luiz

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