terça-feira, 23 de agosto de 2016

Você sabe verdadeiramente orar? Como a prece pode ser agradável a Deus

Ano de 1987. Era um domingo de muito sol e calor. Resolvemos eu e a família fazer uma viagem de trem. 
Iríamos de Rio Claro para Limeira. 
Entramos no trem, estava lotado, não havia lugar para sentar...Corredor cheio, muita gente em pé. 

Estávamos quase chegando a Limeira quando, de repente, um jovem começou a esbravejar, esticular, falar alto, mostrando-se muito inconformado. 

Chamou a atenção de todos. Dizia 

"- Como pode? 

Essa senhora ao seu lado, está há três horas em pé, com uma criança no colo balançando para cá e para lá, segurando com dificuldade, quase caindo, e ele está ali lendo a Bíblia o tempo todo, como se nada tivesse acontecendo à sua volta! " 

Um senhor bem vestido, paletó e gravata, sentado confortavelmente lia a bíblia. 

O jovem indignado acrescentava 

"- Do que adianta ler a bíblia? 

E não ser solidário, esquecer o próximo, a caridade? " 

Em Rio Claro, um dia, após terminar uma palestra sobre a prece, uma senhora me procurou e disse: 
- Moço posso falar com o senhor? E, enquanto o povo saía, ela falou : 
"- Sabe moço, eu orava todos os dias 40 minutos, ali contados no relógio - E NÃO SABIA... NÃO SABIA QUE ORAR É VIVER! As palavras são só complementos de nossas atitudes na vida!" 

Fiquei feliz em saber que ela havia entendido o recado da palestra. 

Muitas pessoas fazem preces, até muitas vezes ao dia. Mas suas vidas não correspondem aos ensinos de Jesus. 

Alex Carrell argumentava " Não há sentido em orar-se pela manhã como 
um santo e viver-se como um bárbaro o resto do dia". 

O verdadeiro fermento da prece, para que ela se eleve, são os bons sentimentos que devemos cultivar no dia a dia. 

O sentimento do perdão, da solidariedade, do amor, da compreensão, da paciência, da caridade... 

SE NÃO CONSTRUÍMOS E PRATICAMOS ESSES SENTIMENTOS COMO VAMOS TÊ-LOS IMPULSIONANDO AS NOSSAS PRECES A DEUS? 

Elas serão apenas palavras. 

POR ISSO JESUS DIZIA: - QUANDO ORAR, FAÇA PRIMEIRO AS PAZES COM O SEU IRMÃO SE QUER QUE SUA ORAÇÃO SEJA AGRADÁVEL A DEUS. 

Perdoa o seu irmão se quer o perdão de Deus. QUERIA DIZER, ORAÇÃO PRECISA DE AÇÃO! Ela tem que ter o suporte do seu merecimento, da sinceridade, dos bons sentimentos. 

SEM A PRÁTICA DO BEM EM NOSSAS VIDAS, 
A PRECE TERÁ POUCO SENTIDO. 

Dizia o pensador Wladimir Lindemberg 

"Quem se abriga em Deus por suas boas ações, pouco necessita de palavras, basta um suspiro dirigido 
a Deus e Deus ouve." 
............... 

QUANDO ORARDES ( Vejam o que diz Emmanuel) 

- E, quando estiverdes orando, perdoai. 
Jesus. (Marcos, 11:25). 

A sincera atitude da alma na prece não obedece aos movimentos mecânicos vulgares. Nas operações da luta comum, a criatura atende, invariavelmente, aos automatismos da experiência material que se modifica de maneira imperceptível, nos círculos do tempo; todavia, quando se volta a alma aos santuários divinos do plano superior, através da oração, põe-se a consciência em contato com o sentido eterno e criador da vida íntima. 

EXAMINE CADA APRENDIZ as sensações que experimenta em se colocando na posição de rogativa ao Alto, compreendendo que se LHE FAZ INDISPENSÁVEL A MANUTENÇÃO DA PAZ INTERNA perante as criaturas e quadros circunstanciais do caminho. 

A mente que ora, permanece em movimentação na esfera invisível. 

As inteligências encarnadas, ainda mesmo quando se não conheçam entre si, na pauta das convenções sociais, comunicam-se através dos tênues fios do desejo manifestado na oração. 

Em tais instantes, que devemos consagrar exclusivamente à zona mais alta de nossa individualidade, expedimos mensagens, apelos, intenções, projetos e ansiedades que procuram objetivo adequado. 

É digno de lástima todo aquele que se utiliza da oportunidade para dilatar a corrente do mal, consciente ou inconscientemente. 

É por este motivo que Jesus, compreendendo a carência de homens e mulheres isentos de culpa, lançou este expressivo programa de amor, a benefício de cada discípulo do Evangelho: 

- E, QUANDO ESTIVERDES ORANDO, PERDOAI. 

Emmanuel 

Pão Nosso - Psicografia: Francisco Cândido Xavier - Ed.: FEB.

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