segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Porque devemos orar

(J. Garcelan) 

Conversando com amigos que professam religiões diferentes, mas de mente e corações abertos ao diálogo, todos são unânimes quando se referem à maioria dos freqüentadores dos templos, igrejas, mesquitas e centros espíritas. Essa dita maioria, que não conhece a bíblia, tanto o Novo como o Velho Testamento, como tive a oportunidade de escrever em outro artigo publicado no jornal O clarim/julho/08 – “O Mundo ainda não Assimila a Boa Nova” vão em busca de alívios imediatos. Procuram na verdade, o “milagre”, uma solução mágica para resolver problemas criados por eles mesmos ao longo de uma existência materialista, cheia de vícios morais e materiais. 

“Esses devotos”, desesperados, procuram meios místicos, apelam para vários santos além de fazerem promessas em que flagelam o corpo para conseguiram o benefício que os aliviará das dívidas feitas além de suas posses, doenças contraídas em razão da gula e, como disse acima vícios materiais e morais que certamente não deixarão de lado, pois não têm consciência que todo o mal que o rodeia é em razão de seu comportamento. 
Se conhecerem a Bíblia, verão na história de Moisés (Primeira Revelação) todo o significado do mal e suas conseqüências. No Novo Testamento, ou o advento de Jesus Cristo (Segunda Revelação), descobrirão o caminho a ser traçado para uma vida melhor, sem tropeços. No Evangelho Segundo o Espiritismo, juntamente com os demais livros que compõem o Pentateuco – Livro dos Espíritos, Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno e A Gênese – (Terceira Revelação), finalmente terão o esclarecimento de onde viemos, o que somos e para onde vamos. 

“Os Espíritos não podem aspirar à felicidade perfeita senão quando são puros; toda a mancha lhes interdita a entrada nos mundos felizes. Tais são os passageiros de um navio atingido pela peste, as quais a entrada de uma cidade é interditada até que sejam purificados. É nas suas diversas existências corporal que os Espíritos se despojam pouco a pouco de suas imperfeições. As provas da vida adiantam, quando bem suportadas; como expiações, elas apagam as faltas e purificam; é o remédio que limpa a chaga e cura o enfermo; quando mais grave é o mal, mais o remédio deve ser enérgico (...)”. Este trecho pertence ao item 10 do Capítulo V – Bem- Aventurados os Aflitos - Causas Anteriores das Aflições – do Evangelho Segundo o Espiritismo (edição INSTITUTO DE DIFUSÃO ESPÍRITA/1984). 

Ignorância ou o medo de enfrentar uma realidade? Prefiro acreditar nesta última opção, se bem que não enfrentar a realidade pode sugerir ignorância. O jogo de palavras é necessário para explicar bem a situação de uma população que desconhece o que realmente é. Talvez o avestruz que esconde apenas a cabeça para fugir do desconhecido (ou inimigo). 

Deus e entidades tidas como sacras por religiões várias, são evocados em situações as mais variadas de maneira fútil. Jogadores de futebol (entre outros esportes) evocam o Criador ou santos de sua preferência para ganharem a partida. Fazem-no sem raciocinar, pois julgam que Deus está apenas de seu lado. Este é um exemplo para infinitos casos semelhantes. Pedem para ganhar na loteria, para resolver casos de amor, etc. 
O Capítulo XXV do Evangelho Segundo o Espiritismo – BUSCAI E ACHAREIS e que tem como subtítulo “Ajuda-te, e o céu de ajudará”, diz: 1. Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e abrir-se-vos-á – Porque todo o que pede, recebe; e o que busca, acha; a quem bate, abrir-se-á. – Ou, qual de vós porventura é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? – Ou, porventura, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? – Pois se vós outros, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhos pedirem? (São Mateus, Cap. VII, v. 7 a 11). 

Em seguida o item 2. Diz: Do ponto de vista terrenal, a máxima: Buscai, e achareis, é análoga a ajuda-te, e o céu te ajudará, e concentra o princípio da lei do trabalho e, – como corolário – a lei do progresso, visto como o progresso é filho do trabalho e é este quem movimenta as forças da inteligência. (...) (edição- Livraria Allan Kardec Editora/1967). 
Assistindo a um filme de procedência norte-americana, bem espiritualista de nome “Desafiando Gigantes”, dele extraí o texto proferido por um dos protagonistas que diz: “– Ouvi uma história sobre dois fazendeiros que precisavam de chuva. Ambos rezaram pedindo pela chuva, mas só um deles saiu e foi preparar o terreno para recebê-la. Qual deles você acha que pela fé Deus mandaria a chuva ? Respondeu o interlocutor: – aquele que preparou o campo”. 
Este pequeno diálogo exemplifica bem o capítulo do Evangelho mencionado. 

Além disso, “Orar e vigiar”, quer dizer, comportar-se condignamente de acordo com a boa moral e costumes evitará “companheiros indesejáveis”, tanto espirituais como encarnados. 

“Fé inabalável, só é a que pode encarar frente a frente à razão, em todas as épocas da humanidade” (Allan Kardec) e “Fora da Caridade não há Salvação” (Cap. XV do Evangelho Segundo o Espiritismo), são frases que devem fazer parte do cotidiano de cada cristão. 

E para encerrar, transcrevemos o primeiro parágrafo do Preâmbulo do Capítulo XXVIII, Coletânea de Preces Espíritas, do Evangelho Segundo o Espiritismo (edição Instituto de Difusão Espírita/84). “Os Espíritos sempre disseram: a forma não é nada, o pensamento é tudo. Orai, cada um, segundo as vossas convicções e o modo que mais vos toca; um bom pensamento vale mais que numerosas palavras estranhas ao coração.”(...).

Nenhum comentário:

Postar um comentário