terça-feira, 30 de dezembro de 2014

SOBRE AMORES MATERNAIS Belvedere Bruno

Quando pensamos que todos os caminhos já foram percorridos e uma calmaria do tipo acomodação vai se instalar na vida, eis que surgem ciclones, maremotos, vulcões... 

A quem recorrer nessa altura da vida? Onde encontrar apoio? Fatos começam a se delinear, provando o quanto necessitamos uns dos outros. Uma palavra, um gesto de aceitação fazem com que o mundo perca a tonalidade gris e adquira tom azul. Para mim, a esperança sempre foi azul. 

Observando nossos pais envelhecerem, o que pensamos é que passarão a depender exclusivamente de nós. Esquecemos a força que eles têm, e o quanto podem se agigantar diante das necessidades de um filho.

Em tempos de tsunamis, precisei desesperadamente de ajuda. Não sabia de onde viria. Caminhava em linhas tortas e, intimamente, perguntava qual seria o rumo certo; foi quando senti que mãos firmes me tocavam, e ternos abraços me afagavam, aquietando meu ser e indicando caminhos. Era ela, minha mãe, me oferecendo colo e entoando acalantos. Era o amor falando mais alto, ultrapassando qualquer barreira imaginária.

Não fosse assim, as alegrias que agora colorem meus dias não existiriam, soterradas por pré-conceitos e indiferenças. Restaria em mim um sorriso travado pela desesperança.

Decerto, mereci o bálsamo para a minha alma, quando, de súbito, ela se viu fora de prumo. O mundo, felizmente, voltou a ter a predominância do tom azul em seu colorido.

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