domingo, 14 de dezembro de 2014

O HOMEM DEPOIS DA MORTE


No momento em que acaba de deixar a vida no plano físico, o espírito passa a ser um espírito errante, e logo que tem a percepção do fim da vida na matéria muitos ficam em um estado de confusão, de perturbação, tudo está confuso ao seu redor; ver o seu corpo físico, e se o seu desencarne foi por morte trágica, como violentas, por suplicio, suicídio ou acidentes, os laços se rompem bruscamente, e se não possuía entendimento de vida após morte é que entra mesmo em tais estados relatados antes; pois se ver e se sente vivo, compreende que esse corpo que está vendo é o seu, e não entende por que está separado dele. Assim, precisa de algum tempo para se reconhecer, por está atordoado, como se estivesse no estado de uma pessoa saindo de sono profundo e que procura inteirar-se da sua situação. Continua a se ver sob sua forma anterior, e esta visão produz, em alguns, durante um tempo, a ilusão de se acharem ainda vivos; nisto precisam da experiência do seu novo estado para se convencerem da nova realidade.




Quando acaba esse primeiro momento de perturbação, o corpo físico se lhe torna uma vestimenta velha da qual está despojado e não tem saudade; pois sente-se mais leve e livre de um fardo; sem sentir dores físicas e estando muito feliz de poder se elevar, percorrer o espaço. Apesar, da ausência do corpo, percebe que a sua personalidade é a mesma; o seu “novo corpo” tem a forma que tinha antes, mas uma forma que não oprime, nem embaraça; tendo, enfim, a consciência de seu eu e de sua individualidade.


Como vimos nas postagens anteriores, a perturbação após morte é muito variável; pode ser de algumas horas apenas; como de vários dias, de vários meses e mesmo de vários anos. Ela é curta naqueles que, durante a vida corpórea, se identificava com seu estado futuro, porque compreendem imediatamente sua situação.


As sensações que a alma experimenta nesse momento são também muito variáveis; a perturbação que segue a morte nada tem de penosa para o homem de bem; ela é calma e em tudo semelhante à sensação que acompanha um despertar pacífico. Para aquele cuja consciência não é pura e que está mais preso à vida corporal que à espiritual, ela é cheia de ansiedade e de angústias que aumentam à medida que ela se reconhece; porque então ela está tomada de medo e de uma espécie de terror em presença daquilo que vê, sobretudo daquilo que entrevê.


Na sua nova situação, a alma vê e ouve o que via e ouvia antes da morte, mas vê e ouve outras coisas que escapam à grosseria dos órgãos corporais; ela tem sensações e percepções que nos são desconhecidas.


Como sabemos, a lucidez das idéias e a memória do passado lhe retornam à medida que se desfaz a influência da matéria da qual acaba de se libertar, se dissipa a escuridão que esconde seus pensamentos. 



"A vida espiritual é a vida normal;
a vida corpória é uma fase temporária da vida do espírito."
Allan Kardec



Fonte: O que é o Espiritismo
O Livro dos Médiuns

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