quinta-feira, 29 de maio de 2014

Obsessão por Fascinação e por Subjugação


Na postagem anterior, procuramos deixar claro o que se entende por obsessão simples. A intenção foi auxiliar a todas as pessoas que, em algum momento, sofrem a influência de espíritos inferiores (que muitas vezes são mais zombeteiros do que maus) e disso não se apercebem. Conforme foi dito, todos nós sofremos a influência dos nossos irmãos desencarnados que carecem de evolução, em maior ou menor grau. Tratando-se de um fato corriqueiro, a doutrina espírita qualifica tal intervenção como obsessão simples.


Ocorre que além da obsessão simples, há ainda duas outras espécies de obsessões: uma é a obsessão por fascinação e outra é a que se dá por subjugação. Apesar de serem notadas em um menor número de pessoas, elas são de solução (ou dissipação) mais complicada.



A fascinação pode ser conceituada como uma ilusão criada diretamente pelo espírito obsessor no pensamento do obsediado e que lhe retira a capacidade crítica de verificar se tal pensamento é de boa qualidade. A pessoa fascinada jamais se considera enganado. O espírito obsessor consegue inspirar-lhe uma confiança cega, impedindo-o de ver a mistificação e de compreender o absurdo das suas palavras, dos seus gestos, das suas crenças, mesmo quando isso é facilmente notado por todos que cercam o fascinado. Em certos graus, o ser fascinado acaba acreditando que a mais ridícula das linguagens alcança ares de sublimidade. Há que se deixar claro que não são somente as pessoas sem cultura, ignorantes e desprovidas de senso que podem ser alvo da fascinação. As criaturas mais instruídas e inteligentes também podem ser fascinadas, de tal modo que fica claro que a interferência se dá por uma causa externa e, não, a uma falta de capacidade intelectual do obsediado.


Por essas razões, a cura de uma obsessão por fascinação é muito mais difícil, haja vista que o obsediado não procura e não aceita ajuda. E assim ocorre, porque o espírito obsessor conduz o fascinado como se faz a um cego, podendo levá-lo a aceitar as doutrinas mais absurdas e as teorias mais falsas como sendo as únicas expressões da verdade.


O fascinado pode estar usando palavras como caridade, humildade e amor a Deus para expressar suas opiniões, mas, se analisarmos o fundo da mensagem que está transmitindo, veremos os sinais de sua inferioridade, que só o fascinado não percebe; e por isso mesmo ele teme, mais do que tudo, as pessoas que vêm as coisas com clareza. O espírito obsessor procura, na maioria das vezes, afastar o fascinado de qualquer pessoa que possa abrir-lhe os olhos.


Já a subjugação é um envolvimento que produz a tomada (total ou parcial) do controle do corpo do obsediado, fazendo-o agir mesmo contra a sua vontade. O obsediado por subjugação atua como se fosse uma marionete nas mãos do espírito obsessor.


No caso da subjugação, o espírito obsessor age sobre os órgãos materiais, provocando movimentos involuntários. Muitas vezes, mesmo contra sua vontade, o obsediado comete os atos mais ridículos. Podemos relatar exemplos em que o subjugado fica nu em plena praça pública (mesmo tendo perfeita noção de que tal ato atenta contra a moral e os bons costumes). Outras vezes, sente um peso irresistível nos ombros e é obrigado a se jogar no chão. Há, ainda, obsediados que falam sozinhos, abanam as mãos ou batem os pés sem parar. Outros soltam grunhidos e batem com a cabeça na parede. Para a grande maioria das pessoas ele não passa de um louco. Ocorre que os sanatórios estão repletos de obsediados que teriam uma melhora muito mais rápida se fossem submetidos a sessões de desobsessão, mas, infelizmente, a medicina ainda não costuma aceitar esse tipo de tratamento espiritual (exceto, obviamente, para os internados nos hospitais espíritas).


Necessário se faz esclarecer que a obsessão por fascinação pode ser de difícil interrupção e/ou pode mesmo não ser afastada durante toda uma encarnação. E isso se dá porque, repita-se, o obsediado por fascinação se nega a ser ajudado e se nega a admitir a influência do espírito desencarnado. Já o subjugado tem a exata noção de que uma força espiritual o domina e, quando lhes são explicados os fatos, ele quer ser ajudado e, apesar de a desobsessão demandar um longo tratamento, na maioria das vezes há solução para os casos de subjugação.


Finalizando, é interessante notar que não há que se falar em vítimas de obsessões. Só há obsessores porque os obsediados são devedores, e onde está o devedor aí estará também o cobrador. O intercâmbio espiritual é uma via de mão dupla e, por isso, é necessário que o encarnado se interesse pela sua libertação, realizando a reforma íntima e, muitas vezes, pedindo perdão ao espírito obsessor. Na nossa faixa de evolução, somente a aplicação dos conselhos contidos no Evangelho de Jesus pode fazer com que haja educação de ambos os interessados (obsessor e obsediado) e, sendo assim, com o passar do tempo, ambos podem acabar se tornando, inclusive, amigos.


Por isso, é interessante que acabemos com todas as nossas inimizades enquanto estamos na vida corporal, evitando que esses débitos adquiridos sejam objeto de cobrança nesta vida ou em uma vida futura. Como disse o Cristo: Reconciliai-vos o mais depressa com o vosso adversário enquanto estais com ele no caminho, para que vosso adversário não vos entregue ao juiz e que o juiz não vos entregue ao ministro da justiça, e que sejais aprisionado. Eu vos digo, em verdade, que não saireis de lá enquanto não houverdes pago até o último ceitil.


Um inimigo encarnado nos dá a condição de nos esquivarmos dele. Todavia, a partir do momento que esse inimigo passa para o mundo dos espíritos errantes, nós teremos muito mais dificuldade de nos defendermos dele, ao passo que ele terá o recurso da invisibilidade e poderá nos atormentar e vir cobrar o que lhe devemos. Por essa razão, é muito mais inteligente que resolvamos todos os problemas que temos com nossos adversários enquanto estamos nessa vida para que, no futuro, não haja motivos para sermos cobrados pelos nossos irmãozinhos que carecem de evolução.

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