domingo, 25 de maio de 2014

O Dever de Combater a Auto-Obsessão


Apesar de haver muitas formas de obsessão, vamos nos focar, nesse artigo, na auto-obsessão, que nada mais é do que a capacidade inata (as vezes inconsciente) de nos prejudicar, mantendo em nós mesmos aquilo que nos aflige. Aliás, é necessário que se diga que a auto-obsessão é bem mais comum do que imaginamos.



A influência espiritual na vida das pessoas é bíblica, não foi inventada pelo espiritismo. Quem lê os textos sagrados com cuidado percebe facilmente que era uma crença arraigada no povo judeu e outros, a influência de espíritos desencarnados, de "espíritos imundos" causando doença, loucura, idiotia, etc.


Evidentemente que há influência espiritual que vem de fora, mas, conforme já foi dito, hoje vamos manter o foco, apenas, na auto-obsessão. Há estudiosos da psicologia que entendem ser crescente o número de pessoas que são usuária de drogas, de álcool e de cigarro, além do aumento da obesidade, que têm em comum a necessidade que temos de manter em nós o sofrimento. Um obeso, por exemplo, cita, muito frequentemente, que a obesidade é a causa do seu fracasso profissional, do relacionamento conjugal, etc... Se essa pessoa emagrecer, ela não tem em quem colocar a culpa. E nós sempre precisamos ter alguma coisa para colocar a culpa.


Nos atendimentos que realizamos às pessoas que comparecem desesperadas na casa espírita, notamos que a ligação com o passado é tão forte, que simplesmente essas pessoas não conseguem se desligar dos padrões de comportamento adotados em vivências diversas que já tiveram. Daí surgem os conflitos, entre a teoria e a prática. É o famoso “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Todos temos esse comportamento em maior ou menor grau, e isso não se constitui em desvio de caráter ou falsidade. Isso se dá pelo fato que vivenciamos no mundo inteiro uma abertura, uma mudança de paradigma que nos coloca frente a ensinamentos maravilhosos e nos provocam uma inequívoca vontade de mudança profunda, mas, muitas vezes, não temos a coragem de adotar um comportamento conforme as verdades que vamos apreendendo.


Conhecereis a verdade e ela vos libertará, dizia o Cristo. Todas as religiões vivem esse momento especial, cada uma a seu modo. A física quântica está demonstrando que a vida não começa no berço e não termina no túmulo. Isso nos dá uma responsabilidade enorme por sabermos que o caminho da vida é imenso e que ainda temos muito a percorrer para alcançar a nossa libertação individual, para nos desprender do nosso passado de culpas e mágoas.


Em vista disso, temos de tomar cuidado para não deixar que a auto-obsessão torne a nossa caminhada espiritual improdutiva. Ela tem dois lados opostos. Podemos nos cobrar demais e transformar nossa vida num eterno “pecado” onde tudo é errado. Podemos, também, boicotar nossa evolução, nos agarrando em nossas convicções que nos mantém imantados a erros primários.


Não podemos deixar que a auto-obsessão sirva como impedimento para alcançar um grau evolutivo maior e melhor. É bem verdade que temos a eternidade para evoluir, mas podemos começar agora, nos libertando de preconceitos, de mágoas, de culpa, de raiva. Que a cada dia, possamos ter coragem de enfrentar as situações que aparecem em nossa vida, sempre sabendo que a melhor maneira de enfrentar uma situação é com altivez. Como dizia Paulo, o apóstolo do Cristo, que a nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas, sim contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais.


O nosso espírito, mesmo que habitando em um corpo que possa ter vários defeitos, deve encarar a vida como uma escola, que está preparando-o para mais altos cometimentos. Ainda nos dizeres de Paulo: ainda que o exterior se corrompa, o interior se renova, dia-a-dia.


Que todos os dias, independente da nossa condição física, tenhamos uma ótima experiência espiritual. Que ao findar de cada dia, possamos ver que na impediu que conquistássemos mais um degrau, na grande escada evolutiva que nos aguarda.




Muita Paz!

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