Para o
espiritismo não existem médiuns "possuídos" por espíritos, mas sim a
influência de espíritos obsessores simples, fascinados e subjugados.
Por Monica Buonfiglio
Allan
Kardec assim orienta: a obsessão é uma influência de um espírito desencarnado,
malévolo, sobre um encarnado que pode ocorrer também entre encarnado para
encarnado e encarnado para desencarnado. A faculdade mediúnica é para os
obsessores apenas um meio de se manifestarem; na sua falta, tentarão outras
maneiras para perturbarem. Eles conseguem exercer influência sobre certas
pessoas e podem se prender àqueles com que têm forma de pensar semelhante
naquele momento da sua vida.
Existem
médiuns que são perseguidos e passam a agir de maneira grosseira e até obscena,
ficam alheios a qualquer raciocínio; quando criticados se melindram e fazem
teimar com aqueles que não partilham da sua atenção. De acordo com a doutrina
espírita, devemos repelir o obsessor da mesma maneira que fechamos nossa casa
aos importunos.
Mesmo as
melhores pessoas podem em algum momento ter problemas com os obsessores, mas
não há pior cego do que aquele que não quer ver, e ninguém pode curar um doente
que se obstina em conservar sua doença e nela se compraz. Em trinta anos de exercício
mediúnico, afirmo que a grande maioria dos obssediados está semi-inconsciente
(98%) enquanto que poucos ficam inconscientes (2%) ou seja, apesar da ação
inoportuna existe a consciência do que está ocorrendo.
Porém,
não é proibindo alguém de frequentar um centro espiritual que irá cessar o
problema, ao contrário: ele deve entender que é o único responsável para obter
o poder de resistir, o que é evidentemente mais fácil do que lutar contra sua
própria natureza mediúnica.
Para o
espiritismo não existem médiuns "possuídos" por espíritos, mas sim a
influência de espíritos obsessores simples, fascinados e subjugados.
Obsessores
simples
O médium sabe que está sob a má influência, pois tudo o que fala tem a intenção
de criar obstáculos a todo tipo de comunicação. Nesta categoria podemos citar a
obsessão física, que consiste nas manifestações ruidosas e obstinadas de certos
espíritos através de pancadas ou outros ruídos.
Obsessores
fascinados
Produzem uma ilusão sobre o pensamento do médium que paralisa de algum modo sua
capacidade de julgar seus atos. É um erro acreditar que esse tipo de obsessão
pode atingir somente as pessoas simples; os mais inteligentes não estão isentos
disso. A sua tática é quase sempre inspirar o médium a se distanciar de todo
aquele que possa lhe abrir os olhos. Assim, evitando a contradição, estão
certos de ter sempre a razão.
Obsessores
subjugados
Paralisam a vontade do médium e o faz agir fora da sua normalidade. Está, numa
palavra, sob um verdadeiro jugo. A obsessão corporal muitas vezes tira do
médium a energia necessária para dominá-lo - é preciso a intervenção de uma
segunda pessoa que, agindo com sua superioridade moral, se impõe aos espíritos.
Como
evitar os obsessores?
Você já deve ter conhecido pessoas que só reclamam. Neste caso, o espiritismo
orienta que devemos destruir esse domínio, colocando-se em guarda com seu anjo,
a ponto de a ação do obsessor sucumbir.
Por
melhor que seja o caráter de alguém, os motivos da obsessão variam, mas sua
única intenção é o desejo de fazer o mal; como sofrem, querem fazer os outros
sofrerem; sentem prazer em atormentar o médium e os mais próximos. Esses
espíritos agem por ódio e inveja do bem; é por isso que atormentam as pessoas
mais honestas.
Dois
fatores se mostram essenciais: provar ao obsessor que é impossível enganar o
médium e cansar-lhe a paciência ao se mostrar mais paciente do que ele. Quando
ele estiver convencido de que perde seu tempo, acabará por se retirar, como
fazem os importunos a quem não damos ouvidos.
O médium
deve fazer um apelo fervoroso ao seu anjo protetor (quando médiuns experientes
o orientam, o obsediado diz que já rezou, porém não o fez) e tratá-lo com
firmeza, orando em nome de Deus, Jesus e seu anjo da guarda. O problema é que,
muitas vezes, essa é a única maneira que o médium tem de expor seu desagravo
diante uma situação.
Como
saber se o médium está obsediado?
- O propósito é o de constrangimento
- Chocam o bom senso
- Persistência na comunicação (escrita, audição ou visual)
- Crença na infalibilidade da sua comunicação
- Ele se afasta das pessoas que podem lhe fazer advertências úteis
- Age ou fala contra sua vontade
- Ruídos e desordens acontecem ao seu redor.
Conselhos
gerais:
Não existe nenhum procedimento material, nenhuma fórmula e, principalmente,
palavras sacramentais que tenham o poder de afastar os obsessores. O que não
pode faltar ao médium é força de vontade suficiente para tomar uma atitude. Não
se pode atribuir à ação direta dos maus espíritos todo dissabor que esteja
acontecendo na sua vida. Muitas vezes, os problemas são a consequência da
negligência ou da imprevidência.
Também
sabemos que 35% da população mundial têm experiências místicas e a medicina
aceita estes fenômenos, mas não se pode descartar a possibilidade de problemas
psicológicos ou psiquiátricos, onde tudo deve ser averiguado.
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