quarta-feira, 2 de abril de 2014

Família na Atualidade

Ao nos questionarmos sobre o porquê de tantas desgraças nas famílias, não nos esqueçamos: Deus a nenhum de nós falta, faltou ou faltará. Não deixemos de crer que uma força bendita nos rege e que cabe a cada um se envolver nela.

Assim como o som atravessa a massa atmosférica, o pensamento o faz no fluido universal, em níveis de expansão muitíssimo maiores, levando os nossos bons fluidos, se tivermos fé, para auxílio nosso e de todos os demais que se encontrem em situações desesperadoras.

Com o progresso material, modificamos nossos hábitos e, consequentemente, ao recapitularmos nosso convívio familiar de outrora e os compararmos aos de hoje, podemos observar as alterações ocorridas, variando a forma de acordo com as épocas, regiões e até as maneiras disciplinares que eram aplicadas.

Era uma prática comum na educação que, quando os adultos estivessem conversando, as crianças não poderiam interromper ou, mesmo, transitar entre os circunstantes.

À parte algumas condutas extremadas, considerando o equilíbrio, perdemos as rédeas da educação ao longo das décadas. Sem saber direcionar a liberdade conquistada, o homem adulto, desorientado, não soube se conduzir na criação de seus filhos. A permissividade preconizada pela psicologia moderna, pregando o direito de escolha desde a tenra idade, surgiu como o reverso à repressão austera dos tempos idos.

A falta de equilíbrio nos fez oscilar entre extremos, mostrando nossa imaturidade para usufruirmos da liberdade a nós concedida. A conquista de emancipações e direitos, se canalizados por nós, homens e mulheres, com maturidade, serviria de aprimoramento e evolução na condução de nossa caminhada e, desse modo, a educação de nossos filhos seria melhor e mais aprimorada que a de nossos antecessores.

Mas, se erramos ao longo do caminho, o Pai, como todos os pais que querem a nossa melhora, nos concede novas oportunidades.

A vida continua, nós somos eternos e é sempre tempo de
recomeçar, fazer, trabalhar.

Às vezes, ouve-se falar em casamento como instituição falida ou até de “museu da família”, este último em alusão ao que perdemos de bom dos convívios de outrora.

Ora! Já se disse que, se não precisássemos de mãe para nascer, sairíamos da casca de um ovo.

A família se inicia com a união de duas pessoas; elas devem ter responsabilidade para receber um novo ser e os compromissos são dos três. Esta é a oportunidade divina para o resgate, entendimento, amizade e o verdadeiro amor que, se alcançado, substituirá prováveis algemas por laços de união.

Como se explicam essas dolorosas notícias de violência e abuso sexual entre pais e filhos, vindas de localidades diversas, que ferem nossas fibras mais sutis, por já não aceitarmos tal barbárie em nossos dias?

Se entendermos que o mundo não é apenas este; que a vida não se extingue e nem se resume a uma única encarnação; que Deus rege o Universo e que, sendo Ele perfeito, não poderia haver injustiças, temos que admitir que nada é por acaso e que o homem responde, segundo a Lei de Causa e Efeito, por todos os erros cometidos ao longo de sua existência, sendo-lhe concedida sempre a oportunidade de arrependimento e correção das faltas do passado. Assim, não há vítimas, embora um erro não justifique o outro, como diz o Evangelho: “É necessário que venha o escândalo, mas ai daquele por quem vem o escândalo”.

Deus nos concede oportunidades e a família é um campo vasto para as correções. O núcleo familiar é o começo de tudo, daí a necessidade de o homem utilizar sua inteligência para aquilatar a importância que esta (a família) tem no contexto mundial. A educação não começa na escola, nela apenas desenvolvemos a parte intelectual. A moral, os bons costumes, a valorização de um caráter íntegro, digno e correto devem se iniciar e se aprimorar no âmbito familiar, desde a concepção, com os hábitos e procedimentos dos pais. Lembremo-nos de que este indivíduo sairá do lar e ocupará um lugar na sociedade, quiçá na posição de um
estadista, governando uma nação.

Como reclamar de nossos governantes se nós os elegemos e os mesmos pertencem à mesma sociedade de cuja educação também participamos? Como estamos nos reeducando e educando nossos filhos?

Para fortalecermos as nossas convicções, o nosso ânimo e unirmos diariamente os pensamentos com o mais Alto, faz-se necessária a oração. Orar é conversar com Deus, é unir nossos pensamentos àqueles que permanecem na Espiritualidade e vibram por nós para que atinjamos nossos objetivos de resgate e entendimento assumidos antes de reencarnarmos. Eles, por nos amarem, torcem pelos nossos acertos. A oração, assim, passa a ser um refrigério para o nosso espírito, para a recuperação das energias que tanto gastamos com os problemas materiais. Harmonizemos o nosso lar com a prática da
prece e eduquemos os nossos filhos, direcionando os para que, desde cedo, aprendam a não buscar a felicidade nas coisas terrenas, auxiliando-os a se perderem pelas imperfeições que possam trazer de seu passado. Dessa maneira, estaremos, verdadeiramente, nos permitindo o auxílio dos amigos espirituais e dando as condições possíveis para que a criança, que
recebemos, seja educada e cresça não só na matéria, mas, principalmente, no campo moral.
Este é o único legado que nossos filhos poderão levar, ao retornarem à pátria espiritual.

O Evangelho no Lar é o remédio indicado para todos os lares, sem contra indicação. Que possamos viver em lares, não importa que sejam construções suntuosas ou modestas, higienizando-os com o Evangelho e pensamentos salutares.

Por Rosangela


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