quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Lesões Afetivas


Um tipo de conselho raramente lembrado: o respeito que devemos uns aos outros na vida particular.


Caro é o preço que pagamos pelas lesões afetivas que provocamos nos outros.


Nas ocorrências da Terra de hoje, quando se escreve e se fala tanto, em torno de amor livre e de sexo liberado, muitos poucos são os companheiros encarnados que meditam nas consequências amargas dos votos não cumpridos.


Se habitas um corpo masculino, conforme as tarefas que te foram assinaladas, se encontraste essa ou aquela irmã que se te afinou com o modo de ser, não lhe desarticules os sentimentos, a pretexto de amá-la, se não estás em condição de cumprir a própria palavra, no que tange a promessas de amor. E se moras presentemente num corpo feminino, para o desempenho de atividades determinadas, se surpreendeste esse ou aquele irmão que se harmonizou com as tuas preferências, não lhe perturbes a sensibilidade sob a desculpa de desejar-lhe a proteção, caso não estejas na posição de quem desfruta a possibilidade de honorificar os próprios compromissos.


Não comeces um romance de carinho a dois, quando não possas e nem queiras manter-lhe a continuidade.


O amor, sem dúvida, é lei da vida, mas não nos será lícito esquecer os suicídios e homocídios, os abortos e crimes na sombra, as retaliações e as injúrias que dilapidam ou arrasam a existência das vítimas, espoliadas do afeto que Ihes nutria as forças, cujas lágrimas e aflições clamam, perante a Divina Justiça, porque ninguém no mundo pode medir a resistência de um coração quando abandonado por outro e nem sabe a qualidade das reações que virão daqueles que enlouquecem, na dor da afeição incompreendida, quando isso acontece por nossa causa.


Certamente que muitos desses delitos não estão catalogados nos estatutos da sociedade humana; entretanto, não passam despercebidos nas Leis de Deus que nos exigem, quando na condição de responsáveis, o resgate justo.


Tangendo este assunto, lembramo-nos automaticamente de Jesus, perante a multidão e a mulher sofredora, quanto afirmou, peremptório: "aquele que estiver isento de culpa, atire a primeira pedra".


Todos nós, os espíritos vinculados à evolução da Terra, estamos altamente compromissados em matéria de amor e sexo, e, em matéria de amor e sexo irresponsáveis, não podemos estranhar os estudos respeitáveis nesse sentido, porque, um dia, todos seremos chamados a examinar semelhantes realidades, especialmente as que se relacionem conosco, que podem efetivamente ser muito amargas, mas que devem ser ditas.

(Emmanuel / Francisco Cândido Xavier. In: Momentos de Ouro)



Sobre o adultério e a prostituição


Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado, disse Jesus. Esta sentença faz da indulgência um dever para nós outros porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de indulgência. Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. Antes de profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita. Do item 13, do Cap. X, de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

É curioso notar que Jesus, em se tratando de faltas e quedas, nos domínios do espírito, haja escolhido aquela da mulher, em falhas do sexo, para pronunciar a sua inolvidável sentença: “aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra”. Dir-se-ia que no rol das defecções, deserções, fraquezas e delitos do mundo, os problemas afetivos se mostram de tal modo encravados no ser humano que pessoa alguma da Terra haja escapado, no cardume das existências consecutivas, aos chamados “erros do amor”.

Penetre cada um de nós os recessos da própria alma, e, se consegue apresentar comportamento irrepreensível, no imediatismo da vida prática, ante os dias que correm, indague-se, com sinceridade, quanto às próprias tendências. Quem não haja varado transes difíceis, nas áreas do coração, no período da reencarnação em que se encontre, investigue as próprias inclinações e anseios no campo íntimo, e, em sã consciência, verificará que não se acha ausente do emaranhado de conflitos, que remanescem do acervo de lutas sexuais da Humanidade.

Desses embates multimilenares, restam, ainda, por feridas sangrentas no organismo da coletividade, o adultério que, de futuro, será classificado na patologia das doenças da alma, extinguindo-se, por fim, com remédio adequado, e a prostituição que reúne em si homens e mulheres que se entregam às relações sexuais, mediante paga, estabelecendo mercados afetivos. Qual ocorre aos flagelos da guerra, da pirataria, da violência homicida e da escravidão que acompanham a comunidade terrestre, há milênios, diluindo-se, muito pouco a pouco, o adultério e a prostituição ainda permanecem, na Terra, por instrumentos de prova e expiação, destinados naturalmente a desaparecer, na equação dos direitos do homem e da mulher, que se harmonizarão pelo mesmo peso, na balança do progresso e da vida.

Note-se que o lenocínio de hoje, conquanto situado fora da lei, é o herdeiro dos bordéis autorizados por regulamentação oficial, em muitas regiões, como sucedia notadamente na Grécia e na Roma antigas, em que os estabelecimentos dessa natureza eram constantemente nutridos por levas de jovens mulheres orientais, direta ou indiretamente adquiridas, à feição de alimárias, para misteres de aluguel. Tantos foram os desvarios dos Espíritos em evolução no Planeta – Espíritos entre os quais muito raros de nós, os companheiros da Terra, não nos achamos incluídos – que decerto Jesus, personalizando na mulher sofredora a família humana, pronunciou a inesquecível sentença, convocando os homens, supostamente puros em matéria de sexualidade, a lançarem sobre a companheira infeliz a primeira pedra.

Evidentemente, o mundo avança para mais elevadas condições de existência. Fenômenos de transição explodem aqui e ali, comunicando renovação. E, com semelhantes ocorrências, surge para as nações o problema da educação espiritual, para que a educação do sexo não se faça irrisão com palavras brilhantes mascarando a licenciosidade. Quando cada criatura for respeitada em seu foro íntimo, para que o amor se consagre por vínculo divino, muito mais de alma para alma que de corpo para corpo, com a dignidade do trabalho e do aperfeiçoamento pessoal luzindo na presença de cada uma, então os conceitos de adultério e prostituição se farão distanciados do cotidiano, de vez que a compreensão apaziguará o coração humano e a chamada desventura afetiva não terá razão de ser.

Do livro “Vida e Sexo” - Pelo Espírito Emmanuel - Psicografia: Chico Xavier



Sobre o sexo...


Pergunta o jovem:

– E aí, Chico? Sexo antes do casamento é proibido?


Responde o médium:


– Meu filho, nada é proibido. No entanto, sem amor, nada vale a pena, nem o sexo, nem o casamento.


Notável observação!


A Doutrina Espírita, proverbialmente, enfatiza a consciência livre.


Não há proibições, considerando-se que a responsabilidade é uma planta frágil que só cresce em regime de liberdade.


Isso não consagra a idéia do liberou geral, já que tudo o que fizermos, dentro dos princípios de causa e efeito que nos regem, terá uma consequência.


Tenho a liberdade de fazer o que me aprouver, mas sempre responderei por minhas iniciativas.


Digamos, caro leitor, que desfrutamos todos de uma liberdade vigiada.


Os deslizes de comportamento fatalmente resultarão em cobranças, não na forma de punições divinas, mas de reações de nossa própria consciência, considerando que fomos programados para o que é certo, justo, verdadeiro.


O mal será sempre um desvio transitório de rota, com retorno obrigatório aos caminhos do Bem.


Em última instância, temos a liberdade de fazer exatamente… o que Deus espera de nós!


Tudo o que não for compatível com os desígnios divinos resultará em males tendentes a corrigir nossa rota.


Detalhe importante: as cobranças serão tanto mais severas quanto mais desenvolvido o Espírito em conhecimento, quanto mais amadurecido, mais capaz de distinguir o certo do errado, o Bem do mal.


Com relação à vida sexual, operou-se na década de sessenta, no século passado, uma revolução nos países ocidentais.


Vão longe os tempos em que sexo era considerado algo de pecaminoso, a ser exercitado apenas para a procriação, conforme ensinavam os manuais religiosos.


Vale lembrar que o dogma da virgindade perene de Maria foi inspirado nessa ideia. Como, argumentavam os teólogos, poderia a mãe de Jesus, personificação da pureza, ter se dado ao desfrute de uma relação sexual?


A forma de contornar essa dificuldade foi o dogma da virgindade perene de Maria. Não teria coabitado com José, mantendo-se casta.


Havia um problema: nos Evangelhos há referência aos irmãos de Jesus. Resolveu-se a pendência com a idéia de que José tivera filhos de um casamento anterior, ou seriam apenas primos seus.


Não há limites para a fantasia quando renunciamos à lógica e ao bom senso.


Para o Espiritismo a atividade sexual não tem nada de pecaminosa. É por ela que viemos ao Mundo. É graças a ela que as espécies subsistem.

O problema para os teólogos estaria no prazer. Sem prazer não haveria excessos, viciações, desajustes, paixões avassaladoras, traições...


Em contrapartida, estaria ameaçada a sobrevivência humana!


Já pensou, leitor amigo: sexo burocrático, frio, apenas para perpetuar a espécie? Na realidade, o que compromete o relacionamento sexual são os excessos.


Sexo, na atualidade, deixou de ser parte do amor, convertendo-se em sinônimo dele. Quando o jovem fala em fazer amor, expressão lamentável, está se referindo à prática sexual, como se o amor fosse sexo e não parte dele apenas.


E sem amor, como diz Chico, nada vale a pena, nem mesmo o sexo!




Do Livro “Rindo e Refletindo com Chico Xavier”
Por: Richard Simonetti

* * * 

O sexo se define por atributo não apenas respeitável, mas profundamente santo da Natureza, exigindo educação e controle. Através dele dimanam forças criativas, às quais devemos, na Terra, o instituto da reencarnação, o templo do lar, as bênçãos da família, as alegrias revitalizadoras do afeto e o tesouro inapreciável dos estímulos espirituais.
É irracional subtrair-lhe as manifestações aos seres humanos, a pretexto de elevação compulsória, de vez que as sugestões da erótica se entranham na estrutura da alma, ao mesmo tempo que seria absurdo deslocá-lo de sua posição venerável, a fim de arremessá-lo ao campo da aventura menos digna, com a desculpa de se lhe garantir a libertação.
Sexo é espírito e vida, a serviço da felicidade e da harmonia do Universo. Consequentemente, reclama responsabilidade e discernimento, onde e quando se expresse.
Por isso mesmo, nossos irmãos e nossas irmãs precisam e devem saber o que fazem com as energias genésicas, observando como, com quem e para que se utilizam de semelhantes recursos, entendendo-se que todos os compromissos na vida sexual estão igualmente subordinados à Lei de Causa e Efeito; e, segundo esse exato princípio, de tudo o que dermos a outrem, no mundo afetivo, outrem também nos dará.

Por: Emmanuel
Livro: Vida e Sexo - Francisco Cândido Xavier



Entrevista com Divaldo Franco (Parte 1)


Entrevista de Divaldo Franco à Revista ‘O Consolador



Sexualidade - Gestação

O Consolador – Como você vê a oficialização do casamento entre homossexuais e a adoção de filhos por parte deles?

Divaldo Franco – A questão é momentosa, em face das ocorrências desse gênero que não mais podem permanecer ignoradas pela sociedade. O homossexualismo sempre esteve presente no processo histórico, aceito em um período, noutro combatido, desprezado em uma ocasião e noutra ignorado, mas sempre presente... Penso que se trata de uma conquista em relação aos direitos humanos a legalização de algo que permanecia à margem, dando lugar a situações graves e embaraçosas.

Quanto à adoção de filhos, penso que, do ponto de vista psicológico, será gerado algum conflito na prole em relação à imagem do pai ou da mãe, conforme o caso, que se apresentará confusa e perturbadora. O tempo demonstrará o acerto ou o equívoco de tal comportamento.

O Consolador – Para haver gravidez, independentemente do desejo dos pais e do reencarnante, existe necessidade de autorização das autoridades espirituais?

Divaldo Franco – Certamente que sim, porquanto no mapa da reencarnação dos futuros pais já se encontram delineados os filhos que devem, que podem ou que queiram ter. Graças a isso, ocorrem as facilidades na concepção ou os grandes impedimentos que vêm sendo vencidos pela ciência, através dos tempos, facultando a ocorrência sempre sob supervisão espiritual.

O Consolador – Como deve posicionar-se um casal espírita diante do diagnóstico de anencefalia no filho que se encontra na fase de gestação?

Divaldo Franco – Espírita ou não, o casal que gera um filho anencéfalo e cuja anomalia é detectada ainda na vida fetal, deve amar a esse Espírito que irá reencarnar-se com a problemática a que faz jus em razão de atos praticados anteriormente e que lhe modelaram a forma atual. A vida fetal não pode ser interrompida, senão quando a gestante encontra-se ameaçada...

Diversos anencéfalos, mesmo diante dos prognósticos médicos de que não sobreviveriam ao nascimento, demoram-se despertando mais amor até o momento em que concluem o período de que necessitam para a libertação.

O Consolador – Qual deve ser, à luz do Espiritismo, a posição de uma jovem e sua família diante de uma gravidez originada de um estupro?

Divaldo Franco – Embora lamentável e dolorosa a circunstância traumática da ocorrência, é dever da jovem e dos seus familiares manterem a gravidez, auxiliando o Espírito que se reencarna em situação aflitiva e angustiante. Compreende-se a dor da vítima e dos seus familiares, no entanto, não se tem o direito de matar o ser reencarnante que necessita do retorno naquela maneira, a fim de crescer para Deus. Não raro, esses seres que renascem nessa conjuntura tornam-se amorosos e profundamente agradecidos àqueles que lhe propiciaram o recomeço terrestre: a mãe e os familiares.

O Consolador – Em sua opinião, os Espíritos desencarnados mantêm relações sexuais tal qual se verifica na crosta?

Divaldo Franco – Conforme a questão nº 200 de O Livro dos Espíritos, o Espírito é, em si mesmo, assexuado, sendo-lhe a anatomia uma contribuição para o fenômeno da procriação. Ao desencarnar, no entanto, o Espírito mantém as suas tendências, especialmente aquelas de natureza inferior às quais aferrou-se em demasia, prosseguindo com as construções mentais que lhe eram habituais. Como resultado, acreditam-se capazes de intercursos sexuais nas regiões inferiores onde se encontrem, como efeito da condensação das energias viciosas no perispírito. Frustrantes e perturbadoras, essas relações são degradantes e afligentes, porquanto são mais mentais que físicas, dando lugar a processos de loucura e de perversão...

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