quarta-feira, 23 de julho de 2014

Cidadania Orson Peter Carrara


Cidadão é o indivíduo que habita uma cidade, em gozo dos direitos civis e políticos. Já o direito é a faculdade de deixar ou de praticar algo; é ainda o conjunto de leis e regras.
 
Cidadania é qualidade do cidadão. Em outras palavras, o modo de ser, sua aptidão e disposição moral para agir em favor da sociedade que integra.
 
As duas definições abrem perspectivas de entendimento, mostrando a sintonia entre si e a influência recíproca que se exercem mutuamente, já que pelo cidadão se constrói a cidadania e esta influi no cidadão. Fica, portanto, evidente que do papel do cidadão se constrói uma sociedade equilibrada (entenda-se justa e fraterna), que por sua vez proporciona dignidade à vida do cidadão. Isto é cidadania. 
 
Atualmente fala-se muito em Terceiro Setor. O que é terceiro setor?
 
É que a sociedade divide-se em tres setores de atuação: o Primeiro é o governo, responsável pela ordem social e condução da nação, através de seus diversos órgãos; o Segundo é o setor privado, constituído das empresas que fomentam a produção industrial, o comércio e os serviços e movimentam a economia, inclusive empregando os cidadãos; já o Terceiro é constituído por organizações sem fins lucrativos, normalmente com objetivos educativos, assistenciais, culturais, recreativas, inclusive de amparo à saúde e às minorias sociais em suas diversas facetas; e as chamadas ONG's - as chamadas organizações não governamentais.
 
Estão enquadradas neste setor as fundações, as empresas com responsabilidade social, as próprias pessoas físicas e as entidades beneficentes (que diga-se de passagem, socorrem o país na grave extensão de suas questões sociais).
 
E aí surge a figura do voluntário: aquele que doa seu tempo, seu talento, de maneira espontânea e não remunerada, para causas de interesse social e comunitário. É uma forma muito positiva de atuação social que caracteriza também a cidadania.
 
O trabalho voluntário surgiu no Brasil em 1543, com a fundação da Santa Casa de Misericórdia de Santos. Depois vieram a LBA (1942); as APAEs (1961); o Projeto Rondon (1967); a Pastoral da Criança (1983) e a Ação da Cidadania, de Betinho (1993). No âmbito internacional, em 1863 e 1908, surgiu a Cruz Vermelha e em 2001 a ONU declarou aquele ano como o Ano Internacional do Voluntariado.
 
Estamos a relatar estes fatos e a comentar o assunto porque a cidadania reflete a valorização da vida e a promoção da dignidade humana, tão esquecida dos dias atuais. Em última análise é fruto da solidariedade, que por sua vez, é filha do AMOR. Ah! o amor! Somente ele é capaz de interessar-se pelas dificuldades alheias; somente o amor é capaz de sair do comodismo, da indiferença, do egoísmo feroz que gera a violência, e voltar-se para o difícil quadro social de idosos, carentes de toda ordem, meninos de rua, drogados, alcoólatras, orfãos, mães solteiras, analfabetos, desempregados, enfermos em geral. Somente o amor é que move suas ações para a educação/profissionalização de jovens, para a preservação do meio ambiente, para doação de sangue, distribuição de livros, merenda ou sopão, ou se oferecem como voluntários nos plantões do CVV ou campanhas de vacinações, entre tantas outras iniciativas de promoção e dignidade humanas.
 
Isto tudo para dizer que somente tres caminhos podem evitar a dor social (ou difícil quadro de dificuldades enfrentado atualmente):

a) uma consciência reta do cidadão;
b) um coração que ame;
c) mãos operosas no bem.

É preciso acrescentar algo?


(artigo obtido do site do Portal do Espírito e reproduzido com a autorização do Autor)

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