domingo, 8 de junho de 2014

Desesperar-se, Jamais

Ao aceitarmos as normas da luz do Evangelho de Jesus a luta parecerá agigantar-se. A fadiga amolece o ânimo e o desespero inicia todo um trabalho de estiolamento das nossas forças morais/espirituais.
Forças tiranizantes se comprazem, parece, com os nossos tormentos.
Abraçamos, dentro do Espiritismo, o Cristianismo na sua pureza primitiva; guardando a esperança de que, ao nos esclarecer, possamos caminhar sob a luz da edificação cristã.
Construindo-nos na paz, sonhamos com uma existência feliz. No entanto, após a dilatação do conhecimento, começaram a surgir problemas os quais não imaginávamos pudessem existir. Dificuldades se multiplicaram, dissabores assinalaram nossas horas.
Que estaria ocorrendo? indagamos. Não ambiocionávamos aumento de capital, nem mordomias nunca antes desejadas.. Natural que os insucessos surpreendam... Paraíso entre os companheiros não era cogitado, mas a animosidade deles nos deixa perplexos.
Desistir, parece a solução. Possivelmente estávamos com excesso de ideal. Necessário colocarmos um freio na marcha. Algo está errado, imaginávamos.
E Joanna de Ângelis nessas horas surge com seus ensinos e nos diz, confortando-nos: "Todo compromisso elevado exige esforço no empreendimento, luta na execução, força no ideal."
Permanece imaturo psicologicamente, logo portador de mente infantil, quem deseja fruir antes de uma produção farta e segura.
Mudança de visão da vida está a exigir grande revolução íntima para que a criatura possa despojar-se do chamado "homem velho" que teima em persistir no nosso interior.
Nosso passado foi construído em cima do mármore da ilusão dos gozos terrestres, e seus escombros inevitavelmente surgiram na calçada do êxito imaginado. Sua erradicação vai exigir pesadas marteladas da vivência cristã-espírita para serem eliminados.
A reconstrução do nosso edifício espiritual somente se fará após a eliminação dos últimos vestígios de um passado mal elaborado.
Quanto maior for o nosso horizonte a conquistar, mais demoraremos na travessia da charco pestilento de nossas desditas.
Na medida em que dilatamos nossas percepções espirituais rumo às esferas de Luz, mais nossos inimigos desencarnado redobram a vigilância sobre os nossos passos e, ante a perspectiva de perderem o comensal de outras lides infelicitadoras do passado, atiram-se desordenadamente sobre nós, tomados de ira, dispostos a tudo...
Necessário orarmos, porfiarmos, estudarmos, amarmos, praticarmos o bem. Com a oração, elevamo-nos acima das sombras densas; com a porfia, retemperamos nossas forças; com o estudo, dilatamos a capacidade de discernir; com o amor, alcançaremos as láureas da paz, e com a caridade em prática, atraímos a companhia dos Bons Espíritos, que nos oferecem os tesouros inalienáveis da felicidade sem impurezas.
Vivendo sob as influências da vida carnal, somente enxergamos das provas e dificuldades o lado penoso, esquecidos de que eles mesmos foram por nós selecionados na vida espiritual, porque lá, na erraticidade, possuímos a lucidez de compará-los eficazmente com os gozos fugazes e grosseiros, do nosso mundo. O Mentor Emmanuel, em o livro "Pão Nosso", lição 100, edição FEB, psicografia de Chico Xavier, entre outras afirmações assinala: "A alegria que estimula é irmã da dor que aperfeiçoa" - "Não nos espantem dificuldades ou imprevistos dolorosos" - "Nem sempre o Socorro de Cima surge em forma de manjar celeste. Comumente aparece na feição de recurso indesejável."
Saibamos ou lembremo-nos de que a inalterável felicidade foi entrevista no mundo espiritual, e nenhuma impressão nos causaram os passageiros sofrimentos terrenos a serem enfrentados, aqui...
É-nos impossível, no estado de imperfeição em que nos situamos, gozar de uma vida isenta de amarguras, decepções, frustrações...
No mundo espiritual tomamos conhecimento de todas elas sem nos abalar, pelo contrário, mostramo-nos dispostos ao enfrentamento, porque a certeza que nos invade é a de que se trata da nossa melhoria moral/espiritual, alavanca que nos projetará aos cimos da Luz, da Paz e do Amor.

ADÉSIO ALVES MACHADO

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