A mediunidade é registro paranormal que se encontra ínsito na criatura humana, à semelhança da inteligência, da razão.
Todo indivíduo que conscientemente ou não, capta a
presença de seres espirituais é portador de mediunidade, cabendo-lhe a
tarefa de desdobrar os recursos parafísicos, através de conveniente
educação, graças à qual se tornará instrumento responsável para o
ministério superior a que a mesma se destina.
Inicialmente confundida com várias patologias,
sejam de ordem mental ou orgânica, a mediunidade fez-se meio para
demonstrar o equívoco em que teimavam permanecer os seus adversários
gratuitos ou os investigadores apressados.
Caracterizando uma função sempre presente no homem
em todas as épocas, só a partir de Allan Kardec passou a receber estudo
profundo e consideração, vindo, então, a ocupar o lugar que lhe é
devido, como ponte para o intercâmbio entre os espíritos de ambos os
lados da vida com aqueles que se encontram mergulhados na mesma faixa
das percepções psíquicas no corpo físico.
Espontânea, surge em qualquer idade, posição social, denominação religiosa ou cepticismo no qual se encontre o indivíduo.
Normalmente chama a atenção pelos fenômenos
insólitos de que se faz portadora, produzindo efeitos físicos e
intelectuais, bem como manifestações na área visual, auditiva,
apresentando-se com gama variada conforme as diversas expressões
intelectuais, materiais e subjetivas que se exteriorizam no dia-a-dia de
todos os seres humanos.]
Direcionando a observação para as ocorrências
inabituais que lhe sucedam, o médium descobre um imenso veio aurífero
que, penetrado, brinda-o com gemas de inapreciável qualidade.
Assim como o mergulhador educa a respiração para
descer nas águas profundas onde espera encontrar ostras raras,
portadoras de pérolas incomuns, o médium tem o dever de disciplinar a
mente, a fim de aprofundar-se no oceano íntimo e dali arrancar as
preciosidades que se encontram engastadas na concha bivalve das aspirações morais e espirituais.
Às vezes, quando do aparecimento da mediunidade,
surgem distúrbios vários, sejam na área orgânica, através de
desequilíbrios e doenças, ou mediante inquietações emocionais e
psiquiátricas, por debilidade da sua constituição fisiopsicológica.
Não é a mediunidade que gera o distúrbio no
organismo, mas a ação fluídica dos espíritos que favorece a distonia ou
não, de acordo com a qualidade de que este se reveste.
Por outro lado, quando a ação espiritual é
salutar, uma aura de paz e de bem-estar envolve o medianeiro,
auxiliando-o na preservação das forças que o nutrem e sustentam durante a
existência física.
A educação ou desdobramento mediúnico objetiva
ampliar o campo de realização paranormal, porquanto, através dos
recursos próprios, tem a especial finalidade de instruir os homens,
realizar a iluminação de consciências, facultar o ministério da
caridade, pelas possibilidades que proporciona aos desencarnados em
aflição de terem lenidos os sofrimentos, as mágoas, a ignorância…
A faculdade de ser médium, própria dos seres
inteligentes, constitui um superior instrumento de serviço ao alcance de
todos, dependendo de cada um atender-lhe a presença orgânica ou
ignorá-la, apurando-lhe a sensibilidade ou perturbando-lhe o mister,
deixando-a ao abandono, aí correndo riscos de ser utilizada por
entidades perversas ou levianas que se encarregarão de perturbá-la,
entorpecê-la ou torná-la meio de desequilíbrio para o próprio médium
como para aqueles que o cercam.
Não é, portanto, o ser médium ou não, mas a
conduta que este se aplique que atrairá mentes que se irradiam no mesmo
campo de vibrações especiais.
Swedendorg, ao perceber a presença da mediunidade,
cientista e culto, não tergiversou em estudar a faculdade e dedicar-se
ao seu exercício, brindando a humanidade com valioso patrimônio de
sabedoria, esperança e paz.
Edgar Cayce, constatando a manifestação mediúnica
de que se tornou objeto, aplicou-se ao labor pertinente e auxiliou
dezenas de milhares de pacientes que lhe buscaram o socorro…
Adolf Hitler, depois de freqüentar o Grupo Thule,
de fenômenos mediúnicos, dirigido por Dietrich Eckhart, em Berlim,
ensandeceu-se, e, fascinado, acreditou-se a “mão da Providência”,
tornando-se destruidor de milhões de vidas e responsável por males
incontáveis, que ainda permanecem na Terra…
A mediunidade, em si mesma, não é boa nem é má,
antes, apresenta-se em caráter de neutralidade, ensejando ao homem
utilizá-la conforme lhe aprouver, desse uso derivando os resultados que
acompanharão o medianeiro até o momento final da sua etapa evolutiva no
corpo.
Pelo Espírito de: Vianna de Carvalho
Médium: Divaldo P. Franco
Livro: Médiuns e Mediunidades
Site: Luz do Espiritismo – Grupo Espírita Allan Kardec
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