segunda-feira, 2 de maio de 2016

COMO VIVEM OS ESPÍRITOS 3 – PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS

3 – PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS

Seguiremos uma certa cronologia para efeito comparativo, recordando desde agora que a pluralidade dos mundos habitados é um dos princípios básicos do Espiritismo e, por consequência, embora não se firme em dogma pelo fato de que ele, o Espiritismo, se caracteriza exatamente por ausência de pontos de fé impostos e indiscutíveis, constitui um dos pilares do edifício kardequiano, sem o qual, como ocorreria caso lhe fosse subtraída a crença em Deus, a sobrevivência da alma, a mediunidade ou a reencarnação, simplesmente deixaríamos de tratar dele, para especularmos filosoficamente sobre um conjunto de idéias incompleto, indefinido, sem identificação.

Aliás, a existência de vida em outros mundos é o único dos cinco princípios citados que ainda não conta com o respaldo científico, como seria desejável, visto que a Doutrina Espírita está alicerçada em três pilares fundamentais: ciência, filosofia e religião. Os demais preenchem todos os requisitos.

Quanto à existência de seres em outros planetas, a lógica filosófica nos obriga a aceitar tal evidência. Do ponto de vista religioso, Jesus fala-nos em muitas moradas na casa do Pai e a Ciência não comprovou até o momento, mas já adivinha. Pesquisas importantes têm recebido pesados investimentos de países como Estados Unidos para verificar se, de fato, o homem não está só no cosmo. E quando chegar o dia oportuno, quer pela conveniência da descoberta, quer pelo desenvolvimento tecnológico humano, tal se dará para que cresça o nosso respeito para com o Supremo Criador.

Estará sendo desferido o golpe final contra o materialismo mecanicista, em sua constrangedora insensatez, curando o homem da soberba que o faz preferir a admissão do acaso como responsável pela gênese do infinito, visto que não pode reivindicar para si esta autoria. Cabe lembrar que, diante dos trilhões de astros já detectados pelo homem, distribuídos em 120 bilhões de galáxias, ante a verificação exploratória de vida extraterrestre, mal estamos esticando o pescoço por sobre o muro do quintal do vizinho.

Em O Livro dos Espíritos, questões 55 a 58, as entidades do plano espiritual superior informam que todos os globos que circulam no espaço são habitados, não possuem idêntica constituição física e, naturalmente, nem seus habitantes. Ao falarem acerca dos Espíritos que estão na erraticidade e da existência de mundos transitórios, na questão 234, explicam que estes servem como lugares de repouso para serem habitados temporariamente por aqueles que estão desencarnados há muito tempo, o que lhes é algo penoso.

Sabemos que quando o Espírito desencarna, deixando o corpo físico no túmulo, segue-se um período mais ou menos longo até que volte a reencarnar. Pode levar meses ou poucos anos, até vários séculos. Isto basicamente por duas razões: a) oportunidade – há seis bilhões de encarnados para aproximadamente 20 bilhões de desencarnados, só dos vinculados ao planeta Terra, aguardando nova chance de retornar e retomar a sua caminhada evolutiva; b) suas próprias particularidades não recomendam, não permitem ou não é de seu desejo a reencarnação senão num determinado momento.

Nas questões subsequentes, os Espíritos complementam dizendo, em resumo, que: l- nestes mundos, os Espíritos não ficam fixados; são como aves de arribação; 2- mesmo estando ali, progridem; 3- tais mundos não servirão eternamente à esta finalidade; 4- sua superfície é estéril – também em caráter passageiro – e não comportam seres corpóreos (note-se a diferença: não há seres como nós, encarnados, mas não deixam de ser habitados); 5- surpresa: a Terra já foi um deles durante a sua formação. Segue-se meia página de comentários de Allan Kardec.

Outra referência fundamental sobre este assunto está no capítulo III de O Evangelho Segundo o Espiritismo, intitulado com a assertiva do Cristo de que “na casa de meu Pai há muitas moradas”. Ali, entre outros apontamentos, a de que há cinco tipos: mundos primitivos, de expiação e provas, de regeneração, os felizes e os celestes ou divinos.

Infere-se desta classificação que o grau de materialidade diminui à medida que se caminha dos primeiros para os últimos. Nos chamados de regeneração ainda prevalece a existência de corpos densos, enquanto, a partir dos felizes, o conceito de matéria muda. O corpo nada tem da materialidade terrestre… a leveza específica dos corpos… a pouca resistência que a matéria oferece… a morte não tem os horrores da decomposição… não estando a alma encerrada na matéria compacta… são evidências de que seus habitantes não possuem mais corpos carnais como os nossos.

Quanto aos mundos celestiais, cada um é uma “… morada dos Espíritos depurados… “. Logo, é diferente da noção de termos os Espíritos vagando pelo espaço e mesmo de se fixarem em colônias espirituais como “Nosso Lar”, descrita pelo Espírito André Luiz. Não se trata de cidades etéreas habitadas por Espíritos sem corpo físico, mas de mundos concretos, sólidos.

Na Revista Espírita, fundada em 1858 por Kardec, logo no seu terceiro número, referente ao mês de março, o Codificador analisa não só a possibilidade, mas sobre o tipo de vida que se poderia esperar encontrar em outros astros. Diz que, segundo informações dos Espíritos, do nosso sistema solar, a Terra seria o segundo mais atrasado, apenas superando Marte, quanto ao grau evolutivo de seus habitantes que, neste último, seriam compostos predominantemente por Espíritos classificados na 9ª classe da Escala Espírita.

A seguir viriam Mercúrio e Saturno. A Lua satélite natural da Terra, e Vênus se equivaleriam e Urano e Netuno, os mais adiantados, culminando com Júpiter, o superior de todos. Inúmeros detalhes são fornecidos a respeito deste último, como a duração de 500 anos para cada encarnação, infância de poucos meses, ausência de enfermidades e alimentação compatível com a “formação do corpo mais ou menos a mesma que aqui, mas menos material e menos denso e de um peso específico muito pequeno”.

Quanto ao aspecto intelecto-moral, informam que são Espíritos bons, com vida social regida pela justiça e bondade, comunicação pelo pensamento, sem exclusão da linguagem articulada, presença permanente da dupla-vista ou clarividência e de animais com corpos mais semelhantes aos dos terráqueos, porém mais desenvolvidos, aponto de auxiliarem os homens de lá nos trabalhos manuais, pois os daqueles são inteiramente intelectuais. Tais informações foram transmitidas, entre outros, por um Espírito que dizia habitar Júpiter.

Seu nome, quando na Terra, era Bernard Palissy, célebre oleiro do século VI. Reportou-se à vida de sua pátria sideral através de notáveis desenhos recebidos mediunicamente por Victorien Sardou, um jovem literato do convívio de Kardec. Em mundos superiores a Júpiter, o envoltório etéreo (corpo) nada mais tem das propriedades conhecidas da matéria. Complementando a respeito, no capítulo referido de O Evangelho Segundo o Espiritismo (“resumo do ensinamento de todos os Espíritos Superiores”), observação de Kardec, afirma-se que a humanidade não é constituída só pelos encarnados e desencarnados que habitam a Terra, mas por todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do Universo.

A forma é sempre a humana. Nos mundos superiores eles deslizam pela superfície ou planam no ar; a infância é curta ou nula; a longevidade proporcional ao adiantamento do mundo. Não há paixões nem sofrimentos. Nos mundos de regeneração, há provas, mas não expiações; o corpo é de carne; há sensações e desejos, mas não ódio, inveja e orgulho. Não há felicidade completa, entretanto ela já pode ser vislumbrada, tem-se a “aurora” da mesma. Contudo, mesmo dali, pode-se recair aos mundos expiatórios. É o que sucedeu com as ondas migratórias de Capela e parecido com o que poderá ou já está ocorrendo aqui na Terra.

Para não omitirmos algo que faz parte da questão, a despeito da situação evolutiva colocada pelos Espíritos em relação ao planeta Mercúrio, encontramos uma comunicação do Espírito General Hoche, na qual ele informa que se prepara para reencarnar naquele planeta e descreve-o como inferior à Terra, com seus habitantes mais materiais que nós. Isto evidentemente contradiz o dito anteriormente.

Sobre comunicações mediúnicas, mencionamos uma do Espírito Maria João de Deus, mãe do médium Chico Xavier e pela sua psicografia, que, em 1935, informava ser Marte mais adiantado que o nosso planeta, física e moralmente. Quatro anos depois, o Espírito Humberto de Campos, ainda pelo médium mineiro, parece confirmar as informações precedentes. “… os homens de Marte… uma aura de profunda tranquilidade os envolve… não conhecem guerras…”.

A propósito, lembramos o alerta do filósofo espírita Herculano Pires e um dos tradutores das Obras da Codificação, em relação ao posicionamento de Kardec quanto ao tema. As comunicações mediúnicas sobre a vida em outros mundos sempre foram tratadas com reserva por ele, pelo fato de não poderem ser comprovadas na época. “Só ao futuro cabe confirmá-las ou não”, afirmava o mestre lionês. Como bem ele observou, os Espíritos falam do que sabem e nem todos sabem tudo; aliás, bem poucos.

Por enquanto, poderíamos dizer que as coisas pouco mudaram. A Ciência oficial, apesar de todos os esforços, investimentos em aparelhagens sofisticadas e incursões de naves pelo espaço e até alcançando a atmosfera e superfície de um outro planeta, ainda não detectou vida fora da Terra. Talvez porque os cientistas estejam à procura do tipo errado de vida; talvez porque, por não estarem capacitados de ir mais longe, estejam procurando no lugar errado.

Para encerrar, atentemos para o seguinte. A sonda Galileu lançada em outubro de 1989 pela NASA, sobrevoou a Terra e a Lua no dia 08/12/90. Esta foi a primeira vez que o nosso planeta foi visto do espaço, utilizando-se dos mesmos métodos para pesquisa de vida em outros mundos e o resultado foi que, afora a presença de uma grande concentração de oxigênio, nenhum tipo de vida foi detectado.
Agora as declarações de dois cientistas. O primeiro, o físico Nikolaj Kardashev. Para ele, há três tipos de civilizações distribuídas no Universo.

As mais adiantadas fixadas nos centros das galáxias; algumas em regiões intermediárias e as como a nossa, nas periferias. “Considero – diz ele – que os seres vivos e inteligentes, após determinado nível de desenvolvimento, devem modificar-se. Ao atingir o ponto máximo desse desenvolvimento, prescindem de corpo. Os seres são simplesmente fluxo s energéticos privados de massa”. Não é uma confirmação do que ensinam os Espíritos?

O segundo cientista é Sergiej Petrovich, a respeito da possibilidade da vida justamente em Júpiter. “Nós dependemos de oxigênio e água que produz anidro carbônico. Outros seres poderiam beber amoníaco (quase tão bom solvente biológico como a água), respirar azoto e devolver cianeto de hidrogênio. A atmosfera jupiteriana contém metano, amoníaco e hidrogênio em grandes quantidades”. Como se vê, com 120 bilhões de galáxias, cada uma delas com cerca de 100 bilhões de estrelas e 150 planetas descobertos fora do nosso sistema solar, só de 1995 para cá, a perspectiva de encontrarmos vizinhos siderais, conforme as afirmativas categóricas dos Espíritos Superiores é bastante alvissareira.

Aliás, os cientistas calculam em 4.000 o número de planetas existentes de condições semelhantes às da Terra, inclusive com satélites. Repetimos que este é o único dos cinco princípios básicos da Doutrina Espírita que aguarda a chancela da ciência oficial.

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