COMO VIVEM OS ESPÍRITOS 3 – PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS
3 – PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS
Seguiremos uma certa cronologia para
efeito comparativo, recordando desde agora que a pluralidade dos mundos
habitados é um dos princípios básicos do Espiritismo e, por
consequência, embora não se firme em dogma pelo fato de que ele, o
Espiritismo, se caracteriza exatamente por ausência de pontos de fé
impostos e indiscutíveis, constitui um dos pilares do edifício
kardequiano, sem o qual, como ocorreria caso lhe fosse subtraída a
crença em Deus, a sobrevivência da alma, a mediunidade ou a
reencarnação, simplesmente deixaríamos de tratar dele, para especularmos
filosoficamente sobre um conjunto de idéias incompleto, indefinido, sem
identificação.
Aliás, a existência de vida em outros
mundos é o único dos cinco princípios citados que ainda não conta com o
respaldo científico, como seria desejável, visto que a Doutrina Espírita
está alicerçada em três pilares fundamentais: ciência, filosofia e
religião. Os demais preenchem todos os requisitos.
Quanto à existência de seres em outros
planetas, a lógica filosófica nos obriga a aceitar tal evidência. Do
ponto de vista religioso, Jesus fala-nos em muitas moradas na casa do
Pai e a Ciência não comprovou até o momento, mas já adivinha. Pesquisas
importantes têm recebido pesados investimentos de países como Estados
Unidos para verificar se, de fato, o homem não está só no cosmo. E
quando chegar o dia oportuno, quer pela conveniência da descoberta, quer
pelo desenvolvimento tecnológico humano, tal se dará para que cresça o
nosso respeito para com o Supremo Criador.
Estará sendo desferido o golpe final
contra o materialismo mecanicista, em sua constrangedora insensatez,
curando o homem da soberba que o faz preferir a admissão do acaso como
responsável pela gênese do infinito, visto que não pode reivindicar para
si esta autoria. Cabe lembrar que, diante dos trilhões de astros já
detectados pelo homem, distribuídos em 120 bilhões de galáxias, ante a
verificação exploratória de vida extraterrestre, mal estamos esticando o
pescoço por sobre o muro do quintal do vizinho.
Em O Livro dos Espíritos, questões 55 a
58, as entidades do plano espiritual superior informam que todos os
globos que circulam no espaço são habitados, não possuem idêntica
constituição física e, naturalmente, nem seus habitantes. Ao falarem
acerca dos Espíritos que estão na erraticidade e da existência de mundos
transitórios, na questão 234, explicam que estes servem como lugares de
repouso para serem habitados temporariamente por aqueles que estão
desencarnados há muito tempo, o que lhes é algo penoso.
Sabemos que quando o Espírito desencarna,
deixando o corpo físico no túmulo, segue-se um período mais ou menos
longo até que volte a reencarnar. Pode levar meses ou poucos anos, até
vários séculos. Isto basicamente por duas razões: a) oportunidade – há
seis bilhões de encarnados para aproximadamente 20 bilhões de
desencarnados, só dos vinculados ao planeta Terra, aguardando nova
chance de retornar e retomar a sua caminhada evolutiva; b) suas próprias
particularidades não recomendam, não permitem ou não é de seu desejo a
reencarnação senão num determinado momento.
Nas questões subsequentes, os Espíritos
complementam dizendo, em resumo, que: l- nestes mundos, os Espíritos não
ficam fixados; são como aves de arribação; 2- mesmo estando ali,
progridem; 3- tais mundos não servirão eternamente à esta finalidade; 4-
sua superfície é estéril – também em caráter passageiro – e não
comportam seres corpóreos (note-se a diferença: não há seres como nós,
encarnados, mas não deixam de ser habitados); 5- surpresa: a Terra já
foi um deles durante a sua formação. Segue-se meia página de comentários
de Allan Kardec.
Outra referência fundamental sobre este
assunto está no capítulo III de O Evangelho Segundo o Espiritismo,
intitulado com a assertiva do Cristo de que “na casa de meu Pai há
muitas moradas”. Ali, entre outros apontamentos, a de que há cinco
tipos: mundos primitivos, de expiação e provas, de regeneração, os
felizes e os celestes ou divinos.
Infere-se desta classificação que o grau
de materialidade diminui à medida que se caminha dos primeiros para os
últimos. Nos chamados de regeneração ainda prevalece a existência de
corpos densos, enquanto, a partir dos felizes, o conceito de matéria
muda. O corpo nada tem da materialidade terrestre… a leveza específica
dos corpos… a pouca resistência que a matéria oferece… a morte não tem
os horrores da decomposição… não estando a alma encerrada na matéria
compacta… são evidências de que seus habitantes não possuem mais corpos
carnais como os nossos.
Quanto aos mundos celestiais, cada um é
uma “… morada dos Espíritos depurados… “. Logo, é diferente da noção de
termos os Espíritos vagando pelo espaço e mesmo de se fixarem em
colônias espirituais como “Nosso Lar”, descrita pelo Espírito André
Luiz. Não se trata de cidades etéreas habitadas por Espíritos sem corpo
físico, mas de mundos concretos, sólidos.
Na Revista Espírita, fundada em 1858 por
Kardec, logo no seu terceiro número, referente ao mês de março, o
Codificador analisa não só a possibilidade, mas sobre o tipo de vida que
se poderia esperar encontrar em outros astros. Diz que, segundo
informações dos Espíritos, do nosso sistema solar, a Terra seria o
segundo mais atrasado, apenas superando Marte, quanto ao grau evolutivo
de seus habitantes que, neste último, seriam compostos predominantemente
por Espíritos classificados na 9ª classe da Escala Espírita.
A seguir viriam Mercúrio e Saturno. A
Lua satélite natural da Terra, e Vênus se equivaleriam e Urano e Netuno,
os mais adiantados, culminando com Júpiter, o superior de todos.
Inúmeros detalhes são fornecidos a respeito deste último, como a duração
de 500 anos para cada encarnação, infância de poucos meses, ausência de
enfermidades e alimentação compatível com a “formação do corpo mais ou
menos a mesma que aqui, mas menos material e menos denso e de um peso
específico muito pequeno”.
Quanto ao aspecto intelecto-moral,
informam que são Espíritos bons, com vida social regida pela justiça e
bondade, comunicação pelo pensamento, sem exclusão da linguagem
articulada, presença permanente da dupla-vista ou clarividência e de
animais com corpos mais semelhantes aos dos terráqueos, porém mais
desenvolvidos, aponto de auxiliarem os homens de lá nos trabalhos
manuais, pois os daqueles são inteiramente intelectuais. Tais
informações foram transmitidas, entre outros, por um Espírito que dizia
habitar Júpiter.
Seu nome, quando na Terra, era Bernard
Palissy, célebre oleiro do século VI. Reportou-se à vida de sua pátria
sideral através de notáveis desenhos recebidos mediunicamente por
Victorien Sardou, um jovem literato do convívio de Kardec. Em mundos
superiores a Júpiter, o envoltório etéreo (corpo) nada mais tem das
propriedades conhecidas da matéria. Complementando a respeito, no
capítulo referido de O Evangelho Segundo o Espiritismo (“resumo do
ensinamento de todos os Espíritos Superiores”), observação de Kardec,
afirma-se que a humanidade não é constituída só pelos encarnados e
desencarnados que habitam a Terra, mas por todos os seres dotados de
razão que povoam os inúmeros orbes do Universo.
A forma é sempre a humana. Nos mundos
superiores eles deslizam pela superfície ou planam no ar; a infância é
curta ou nula; a longevidade proporcional ao adiantamento do mundo. Não
há paixões nem sofrimentos. Nos mundos de regeneração, há provas, mas
não expiações; o corpo é de carne; há sensações e desejos, mas não ódio,
inveja e orgulho. Não há felicidade completa, entretanto ela já pode
ser vislumbrada, tem-se a “aurora” da mesma. Contudo, mesmo dali,
pode-se recair aos mundos expiatórios. É o que sucedeu com as ondas
migratórias de Capela e parecido com o que poderá ou já está ocorrendo
aqui na Terra.
Para não omitirmos algo que faz parte da
questão, a despeito da situação evolutiva colocada pelos Espíritos em
relação ao planeta Mercúrio, encontramos uma comunicação do Espírito
General Hoche, na qual ele informa que se prepara para reencarnar
naquele planeta e descreve-o como inferior à Terra, com seus habitantes
mais materiais que nós. Isto evidentemente contradiz o dito
anteriormente.
Sobre comunicações mediúnicas,
mencionamos uma do Espírito Maria João de Deus, mãe do médium Chico
Xavier e pela sua psicografia, que, em 1935, informava ser Marte mais
adiantado que o nosso planeta, física e moralmente. Quatro anos depois, o
Espírito Humberto de Campos, ainda pelo médium mineiro, parece
confirmar as informações precedentes. “… os homens de Marte… uma aura de
profunda tranquilidade os envolve… não conhecem guerras…”.
A propósito, lembramos o alerta do
filósofo espírita Herculano Pires e um dos tradutores das Obras da
Codificação, em relação ao posicionamento de Kardec quanto ao tema. As
comunicações mediúnicas sobre a vida em outros mundos sempre foram
tratadas com reserva por ele, pelo fato de não poderem ser comprovadas
na época. “Só ao futuro cabe confirmá-las ou não”, afirmava o mestre
lionês. Como bem ele observou, os Espíritos falam do que sabem e nem
todos sabem tudo; aliás, bem poucos.
Por enquanto, poderíamos dizer que as
coisas pouco mudaram. A Ciência oficial, apesar de todos os esforços,
investimentos em aparelhagens sofisticadas e incursões de naves pelo
espaço e até alcançando a atmosfera e superfície de um outro planeta,
ainda não detectou vida fora da Terra. Talvez porque os cientistas
estejam à procura do tipo errado de vida; talvez porque, por não estarem
capacitados de ir mais longe, estejam procurando no lugar errado.
Para encerrar, atentemos para o
seguinte. A sonda Galileu lançada em outubro de 1989 pela NASA,
sobrevoou a Terra e a Lua no dia 08/12/90. Esta foi a primeira vez que o
nosso planeta foi visto do espaço, utilizando-se dos mesmos métodos
para pesquisa de vida em outros mundos e o resultado foi que, afora a
presença de uma grande concentração de oxigênio, nenhum tipo de vida foi
detectado.
Agora as declarações de dois cientistas. O primeiro, o físico Nikolaj
Kardashev. Para ele, há três tipos de civilizações distribuídas no
Universo.
As mais adiantadas fixadas nos centros
das galáxias; algumas em regiões intermediárias e as como a nossa, nas
periferias. “Considero – diz ele – que os seres vivos e inteligentes,
após determinado nível de desenvolvimento, devem modificar-se. Ao
atingir o ponto máximo desse desenvolvimento, prescindem de corpo. Os
seres são simplesmente fluxo s energéticos privados de massa”. Não é uma
confirmação do que ensinam os Espíritos?
O segundo cientista é Sergiej Petrovich,
a respeito da possibilidade da vida justamente em Júpiter. “Nós
dependemos de oxigênio e água que produz anidro carbônico. Outros seres
poderiam beber amoníaco (quase tão bom solvente biológico como a água),
respirar azoto e devolver cianeto de hidrogênio. A atmosfera jupiteriana
contém metano, amoníaco e hidrogênio em grandes quantidades”. Como se
vê, com 120 bilhões de galáxias, cada uma delas com cerca de 100 bilhões
de estrelas e 150 planetas descobertos fora do nosso sistema solar, só
de 1995 para cá, a perspectiva de encontrarmos vizinhos siderais,
conforme as afirmativas categóricas dos Espíritos Superiores é bastante
alvissareira.
Aliás, os cientistas calculam em 4.000 o
número de planetas existentes de condições semelhantes às da Terra,
inclusive com satélites. Repetimos que este é o único dos cinco
princípios básicos da Doutrina Espírita que aguarda a chancela da
ciência oficial.
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