sexta-feira, 20 de maio de 2016

O Desencarne e as Sensações



  O corpo é o acervo da dor, mas a percepção dela ocorre na alma. A exemplo aqueles que amputaram um membro e tem sensações de dor no membro retirado. 

Isto porque o cérebro guarda a impressão da existência do membro. O mesmo ocorre no sofrimento do Espírito, após o desencarne. 

  O perispírito é o nucleão das sensações exteriores. 

  No corpo, os órgãos captam essas sensações. Destruído o corpo, a sensação torna-se geral. Não se pode confundir, as sensações do perispírito, com as do corpo. 

Resgatado do corpo, o Espírito pode sofrer, mas esse sofrimento não é físico. 

  A morte física e o desencarne não ocorrem simultaneamente. 

  O ser perece quando o veiculo corpóreo deixa de ser ativo. 

O Espírito desencarna assim que se completa o desenlace, o que pode demorar tempo incerto, pois depende do grau evolutivo  de cada um. 

  O perispírito se desprende mais depressa ou menos do corpo; após a desencarne o Espírito não percebe a situação em que está. 

  Não se julga morto, situação essa que dura enquanto houver alguma ligação entre o corpo e o perispírito. 

Enfim encontra-se em estado de perturbação. Geralmente o Espírito fica preso ao corpo enquanto tiver nele as impressões da vivência corpórea. 

Os materialistas, julgam que a vida se apaga com a morte, que não compartilham dos objetivos superiores, vivem do vício e paixão, ficam aprisionados por mais tempo. 

  Certamente os Espiritos superiores, podem fazer a libertação de imediato, logo que se desse a morte do corpo, porém o desencarnante tem maiores dificuldades de adaptação à realidade espiritual, não deixa porém de tomar as sensações desagradáveis, ao ver a sua decomposição carnal.

  A exemplo, um suicida, pode nos dizer que sente os vermes a corroerem-no. 

Esses vermes não lhe roíam o perispírito, nem o Espírito; mas sim, o corpo. Eram as sensações que estavam com o corpo, o qual ainda estava ligado ao perispírito, iludindo-o, fazendo-o pensar ser real. 

  Durante a vida, o corpo recebe impressões exteriores e as transmite ao Espírito por intermédio do perispírito, este, desprendido do corpo, experimenta a sensação, porém, como já existe o corpo que limita a dor, ela se lhe torna geral. 

  O perispírito, é o núcleo transmissor, porque no Espírito está a consciência.

Do mesmo modo, se o Espírito não tivesse perispírito, não teria acesso à sensação da dor. Assim se passa com Espíritos purificados. 

  Quanto mais puros, mais etérea é a essência do perispírito, a influência material diminui à medida que o Espírito progride, isto é,o perispirito se torna menos grosseiro.. 

Os Espíritos Superiores não sofrem as sensações da matéria, cujo envoltório etéreo não encontra analogia neste mundo. 

  Isso não acontece com os espíritos inferiores que seu perispírito é  mais denso, os quais percebem os nossos sons e odores, eles ouvem o som da nossa voz, entretanto percebem-nos não pela palavra, mas pela transmissão do pensamento.

  Nos primeiros instantes da morte, a visão do Espírito é turba e confusa. 

Torna-se mais lúcida, à medida que se desprende, até alcançar a nitidez. Uma vez, quando livres do nosso grosseiro envoltório, instrumento dos nossos espinhos, podemos continuar a sofrer, e muito, e por longo tempo, mas também podemos deixar de sofrer, mesmo a partir do instante do desenlace corporal. 

  Os sofrimentos deste mundo independem, algumas vezes, de nós; muito mais vezes, contudo, são devidos à nossa vontade, tais sofrimentos são efeitos de causas que nos teria sido possível evitar.  

Sofrer resulta dos laços que ainda nos prendem à matéria; quanto mais livre estivermos da influência desta, ou, por outra, quanto mais desmaterializado nos acharmos, menos dolorosas sensações experimentaremos. 

▬  Diluindo as nossas paixões mundanas não alimentando:

  Ódios, 
  Inveja, 
  Ciúme, 
  Orgulho, 
  E o egoísmo. 

Vitalizando bons sentimentos, praticando o bem, não dando às coisas deste mundo importância que não merecem, estaremos a dar o passo para a nossa depuração moral e desapego, logo também a diminuir as sensações da matéria que são nefastas.

  Dessa maneira, não ficarão lembranças dolorosas e não advirá mais nenhuma sensação ruim, porque só atingiram o corpo físico e não a alma. 

O sofrimento e a tardia lucidez acontece, porque a ignorância, o egoísmo e orgulho, das paixões mundanas nos levaram até lá, só nos podemos lamentar de nós mesmos.

  Nunca é tarde, façamos já deste momento, uso da nossa vontade na mudança.

  Por isso “Cada um Segundo suas Obras”


Nenhum comentário:

Postar um comentário