Por Marta Antunes
Moura
Para admitir a influência dos Espíritos é
necessário aceitar a ideia de que há Espíritos e que estes sobrevivem à morte do
corpo físico.
A dúvida relativa à existência dos Espíritos
tem como causa principal a ignorância acerca da sua verdadeira natureza. [...]
Seja qual for a ideia que se faça dos Espíritos, a crença neles necessariamente
se baseia na existência de um princípio inteligente fora da
matéria.[1]
Na
verdade, os Espíritos exercem grande influência nos acontecimentos da vida. Essa
influência pode ser oculta (sutil) ou claramente percebida. Pode ser boa ou má,
fugaz ou duradoura. Não é nada miraculoso ou
sobrenatural.
Imaginamos
erroneamente que a ação dos Espíritos só se deva manifestar por fenômenos
extraordinários. Gostaríamos que nos viessem ajudar por meio de milagres e
sempre os representamos armados de uma varinha mágica. Mas não é assim, razão
por que nos parece oculta a sua intervenção e muito natural o que se faz com o
concurso deles. Assim, por exemplo, eles provocarão o encontro de duas pessoas,
que julgarão encontrar-se por acaso; inspirarão a alguém a ideia de passar por
tal lugar; chamarão sua atenção para determinado ponto, se isso levar ao
resultado que desejam, de tal modo que o homem, acreditando seguir apenas o
próprio impulso, conserva sempre o seu
livre-arbítrio.[2]
A
influência dos Espíritos é ocorrência comum, garantida pelos os princípios da
sintonia mental, pois “(…) é no mundo mental que se processa a gênese de todos
os trabalhos da comunhão de espírito a espírito”[3], ensina Emmanuel. Contudo,
antes de ser estabelecida a sintonia entre duas mentes, ocorre os processos de
afinidade intelectual ou moral, ou ambas, pois “o homem permanece envolto em
largo oceano de pensamentos, nutrindo-se de substância mental, em grande
proporção. Toda criatura absorve, sem perceber, a influência alheia nos recursos
imponderáveis que lhe equilibram a existência. [4] E, mais, acrescenta o
Benfeitor:
A
mente, em qualquer plano, emite e recebe, dá e recolhe, renovando-se
constantemente para o alto destino que lhe compete atingir. Estamos assimilando
correntes mentais, de maneira permanente. De modo imperceptível, “ingerimos
pensamentos”, a cada instante, projetando, em torno de nossa individualidade, as
forças que acalentamos em nós mesmos. [...] Somos afetados pelas vibrações de
paisagens, pessoas e coisas que cercam. Se nos confiamos às impressões alheias
de enfermidade e amargura, apressadamente se nos altera o “tônus mental”,
inclinando-nos à franca receptividade de moléstias indefiníveis. Se nos
devotamos ao convívio com pessoas operosas e dinâmicas, encontramos valioso
sustentáculo aos nossos propósitos de trabalho e realização.
(…).[1]
[1]
Francisco Cândido Xavier. Roteiro. Cap. 26, pág. 112.
[1]
Allan Kardec. O Livro dos Médiuns. Pt. 1, cap. I, it, 1, p.
21-22.
[2]Idem.
O Livro dos Espíritos. Q. 525-a-comentário, p. 352-353.
[3]
Francisco Cândido Xavier. Roteiro. Cap. 28, pág. 119.
[4]
Ibid. Cap. 26, pág. 111
Referências
KARDEC,
Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2ª ed.1ª
reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011.
KARDEC,
Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro:
FEB, 2009.
XAVIER,
Francisco Cândido. Roteiro. 11ª ed. Rio de Janeiro: FEB,
2004.
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