quinta-feira, 19 de março de 2015

A Morte do Suicídio (IV)



Quando alguém pensa em suicidar-se, almeja fugir de um problema, de uma situação para a qual pensa não haver saída. 

Somente uma visão materialista da vida pode dar suporte a tal ideia. 
Se o homem soubesse que a vida continua para além da morte do corpo físico, decerto consideraria uma estultícia optar por tal solução, que nada soluciona. 
Sendo a Doutrina Espírita (ou Espiritismo) uma ciência de observação, demonstrou factualmente a imortalidade do Espírito. Através de inúmeras pesquisas, mensagens são recebidas de além-túmulo, demonstrando a imortalidade. 
As pessoas que largaram o corpo físico pelo fenómeno da morte, vêm contar como foi a sua transição para o mundo espiritual, sendo atribulada ou pacífica, de acordo com o seu estado de alma. 
No livro “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec, podemos encontrar precioso estudo comparado entre os vários estados de espírito das pessoas que adentraram o mundo espiritual, após o desenlace do corpo físico. 
O suicídio é o fundo falso da vida. 
Pensando largar um pesadelo, o ser humano vê-se fora do corpo de carne, sem compreender bem o que se passou. 
O corpo morreu, mas o ser continua vivo. 
O tormento que o levou ao suicídio continua no seu íntimo, agora agravado pela desilusão de que afinal não morreu, não esqueceu. Ouve e vê os familiares que choram a sua partida forçada, sem lhes poder acudir. Entra numa perturbação, que os Espíritos dizem ser indescritível, sofrendo cada suicida de acordo com o seu grau de responsabilidade espiritual no acto tresloucado. 
O tempo de perturbação espiritual, varia de acordo com o grau de responsabilidade de cada suicida, podendo prolongar-se por dezenas de anos. 

O Espiritismo, depois de compreendido, 
é o maior preservativo contra o suicídio. 
 
Numa próxima reencarnação, o suicida pode vir com o novo corpo físico afectado, nascendo com deformidades, limitações de ordem física, deficiências congénitas, já que a sua matriz espiritual (o corpo espiritual) foi afectada na sua estrutura celular, pelo suicídio, muitas vezes amplificado pelo complexo de culpa que jaz no íntimo do Espírito. 
A Doutrina Espírita demonstra-nos que o suicídio é uma grande quimera, projectando o suicida para sofrimentos inenarráveis, que podem inclusive hipotecar a sua futura reencarnação. Não existe castigo divino, apenas uma lei de causa e efeito, onde cada ser colhe o que semeia na vida. 
Com a Doutrina Espírita, aprendemos que a vida é uma bela sinfonia, cujo maestro, Deus, tudo provê para o nosso êxito. 
Todos nós nascemos na Terra fadados ao êxito, cada um reencarnando no meio que lhe é mais útil, em prol da sua evolução, e tendo em conta os seus débitos espirituais de vidas passadas, daí a dissemelhança entre todos nós. 
Com a Doutrina Espírita, aprendemos que cada dificuldade que temos, é uma oportunidade de crescimento espiritual, de aprendizagem, e não um meio de nos destruir. 
O Espiritismo, depois de entendido, é o melhor preservativo contra o suicídio, demonstrando ao Homem, que amanhã, o sol da esperança levará para longe as nuvens negras do pessimismo e do imediatismo que nos ameçam hoje. 
Saibamos esperar, confiar em Deus, aceitar a vida como ela se densenrola, de forma activa, sem revoltas estéreis, e o concerto da Vida tornar-se-á mais melodioso e agradável. 

Bibliografia: 
- O Livro dos Espíritos, Allan Kardec
- O Céu e o Inferno, Allan Kardec 
- O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec

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