Sérgio Biagi Gregório
SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3.
Considerações Iniciais. 4. A Maldade Humana: 4.1. Índice da Maldade
Humana; 4.2. Resumo do Índice da Maldade Humana; 4.3. Números sobre a
Psicopatia. 5. Consciência e Responsabilidade: 5.1. Falta de Consciência
Atinge 1 em cada 25 Pessoas; 5.2. Sintomas dos Distúrbios Mentais; 5.3.
Os Psicopatas não Sentem Culpa nem Remorso. 6. Psicopatia e
Espiritismo: 6.1. Conhecimento da Lei Natural; 6.2. Ideoplastia; 6.3.
Nada Fica Incólume. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
A psicopatia e a sociopatia são distúrbios de comportamento quando
comparados com uma média normal da sociedade. Procuramos, neste estudo,
anotar algumas informações de revista e livro, comparando-as com os
princípios codificados por Allan Kardec.
2. CONCEITO
Psicopatia é uma designação geral, pouco específica e controversa, para
uma grande classe de modos anormais de vivência e conduta. Em geral,
considera-se a psicopatia como desvio psíquico condicionado pela
hereditariedade da norma média no campo da vida impulsiva, emocional e
voluntária, que leva a uma adaptação errada.
Schneider distingue
os seguintes tipos de psicopata: hipertímicos (intriguistas),
depressivos inseguros, fanáticos, egotistas, inconstantes, explosivos,
insensíveis abúlicos e astênicos (pouca resistência e capacidade).
(Dietrich, 1978)
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Geralmente
pensamos que o psicopata é um serial killer, um homem violento, que
procura praticar os mais cruéis dos crimes. É bom notar que nem toda a
pessoa que mata é um psicopata e nem todo psicopata mata. Os psicopatas
sabem como ninguém dissimular o seu estado emocional, parecendo
extremamente frios diante dos piores crimes cometidos. Muitos deles são
tão perfeitos que conseguem enganar o mais famoso dos peritos.
A
psicopatia deve ser tratada por profissionais da área, ou seja, os
psiquiatras. Não é aconselhável, nos Centros Espíritas, interpretá-la
como caso comum de obsessão. Podemos aplicar passes e ministrar
palestras evangélicas, no sentido de melhorar pensamento dos psicopatas,
mas não convém substituir o tratamento médico pela Assistência
Espiritual.
A lei da reencarnação, a imortalidade da alma e a lei
de causa e efeito muito nos ajudam na compreensão desses distúrbios da
mente.
4. A MALDADE HUMANA
4.1. ÍNDICE DA MALDADE HUMANA
O psiquiatra forense Michael Stone, da Universidade de Colúmbia, nos
EUA, criou um índice que mede o grau de maldade em pessoas que cometeram
assassinatos. Este índice varia entre 1 e 22 e procura avaliar: o
motivo, o método e a crueldade. “A maldade aumenta conforme crescem a
futilidade do motivo, o sadismo e a violência do método, e agravantes
como perversão sexual, número de vítimas, tempo em atividade e tortura”.
(Mundo Estranho, edição 103, p. 24)
4.2. RESUMO DO ÍNDICE DA MALDADE HUMANA
Os 22 itens da maldade humana podem ser assim resumidos: pessoas que
matam em defesa própria; parceiros que matam motivados por ciúme;
pessoas traumatizadas e desesperadas que matam, mas se arrependem;
pessoas extremamente narcisistas que matam movida por ciúme; pessoas que
matam pessoas que se encontram no caminho de um objetivo; psicopatas
com sede de poder que matam quando se sentem ameaçados; psicopatas frios
e egocêntricos que matam em beneficio próprio; assassinos torturadores;
assassinos seriais com perversões sexuais; psicopatas que colocam
vítimas sob tortura extrema por um longo período e depois matam. (Mundo
Estranho, edição 103, p. 24 a 33)
4.3. NÚMEROS SOBRE A PSICOPATIA
86% dos serial killers americanos são psicopatas.
Metade dos crimes hediondos dos EUA é cometida por psicopatas.
2,5 vezes é o risco de psicopatas conseguirem liberdade condicional
por causa de sua capacidade de simular, comparados a presos normais.
4 vezes mais crimes violentos são cometidos pelo psicopata, comparado ao criminoso comum.
70% é a taxa de reincidência de um psicopata em liberdade.
1 a cada 3 psicopatas é mulher.
7 vezes é o risco de um psicopata matar um estranho, comparado ao criminoso comum.
20% é a estimativa de psicopatas na população carcerária do Canadá e
dos Estados Unidos. (Mundo Estranho, edição 103, p. 27)
5. CONSCIÊNCIA E RESPONSABILIDADE
5.1. FALTA DE CONSCIÊNCIA ATINGE 1 EM CADA 25 PESSOAS
Uma em cada 25 pessoas não sente culpa nem remorso pelo que fazem, pelo
mal que possam causar ao seu semelhante. Essas pessoas podem fazer
absolutamente qualquer coisa, pois a falta de consciência nada lhes
cobra. Segundo Martha Stout, em Meu Vizinho é um Psicopata, a psicopatia
pode atingir qualquer pessoa, independentemente de renda, poder ou belo
porte físico. Esses distúrbios originam-se na pouca ou falta de
consciência, cujo termo técnico é “Transtorno da Personalidade
Antissocial”, uma incorrigível deformação do caráter, que se acredita
estar em 4% da população mundial. (2010, p. 18)
5.2. SINTOMAS DOS DISTÚRBIOS MENTAIS
Incapacidade de adequação às normas sociais;
Falta de sinceridade e tendência de manipulação;
Impulsividade, incapacidade de planejamento prévio;
Irritabilidade, agressividade;
Permanente negligência com a própria segurança e a dos outros;
Irresponsabilidade persistente;
Ausência de remorso após magoar, maltratar ou roubar outra pessoa. (Stout, 2010, p. 18)
5.3. OS PSICOPATAS NÃO SENTEM CULPA NEM REMORSO
Os psicopatas, para atingir os seus objetivos, são capazes de qualquer
coisa. Matam, enganam, torturam, fazem terrorismo. Embora saibam o que é
certo e errado não dão ouvido à sua consciência e cometem os maiores
delitos. Pode ser o chefe de uma empresa que pisa em seu funcionário, o
marido agressivo, o pai de família etc. A gravidade do fato está em
fazer tudo isso sem sentir um pingo de culpa ou remorso.
6. PSICOPATIA E ESPIRITISMO
6.1. CONHECIMENTO DA LEI NATURAL
De acordo a Doutrina Espírita, a lei de Deus está escrita na
consciência do ser. Essa lei pode ser esquecida, mas há muitos abnegados
instrutores encarnados e desencarnados encarregados de nos lembrar
dela. São os Espíritos superiores, cuja missão é fazer progredir a
Humanidade. Ainda: “A lei de Deus é a única necessária à felicidade do
homem; ela lhe indica o que deve fazer ou não fazer, e ele só se torna
infeliz porque dela se afasta”. (Kardec, 1995, Livro Terceiro, cap. 1)
6.2. IDEOPLASTIA
O Espírito André Luiz, em Mecanismo da Mediunidade, fala-nos da atuação
da mente, em que o pensamento pode materializar-se, criando formas que
têm longa duração, conforme a persistência da onda em que se expressam.
Ele diz: “Na mediunidade de efeitos intelectuais, a ideoplastia assume
papel extremamente importante, porque certa classe de pensamentos,
constantemente repetidos sobre a mente mediúnica menos experimentada,
pode constrangê-la a tomar certas imagens, mantidas pela onda mental
persistente, como situações e personalidades reais, tal qual uma criança
que acreditasse estar contemplando essa paisagem ou aquela pessoa, tão
só por ver-lhes o retrato animado num filme”. (Xavier, 1977, p. 141)
6.3. NADA FICA INCÓLUME
Para a ciência médica, a falta de consciência permite ao indivíduo
cometer qualquer crime. Na visão espírita, tudo tem a sua razão de ser e
nenhum agravo à lei de Deus fica sem o reparo necessário. O
esquecimento do passado, apregoado pela Doutrina Espírita, é apenas para
nos livrar de embaraços maiores à nossa vivência neste mundo. No íntimo
de cada um de nós há os germes da perfeição. Podemos, pelo nosso
livre-arbítrio, contrariar aquilo que está dentro de nós, mas teremos
que reparar em futuro próximo.
7. CONCLUSÃO
Saibamos
compreender os atos de nossos semelhantes. Não sejamos coniventes,
contudo, com aqueles que contrariam a nossa própria consciência. Embora
não saibamos de pronto, cada um se dá por aquilo que procura.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
DIETRICH, Georg e WALTER, Hellmuth. Vocabulário Fundamental de Psicologia. São Paulo: Edições 70, 1978.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.
MUNDO ESTRANHO. São Paulo: Editora Abril, setembro de 2010, edição 103.
STOUT, Martha. Meu Vizinho é um Psicopata. Tradução de Regina Lyra. São Paulo: Sextante, 2010.
XAVIER, F. C. Mecanismos da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.
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