quinta-feira, 13 de março de 2014

Desenvolvimento da Mediunidade

http://illiweb.com/fa/empty.gifNinguém deverá forçar o desenvolvimento dessa ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se, contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e boa-vontade, seja essa possibilidade psíquica a mais humilde de todas.
        A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porquanto, em tal assunto, toda a espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual.

Emmanuel - 1940

        Alguns médiuns parecem sofrer com os fenômenos da incorporação, enquanto outros manifestam o mesmo fenômeno, naturalmente.
   Nas expressões de mediunismo existem características inerentes a cada intermediário entre os homens e os desencarnados; entretanto, a falta de naturalidade do aparelho mediúnico, no instante de exercer suas faculdades, é quase sempre resultante da falta de educação psíquica.

Emmanuel - 1940

DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO
        Tentando definir a mediunidade, podemos ainda interpretá-la como sendo a capacidade de fazer-se alguém intermediário entre pessoas e regiões distintas. E assim como existem agentes de variada espécie para variados assuntos da vida humana, temos medianeiros de especialidades múltiplas para a vida espiritual.
        lnformados hoje de que a morte física não expressa sublimação, não podemos assim admitir que o desenvolvimento das faculdades psíquicas constitua, só por si, credencial de superioridade.
        Daí, o imperativo de fixarmos no aprimoramento pessoal a condição primária do êxito em qualquer tarefa de intercâmbio.
·                    Aqui, encontramos clarividentes notáveis 
·                  e além somos defrontados por excelentes médiuns_falantes, mas se aquele que vê não possui discernimento para o esforço de seleção e se aquele que se faz portador do verbo não consegue auxiliar a obra de esclarecimento construtivo, o trabalho de transmissão sofre naturalmente consideráveis prejuízos, desajudando ao invés de ajudar.
        Nesse sentido, somos obrigados a reconhecer que o espírito do Cristianismo jamais foi alterado, em sua pureza essencial, mas os representantes ou medianeiros dele, no curso dos séculos, impuseram-lhe cultos, interpretações, aspectos e atividades, simplesmente artificiais.
        O médium de agora deve exprimir-se em mais altos níveis.
    Acham-se, frente a frente, os dois grandes grupos da Humanidade — encarnados e desencarnados   e, em ambos, persistem os “altos e baixos” do mundo moral...
   Se o intermediário entre eles não se aperfeiçoa, convenientemente, permanece na posição do aprendiz retardado, por tempo indefinível, nas letras iniciantes, quando lhe constitui obrigação avançar sempre, na direção da sabedoria.
·                    O artista é o representante da música.
·                    O violino é o instrumento.
        Mas se o violino aparece irremediavelmente desajustado, como revelar-se o portador da melodia?
·                    A força elétrica é o reservatório de poder.
·                    A lâmpada é o recipiente da manifestação luminosa.
        Mas se a lâmpada estiver quebrada, como apro­veitar a energia para expulsar as trevas?
·                    O benfeitor espiritual é o mensageiro da perfeição e da beleza.
·                    O homem é o veículo de sua presença e intervenção.
        Todavia, se o homem está mergulhado no desespero ou no desalento, na indisciplina ou no abuso, como desempenhar a função de refletor dos emissários divinos?
        Há muita gente que se reporta ao automatismo e à inconsciência nos estudos da mediunidade, perfeitamente cabíveis no círculo dos fenômenos. Não podemos olvidar, entretanto, que o serviço de elevação exige: 
·                    esforço e boa-vontade, 
·            vigilância e compreensão daquele que o executa, a fim de que a tarefa espiritual se sustente em vôo ascensional para os cimos da vida.
        Por esse motivo, quem se disponha a cooperar em semelhante ministério, precisará buscar no bem a sua própria razão de ser.
        Amando, arrancamos no caminho as mais belas notas de simpatia e fraternidade, que constituem vibrações positivas de auxílio e apoio, na edificação que nos compete efetuar.
      A bondade e o entendimento para com todos representam o roteiro único para crescermos em aprimoramento dos dons psíquicos de que somos portadores, de modo a assimilarmos as correntes santificantes dos planos superiores, em marcha para a consciência cósmica.
·                    Não há bom médium, sem homem bom.
·                  Não há manifestação de grandeza do Céu, no mundo, sem grandes almas encarnadas na Terra.
        Em razão disso, acreditamos que só existe verdadeiro e proveitoso desenvolvimento psíquico, se estamos aprendendo a estudar e servir.

Emmanuel - 1952 

    Quase todos os que se abeiram das atividades espíritas estimariam o desenvolvimento rápido das faculdades psíquicas de que são portadores e, por vezes, quando não atendidos, padecem nocivo arrefecimento de ideal.
        Esmaece o fervor dos primeiros contactos com a fé, porque o propósito fixo de surpreenderem o milagre transforma-se neles em aflitiva obsessão.
               Contudo, há singularidades no assunto, que não podemos menosprezar.
           Que seria da ordem e do equilíbrio dos serviços terrestres, se a totalidade das criaturas, instruídas ou não, se pusessem a investigar quanto à vida nos outros mundos?
              Toda colheita exige preparação e sementeira.
·              Imaginemos um avião moderno, perfeitamente equipado, sobrevoando pacífico vilarejo do século XIV, sem aviso prévio. Que lucraria a ciência náutica, de imediato, senão espalhar o terror? 
·                    Que recompensa adviria, em nosso favor, se constrangêssemos uma taba indígena a ouvir um concerto de Paganíni, sem oferecer-lhe os rudimentos da educação musical?
          O progresso, como a luz, precisa graduar-se para não ferir ou cegar as pupilas que o contemplam.
        Compreendamos, acima de tudo, que a existência não é fenômeno que se articule à revelia dos Grandes Responsáveis da Evolução.
        A liberdade do homem ainda está longe de atingir os princípios cósmicos que nos presidem os destinos.
·                    A inteligência humana interferirá nos domínios da matéria densa, alterando o que pode ver; 
·                    todavia, jaz extremamente distante das regiões do espírito puro, onde se guarda o controle das leis universais.
        Desdobrando novos painéis da vida, diante da mente sequiosa de conhecimento e renovação,... 
·                    não é o mundo espiritual que deve descer para o homem 
·                    e sim o homem que precisa elevar-se ao encontro dele.
        E semelhante ascensão não será simples serviço da mediunidade espetacular. É obra de sublimação interior, gradativa e constante, sobre os alicerces do bem, ao alcance de todos.
        As portas do tesouro psíquico estão vigiadas com segurança.
        A direção de uma central elétrica não pode ser confiada às frágeis mãos de um menino.
      Como conferir, de improviso, ao primeiro candidato à prosperidade mediúnica a chave dos interesses fundamentais e particulares de milhões de almas, colocadas nos mais variados planos da escada evolutiva?
    Naturalmente que as grandes responsabilidades não são inacessíveis, mas a criança precisa crescer para integrar-se em serviços complexos; e o colaborador iniciante, em qualquer realização, necessita do tempo e do esforço a fim de converter-se em auxiliar prestimoso.
     Nos problemas de intercâmbio com a Esfera Superior, desse modo, antes do progresso medianímico, há que considerar o aprimoramento da personalidade para melhor ajustar-se à obra de perfeição geral.
·                    O grande rio, sem leito adequado, ao invés de correr, beneficiando a paisagem, encharca o solo, transformando-o em pântano letal.
·                    A ponte quebradiça não suporta a passagem das máquinas de grande porte.
        A mediunidade, como recurso de influenciar para o bem, não se manifesta sem instrumento próprio.
·                    Só o grande amor pode compreender as necessidades de todos. 
·                    Só a grande boa-vontade pode trabalhar e aprender incessantemente para servir sem distinção.
        Antes de nos mediunizarmos, amemos e eduquemo-nos. Somente assim receberemos das ordenações de mais alto o verdadeiro poder de ajudar.


Emmanuel - 1952

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